Jessi 22/05/2012A mulher do viajante no tempo - Audrey Niffenegger.‘As coisas parecem simples até pensarmos nelas. Por que a ausência intensifica o amor?’
Foi com essa frase marcante que me deparei logo na primeira página de ‘A mulher do viajante no tempo’. Acredito que essa simples frase, pode explicar o livro inteiro. Tem um enorme significado para mim, e para qualquer um que ler, com certeza.
‘A mulher do viajante no tempo’ é um livro forte e marcante. É um livro que vai te fazer sentir coisas inexplicáveis. A forma como é escrito é linda. A forma como é usado o amor, é linda. Maravilhosa.
A autora usa uma forma de ótima compreensão, utilizando a historia do ponto de vista de Clare e Henry, mudando sucessivamente. Conhecemos Clare desde sua infância, porém só vemos flashes da vida de Henry pequeno. Para quem não sabe, ou não conhece, Henry é um viajante no tempo. Ele não usa disso uma forma de mudar passado ou futuro, porque não é possível. Ele não faz isso porque quer, ou porque gosta. Se pudesse escolher, optaria por não ter esse ‘super poder’. Cada vez que chega a um lugar, não sabe onde está. Não sabe o ano, ou o dia que está. Chega sem nada, sem roupas, e se vai sem nada, deixando tudo que estava com ele. Mas é justamente graças a esse ‘super poder’ que sua vida se cruza com a vida de Clare (ex-presente-futura mulher de sua vida).
‘Quando estou em outro tempo, me sinto pelo avesso, transformado numa versão desesperada de mim. Viro um ladrão, um andarilho, um bicho que corre e se esconde. Assusto velhas e assombro crianças. Sou um truque, uma ilusão da mais alta ordem. É incrível eu ser mesmo real.’
Apesar de todas as dificuldades, Clare não desiste jamais de Henry. O que é muito lindo de se ler. É um amor lindo, um amor puro e verdadeiro. Daqueles que não se curam por nada. Não se apagam, nem se acabam. Mesmo com a distância, ou os acontecimentos. Clare conhecia Henry e Henry conhecia Clare de uma forma inexplicável.
‘ E Clare, sempre Clare. Clare de manhã, sonolenta e de cara amassada. Clare com os braços mergulhados na tina de fazer papel, puxando o molde e sacudindo-o assim e assim, para misturar as fibras. Clare lendo, com o cabelo solto sobre o encosto da cadeira, passando hidratante nas mãos vermelhas e rachadas antes de dormir. A voz baixa de Clare está em meu ouvido com frequência. Odeio estar onde ela não está, quando não está. No entanto, vivo partindo, e ela não pode vir atrás.’
E para finalizar:
‘Clare, quero dizer, de novo, que te amo. Nosso amor foi o fio no labirinto, a rede em baixo de quem caminha na corda bamba, a única coisa verdadeira e confiável nessa minha vida estranha. Esta noite, sinto que meu amor por você tem mais densidade neste mundo do que eu mesmo tenho; como se pudesse permanecer depois de minha morte e te rodear, te proteger, te segurar.’
Apesar de ser um pouco confuso, principalmente as partes das viagens de Henry pelo passado-futuro, é um livro extremamente essencial de ser lido. Um livro com uma historia de vida, uma historia de amor. Um livro que vai te fazer ficar pensando um bom tempo depois de ter terminado-o. Um livro nota 1000.