Um copo de cólera

Um copo de cólera Raduan Nassar




Resenhas - Um Copo de Cólera


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Lucikelly.Oliveira 09/06/2023

Intenso
Um pequeno grande livro! Li de forma muita rápida e intensa o livro e fiquei com a sensação que precisarei reler para entender as entrelinhas da história. Mas uma coisa fica claro que relação abusiva o casal leva.
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Sarah 27/01/2022

"(...) Não tive o bastante, mas o suficiente"

Criminosamente curto. Devorado em instantes... Estupendo, vibrante, intenso.
Alê | @alexandrejjr 03/02/2022minha estante
Sarah, tu não sabe o quanto eu curti o "criminosamente curto". Que definição precisa!




Regiane 08/09/2020

Uma jarra de catarse
Um dos motivos que torna Um copo de cólera um livro tão poderoso é a forma repentina como os eventos se dão, e como o escritor consegue permanecer com uma prosa tão comedida, bela e lapidar apesar de estar falando de uma violência verbal tão enraivecida. Raduan Nassar não perde a mão no seu lirismo encolerizado nem mesmo quando palavrões surgem aqui e ali. A pertinência de cada uma das palavras ? antes, durante e depois da contenda ? é deliciosa, cada coisa parece estar em seu lugar, e não há excessos apesar do escritor ousar investir e insistir nas ressonâncias e reiterações catárticas de sua narrativa.
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Fabiana Vicentim 02/08/2019

Retrato atemporal da sociedade brasileira
Briga de casal ou retrato da classe média versus mídia/jornalismo/intelectualidade/ciências humanas na década de 70, no Brasil, em plena ditatura? Depois de uma noite de amor entre um homem e uma mulher, e um desjejum e um cigarro, tudo se transforma quando esse homem fica colérico depois de ver sua cerca viva comida por saúvas e ataca seus empregados, Mariana e Antonio.
Respondendo à pergunta, arrisco a dizer os dois. A classe média ontem e hoje briga contra qualquer tentativa de racionalidade como numa briga de casal depois de um jantar com uma garrafa ou duas de vinho. Perde-se as estribeiras e mostra sua face mais obscura: fascista, preconceituosa, reacionária e mimada. Um menino que precisa ser banhado e nunca contrariado (literalmente na narrativa), senão faz birra e fica agressivo, perdendo toda sua candura de horas atrás.
Mas a verdade é que essa personagem que parece representar a classe média, sendo um homem, sabe de seus privilégios e sabe que precisam dela, ela é a mais respeitada, a estrutura de toda a sociedade. Estranho que apenas os empregados, a classe trabalhadora, é que são nomeados, tendo assim identidade. Estranho ou não...
Para além da escrita liricamente maravilhosa de Nassar, sua complexidade se encontra, sem dúvida, no retrato metafórico que construiu da sociedade brasileira da época, a classe média e sua relação de amor e ódio com a sociedade, com a mídia, com as ciências e tudo aquilo que aponte suas falhas.
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Fred05 04/11/2010

Quase perfeito.
Para ler de um fôlego só e sem tentar depreender sentido do que não é feito exatamente para fazer sentido. O "significado", por assim dizer, vem do todo e a loucura dos diálogos é parte importantíssima dele.
Ricardo Rocha 06/04/2011minha estante
Lavoura arcaica vai nessa linha. É o último dele, que caso raro, abandonou a literatura, jovem e no auge do sucesso.




Ronaldo Thomé 01/12/2023

"Reverend, reverend/Is this a conspiracy?(...)
Clássico absoluto da literatura, Um Copo de Cólera é talvez um daqueles livros mais simples e, ao mesmo tempo, complexos para explicar. O autor Raduan Nassar, nesta obra, cria todo seu texto em cima de um simples e trivial evento: uma discussão entre um casal, após uma noite de amor.

No entanto, ele consegue transformar isso em um épico impressionante, com apenas algumas decisões simples e com um foco muito poderoso no que quer fazer. O livro é todo
escrito como um grande monólogo, onde o narrador é um homem contando suas experiências no dia a dia.

De uma forma parecida com Saramago (ou seja, de acordo com seu pensamento e com pouca pontuação), o protagonista narra os acontecimentos a partir do momento que chega em casa, misturados às suas opiniões e pensamentos. Há aqui um fluxo de consciência desafiador e não linear, embora a cronologia seja respeitada e o vocabulário seja bem simples.

Não é, no entanto, um livro super complexo ou inacessível; a universalidade do tema faz com que qualquer pessoa possa se identificar com a história. Vale muito a pena a experiência, tanto pelos insights do autor como pela experiência narrativa, e com certeza por nos fazer pensar melhor em como agir na vida real em situações que realmente podemos viver no dia a dia. Definitivamente, não é à toa que esta pérola é um clássico!

Recomendado para: entender que uma palavra, na hora errada, faz toda a diferença na nossa vida - para o bem e para o mal.

Nota: 10 de 10,0.

Dica: leia ouvindo "Cemetery Gates", do Pantera!
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Krol.Veras 07/03/2024

Breve e intenso
Um copo de Cólera é o terceiro texto de Raduan Nassar que leio, e segue um padrão de qualidade altíssimo, sua forma de escrever é envolvente, tensa, explosiva e singular.
Acho incrível como o autor consegue fazer de um desentendimento amoroso uma narrativa muito mais profunda e elaborada, tornando o corriqueiro em algo maior.
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thaisdandaro 25/08/2021

livro que precisa de releitura
no primeiro contato com a escrita do autor rola um estranhamento. é um texto corrido, muitas vírgulas, sem pausas de pontos finais.
no meio da narrativa, no desenrolar do conflito entre os personagens, é difícil pausar a leitura. como se fosse necessário ler de uma só vez, passando de um personagem para o outro, sem se saber ao certo quem é que está falando no momento.
o narrar das sensações físicas do sentir a cólera, pra mim, é bastante primoroso.
sensação de que preciso ler novamente pra começar a ver toda a dimensão do autor.
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bia 20/06/2021

válido de releitura
é um livro pretensioso, nao é pra qualquer um. sinto que no futuro conseguirei abstrair melhor o bom do livro
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Bel 22/05/2016

Um livro metafórico
Logo quando avaliei o livro com 2 estrelas, pensei melhor. A história em si é maçante e o fato de não ter pontos finais só dificulta a leitura, por isso eu demorei um pouco mais do que gostaria.
Acontece que esse não é um livro para se interpretar literalmente. O autor vivia em meados de uma ditadura militar e o papel imposto para a mulher — até mesmo para os homens — era bem diferente. Eu estaria culpando um homem, construído socialmente por um sistema patriarcal, de não ter criado um relacionamento livre do machismo. É exigir algo inatingível, ilusório. Entretanto, gostei de como o Raduan criou metáforas para relacionar o casal ao sistema, à classe média, etc.

Acho a premissa e a ideia do livro boas, mas o desenvolvimento não me agradou. Pretendo ler mais alguma coisa dele, com certeza.

site: https://www.youtube.com/user/alguminfinito
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Olgashion 01/03/2022

No começo fiquei sentindo um ar de Uma aprendizagem, da Clarice. Depois descambou numa verborragia do personagem que começou quando este viu sua planta admirada destruída por saúvas.
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de Paula 19/12/2021

Lá em cima do piano tinha um copo...
Este é meu primeiro contato com o autor e esperava que o livro fosse um compêndio de análise profunda da alma humana e foi o que encontrei. O título me lembrou a música infantil "lá em cima do piano tinha um copo de veneno, quem bebeu fui morreu, o culpado não fui eu" e penso que tem uma estrita relação com o narrador e seu copo de cólera.

A escrita de Nassar é única e se assemelha aos blocos de Saramago, porém, cada capítulo conta com apenas um parágrafo onde tudo se desenrola. Não há aprofundamento nos personagens, apenas o momento que se vive e o que se desencadeia dele.

O livro tem uma proposta erótica, porém não é vulgar. Trata-se de um relacionamento sexual entre um casal que se suporta pelo prazer, ainda que não o bastante, só o suficiente. Na primeira parte fiquei incomodada com a cena do banho, a qual só fui entender no final do livro.

Como é a segunda vez que escrevo a resenha, portanto, perdi muito tempo na primeira vez para o Skoob não registrar, vou fazer comentários mais simples. O copo de cólera é despejado em todos os que são miúdos e inferiores ao narrador, como as formigas, os empregados e claro, a mulher. Ela por sua vez o tira do sério por atingir o seu âmago de forma mais assertiva que ele faz com ela, tendo que recorrer, como uma criança ou adolescente, a ameaça física e ao erotismo, jogando logo depois na cara dela que sua sexualidade é repulsiva. Após "vencer", ele vira um menino e relembra como sua vida era mais fácil naquela época. Claro que sua vulnerabilidade transparece depois da mulher ir embora.

Como vítima de abuso psicológico e físico, a portadora da síndrome de Estocolmo, volta correndo para o agressor no final do dia, onde pretende angariar benefícios no relacionamento sexual, mas a sua recompensa sempre será não o bastante, só o suficiente. A semente geminada com o esperma dele em seu uterozinho cerebral faz efeito e ela narra a própria história como ele, como o exemplo do homem vestido de mulher no carnaval ou boneco de ventrículo em seu circo particular. Ele, que por sua vez só quer que a parceira cuide dele como se fosse sua mãe, a aguarda deitado em posição fetal, o que desperta o "amor" nela de novo.

A história te prende, você sente o clímax chegando com ansiedade e angústia, assim como a indignação por todo esse ciclo doentio do casal. É uma leitura que acaba, mas não te deixa em paz tão cedo. Muito feliz de saber que foi escrito por um brasileiro. Vale a pena conferir e analisar por si próprio se o veneno do copo de cólera faz mal em quem é derramado ou em si próprio, remoendo as entranhas por não aceitar e aproveitar o momento da vida que se vive, retornando a infância, como refúgio para fugir das próprias responsabilidades.
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Leonardo 04/07/2011

Estupendo!
Disponível em: http://catalisecritica.wordpress.com

Um livro para ser lido em pouco mais de meia hora, e foi o que fiz. Se fosse para classificá-lo (que coisa inútil, não?), acredito que figuraria como uma novela, ou quem sabe um conto mais longo. Mas isso não faz a menor diferença. Li meio que por acaso, sem fazer ideia do que encontraria. Apenas tinha na lembrança imagens eróticas da publicidade do filme (que não vi) com Alexandre Borges e Julia Lemmertz. E o livro realmente começa neste tom, com uma habilidade para narrar impressionante. Depois vem esse bendito copo de cólera, quando um fato aparentemente irrelevante serve de catarse para sentimentos ocultados, mágoas e frustrações virem à tona, numa tour de force soberbo do escritor. Mais uma vez chama a atenção a velha história: a voz é das personagens ou do escritor? Não importa muito, elas se fundem e o que sobra é uma pequena pérola, uma obra que, sem dúvida alguma, pode ser utilizado, para além da inquestionável qualidade da trama, como fonte de estudo para aspirantes a escritores (e eu me incluo aqui).
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Italo 27/12/2022

Um copo de cólera
Como já esperava, é muito bem escrito. Contudo, pela segunda vez neste ano, fui extremamente desejoso para algo que, por motivo ou outro, não conversava comigo: fui querendo Lavoura Arcaica e recebi uma coisa que não sei bem definir, mas que não me agradou. O título faz jus à obra: há-se um copo de cólera, e decides se o tomas ou não.
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