Luccal1 21/02/2024
Bizarro que os problemas de 1880 são os problemas de hoje. Escrito nesse ano a partir da exposição dos abusos trabalhistas da Revolução Industrial é óbvio como a história é ciclica. Claro, não trabalhamos 16 horas por dia, mas a nossa cultura nos quer produtivos 24 horas por dia. Todos os povos antigos valorizavam o ócio, e graças a eles estamos aqui, serio mesmo que todos estavamos errados e o certo é se adoecer em busca de sobreviver? Muitos poucos realmente viviam na epoca e hoje é a mesma situação.
CITAÇÕES
"o trabalho só se tornará um condimento de prazer da preguiça, um exercício benéfico para o organismo humano, uma paixão útil ao organismo social, quando for prudentemente regulamentado e limitado a um máximo de três horas por dia"
Para desempenhar a sua dupla função social de não produtor e de superconsumidor, o burguês teve não só de violentar os seus gostos modestos, perder os seus hábitos de trabalho de há dois séculos e entregar- se a um luxo desenfreado, às indigestões trufadas e aos deboches sifilíticos, mas também teve de subtrair ao trabalho produtivo uma enorme massa de homens para conseguir ajudantes.
Todos os nossos produtos são adulterados para facilitar o seu escoamento e abreviar a sua existência.
A nossa época será chamada a idade da falsificação, tal como as primeiras épocas da humanidade receberam os nomes de idade da pedra, idade de bronze, pelo caráter da sua produção.
uma vez que a quantidade de trabalho exigida pela sociedade é forçosamente limitada pelo consumo e pela abundância de matéria- prima, por que razão devorar em seis meses o trabalho de todo o ano? Porque não distribuí- lo uniformemente por doze meses e forçar todos os operários a contentar- se com seis ou cinco horas por dia, durante o ano, em vez de apanhar indigestões de doze horas durante seis meses?
Se, desenraizando do seu coração o vício que a domina e avilta a sua natureza, a classe operária se erguesse com a sua força terrível, não para reclamar os Direitos do Homem, que não são senão os direitos da exploração capitalista, não para reclamar o Direito ao Trabalho, que não é senão o direito à miséria, mas para forjar uma lei de bronze que proíba todos os homens de trabalhar mais de três horas por dia, a Terra, a velha Terra, tremendo de alegria, sentiria saltar nela um novo universo?
Os filósofos antigos discutiam entre si sobre a origem das ideias, mas estavam de acordo se se tratava de abominar o trabalho
no entanto, o gênio dos grandes filósofos do capitalismo continua a ser dominado pelo preconceito do salariado, a pior das escravaturas. Ainda não compreendem que a máquina é o redentor da humanidade, o Deus que resgatará o homem das sórdidas artes e do trabalho assalariado, o Deus que lhe dará tempos livres e a liberdade.