Lay 15/08/2015Nesse livro, voltado ao público jovem, a Sophie nos apresenta, em uma narrativa em primeira pessoa, Audrey, uma garota de 14 anos que passou por alguns problemas sérios recentemente. A personagem não deixa explícito o que de fato aconteceu com ela, mas sabemos que há alguns meses, quando o "incidente" ocorreu, e que havia bullying envolvido, ela deixou a escola, onde três garotas foram expulsas na mesma ocasião e agora aguarda para recomeçar o ano letivo em outra escola. Entretanto, ela sofre com transtornos de ansiedade social e geral além de episódios depressivos, por isso faz tratamento para conseguir retomar um pouco de controle sobre sua vida, afinal, a única coisa que consegue é interagir de maneira mediana com sua família e sua terapeuta. Nem consegue olhar nos olhos das pessoas e por isso usa constantemente óculos escuros.
"Ao olhar diretamente nos olhos, sua alma inteira pode ser sugada em um nanossegundo. É a sensação que dá. Os olhos dos outros são ilimitados, e isso me assusta."
Pág. 34
Para ajudá-la, a mãe de Audrey deixou de trabalhar e vemos como a interação dessa família é peculiar, onde percebemos o traço já característico da Sophie, utilizando muito humor para abordar os temas. A adolescente tem um irmão mais velho, Frank, e um irmão mais novo, Felix. É por conta de Frank que ela conhece Linus.
Segundo a mãe de Audrey, e do Daily Mail (jornal que ela lê constantemente e acredita como verdade absoluta), Frank é um viciado em jogos de computador, por isso ela está decidida a intervir nessa situação, para que seu filho tenha outras prioridades na vida. Linus é um dos amigos de Frank que joga em sua equipe de LoC (um jogo de computador, jogado em equipe) e ambos precisam treinar muito para o campeonato, que tem como prêmio 6 milhões de dólares. É nessas visitas que Linus tenta se aproximar de Audrey, mas como ela tem problemas em se relacionar com as pessoas, dá para imaginar como será o início desse contato, não é mesmo?!
"Falam de "linguagem corporal", como se fosse igual para todo mundo. Contudo, cada um tem seu dialeto próprio. Para mim, neste instante, por exemplo, girar o corpo para o outro lado e encarar regidamente um cantinho da sala é o mesmo que dizer "gosto de você". Pois não fugi nem me tranquei no banheiro.
Espero apenas que ele se dê conta disso."
Pág. 97
Gostei bastante dos personagens criados pela Sophie para esse livro além da forma como ela abordou os transtornos vividos pela Audrey. Claro que eu queria que algumas coisas ficassem mais claras, mas fiquei feliz com a conclusão do livro. Claro que tem romance, mas o foco do livro é na batalha de Audrey para ser uma garota normal.
Esse não será meu livro favorito da Sophie, ainda prefiro os chick-lits, mas sem dúvida me agradou com sua maneira doce e sutil para abordar assuntos complexos.
"Acho que entendi que a vida é tipo uma escalada: você cai e se levanta de novo. Então não importa se der uma escorregada. Contanto que esteja mais ou menos caminhando para cima. Isso é tudo que se pode esperar. Seguir mais ou menos para cima."
Pág. 332
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http://www.detudoumpouquinho.com/2015/08/resenha-procura-de-audrey-sophie.html