MCoelho 24/06/2020
Sangue e romance na medida certa.
O autor cria dois personagens carismáticos demais, que sofrem tanto com o poder que a Igreja Católica tinha de fazer lavagem cerebral sobre religiosos e pessoas comuns, como a disputa de poder da nobreza, sacrificando o povo inglês. O conflito interno de ambos, membros de uma ordem religiosa, que descobrem a vida real fora dos muros do priorado, perdendo a ingenuidade sobre a "intervenção de Deus" e a hipocrisia dos membros da igreja Católica e nobres é bem descrito; a reconstituição de época, com o pensamento e os costumes é minuciosa e em nenhum momento é uma leitura chata. As partes de ação do livro são envolventes, mas um dos maiores méritos do autor é construir, aos poucos, uma forte ligação entre Tom e Katherine, que não entendem o que está acontecendo entre eles, pois sempre viveram para o celibato. Vivenciam diversas dificuldades juntos, aumentando a ligação e a confusão de sentimentos entre ambos. Separados, tem a motivação para lutar para poderem tornar a ver um ao outro. História, costumes, ação, sangue e conflito psicológico (quanto a fé de ambos e os sentimentos de um em relação ao outro) na medida certa e sem pieguice. Emendei no segundo volume direto.