Contos de Kolimá

Contos de Kolimá Varlam Chalámov




Resenhas - Contos de Kolimá


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Onassis Nóbrega 03/05/2023

O quanto podemos ser ?desumanizados??
Conheci o livro e o autor através de uma excelente página literária do instagram (@leitor.vip). Me interessou o tema e adquiri prontamente.
Contos de Kolimá compreendem uma série de contos divididos em 6 volumes escritos por Varlam Chalámov, escritor russo que cumpriu quase 20 anos de pena nos campos de concentração desta região gélida no Nordeste da Russia, durante o período Stalinista. O escritor consumiu outros quase 20 anos nesta obra de caráter autobiográfico que discorre sobre os horrores destes campos concentração. O próprio autor não acreditava no caráter educativo de tais obras, mas uma necessidade premente em contar os fatos. E somos apresentados a situações de extrema degradação da condição humana, em que a sobrevivência dia/dia é a única expectativa e a palavra (se existe) ?desumanização? pode ser considerada até um elogio. O homem não encontrada mais sentido no termo ?virtudes?. Um livro que precisou de muitas pausas para ser digerido. Mas necessário.
Quanto a edição, mais um excelente trabalho da coleção Leste da Editora 34. Tradução de Denise Sales e Elena Valisevich mantêm o alto padrão. Notas introdutórias, inclusive uma com uma escritora russa que foi próxima do autor no período final de sua vida. Alta recomendação.
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Marina 15/07/2022

Primeiro livro de uma série de seis relatando o cotidiano nos campos de trabalhos forçados soviéticos. Chalámov passou 20 anos nesses campos na Sibéria e as histórias que ele conta são terríveis, da mais completa maldade e desumanização. Fome extrema, doenças, frio de 50 graus negativos, violência, exaustão. Muito difícil de ler.
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camilossantos 22/12/2023

Os contos mostram de forma até direta, como era absurdo o tratamento dos exilados nos campos de concentração mantidos pelos soviéticos em Kolimá.
É importante como ele nos mostra a que ponto o ser humano consegue ser cruel com o próximo por causa de sua ideologia.
Também é um alerta para que saibamos que qualquer pensamento político extremo leva a consequências humanitárias absurdas.
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jackpveras 28/12/2023

Kolimá, a sepultura dos condenados
Obra de forte teor melancólico, mórbido e absurdamente comovente. Cada um dos contos traz em si uma descrição muito realista da trágica situação vivida pelos condenados aos trabalhos forçados em um ambiente inóspito cujas temperaturas estão na casa dos 50/60 graus negativos, não bastasse a maldade dos comandantes, agentes de cárcere e médicos.
Nesta obra, as pessoas são executadas por nada, contraem doenças terríveis para a época (tifo e escorbuto), passam fome, frio e têm o corpo repleto de piolhos e furúnculos.
Literatura de altíssimo nível.
Acabei de ler o primeiro. Faltam mais cinco.
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Luquinhas 18/10/2020

Literatura de Realidade e Experiência
Primeira parte de 6 livros de Chalamov, sobre a experiência do Gulag. Excelente livro! Tratando sobre a experiência humana em um Campo de Trabalhos Forçados!
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Marcelo Franco 13/11/2015

Terror e beleza
Impressionam-me os relatos de sofrimento. O russo Chalámov narrou sua longa temporada de trabalhos forçados em gulags neste excepcional "Contos de Kolimá" (serão publicados seis volumes). Lendo-o, sentimos ainda mais raiva daqueles que continuam num eterno estado de dissonância cognitiva, defendendo arbitrariedades em nome de projetos coletivistas, mas também nos espantamos - sempre este espanto - com a capacidade de se criar beleza a partir da dor extrema. Drama humano de altíssima voltagem, nossa passagem por Kolimá com o autor nos muda para sempre. Dostoiévski, um tipo de russo arquetípico, por assim dizer, piscaria de modo cúmplice para Chalámov caso fosse transportado para o absurdo - e maravilhoso - século 20. Terror e beleza - mas isso é, afinal, a própria vida.
Moreira 21/06/2016minha estante
Um dos Livros mais edificantes que já li, Brutal, chocante, mas também edificante, digo isso pelo fato de que se nos colocássemos no lugar dessas pessoas, no imaginário é claro, sempre sentiremos aquele alívio de não termos vivído e presenciado tais atrocidades, esse livro nos faz pensar e repensar sobre várias coisas desse mundo, sobre valores humanos , ética e relacionamentos pessoais.




Gabi 26/02/2020

Arrebatador. O melhor livro que já li em toda a minha vida. Chalámov tinha o dom da escrita e a usou de forma consciente ao narrar seus quase vinte anos no Gulag. Indico que leiam todos os livros, sendo seis no total.
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none 20/07/2018

Leitura obrigatória na Rússia, no Brasil, mas...
A biografia do autor no final é esclarecedora. Chalámov não é Dostoiévski, mas pode trazer ecos desse autor e de Kafka em sua prosa seca, mas repleta de vozes. Prevalece a leitura fortemente antiautoritaria, o tema da liberdade, tão cara aos autores russos (mas tão rara aos seus governantes, lá como cá...).
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isa.dantas 26/03/2018

Ler esses contos de Chalámov é levar um verdadeiro soco no estômago a cada capítulo. Ele consegue retratar a vida em Kolimá de forma muito real, sem romanceá-la. Ansiosa para ler os próximos volumes!
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Joice (Jojo) 29/05/2017

Para lembrar de Kolimá
Meu primeiro contato com Varlam Chalámov foi na coletânea "A Paixão pelos Livros". Em seu depoimento, Chalámov falava de como os livros foram fundamentais para que o ser humano dentro dele ressurgisse após décadas de trabalhos forçados na região de Kolimá, no extremo norte da Sibéria. Ele imprimia tanto fervor e amor às duas palavras que eu imediatamente me apaixonei pela escrita do autor. Além disso, eu nunca tinha ouvido falar em campos de trabalhos forçados na União Soviética, então foi com avidez que agarrei este primeiro volume dos Contos de Kolimá - uma versão primorosa da Editora 34 -, e nunca vou esquecer o que encontrei naquelas páginas.

Após deixar a região da Sibéria, após quase duas décadas de uma situação que eu só posso descrever como a mais completa escravidão - de alma e de corpo -, Chalámov, preso anteriormente por propagação de ideias revolucionárias, voltou a Moscou, mas, ao contrário de vários dos sobreviventes de Kolimá, ele fez questão de registrar tudo o que viveu lá. Até o fim de sua lucidez, ele se dedicou a que gerações inteiras conhecessem a Kolimá onde ele passou parte da vida. E essa sua determinação resultou numa das obras mais magníficas da história humana.

Nas páginas de "Contos de Kolimá" são retratadas as piores situações de degradação às quais uma pessoa poderia ser exposta, mas Chalámov também consegue extrair beleza e camaradagem daquele cenário de inverno hostil. O autor deixa um registro histórico, e não à toa os seis livros de "Contos de Kolimá" são, hoje, leitura obrigatória na Rússia.

Mais do que uma poderosa obra da literatura mundial, "Contos de Kolimá" é leitura obrigatória também para aqueles que valorizam a história.
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Mussi 01/04/2017

Quem foi Varlam Tíkhonovitch Chalámov ?
Nascido em 18/06/1907 numa cidade russa fundada no século XII, cursou direito na universidade de Moscou e precocemente adere à grupos de oposição à Stálin.
Após uma condenação de 3 anos em 1929, volta a ser condenado em 1937 por atividades contrarrevolucionárias , conhecido como artigo 58.
Em 1943 opina que o escritor russo Ivan Búnin era um clássico da literatura russa, e por isso é condenado a 10 anos de trabalhos forçados.
Chalámov teve um largo período de privações e sofrimentos com passagens sucessivas por campos de trabalho sob as mais terríveis condições, culminando com sua ida para a região de Kolimá , no extremo oriente da Sibéria.
Este será o cenário de seus livros "Contos de Kolimá ", obra em 6 volumes, que divididos em contos narra suas memórias.
Libertado em 1953 dedica-se durante 20 anos a esmiuçar suas memórias para que fosse possível escrever a obra.
Morre em 14/01/1982 sózinho, pobre e com o corpo invadido por doenças, consequências da brutalidade a que foi submetido.
Todos os contos estão impregnados com a sensibilidade de Chalámov ao descrever os acontecimentos in loco.
Gostei demais de todos, mas em "A cadela Tamara", "Apóstolo Paulo", "Serafim", e especialmente "Dia de folga" é de cortar o coração .
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Alan 20/02/2017

Não sei se darei continuidade ao próximos volumes, acho que me arriscarei por mais um ou dois, mas sem dúvidas é uma grande livro. Chalámov tem uma prosa simples e crua, sem floreios, talvez como a realidade de Kolimá que ele tenta retratar. Ao contrário do que se possa esperar, Chalámov não tenta ganhar o leitor com descrições grotescas ou muito cruéis. Embora o que ele descreva seja sempre cruel, a narrativa é muito sutil.
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Marcelo 17/01/2016

Foi tudo verdade!
Frio, fome, humilhações, surras, trabalho extenuante, mortes e a desumanização nos campos de trabalhos forçados da ex- URSS da era Stálin. Vinte anos no inferno gelado. Livro duro e cruel como a foi a vida do autor nos campos.
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