fabio_g_oliver 19/08/2018
Meu enigma do Enigma do Oito.
Pra mim foi um enigma o porquê de ter terminado daquele jeito.
Mas vida que segue.
A história toda gira em torno do Xadrez de Montglane.
Conta a história de Mireille e Valentine (em 1790, se não me engano), da França, que vão entrar em uma viagem pra proteger as peças do Xadrez de Montglane.
E também fala de Catherine Velis (1972) que é uma executiva de Nova York tentando fugir das festividades do Ano Novo para estudar sobre informações do lugar para onde foi transferida contra a vontade, Argélia. Ela vai acabar se vendo envolvida com o tal xadrez também.
Depois disso as três vão passar por poucas e boas por conta de um xadrez que deve valer mais do que o Indiana Jones encontrou em qualquer um dos 4 filmes.
Adoraria dizer mais, porém não sei até onde vai a linha tênue entre sinopse e spoiler.
Eu colocaria esse livro num gráfico, onde ele sobe até a metade no começo, continua subindo além dos limites do próprio gráfico no meio, e cai em queda livre no final.
Fiquei muito instigado no começo, tive que ter paciência com as histórias e algumas informações dignas de um livro didático, mas foi bem interessante. Depois foi ficando cada vez melhor conforme as coisas iam acontecendo, e foi lindo até perto do final.
Lá a coisa desandou bastante. As pessoas se mostravam parentes umas das outras do nada, e por mais que eu tivesse achado isso legal da primeira vez, depois ficou enjoativo. Depois, o que deveria ser o clímax final foi meio corrido e sem sentido. Parece que os oponentes não se esforçaram de verdade.
E teve uma arma. Isso me lembrou do episódio de Gumball quando um homem assalta uma loja com uma colher. Tá certo que ele tinha uma colher, mas... Era só ele contra todo mundo, e senti muito disso naquela cena do livro. Mas enfim, quem vai lutar contra uma arma?
Surgiu um amor do nada, que, por mais que ela tivesse explicado, não achei legal. Amor se desenvolve, não se explica.
O final foi esquisito. Durante a história eu imaginei que o final resolveria o problema todo. Mas quando chega lá você percebe que o único objetivo era tirar o poder das mãos erradas. E isso me deixou decepcionado, apesar de justificável.
Não foi um final péssimo, mas não foi ótimo. Foi razoável.
Tudo isso é referente a história da parte de Catherine.
A da parte de Mireille eu realmente não tenho do que reclamar. Aconselho, pra quem for ler, estudar a Revolução francesa um pouquinho, deixa mais interessante.
Só teve a viagem enorme que ela fez lá, numa certa parte, que não entendi muito bem o objetivo. De resto eu bato palma.
Tirando esses pontos negativos, que concentram principalmente perto do final, eu simplesmente AMEI a história.
° Os personagens são interessantes. Catherine é bem inteligente, o que me deixou satisfeito e me fez sentir que sempre estava deixando algo passar. Toda vez que ela dizia coisas como "mas é claro!" eu ficava tipo "só pra você, porque eu tô um pouco no escuro aqui". Então ela falava de algo que não é qualquer pessoa que ia saber.
Lily e Carioca foram únicos, adorei os dois.
Solarin me pareceu meio instável perto do final. Você cria uma imagem dele durante a história, e depois isso muda num estalar de dedos.
Não tenho muito o que falar sobre os outros além de interessantes e importantes, de certo modo.
° Desenvolvimento foi ótimo. Só o final que foi corrido.
° A escrita de Katherine Neville é simplesmente maravilhosa, quase no nível Sarah de escrita. Achei super interessante ela alternar entre primeira e terceira pessoa. Pôde mostrar que ela escreve muito bem nas duas formas. Só achei meio cansativo toda aquela parte explicativa de história, matemática e não lembro mais o que. Fiquei confuso quando ela descreveu certos cenários. Não entendi bem se o problema era ela ou eu (provavelmente eu mesmo, que não paro pra pesquisar as palavrinhas kkkkkk)
° Se você quer uma história com lugares e situações incomuns, é essa. Fico imaginando a pesquisa suada que ela fez pra escrever isso. Amei as situações no decorrer da história, amei os lugares e ela sacou umas paradas legais sobre cultura. Lindo de verdade.
° Espero que a continuação, O Fogo, seja boa, mesmo que só no meio que nem essa.
°Sobre outras opiniões...
O tal Enigma realmente não é tão surpreendente assim e acho que isso é dito até mesmo perto da metade.
A porção de relatos, que fica desviando a história várias vezes, realmente foi cansativo.
Não teve muito do mistério que acho que merecia. Também não teve cara de romance, que é o gênero do livro. Pra mim foi mais aventura.
Gostei do entrelaçamento de momentos históricos e a aparição de personagens históricos. Mas tiveram certos personagens que realmente foram meio inúteis e a maioria das informações eu não entendi pra que servia.
Conclusion:
As únicas coisas que me incomodaram de verdade na história foram os acontecimentos do final e a parte didática. De resto eu amei. Amei muito. A experiência no decorrer da história foi incrível e certamente não me arrependo nem um pouco. Parece que só falei mal, mas na verdade houveram muito mais pontos altos. Vamos dizer que, numa porcentagem, 88% foi bom, se é que me entendem...
Recomendo super super. Mas já tá alertado(a) sobre o final, então não chora. kkkk