A resistência

A resistência Julián Fuks




Resenhas - A Resistência


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tavim 30/03/2024

A Resistência, de Julián Fuks
Existir num exílio; fora do país, dentro da família. tantas são as formas de resistência que elas se misturam. às vezes por si mesmo, às vezes por um irmão, principalmente quanto à identidade --- a ideia de nação já não faz sentido. de onde se vem não te querem, de onde se refugia te torna lar. países e irmãos que mal se reconhecem na própria desolação. quando, enfim, acaba, é que se começa a repensar origens e raízes, é que se situa pra onde deveria levar o que te partiu, e em como retomar os laços rompidos os quais se confundem à história de todo um país.

não é um romance comum, a resistência de julián fuks segue quase numa autobiografia dentro de outra autobiografia da família e da argentina. um irmão adotado que muito mexe com o livro todo enquanto o continente vai sendo tomado pelo autoritarismo. há anos na minha lista de leituras, finalmente li neste ano e recomendo.
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leiturasdatita 30/03/2024minha estante
Eu adotei esse livro, foi um dos meus favoritos que li no ano passado. Jabuti merecidíssimo ??


tavim 30/03/2024minha estante
Foi um dos meus favoritos do ano passado também :)




Marcelha.Leone 18/03/2024

Gostei da forma poética com que o autor descreve as memórias direcionadas ao irmão e todo o contexto da ditadura Argentina, porém em alguns momentos achei que o texto fica solto, e me vi perdida. Mas penso que linearidade não era de fato o objetivo.
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Marcelo.Alencar 27/02/2024

Adotado na ditadura Argentina ?
O romance premiado com Jabuti em 2016 trata de uma particular história de uma família fugida da ditadura da Argentina tendo o seu primeiro filho ter sido adotado.
A história contada pelo irmão que nutria sentimentos melancólicos em relação ao primogênito e sua condição de adotivo. Muita paranoia.
Parece as vezes que se trata da própria história do autor do livro.
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Mateus Giunti 22/01/2024

Na tentativa de contar a história de seu irmão adotivo, o narrador deste romance tece em capítulos curtos, memórias de momentos que viveu e que não viveu. Memórias do que não viveu? Sim, pois para falar de seu irmão, volta ao passado familiar para retomar o exílio de seus pais da ditadura militar argentina e a vinda e adaptação no Brasil.

Porém, o mais interessante deste livro é o jogo que se cria entre ficção e realidade, pois, a todo momento, o narrador-autor está questionando seu fazer como escritor, duvidando de suas memórias, pontuando imprecisões e explicitando ao leitor o caráter dúbio daquilo que conta. São lembranças infantis opacas, histórias faladas pelos pais em jantares, divagações a respeito de fotografias passadas que tentam, de alguma maneira, alcançar seu irmão que, em determinado momento, sem motivo aparente, se recusa a participar do convívio de sua família não biológica. O livro, então, não é a tentativa de contar a história de seu irmão adotivo real, de carne e osso, via linguagem, pois essa seria uma tentativa que já nasceria fracassada, pois a linguagem é falha, algo sempre lhe escapa. E o legal é que o narrador sabe disso. O livro é a tentativa, portanto, de fazer jus à representação de seu irmão.

Um livro sobre distâncias, não-dizeres familiares, sintomas, política, ditadura, sobre resistência em suas diversas conotações, mas também de reflexões metalinguísticas acerca do fazer literário que, para o autor Julián Fuks, parece beirar a autoanálise. Um livro sobre as (im)possibilidades do narrar. O quanto tem de autobiográfico neste livro? Ou será que uma melhor pergunta não seria o quanto tem de ficcional naquilo que contamos de nossas vidas?

Primeiro livro lido do ano mas que sei que vai constar na lista de melhores leituras de 2024.
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Mouraci 08/01/2024

As várias resistências...
Inicialmente, a proposta do livro é falar sobre a adoção do irmão, mas, aos poucos, outras questões são abordadas, como a ditadura argentina, a história dos pais e o exílio no Brasil.

Quando o escritor fala de seu irmão e de seus pais, inevitavelmente também está falando sobre si próprio.

A adoção sempre foi um assunto tratado abertamente pela família, porém, a partir da recusa do filho adotivo em conversar ou ouvir este assunto, criou-se um tabu. Não falar sobre adoção não quer dizer que esse assunto tenha sido esquecido: gerou complexidade nas relações, à medida que o irmão passou a se recolher cada vez mais e isolar-se da família.

A história contada é uma forma de reflexão sobre os impactos nas relações familiares que vão se estabelecendo ao longo do tempo a partir da questão da adoção.

A adoção do irmão ocorreu na Argentina, nos anos 70, período em que houve sequestros de filhos de presos políticos por parte dos militares e que ainda hoje são buscados pelas “Avós de Maio”. A ditadura aparece nas conversas que ocorrem dentro de casa, com visões diferentes do pai e da mãe, e esse mosaico vai sendo montado pelo escritor através da memória.

A Resistência que dá título ao livro, em um primeiro momento, tratar-se do envolvimento dos pais na resistência contra a ditadura na Argentina, mas também é a resistência do irmão, que se isola no quarto e deixa de participar da convivência familiar e também a resistência da família em querer falar sobre a adoção e sobre a ditadura militar. A história transita entre essas resistências, com seus diferentes significados.

Formado por capítulos curtos, muito parecidos com contos e nem sempre em ordem cronológica, o livro intercala as histórias dos pais, do irmão e suas reflexões.

A Resistência é uma autoficção, escrito em 1ª pessoa. Em tese, o narrador não é confiável (há somente um ponto de vista). Muito foi contado a partir de exercícios de memória. Uma parte deu-se por transmissão oral (contadas pelos pais), outra de lembranças de situações vividas pelo autor na infância. Há capítulos inteiros baseados em interpretações de fotos do álbum de família, o que não deixa de ser um exercício de ficção. O livro é mais uma especulação sobre o passado do que a narrativa de fatos concretos. Não há uma verdade absoluta sobre o passado.

Com ótima escrita e grande fluidez, o livro ganhou o Prêmio Jabuti de 2016 como livro do ano. Julian Fuks é, sem dúvidas, um destaque entre os escritores contemporâneosl!
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Leticiaos 04/09/2023

Um pouco pedante talvez?
Coloquei esse livro na lista sem ter lido muito sobre ele. Achei que era um romance histórico e caí em uma auto-biografia, isso por si só já me bastou pra não amar a leitura.

Achei a escrita pretensiosa em muitos momentos e isso foi me cansando.

Enfim, não achei exatamente ruim, mas também não me conquistou.
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Alcir1 26/06/2023

Podemos Passar Sem Ele
Não é o mesmo Julián Fuks que tanto me agrada com seus artigos oportunos, de texto atraente e incisivo. Não. Neste romance intimista, de texto tortuoso, traz uma história que poderia, se bem explorada, ser muito atraente. O tema não é tão original assim. Casal de médicos adota uma criança que lhes é oferecida, sem maiores cuidados. Posteriormente, já com mais dois filhos próprios, passam a se indagar da verdadeira origem do adotado, o qual também parece ter sérias questões de identidade. Seria filho de pessoas sacrificadas pela ditadura Argentina? Neto de alguma Avó ou Mãe da Plaza de Mayo? Aí a pergunta que angustia, mas não impressiona o leitor, pela forma como é narrado.
Ambientado na Argentina e no Brasil, na época em que as ditaduras militares assolavam o Cone Sul do Continente, oferece momentos de reflexão em face dos conflitos íntimos dos personagens, das dificuldades de relacionamento dentro da família, especialmente entre os dois irmãos. A questão é que não chega a impressionar, a despeito de ter sido contemplado com o Jabuti de 2016.
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@limakarla 14/05/2023

Corri pra ler esse romance porque ia começar um curso com o autor, que inclusive já começou, e só me surpreendi positivamente. Desde as primeiras linhas já consegui sentir a potência e intensidade que as palavras foram escolhidas para nos contar essa história.

Eu me interesso absurdamente pela autoficção, pela poder de transformar em livro a sua própria história, a história da nossa vida que é atravessada por tantas outras e de que formas nós vamos escolhendo as palavras que compõem essa narrativa. Muito mais que pensar se as coisas realmente aconteceram ou não dessa forma, o importante aqui é os motivos de escolha por narrar dessa forma.

Aqui o Julián escolheu falar do seu irmão adotivo e de toda a problematica que sua família passou quando ainda morava na Argentina, precisando sair fugidos para o Brasil no período em que seu país natal passava por uma ditadura sangrenta. É bonito e forte ver sua família, suas histórias e a mistura com parte da história desse país.
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Nina 11/05/2023

"Em segundos lhe darei o livro, e talvez as palavras encontrem o seu lugar."

Livro muito bonito, que deveria ser sobre a ditadura, mas é sobre a familia do autor. Vale a leitura.
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Mi 30/03/2023

A Resistência
Sem ler nada sobre o livro antes, comecei a leitura acreditando ser um romance histórico. Não sei se ele se encaixa como tal, mas essa quebra de expectativa me desanimou um pouco. O livro é mais uma memória muito pessoal do escritor. Claro que ele faz uma contextualização do que acontece social e politicamente em volta dele, mas como achei que o livro seria outra coisa, essa contextualização me pareceu faltar alguma coisa.
O livro é muito bem escrito e algumas cenas são descritas de forma muito bonita. Mas o fato de me parecer um diário do escritor não me agradou. Talvez eu tenha lido no momento errado, não sei.
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Vicky8722 12/03/2023

É um livro bem curtinho e rápido de se ler, onde a história é ambientada em Buenos Aires que é a capital da Argentina, onde há uma espécie de auto desabafado do personagem, de como a sua família vive e a convivência com o seu irmão. Eu pra mim pensava que o autor ou era espanhol ou argentino, mas não ele é brasileiro e realmente me surpreendeu porque ele escreveu com tanta naturalidade e prioridade que fez com que pensasse que ele era de outra nacionalidade.
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leiturasdatita 05/03/2023

A resistência
O livro faz vezes de diário, de livro de história da Argentina, de livro de contos, de romance... é uma obra curta, porém muito interessante e versátil. Você vai acompanhando Sebastian na busca dos motivos pelos quais ele se distanciou de seu irmão com o passar dos anos, e no caminho vamos descobrindo com ele fatos da história de seus pais e como eles se mesclam com a ditadura argentina. O final é totalmente satisfatório, e com algumas surpresas. Recomendo a leitura.
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Sofia 24/01/2023

Decepcionante
O livro é bom mas pelo jeito que falam dele parece que ele é sobre as consequências da ditadura argentina, quando na verdade esse livro é muito mais sobre a família do autor. Tudo depende da expectativa, se você está esperando ler sobre a ditadura esse não é o livro, mas se vc quiser um livro sobre histórias familiares e memórias este é o livro certo.
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Isabel583 10/01/2023

A resistência
Que lindo! Impressionante como a escrita de Fuks constrói seu ambiente próprio, tão seu, tão fotográfico para mim. O trecho que definitivamente mais me emocionou foi o seguinte:

"quando os olhos azuis de um suplicaram os olhos azuis do outro, tão confundíveis que não se sabia mais que olhos eram de quem, soube enfim que aquele ser era íntimo, soube enfim que aquele filho era seu."

Chorei. E quero ir para Buenos Aires
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thales.gaspari 17/05/2022

Decepcionado
Minha primeira leitura do Fuks, autor de que sempre ouço falar muito bem e, talvez por isso mesmo, estava ansioso para conhecer. Entretanto...

Achei o livro pretensioso e raso demais, além de fazer um uso muito piegas do idioma. O autor usa e abusa de certa linguagem marcadamente literária para tentar transmitir um sentimento poético, mas fracassa totalmente, na minha opinião. Muitas vezes o relato, embora autobiográfico em boa medida, parece meramente uma ficção escrita sobre um personagem mal elaborado.

O resultado é um texto maçante e sem profundidade que faz o leitor se perguntar o tempo todo se é mesmo um relato relevante (na verdade o próprio autor, lá pelo fim do livro se questiona o mesmo, ao perguntar se devia ter escrito o livro e qual seu objetivo).

Mesmo assuntos fortes, como o irmão adotivo, parecem perder totalmente a força pela forma como o livro foi escrito. A única coisa que se salva é a ambientação muito interessante da família de intelectuais argentinos fugindo da ditadura e vindo ao Brasil, mas isso é muito pouco para sustentar sozinho o livro, como o autor parece ter pretendido. Me deu a impressão de que o autor não tem o que falar.

Fiquei bem decepcionado, ainda mais sabendo que é um livro que arrebatou prêmios tão importantes, mas darei outra chance lendo outros livros do autor.
Alê | @alexandrejjr 28/05/2022minha estante
Chê, confesso que discordo respeitosamente de ti, mas entendo tua decepção. E mais: acho fantástico o trabalho que o Fuks fez com a linguagem nesse livro! Mas é interessante ler uma avaliação negativa de um leitor sobre aquilo que eu acho a virtude do romance. Essas são as possibilidades da literatura, ao fim e ao cabo.




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