Vinicyus B 09/12/2015
Um livro emocionante: algo entre raiva e afrustração.
As criticas feitas ao livro de Wendig se confirmam:
O escritor tenta criar uma atmosfera cinematográfica através de frases curtas. Pontuações. (E parêntesis sem necessidades.) Além de dialogar com o leitor e os personagens em uma espécie de quebra de quarta parede. Não que sejam recursos ruins, mas, com quase metade do livro lido, Wendig segue chato. Outros problemas que encontro: Wendig não descreve os personagens. A intenção dele é transformar as aparências em algo banal, sem importância. Mas para quem nunca leu nada de Star Wars e não conhece Rae Sloane perde muito em não saber que a oficial do império é negra. Wendig não quer fazer demagogia barata? Tudo bem, mas não foi ele quem criou a personagem de qualquer forma. Mas o problema vai além, o escritor também não descreve as muitas raças da galáxia muito, muito distante. Eu, que não sou novato, não consigo lembrar de cabeça a fisionomia de um sakianno, ou a diferença de um lutrilliano e um nimbanel, muitas dessas raças vi apenas nos filmes e não as conhecia por seus nomes. E outra, se é para tratar todos como iguais, pq Wendig cai no grande erro dos autores de star wars em chamar todos os "humanos" de humanos, não importa o planeta, e os demais de "alienígenas"?
Ler Marcas da Guerra é uma aventura emocionante, alguma coisa entre a frustração e raiva. Nos últimos capítulos do livro a sensação de perda de tempo foi avassaladora e eu cheguei a pular parágrafos devido à sofrível escrita do autor e a trama pobremente bidimensional.
Como falei no Twitter, Wendig tenta passar a ideia de que Marcas da Guerra é um filme de Star Wars, mas eu não sou bobo, é um livro. As soluções que o autor cria para dar continuidade à história são risíveis, improváveis, baseadas em pura sorte. Não há outra explicação. Se fosse um filme de duas horas de duração daria para engolir uma coisa ou outra que passa por nossos olhos, disfarçadas com explosões e trilha sonora, mas, repito, é um livro. E como livro precisa de profundidade. "Ah, mas Star Wars é fantasia!" Eu sei, o problema é que me venderam um livro adulto. Está no prefácio: Romance Adulto. E não me entendam mal, por adulto não quero dizer que deva ter sangue, sexo e violência. Peço apenas um mínimo de lógica dentro da narrativa. Alguma coisa que torne os personagens e suas ações plausíveis. Os rebeldes são heróis íntegros e resplandecentes, os imperiais, sádicos sem escrúpulos. Até mesmo os ditados populares dos imperiais escancaram maldade. O autor apresenta a história através de 5, 6, até mais personagens rebeldes, mas apenas um do império. A incompetência dos vilões é frustrante. O treinamento, as armas e as armaduras dos stormtroopers não serve para nada. Repito, no filme isso passa despercebido, mas num livro, gente! A história é entrecortada por interlúdios, que, na minha opinião, são dispensáveis. Apresentam muitos personagens, em um livro que já não tem poucos, não desenvolve nenhum, chuto eu para serem utilizados nos próximos dois livros. E os personagens? Rasos. Nem misteriosos, nem por desenvolver. Rasos. Torço para que tenha sido este o último livro deles. E aqui vai um último recado: Esse livro NÃO É NECESSÁRIO PARA O FILME DE 2015! Ainda não assisti o filme à época desta resenha, mas asseguro que são 408 páginas de personagens vivendo aventuras que não levam a lugar algum imediatamente para o Ep. VII. Talvez, ao final da trilogia, tenhamos algum vislumbre da Primeira Ordem, mas rezo que os personagens desse livro não se repitam nos próximos