Minha Velha Estante
15/02/2018Resenha da TataQuem viu minha resenha do primeiro livro do Ciclo de TerraMar (aqui) sabe como eu me surpreendi com o mundo criado pela lena Ursula K Le Guin.
Com 148 páginas, As Tumbas de Atuan é um livro rápido, fácil e bonito de ler. É o tipo de livro que eu gostaria que existisse quando eu era criança e buscava, incessantemente, livros de fantasia que me atraíssem. Foi naquela época que eu me apaixonei pelas Crônicas de Nárnia e eu sei que teria me apaixonado pelo ciclo de TerraMar também.
Como eu disse anteriormente, Usula K Le Guin foi uma mestre do gênero da fantasia e seus livros são inspiração inegável para os grandes nomes da fantasia atualmente.
Eu vou tentar fazer um resumo da história sem dar nenhum spoilers para aqueles que não leram o primeiro livro.
Então, vamos lá.
No primeiro livro da série nós conhecemos Ged, um jovem órfão que, por uma casualidade do destino, se tornará aprendiz de mago e que, em um futuro talvez não muito distante, se tornará o maior feiticeiro que já existiu (Ursula deixa isso bem claro desde a primeira página do primeiro livro).
Em as Tumbas de Atuan, a personagem principal é Tenar, uma menina que desde criança foi escolhida para se tornar uma suma sacerdotisa e, como tal, a guardiã das Tumbas de Atuan.
O que acontece é que as tumbas ficam em uma ilha e, por conta dos seus tesouros mágicos, são guardadas fielmente por um grupo de sacerdotisas que cultuam os inominados (elas são meio doidas, se você me perguntar). Quando a sacerdotisa morre, sua sucessora é escolhida através de uma seleção muito simples: ela tem que ter nascido no mesmo dia em que ocorreu a morte da sacerdotisa original.
Completamente conformada com seu destino e muito boa no seu trabalho como guardiã, tudo muda para Tenar quando um jovem mago invade as tumbas afim de roubar um de seus tesouros.
Aquele jovem mago (obviamente, né?!?!?!) é o Ged (ou gavião, como eu prefiro chamar ele).
O mais legal desse livro não é a história em si, mas a lição por trás dela. Tenar foi obrigada a se tornar aquilo que esperavam dela e não quem ela queria ser. Ela foi obrigada a viver uma vida que não foi a que ela escolheu e, mesmo assim, ela aceitou o que lhe foi imposto. Quando Ged chega, com sua vontade de viver, de fazer o seu próprio destino e de usar seus poderes de formas antes não imaginadas por ela, Tenar começa a questionar sua própria realidade, questionar as escolhas que ela não pode fazer e que foram impostas a ela.
É muito, muito legal ver a relação deles. Ela toda focada e séria nos seus deveres e ele, como uma figura rebelde que questiona a sua religião e a imposição que a sociedade teve na vida dela.
Ged, por sí só, é uma das melhores coisas nesse livro para mim. Ele é um personagem maravilhoso e bem construído. A série se compromete claramente a mostrar o seu desenvolvimento, sua evolução de menino órfão ao maior super mega mago de todos os tempos.
Eu não sei o que os outros livros vão trazer, mas eu espero, de verdade, que o último livro da série mostre Ged como Gavião, mostre quem ele se tornou.
Talvez por isso, em parte, pelo menos, esse segundo livro me lembrou bastante de uma outra série de fantasias chamada MAGO (resenha aqui, aqui e aqui) e eu não me surpreenderia se descobrisse que O Ciclo de TerraMar fosse a inspiração para a série.
O que me deixou chateada com esse livro foi o número de páginas. Eu me acostumei a ler fantasias com mais de 500 páginas e, ter a oportunidade de visitar esse mundo novamente, em tão poucas páginas, foi doce e amargo ao mesmo tempo. No momento em que eu mais queria que a história continuasse, o livro acabou.
O livro é claramente mais focado para o público jovem e, talvez por isso, possui uma quantidade de páginas mais acessíveis mas, a amante de fantasia aqui, gostaria que a história fosse um pouquinho mais longa afim de poder aproveitar a leitura por um pouquinho mais de tempo.
O que eu não entendi foi a capa desse livro. Vamos ser francos aqui, ela não é nada atrativa. Porque fizeram isso, pelo amor de deus??? O primeiro livro tem uma capa MARAVILHOSA e eu esperava que o segundo seguisse o mesmo estilo.
Quanto a tradução e a esquematização do livro, a Arqueiro está de parabéns. As letras possuem fontes confortáveis e a diagramação foi feita para que qualquer pessoa (de qualquer idade) não tenha dificuldade em ler.
A série O Ciclo de TerraMar possui 5 livros no total e eu estou real e ansiosamente esperando pelos próximos.
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http://www.minhavelhaestante.com.br/2017/07/estante-da-tata-as-tumbas-de-atuan.html