À sombra da figueira

À sombra da figueira Vaddey Ratner




Resenhas - À Sombra da Figueira


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Naty__ 13/03/2020

Neste livro de estreia, a autora conta a história da garota Raami, de apenas 7 anos, mas que já passa por grandes problemas como se fosse uma adulta. Ela sofre de poliomielite e passa por algumas limitações em seu dia a dia, uma delas é andar. A garotinha é uma princesa, seu pai é descendente do rei Sisowath, ele foi educado no exterior e acabou se tornando um desiludido com o governo cambojano corrupto.

A família de Raami vivia muito bem numa casa considerada de luxo, se levada em consideração o poder que eles tinham e ainda possuíam vários funcionários para auxiliar nas tarefas necessárias. No entanto, algo ruim estava prestes a acontecer e não demorou a chegar. A revolução bateu às portas no Camboja, soldados revolucionários do Khmer Vermelho invadiram diversas casas, mandaram que todos se retirassem e a casa da família de Raami não ficou de fora.

Eles foram arrancados de casa e levados a um lugar desconhecido, uma aldeia estranha sem segurança, liberdade e alimentação farta. Todos foram encaminhados para permanecerem juntos, passam por humilhação, trabalho forçado, cansaço excessivo, violência, fome, execuções brutais e epidemias devastadoras ameaçam a sanidade desses prisioneiros. É uma descrição chocante e que emociona qualquer leitor.

Quem pega esse livro em mãos deve estrar preparado para a carga pesada de drama e muita dor. Os personagens são carregados de personalidades e a história é cheia de sentimentos que tornam tudo real. Quem adentra na história não consegue se desprender sem antes finalizar a leitura com uma sensação de ingratidão. Temos tantas coisas, temos a oportunidade de ir e vir de nossas casas, trabalhos, escola, faculdade, mas quantos são aqueles que realmente valorizam isso? É tão mais fácil reclamar do sol escaldante, do frio excessivo, do trabalho desgastante e das aulas chatas. Mas quantos são aqueles que queriam estar em nosso lugar? Ter uma cama confortável, um lugar para se distrair e até mesmo nem que seja apenas para se alimentar.

Esse livro é uma lição que podemos comparar com as histórias ocorridas na África. Quantas pessoas, em especial as crianças, sequer podem comer porque não tem um alimento? Suas refeições são regadas a biscoito de lama com água suja. É impossível não reconhecer que somos ricos e temos tudo do bom e do melhor, mesmo que um dia falte um determinado alimento na mesa ou o luxo de ir ao Shopping fazer o passeio que tanto queria.

Para quem não sabe, a autora tinha cinco anos de idade quando o Khmer Vermelho assumiu o poder, em 1975. Depois de quatro anos de trabalhos forçados, fome e risco de execução, ela e sua mãe fugiram enquanto muitos membros de sua família morreram. Em 1981, ela chegou aos Estados Unidos como refugiada, sem saber inglês, e, em 1990, formou-se no Ensino Médio e foi oradora oficial da turma. É uma grande história tanto da autora quanto da obra escrita por ela.

A capa é lindíssima e a diagramação não fica atrás. Recomendo a leitura e com ela estarão embutidos choros, emoção e muito drama. Valerá a pena cada um!

Quotes:
“- Restarão poucos de nós descansando à sombra da figueira-de-bengala - a Rainha Avó murmurou de novo, e eu não entendia por que as pessoas loucas sempre sentiam necessidade de dizer a mesma coisa duas vezes.
- A luta vai continuar. O único lugar seguro é aqui, debaixo da figueira-de-bengala.”

“Um jovem pai passou carregando um filho nas costas e outro na frente, e no resto do corpo os fardos e itens necessários: comida, utensílios de cozinha, colchonetes, travesseiros, cobertores. Sua mulher, com uma criança no colo e outra a caminho, segurava forte o braço dele enquanto seguiam pela rua movimentada. Um adolescente passou por eles segurando com as mãos seu estômago, que sangrava, enquanto tentava procurar ajuda. Nenhuma ajuda apareceu. Eu via um milhão de rostos de uma vez, e todos eram iguais. Assustados. Perdidos.”

site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2016/02/resenha-sombra-da-figueira.html
Angela Cunha 18/03/2020minha estante
Eu amo um bom drama, ainda mais se tiver essa carga emocional tão forte no enredo. E por tudo que li, esse é um drama daqueles, pois envolve história e uma criança com um peso tão forte e dolorido a ser carregado!
Com certeza, se tiver oportunidade, vou chorar lendo né?rs
Beijo


Deise.Kiefer 22/03/2020minha estante
Ooi confesso que não costumo ler livro desse tipo mas acredito que vale a pena a leitura sim
Parece ter uma emoção bastante significativa beijos


Michelle 20/06/2020minha estante
Uau!!!!
Parece ser mesmo uma leitura que vale a pena pois mostra a realidade de uma cultura que não conhecemos.


Amanda 22/06/2020minha estante
Não é meu tipo preferido de livro, até gosto um pouquinho de dramas, mas não nesse nível. Realmente, a capa é linda. Muito legal o livro ser bem real com personagens bem construídos, mas eu ia acabar ficando triste com a leitura haha sou uma manteiga derretida.




Rafaela.Saragiotto 23/05/2020

Um triste episódio da História Mundial
?A? sombra da figueira?, de Vaddey Ratner (2012)
Nota: 8/10 ?
Para mais resenhas: @paginasdarafa

Camboja, 1975. Apo?s 8 anos de Guerra Civil, a vito?ria da guerrilha comunista conhecida como Khmer Vermelho promete trazer prosperidade e igualdade social ao pai?s. A ?revoluc?a?o? pretendia transformar o Camboja em uma nac?a?o agra?ria sem distinc?o?es de classe, abolindo todas as formas de propriedade privada, intelectualidade e ocidentalismo.
?
Nesse contexto, a protagonista Raami, de apenas 7 anos, e sua fami?lia, descendentes da antiga monarquia cambojana, sa?o evacuados de seu lar na capital e obrigados a trabalhos forc?ados no interior.
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Acompanhamos sua jornada por uma sucessa?o de deslocamentos, separac?o?es e trage?dias, que dizimaram cerca de um terc?o da populac?a?o do Camboja.
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V. Ratner nos narra de forma poe?tica sua pro?pria histo?ria de sobrevive?ncia ao regime ao dar voz a personagens ficti?cios. A fome, a exausta?o e a dor do luto sa?o elementos presentes ao longo do livro, nos aproximando do sofrimento e horror que marcaram a histo?ria cambojana.
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Em algumas partes, achei a narrativa um pouco arrastada e repetitiva, com descric?o?es muitas vezes desnecessa?rias. Apesar disso, penso que essas partes tambe?m serviram para que senti?ssemos o cansac?o de Raami, que quando comec?a a se ambientar com algum lugar, e? forc?ada a se deslocar novamente.
?
Apesar da realidade distante da nossa, ao retratar as repercusso?es tenebrosas de uma das principais tentativas de experie?ncia comunista da Histo?ria Mundial, esse livro forte e necessa?rio nos faz melhor compreender que nenhum tipo de extremismo e totalitarismo tem lugar para a construc?a?o de um mundo melhor.
Bi Campiglia 25/05/2020minha estante
??




Larissa Benevides 20/11/2015

Resenha: À Sombra da Figueira
“- Restarão poucos de nós descansando à sombra da figueira-de-bengala - a Rainha Avó murmurou de novo, e eu não entendia por que as pessoas loucas sempre sentiam necessidade de dizer a mesma coisa duas vezes.- A luta vai continuar. O único lugar seguro é aqui, debaixo da figueira-de-bengala.”

Este lindo livro vai contar a história de Raami, uma garotinha de 7 anos que teve poliomielite e portanto tem algumas limitações para andar. Filha do príncipe Tigre, da realeza cambojana, narra os acontecimentos de um dos períodos mais obscuros do Caboja, a ditadura de 1975, onde os Khmer Vermelho tenta transformar o país em um modelo comunista agrário. 
Ela e sua família viviam em uma bela casa, com funcionários que auxiliavam em diversas atividades diárias. A garotinha e sua irmã mais nova, Radana, não tinha nenhuma preocupação ou privação. Brincavam e aprendiam pequenas coisas durante o dia.
“Um jovem pai passou carregando um filho nas costas e outro na frente, e no resto do corpo os fardos e itens necessários: comida, utensílios de cozinha, colchonetes, travesseiros, cobertores. Sua mulher, com uma criança no colo e outra a caminho, segurava forte o braço dele enquanto seguiam pela rua movimentada. Um adolescente passou por eles segurando com as mãos seu estômago, que sangrava, enquanto tentava procurar ajuda. Nenhuma ajuda apareceu. Eu via um milhão de rostos de uma vez, e todos eram iguais. Assustados. Perdidos.”
Porém um dia a revolução chegou no Camboja, "soldados" revolucionários invadem a casa e mandam todos se retirarem o mais rápido possível. Levem somente o necessário, dizia ele, vocês devem deixar este local imediatamente.
Pegaram o que conseguiram carregar e os membros da família real entraram no carro em direção ao ponto de encontro. O pai de Raami tinha um local marcado para caso algo acontecesse, a família permanecesse unida.
Os membros da família cada qual com sua personalidade e características fornecem algum aprendizado para a jovem garota. Nesse momento de total conturbação muitas lições são aprendidas.
“Mais uma vez vi o rosto do soldado do Khmer Vermelho que havia apontado a arma para a cabeça do velho. Ocorreu-me que a expressão de seu rosto quando atirara no velho, ao vê-lo cair no chão, não tinha nome. Não era raiva, nem ódio, nem medo. Aquilo era vazio de raiva ou de qualquer coisa reconhecível, lembrei que pensara que ele não parecia criança nem adulto, mas uma espécie de criatura real só para ele, não totalmente irreal, assim como um monstro de pesadelo não é irreal.”
Logo todos são cercados pelos revolucionários e encaminhados para locais onde deveriam ficar reunidos. Violência, fome, doenças, tristeza, trabalho forçado, humilhação e cansaço são algumas das experiências que os prisioneiros tiveram que enfrentar.
A jovem é muito ligada ao seu pai, o qual utiliza das histórias para confortar a criança e também como fuga para que não sucumbam ao completo stress psicológico.
“- Talvez seja natural para um pai, para todos os pais, ver em seu filho tudo o que é bom e intocado. Mas se puder, Raami, quero que veja isso em si mesma. Não importa quanta feiura e destruição testemunhe ao seu redor, quero que sempre acredite que o menor vislumbre de beleza aqui e ali é um reflexo da morada dos deuses. Isso é real, Raami. Existe esse lugar, esse espaço sagrado. Você só precisa imaginar, atrever-se a sonhar. Está dentro de você, dentro de todos nós.”
No decorrer do livro podemos ver como estas situações extremas fazem com que a jovem amadureça e com a história narrada por ela, compartilhamos as experiências vividas nesse período de terror. Diversas vezes eu me esquecia do quão jovem era o narrador, mas sei que o crescimento é acelerado quando as crianças são privadas de sua infância e vivenciam coisas que eu, 3 vezes mais velha que ela, não enfrentei e espero nunca enfrentar.
Mesmo em momentos assim podemos presenciar momentos de amor, alegria momentânea e estar com a família fortalece as pessoas, bem como lutar para encontrar um ente querido nos dá forças quando somos forçados a nos separar.
“Eu tinha quase certeza de que havia ficado muito mais velha, e nos últimos meses começara a considerar o reflexo da menina que às vezes via na superfície da água como uma espécie de duende, um fantasma da ingenuidade passando sob meu olhar antes de desaparecer nas ondulações.”
Particularmente gosto de livros que envolvem revoluções e guerras, o contato com as terríveis coisas acontecidas no passado faz com que fiquemos de olhos abertos sobre o quão cruel o ser humano pode ser. E mais, para que sempre conteste os motivos que levam uma pessoa querer impor ações drásticas para um "futuro" melhor. Sempre devemos utilizar do nosso senso crítico e avaliar sempre o que é dito e incentivado na sociedade. Assim como as ações, as palavras também levam a consequências e muitas vezes finais terríveis.

“- É possível não ser simpático à sua causa? - Perguntou papai, com voz hesitante. - Aos ideais pelos quais estão lutando?- E qual é essa causa? Não sabemos não é? Tenho certeza de que nem essas crianças sabem. Quanto aos "ideais", não creio que eles sequer saibam o que a palavra significa. “
“Manter você não é vantagem, matá-la não é perda. Sob as regras da Organização, fomos reduzidos a esse ditado. Como eu poderia viver por essas palavras? Com tantos levados embora por pretensões menores, como poderia qualquer criança acreditar que viveria além desse dia, desse momento? Como poderia esperar o amanhã? Em um mundo de morte sem sentido, não podia compreender o significado. Se esse era nosso carma coletivo, por que eu ainda estava viva? Eu era tão culpada quanto os que sobreviveram, e tão inocente quanto os que morreram. “
Este é o romance de estreia da autora, que tem uma bela história assim como a protagonista da obra. Vaddey Ratner tinha cinco anos quando o Khmer Vermelho assumiu o poder, em 1975. Depois de quatro anos de trabalhos forçados, fome e risco de execução, ela e sua mãe fugiram enquanto muitos membros de sua família morreram.

site: http://cladoslivros.blogspot.com.br/
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Clã 03/01/2016

Clã dos Livros - À Sombra da FIgueria
"- Restarão poucos de nós descansando à sombra da figueira-de-bengala - a Rainha Avó murmurou de novo, e eu não entendia por que as pessoas loucas sempre sentiam necessidade de dizer a mesma coisa duas vezes.- A luta vai continuar. O único lugar seguro é aqui, debaixo da figueira-de-bengala. "


Este lindo livro vai contar a história de Raami, uma garotinha de 7 anos que teve poliomielite e portanto tem algumas limitações para andar. Filha do príncipe Tigre, da realeza cambojana, narra os acontecimentos de um dos períodos mais obscuros do Caboja, a ditadura de 1975, onde os Khmer Vermelho tenta transformar o país em um modelo comunista agrário.


Ela e sua família viviam em uma bela casa, com funcionários que auxiliavam em diversas atividades diárias. A garotinha e sua irmã mais nova, Radana, não tinham nenhuma preocupação ou privação. Brincavam e aprendiam pequenas coisas durante o dia.

"Um jovem pai passou carregando um filho nas costas e outro na frente, e no resto do corpo os fardos e itens necessários: comida, utensílios de cozinha, colchonetes, travesseiros, cobertores. Sua mulher, com uma criança no colo e outra a caminho, segurava forte o braço dele enquanto seguiam pela rua movimentada. Um adolescente passou por eles segurando com as mãos seu estômago, que sangrava, enquanto tentava procurar ajuda. Nenhuma ajuda apareceu. Eu via um milhão de rostos de uma vez, e todos eram iguais. Assustados. Perdidos. "

Porém um dia a revolução chegou no Camboja, "soldados" revolucionários invadem a casa e mandam todos se retirarem o mais rápido possível. Levem somente o necessário, dizia ele, vocês devem deixar este local imediatamente.

Pegaram o que conseguiram carregar e os membros da família real entraram no carro em direção ao ponto de encontro. O pai de Raami tinha um local marcado para se caso algo acontecesse, a família permanecesse unida.

Os membros da família cada qual com sua personalidade e características fornecem algum aprendizado para a jovem garota. Nesse momento de total conturbação muitas lições são aprendidas.

"Mais uma vez vi o rosto do soldado do Khmer Vermelho que havia apontado a arma para a cabeça do velho. Ocorreu-me que a expressão de seu rosto quando atirara no velho, ao vê-lo cair no chão, não tinha nome. Não era raiva, nem ódio, nem medo. Aquilo era vazio de raiva ou de qualquer coisa reconhecível, lembrei que pensara que ele não parecia criança nem adulto, mas uma espécie de criatura real só para ele, não totalmente irreal, assim como um monstro de pesadelo não é irreal. "

Logo todos são cercados pelos revolucionários e encaminhados para locais onde deveriam ficar reunidos. Violência, fome, doenças, tristeza, trabalho forçado, humilhação e cansaço são algumas das experiências que os prisioneiros tiveram que enfrentar.

A jovem é muito ligada ao seu pai, o qual utiliza das histórias para confortar a criança e também como fuga para que não sucumbam ao completo estresse psicológico.

"- Talvez seja natural para um pai, para todos os pais, ver em seu filho tudo o que é bom e intocado. Mas se puder, Raami, quero que veja isso em si mesma. Não importa quanta feiura e destruição testemunhe ao seu redor, quero que sempre acredite que o menor vislumbre de beleza aqui e ali é um reflexo da morada dos deuses. Isso é real, Raami. Existe esse lugar, esse espaço sagrado. Você só precisa imaginar, atrever-se a sonhar. Está dentro de você, dentro de todos nós. "

No decorrer do livro podemos ver como estas situações extremas fazem com que a jovem amadureça e com a história narrada por ela, compartilhamos as experiências vividas nesse período de terror. Diversas vezes eu me esquecia do quão jovem era o narrador, mas sei que o crescimento é acelerado quando as crianças são privadas de sua infância e vivenciam coisas que eu, 3 vezes mais velha que ela, não enfrentei e espero nunca enfrentar.

Mesmo em momentos assim podemos presenciar momentos de amor, alegria momentânea e estar com a família fortalece as pessoas, bem como lutar para encontrar um ente querido nos dá forças quando somos forçados a nos separar.

"Eu tinha quase certeza de que havia ficado muito mais velha, e nos últimos meses começara a considerar o reflexo da menina que às vezes via na superfície da água como uma espécie de duende, um fantasma da ingenuidade passando sob meu olhar antes de desaparecer nas ondulações. "

Particularmente gosto de livros que envolvem revoluções e guerras, o contato com as terríveis coisas acontecidas no passado faz com que fiquemos de olhos abertos sobre o quão cruel o ser humano pode ser. E mais, para que sempre conteste os motivos que levam uma pessoa a querer impor ações drásticas para um "futuro" melhor. Sempre devemos utilizar do nosso senso crítico e avaliar o que é dito e incentivado na sociedade. Assim como as ações, as palavras também levam a consequências e muitas vezes finais terríveis.

"- É possível não ser simpático à sua causa? - Perguntou papai, com voz hesitante. - Aos ideais pelos quais estão lutando?- E qual é essa causa? Não sabemos não é? Tenho certeza de que nem essas crianças sabem. Quanto aos "ideais", não creio que eles sequer saibam o que a palavra significa. "
"Manter você não é vantagem, matá-la não é perda. Sob as regras da Organização, fomos reduzidos a esse ditado. Como eu poderia viver por essas palavras? Com tantos levados embora por pretensões menores, como poderia qualquer criança acreditar que viveria além desse dia, desse momento? Como poderia esperar o amanhã? Em um mundo de morte sem sentido, não podia compreender o significado. Se esse era nosso carma coletivo, por que eu ainda estava viva? Eu era tão culpada quanto os que sobreviveram, e tão inocente quanto os que morreram. "

Este é o romance de estreia da autora, que tem uma bela história assim como a protagonista da obra. Vaddey Ratner tinha cinco anos quando o Khmer Vermelho assumiu o poder, em 1975. Depois de quatro anos de trabalhos forçados, fome e risco de execução, ela e sua mãe fugiram enquanto muitos membros de sua família morreram.

Visite seu site em www.vaddeyratner.com.

site: http://cladoslivros.blogspot.com.br/2015/11/resenha-sombra-da-figueira-de-vaddey.html
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Fernanda 23/01/2016

Resenha: À sombra da figueira
CONFIRA A RESENHA NO BLOG:

site: http://www.segredosemlivros.com/2016/01/resenha-sombra-da-figueira-vaddey.html
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Liachristo 02/02/2016

À Sombra da Figueira - Vaddey Ratner - Geração Editorial
"À Sombra da Figueira" foi o primeiro romance de Vaddey Ratner. Neste livro ela nos conta a história da luta de Raami de apenas 7 anos, para sobreviver sob o terrível regime do Khmer Vermelho. Durante seu reinado de terror 1975-1979, o regime comunista esvaziou cidades, fechou escolas e hospitais, e baniu famílias para campos de trabalhos forçados em uma tentativa de transformar o Camboja em uma utopia agrária. Reformas agrícolas equivocadas levaram à fome generalizada. Pessoas consideradas intelectuais - o que poderia significar simplesmente que eles usavam óculos - foram torturados ou assassinados sem rodeios. Estima-se que 1,7 milhões de cambojanos, ou seja, 25 por cento da população, morreram.

Raami é uma princesa, seu pai é um descendente do rei Sisowath. Educado no exterior, ele tornou-se desiludido com o governo cambojano corrupto e é inicialmente simpático ao que ele acredita serem os ideais do Khmer Rouge. O que logo se mostra equivocado e apavorante para ele e toda a sua família.

Arrancada de sua casa e de tudo que lhe era seguro e conhecido, depositada em uma aldeia estranha, Raami(que tem poliomielite), nos dá a sua visão do que a cerca, sempre de uma maneira bela e positiva. Observa "árvores de chama em plena floração" e arrozais com "pés na altura do joelho tão flexíveis como os cabelo de um bebê". Nos dá registros do nascer do sol como "véu rosado do céu, tomando emprestado o tom das flores de lótus que se desdobram abaixo. "Mais tarde, em um caminhão com destino ao desconhecido, ela observa com gratidão a criança que lhe oferece água de uma casca de coco e a bondade desajeitada de um soldado que conforta durante uma tempestade. Tudo isto é que faz com que possamos encontrar neste romance sombrio, beleza e até mesmo alegria.

Ao iniciar esta leitura, eu já estava preparada para encontrar muito drama, dor, e muitas perdas de personagens por quem eu fosse simpatizar, e sim isto aconteceu. Mas só até certo ponto. Vaddey nos faz viajar para o Camboja em sua pior época. Uma época de dor e destruição do povo cambojano, mas ao mesmo tempo ela nos faz adentrar este mundo pelos olhos sonhadores e sensíveis de Raami, e isto é que faz toda a diferença para que não tenhamos apenas uma outra história sobre genocídios.

Uma das mais belas passagens, é quando a babá de Raami diz a ela que histórias "são como caminhos dos deuses. Eles nos levam de volta e para trás no tempo e no espaço e nos conectam a todo o universo".

O que considerei notável e belo neste livro é que mesmo a autora tendo vivido tudo isto na pele, notamos em sua história a ausência de raiva e a capacidade - aparentemente infinita - por empatia.

Em minha opinião, À Sombra da Figueira é um livro que deveria ser lido por todos. Nos traz ensinamentos, valores e a resiliência de esperarmos a nossa hora de ser feliz.


site: http://goo.gl/dj5bvc
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Mila F. @delivroemlivro_ 30/03/2016

De uma delicadeza que dói no corpo todo. Lindo e triste.
A primeira coisa que me chamou atenção em À Sombra da Figueira (In the Shadow of the Banyan) foi a capa, então após ler a sinopse fiquei ainda mais curiosa, um dos fatos que me chamou atenção é a escritora Vaddey Ratner ser cambojana e ter, em seu romance de estréia, se inspirado em sua própria situação de vida.
O livro traz a história de uma garotinha de 7 anos chamada Raami filha do Príncipe Tigre (da realeza cambojana), que apesar de ter tido poliomielite quando mais nova e ter algumas limitações de locomoção, vive uma vida agradável com seus pais e sua irmã mais nova, Radana, numa casa bonita onde tinham uma situação financeira boa e livres de preocupações e privações materiais.
Através da criança, Raami, que é a nossa narradora, teremos uma narrativa fácil e doce ficamos a par dos acontecimentos de um dos períodos mais sangrentos do Camboja, isto é, a ditadura de 1975, quando o Khmer Vermelho tenta transformar o país em um modelo comunista agrário.
Raami e sua família são expulsos de casa pelos soldados revolucionários e passam a viver nos campos onde o Khmer Vermelho determinava e assim viviam como escravos, além de passarem por fome, medo, humilhações, violências, doenças e trabalhos forçados. No decorrer da narrativa o pai de Raami se entrega e a família acaba por se separar e alguns a falecerem.
À Sombra da Figueira é um livro que emociona o leitor e nos faz ver o quanto o "ser humano" é capaz de brutalidades enormes o quanto famílias inteiras pereceram nessa ditadura. O que dói mais é que o livro é narrado por uma criança de 7 anos que não consegue entender toda a confusão que está acontecendo e ao mesmo tempo passa a amadurecer antes do tempo e a perder as esperanças. Ao mesmo tempo o livro é bastante poético e incrivelmente doce, aquela doçura que só encontramos nos olhos de uma criança mesmo nos momentos de dor.
Sem dúvida, esse é um dos livros mais incríveis que já li este ano e mexeu comigo, me deixou tão triste e ao mesmo tempo apaixonada por Raami e por sua força e coragem. À Sombra da Figueira é a prova de que alguns livros são escritos, algumas histórias são contadas para nos estapear, nos fazer cair na real de como o ser humano pode ser capaz de tanta atrocidade e violência e o quanto deveríamos aprender com estes erros que destruíram e despedaçaram uma nação, fazendo-a ficar cheia de cicatrizes.

site: www.delivroemlivro.com.br
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Jane 04/03/2017

Inúmeras pausas para choro.
Este é o nono livro do Projeto Viagem literária e o país é o Camboja.

O livro conta a história de um dos maiores, se não for o maior, genocídio praticado por um governo. Em 1975, o Khmer Vermelho toma o poder e inventa um governo agrário, colocando a população para trabalhar no campo, expulsando essas de suas casas, acabando com as cidades, com a modernidade. Pessoas com instruções foram assassinadas só por saberem ler.
O trabalho era miserável, as pessoas morriam de fome, de doenças ou eram executadas por serem consideradas traidoras.

Á sombra da figueira, conta essa história sob a ótica de um menina de 7 anos, Raami. A personagem é a personificação da própria autora e o que ela viveu, mas é contada sob uma visão poética.
Raami se vê expulsa de casa e a cada mudança de lugar vai perdendo um parente e um pouco de sua inocência. Como ela mesmo diz, ela vê as coisas, mas não as entende.
É um livro cheio de dor, tive que parar várias vezes por simplesmente não ser capaz de parar de chorar. Mas também é um livro de esperança, ou como o pai de Raami diz, ele nos dá asas em meio à brutalidade humana.
Até agora, o melhor livro do projeto.
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Deborah 16/03/2017

Belíssimo
Uma história comovente sobre superação e esperança, escrita de forma majestosa. Poesia e emoção em cada página, prendendo o leitor do início ao fim.
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Larissa Benevides (Clã) 26/09/2017

Resenha: A sombra da figueira
“- Restarão poucos de nós descansando à sombra da figueira-de-bengala - a Rainha Avó murmurou de novo, e eu não entendia por que as pessoas loucas sempre sentiam necessidade de dizer a mesma coisa duas vezes.- A luta vai continuar. O único lugar seguro é aqui, debaixo da figueira-de-bengala.”

Este lindo livro vai contar a história de Raami, uma garotinha de 7 anos que teve poliomielite e portanto tem algumas limitações para andar. Filha do príncipe Tigre, da realeza cambojana, narra os acontecimentos de um dos períodos mais obscuros do Caboja, a ditadura de 1975, onde os Khmer Vermelho tenta transformar o país em um modelo comunista agrário.
Ela e sua família viviam em uma bela casa, com funcionários que auxiliavam em diversas atividades diárias. A garotinha e sua irmã mais nova, Radana, não tinha nenhuma preocupação ou privação. Brincavam e aprendiam pequenas coisas durante o dia.
“Um jovem pai passou carregando um filho nas costas e outro na frente, e no resto do corpo os fardos e itens necessários: comida, utensílios de cozinha, colchonetes, travesseiros, cobertores. Sua mulher, com uma criança no colo e outra a caminho, segurava forte o braço dele enquanto seguiam pela rua movimentada. Um adolescente passou por eles segurando com as mãos seu estômago, que sangrava, enquanto tentava procurar ajuda. Nenhuma ajuda apareceu. Eu via um milhão de rostos de uma vez, e todos eram iguais. Assustados. Perdidos.”
Porém um dia a revolução chegou no Camboja, "soldados" revolucionários invadem a casa e mandam todos se retirarem o mais rápido possível. Levem somente o necessário, dizia ele, vocês devem deixar este local imediatamente.
Pegaram o que conseguiram carregar e os membros da família real entraram no carro em direção ao ponto de encontro. O pai de Raami tinha um local marcado para caso algo acontecesse, a família permanecesse unida.
Os membros da família cada qual com sua personalidade e características fornecem algum aprendizado para a jovem garota. Nesse momento de total conturbação muitas lições são aprendidas.
“Mais uma vez vi o rosto do soldado do Khmer Vermelho que havia apontado a arma para a cabeça do velho. Ocorreu-me que a expressão de seu rosto quando atirara no velho, ao vê-lo cair no chão, não tinha nome. Não era raiva, nem ódio, nem medo. Aquilo era vazio de raiva ou de qualquer coisa reconhecível, lembrei que pensara que ele não parecia criança nem adulto, mas uma espécie de criatura real só para ele, não totalmente irreal, assim como um monstro de pesadelo não é irreal.”
Logo todos são cercados pelos revolucionários e encaminhados para locais onde deveriam ficar reunidos. Violência, fome, doenças, tristeza, trabalho forçado, humilhação e cansaço são algumas das experiências que os prisioneiros tiveram que enfrentar.
A jovem é muito ligada ao seu pai, o qual utiliza das histórias para confortar a criança e também como fuga para que não sucumbam ao completo stress psicológico.
“- Talvez seja natural para um pai, para todos os pais, ver em seu filho tudo o que é bom e intocado. Mas se puder, Raami, quero que veja isso em si mesma. Não importa quanta feiura e destruição testemunhe ao seu redor, quero que sempre acredite que o menor vislumbre de beleza aqui e ali é um reflexo da morada dos deuses. Isso é real, Raami. Existe esse lugar, esse espaço sagrado. Você só precisa imaginar, atrever-se a sonhar. Está dentro de você, dentro de todos nós.”
No decorrer do livro podemos ver como estas situações extremas fazem com que a jovem amadureça e com a história narrada por ela, compartilhamos as experiências vividas nesse período de terror. Diversas vezes eu me esquecia do quão jovem era o narrador, mas sei que o crescimento é acelerado quando as crianças são privadas de sua infância e vivenciam coisas que eu, 3 vezes mais velha que ela, não enfrentei e espero nunca enfrentar.
Mesmo em momentos assim podemos presenciar momentos de amor, alegria momentânea e estar com a família fortalece as pessoas, bem como lutar para encontrar um ente querido nos dá forças quando somos forçados a nos separar.
“Eu tinha quase certeza de que havia ficado muito mais velha, e nos últimos meses começara a considerar o reflexo da menina que às vezes via na superfície da água como uma espécie de duende, um fantasma da ingenuidade passando sob meu olhar antes de desaparecer nas ondulações.”
Particularmente gosto de livros que envolvem revoluções e guerras, o contato com as terríveis coisas acontecidas no passado faz com que fiquemos de olhos abertos sobre o quão cruel o ser humano pode ser. E mais, para que sempre conteste os motivos que levam uma pessoa querer impor ações drásticas para um "futuro" melhor. Sempre devemos utilizar do nosso senso crítico e avaliar sempre o que é dito e incentivado na sociedade. Assim como as ações, as palavras também levam a consequências e muitas vezes finais terríveis.

“- É possível não ser simpático à sua causa? - Perguntou papai, com voz hesitante. - Aos ideais pelos quais estão lutando?- E qual é essa causa? Não sabemos não é? Tenho certeza de que nem essas crianças sabem. Quanto aos "ideais", não creio que eles sequer saibam o que a palavra significa. “
“Manter você não é vantagem, matá-la não é perda. Sob as regras da Organização, fomos reduzidos a esse ditado. Como eu poderia viver por essas palavras? Com tantos levados embora por pretensões menores, como poderia qualquer criança acreditar que viveria além desse dia, desse momento? Como poderia esperar o amanhã? Em um mundo de morte sem sentido, não podia compreender o significado. Se esse era nosso carma coletivo, por que eu ainda estava viva? Eu era tão culpada quanto os que sobreviveram, e tão inocente quanto os que morreram. “
Este é o romance de estreia da autora, que tem uma bela história assim como a protagonista da obra. Vaddey Ratner tinha cinco anos quando o Khmer Vermelho assumiu o poder, em 1975. Depois de quatro anos de trabalhos forçados, fome e risco de execução, ela e sua mãe fugiram enquanto muitos membros de sua família morreram.


site: http://www.cladoslivros.com.br/2015/11/resenha-sombra-da-figueira-de-vaddey.html
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Pandora 31/10/2017

Para a menina Raami, de sete anos de idade, o fim abrupto e trágico da infância começa com os passos de seu pai voltando para casa na madrugada, trazendo detalhes da guerra civil que invadiu as ruas de Phnom Pehn, a capital do Cambódia. Logo o mundo privilegiado da família real é misturado ao caos da revolução e ao êxodus forçado. Nos quatro anos seguintes, enquanto o Khmer Vermelho tenta tirar da população qualquer traço de sua identidade individual, Raami se apega aos únicos vestígios de sua infância ? lendas míticas e poemas contados a ela pelo seu pai.

Há uma coisa admirável em alguns livros que narram histórias de guerra, ditaduras e genocídios que é a capacidade de poetizar uma situação sem mascará-la, de trazer a esperança em meio ao caos. É o que faz aqui Vaddey Ratner ao nos contar o drama da pequena Raami, que de princesa mimada pelo pai, com direito a babá e joias, passa a viver os horrores infligidos ao seu povo pelo regime Kampuchea Democrático, que dominou o Camboja entre 1975 a 1979. Estima-se que neste período, 1,5 milhão de pessoas - ou 1/5 da população total do país - tenha morrido devido a tortura, fome, execuções e trabalhos forçados. Raami é tirada de casa com a família no meio da noite, sem saber o que esperar do futuro, mas apegando-se sempre às lições e aos poemas de seu pai, a quem idolatra. A ligação com a natureza, o espírito e as leis do universo, preceitos do budismo instrínsecos à identidade étnica e cultural do país - e firmemente combativos pela "Organização", como era chamado o Partido Comunista da Kampuchea - mantém a firmeza do povo mesmo nos momentos mais difíceis. Um livro para se emocionar às lágrimas, por todo o mal - mas também o bem - de que os seres humanos são capazes. Mais do que recomendo!
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Lusia.Nicolino 02/08/2019

Em muitas passagens, poesia em prosa
Livro de estreia de Vaddey, escritora cambojana, nossa narradora é uma garotinha de 7 anos, que manca por conta de uma poliomielite e que nos conta o mundo como o vê, filtrado pelo seu olhar de filha do Príncipe Tigre, do alto de sua vida confortável que de repente desmorona.
Raami tenta manter as lembranças de sua infância, as lendas, histórias e poemas contados pelo pai.
Singelo na narrativa, duro ao retratar a realidade que o regime ditatorial do Khmer vermelho impôs, doloroso nas perdas.
Em muitas passagens, poesia em prosa. Algumas resenhas apontam que a história suavizou muito os horrores desse período, mas eu discordo, já que a autora deixa claro que é uma obra de ficção, não um livro histórico ou jornalístico. Outros o descrevem como um tratado de resiliência. Não sei, às vezes não é resiliência, é instinto de sobrevivência imposto pelas circunstâncias.
Assim, vale a pena conferir.
Mas, como é um livro de estreia, é preciso ficar de olho na próxima produção, muitas vezes o autobiográfico já é uma história “parida”, quando é preciso "gestar uma história" o resultado pode ser bem diferente.

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Cris 24/04/2020

Uma história que precisa ser conhecida
“Este templo é tão bonito, e é apenas um pequeno vislumbre, modesto, do que é divinamente possível em todos nós. Somos capazes de beleza extraordinária se nos atrevermos a sonhar.”

O livro se passa no Camboja, no ano de 1975. Raami é uma garotinha de 7 anos, que mora com os pais e a irmãzinha mais nova. Ela é descendente da realeza do país, e seu pai é um príncipe.

Ela possui uma vida encantada, com pais amorosos, vive no conforto, com tudo o que uma criança pode sonhar. Porém, nesta época, um grupo de rebeldes comunistas toma o poder no país, e um exército invade as cidades levando os moradores para os campos para fazerem trabalhos forçados.

A família de Raami é uma das muitas que são obrigadas a deixar a segurança de seu lar e fazer o que lhe são exigidos, se quiserem sobreviver neste novo sistema.

A história é fictícia, mas foi baseada na vida da própria autora, que viveu de perto os horrores desta ditadura que realmente aconteceu no país na década de 1970. Este livro me surpreendeu positivamente de várias maneiras.

Em primeiro lugar, uma verdadeira aula de história sobre este período histórico, que eu, na minha ignorância não tinha conhecimento. Eu nunca tinha lido nada sobre o Camboja, e foi muito interessante conhecer, além do contexto histórico, um pouco da cultura do país.
Quando terminei a leitura, fui procurar sobre este país e descobri que foi um dos períodos mais tristes da história mundial, levando mais de um milhão de pessoas à morte. O livro traz um relato muito fiel do que realmente aconteceu.

Outro ponto que me surpreendeu muito foi a narrativa da autora. No livro, o pai de Raami é uma figura muito importante em sua vida, além de príncipe, ele era um grande intelectual e poeta. É ele quem transmite a Raami toda a esperança, resistência e coragem que ela precisa pra enfrentar momentos tão terríveis. E a autora insere nestes diálogos um texto que ao mesmo tempo em que nos entristece, nos enche de esperança.

A história é muito triste mesmo, eu me vi em muitos momentos com o coração partido. A Raami passa por situações que ninguém neste mundo precisaria vivenciar se não fosse a ganância e falta de amor da humanidade. Ao mesmo tempo, é tocante ver como ela e sua família encontram pessoas que se mantêm firmes às suas essências e que fazem o que podem para tornar a experiência de todos menos traumática.

Com uma história de sofrimento e dor, o livro nos mostra o que o ser humano é capaz de superar e o que realmente é essencial à nossa vida. É uma história que você lê e pensa: “E eu aqui achando que minha vida é ruim…”

Mais um daqueles livros que me fazem questionar o porquê de não serem mais conhecidos por mais leitores.

“O melhor que eu podia esperar era atrair de cada um a luz de que precisava para me guiar neste caminho escuro e incerto. O resto, eu teria de fazer por conta própria. E minha solidão, esta solidão, seria minha força.”


site: https://www.instagram.com/li_numlivro/
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Luice 17/07/2020

Maravilhoso
Conhecer a luta de um povo em meio a guerra já é algo comovente, conhecer as dificuldades pelas quais a família real teve que passar, ainda mais pelo ponto de vista de uma criança, foi emocionante.
Livro inesquecível, que estava há um tempo na minha lista de leitura e enfim pude ler.
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Barbara M Giolo 19/07/2020

Impossível transmitir o que é ler À sombra da figueira
Percebi que estou enrolando para escrever sobre esse livro porque não sei por onde começar. Já terminei tem duas semanas e o favoritei na hora mas até agora não sei o que contar. Deve ser porque esse é um livro de sentir. É uma história linda com personagens mais lindos ainda, poesia em prosa como li em outra crítica. É engraçado dizer isso, estava lendo poesia ao mesmo tempo e nem mesmo a poesia parecia tão poesia quanto a escrita de Vaddey Ratner. Esse livro me tocou e me mudou, sinto que vou trazer comigo parte dele por um bom tempo!
O livro conta a história de Raami, uma princesa do Camboja que vive, junto da sua família, a instalação de uma ditadura de bases agrárias em seu país. A história é de muita luta e mazelas, mas acima de tudo é de esperança e amor, do tipo que se aproxima do divino. Ao longo de dois anos Raami e sua família fazem de tudo para sobreviver a fome e a miséria desse novo estilo de vida. Seu pai que era seu herói é o primeiro a deixá-la causando uma ferida grande demais para a pequena entender. Mesmo assim ele continua sendo seu guia em todas as dificuldades até que ela e sua mãe conseguem escapar e se refugiam nos Estados Unidos.
A verdade retratada no livro é basicamente é basicamente a história da autora e de sua família. A ditadura cambojana é uma triste página real do país. O tempo todo Vaddey nos presenteia com a cultura de sua terra natal: culinária, língua, religião e geografia locais recheiam as páginas. O livro me trouxe lágrimas em vários trechos, ainda não sei como finalizar essa resenha, como eu fecho essa linha de pensamento se até hoje as sensações reverberam em mim? A minha vontade é gritar pro mundo: LEIAM! Literatura da mais alta categoria sem dúvidas. Ninguém vai conseguir te transmitir o que é ler À sombra da figueira pois este é um livro de sentir e assim como os sentimentos ele é único para cada um.
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