Caroline Gurgel 28/01/2014Contagiante...Mode Young Adult:
On /
Off
Será que um dia vou ficar "velha" e "chata" e deixar de me encantar com esse tipo de estória? Sinceramente, espero que não. Cassandra Clare faz magia com as palavras e é sempre uma leitura pra lá de prazerosa. Para quem caiu de paraquedas aqui, explico: essa autora criou um mundo de fantasia de Caçadores de Sombra e Seres do Submundo, e com ele lançou, até então, duas séries:
Os Instrumentos Mortais e
As Peças Infernais. Elas se passam em épocas diferentes, se complementam e, apesar de As Peças Infernais vir cronologicamente mais de cem anos antes, em 1878 na Londres vitoriana, a ordem de leitura não importa.
Li os três livros de As Peças Infernais e só depois iniciei
Cidade dos Ossos. Além de já conhecer o mundo criado pela Clare, eu havia assistido o filme desse livro antes. Ler o livro após ter visto a estória na telona foi uma experiência que eu nunca tinha conseguido fazer, apesar de já ter tentado. A escrita é tão fascinante, os detalhes são tão bem apresentados e bem mais ricos que saber ou não o que acontece fica quase em segundo plano. Gostei muito do filme, mas após a leitura estou convencida de que não teria gostado tanto assim caso a ordem fosse inversa, livro-antes-filme-depois. Então, se você não se controlou como eu, viu o filme antes e acha que o livro não vai ter graça, eu afirmo: você está completamente enganada.
Cidade dos Ossos começa a contar a estória de Clary, uma menina de 15 anos que até então não cogitava a existência de outros seres que não humanos (ou mundanos). Clary, Jace, Alec e Isabelle são os personagens principais desse livro e são
FAN-TÁS-TI-COS, em todos os sentidos da palavra.
A princípio não pude deixar de comparar os personagens Clary e Jace com Tessa e Will (As Peças...), mas logo cada um passa a ser especial e livre de quaisquer comparações. Eu diria que As Peças... tem seu charme a mais pela era vitoriana londrina que tanto me fascina, no mais, ambas são igualmente cativantes.
A autora consegue se destacar em meio a tantos livros de fantasia que lotam as prateleiras das livrarias atualmente, livros que fazem muitos torcer o nariz por pensar que é "mais do mesmo". A Clare é mais. Ela não se preocupa em escrever uma estória certinha, toda dentro do "politicamente correto para adolescentes" e isso é um de seus pontos altos. A escrita certamente é seu maior trunfo, sempre elegante e com tom formal muito bem mensurado, nem tanto nem tão pouco.
Adorei o epílogo e mal posso esperar para ver como tudo irá se desenvolver e, tendo visto ela desatar um nó "indesatável" no triângulo amoroso da outra série, sei que ela só tem a me surpreender. Está no meu rol de autores prediletos, sem dúvida.
(Ps: Minha edição é a original em inglês e quando falo da escrita me refiro a desta, portanto eu não saberia opinar sobre a versão brasileira)