Nana Barcellos | @cantocultzineo 11/12/2018
Na resenha de A Senhora dos Mortos, mencionei que o embate entre Ivan e Jezebel não seria tão fácil e que ele precisava ser muito estratégico. Esse capítulo da saga se passa em outro local. Se foi uma boa escolha ou não, só vamos saber ao final das páginas.
Após muitos anos, Ivan, sua família e os membros da comunidade do Condomínio Colinas, se encontram com as vidas estabilizadas em Ilhabela. A ameaça dos mortos-vivos ainda é muito presente, mas contida. E a maior surpresa são as novas espécies chamadas beserkers. Os beserkers são zumbis mais ferozes e prezam de uma agilidade assustadora. É fácil reconhecê-los, pois são altos e difícil de combater.
Ivan já é um senhor de idade a até avô, então o comando das forças agora pertence ao seu filho mais velho, Matheus. Não é tão louco quanto o pai, mas faz um ótimo trabalho ao lado de sua irmã. Ao longo da saga, Ivan e Estela adotaram várias crianças que presenciaram os pais se transformarem numa daquelas criaturas grotescas, assim como vários outros membros do Condomínio Colinas, que eles abrigaram e cuidaram por anos. Como veem, Ivan sempre procurou ajudar o próximo da maneira que podia e ainda assim, há quem se volte contra ele.
Com ajuda dos sobreviventes, Ivan e Estela tornaram Ilhabela habitável e com passar dos anos, receberam novos moradores e intensificaram a fortaleza; limpando outras áreas, inaugurando comércios, hospital, escola, delegacia... é como se a vida tivesse o gosto da normalidade de novo. Há trabalho e remuneração. Por outro lado, há leis a seguir. Ivan se tornou prefeito, o que trás muitas questões sobre a votação local, em vista que os moradores desejam que ele fique no cargo um bom tempo. Ao seu lado está seu vice, Uriel, um homem que sofre e muito com as perdas ocasionadas pelo caos, incluindo sua visão. Sua única alegria é seu filho, Otávio.
Isabel continua ajudando os membros da comunidade e estudando ainda mais o seu dom, após os eventos com a irmã. Ela sabe que, apesar das décadas que passaram, Jezebel ainda está por aí, aguardando uma bela oportunidade para concluir sua vingança. Infelizmente, a comunidade não esperava que a traição de um dos membros facilitaria a questão.
"A imagem de Ivan naqueles dias era de um ser em total abandono, sentado na praia, barbudo, sujo, magro, mudo e de olhar vazio. Todos achavam que ele acabaria morrendo de dor, ou talvez se matasse.
Então algo aconteceu."
Vocês viram que a história está super avançada, né? Então, eu fiz um resumo bem fininho para não falar demais. E gente! Essa série precisa ser adaptada! Há cenas que necessito assistir. Eu vivo dizendo que não é uma trama para se apegar aos personagens. Em A Ilha dos Mortos, criaram uma marionete perfeita para instaurar o caos. Vocês devem ter notado nas resenhas anteriores, que o autor sempre apresenta novos personagens, e que trazem problemas ao protagonista. Desta vez, Ivan está cercado de tubarões e alguns, mais próximos do que ele imagina. Um deles, é um personagem que está na série desde o primeiro livro, e esse ponto me deixou bem surpresa.
O autor descreve suas cenas com detalhes e de forma eletrizante. Muitas das cenas, nos remetem a um filme de ação, com grandes confrontos. As páginas finais são um misto de tristeza, raiva, choque e certo temor. O ser humano, como sempre, provando que pode ser pior que qualquer zumbi. Os embates com os beserkers surpreendem, já que a equipe perde sua facilidade. O momento em que descobrimos sobre a criação deles, é um dos melhores do livro. Os conflitos políticos também são bem explorados e sinalizam uma trilha para algo malígno. Nada me espanta do autor que transformou Dilma e Lula em zumbis em O Vale dos Mortos.
Ainda há alguns nomes conhecidos pela comunidade, porém muitos já partiram. Um personagem muito importante está nesse meio, me deixou super sentida. Perdas geradas por ataques ou doenças. Isso trás à tona uma das teorias que o doutor Oscar fez e ressalto que é importante ler os livros na ordem, apesar de ser uma preferência do leitor. Por outro lado, fiquei meio decepcionada com o personagem Zac, que está na série desde o início. Sei que ele é o tipo do macho alfa, mas me incomodou seu comportamento neste volume, porque no anterior notei uma melhora e acreditei que ficaria mais de boa. Engano.
"- Por favor, cuide-se. Não só porque nós te amamos, mas também porque seria horrível ter que lutar contra você."
Adorei o crescimento da Mariana. Lembram dela em Elevador 16? Pois é, a personagem cresceu e ganhou um baita espaço neste capítulo. Quando o pai a mandou para o Condomínio Colinas, não imaginava que sua jornada seria tão longa e de certa forma, importante e ainda mais ligada a um personagem de grande destaque. Sério! Este volume é cheio de surpresas; algumas felizes e outras bem tristes.
A Ilha dos Mortos é aquele capítulo da saga que irá testar seu emocional de todas as maneiras. Há perdas marcantes e nos prepara para os últimos capítulos. Apesar que a saga "Condomínio Colinas" finaliza por aqui. As duas partes de A Era dos Mortos se passam anos a frente. Algo horripilante nos aguarda. Será que a humanidade será extinta ou precisaremos de um reboot?
"Mas as grandes vitórias também são construídas com lances de sorte."
Será essa capa a que me dá mais medo? Juntando com interno das orelhas cheio de crânios? Sim e sim. A Faro capricha a cada lançamento e edição. E é muito legal encontrar as diversas opiniões dos amigos blogueiros pelas orelhas. Muito curiosa para o que me espera nos dois volumes finais.
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