Preconceito linguístico

Preconceito linguístico Marcos Bagno




Resenhas - Preconceito Linguístico


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Grace 04/09/2010

Preconceito Linguístico
Este livro é um dos quais um graduando de Letras não pode deixar de ter. E mostra através o que é de fato um estudo linguístico assim como, as nuances da nossa língua.
Desfaz de fato, todos os mitos que construímos através da nossa formação estudantil.

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Edu Castro 09/08/2010

Resenha do livro Preconceito lingüístico.
O livro Preconceito lingüístico de Marcos Bagno vem para quebrar alguns mitos referentes à língua portuguesa, alguns mitos, que ele, Bagno, diz existir. É um livro acadêmico muito usado por professores não só do curso de língua portuguesa, mas em vários outros cursos.

O livro é dividido em quatro partes, onde o autor trabalha a idéia da não existência da língua culta (padrão) e tenta quebrar o preconceito lingüístico. Na primeira parte Marcos Bagno fala dos mitos do preconceito. O que melhor exemplifica o que quer ser transmitido está no mito três: “o português é uma língua difícil”, onde ele tenta acabar com esse paradigma. Na segunda parte Bagno trás os elementos que perpetuam os preconceitos lingüísticos, segundo ele os elementos são: a gramática tradicional, o ensino tradicional, os livros didáticos, o ultimo ele denominou de comandos paragramaticais – manuais de redação, programas de tv e rádio que tratam do assunto, etc. Na terceira parte Marcos tenta desconstruir o preconceito lingüístico, desta vez trás alguns dados que não justificam o numero de analfabetos no Brasil (p. 132): a china é bem mais que o Brasil e tem 6% de analfabetos enquanto no Brasil tem 12,4%. Na quarta e ultima parte do livro, Bagno tenta entender o preconceito com os lingüistas, pessoas que se dedicam ao estudo da língua.

Para dizer o penso sobre o livro farei algumas perguntas ao leitor desta resenha. O que você entende na frase “O português é fácil”? Pois eu entendo que tudo que está relacionado com a comunicação verbal e escrita na língua portuguesa é fácil, desde falar com um amigo a escrever um ofício para o Presidente da República. E pendo que escrever e falar na língua portuguesa são fáceis, entendo que não existe nenhuma complicação. Assim entendo. O leitor concorda comigo, ou pelo menos me entendem? Espero que sim.

Indo ao ponto. Marcos Bagno depois de escrever várias páginas afirmando que português é fácil e que não deve existir preconceito – nessa parte concordo com ele – ele chega na página 162 e dá exemplos de realizações fonéticas da língua portuguesa, após os exemplos Bagno diz o seguinte: “parece complicado? E é! Diante de uma situação dessa, que é apenas uma das muitas séries de inter-relações entre letra e som que existem na língua portuguesa, não nos parece nem um pouco ”inadmissível” a existência de dúvidas e excitações por parte dos brasileiros, inclusive os bem alfabetizados, no momento de escrever”. Agora eu me pergunto: como pode uma mesma pessoa dizer que português é fácil e complicado ao mesmo tempo, ou melhor, em um mesmo livro? Essa, sem dúvida, foi uma das coisas que mais me chamou atenção em todo o livro.

Olhando só para a idéia do “não ao preconceito lingüístico”, é sim um tema muito relevante, pois como, desta vez sim, inteligentemente, Bagno mostra que existe vários fatores que contribui para a variação lingüística, deixando assim muito diversificado o modo de falar de todos os brasileiras, fica incabível o preconceito.

O livro Preconceito lingüístico é um livro muito repetitivo, onde a mesma idéia é repetida vária vez. Por esse motivo recomendaria apenas a leitura da primeira parte do livro, onde é trabalhado alguns mitos e o desejo do fim do preconceito lingüístico. Mesmo lendo apenas essa parte, a leitura tem que ser bastante crítico, como qualquer
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Jamille Santos 06/07/2010

O Preconceito linguístico
"O autor aborda mitos sobre nossa língua que tem raizes profundas na nossa sociedade como só de fala português correto em Portugal e trás um ponto de vista bastente interessante como o português é passado de forma mecanica e como os professores insistem em ensinar regras grámaticais que já não utilizamos no nosso dia a dia."
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Paula 07/04/2010

Um livro extremamente incrível quanto à avaliação do preconceito do "português brasileiro" nos diferentes campos da sociedade,seja na forma de dominação/hierarquia de uma minoria sobre uma maioria, seja na imposição dos "comandos paragramaticais" exercido pelos diferentes meios de comunicação.Marcos Bagno,através de argumentos sólidos e (muitas vezes) reveladores por parte de gramáticos conservadores,nos convida a enxergar a outra face do verdadeiro caldeirão linguístico no qual estamos inseridos.
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Lara Moreira 21/02/2010

Um livro que mudou completamante minha visão sobre "sotaques","regionalização", "línguagem correta".
Recomnedo a todos pois é uma leitura que amadurece bastante os conceitos de cada um.
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Mari Gominho 08/02/2010

Preconceito Linguístico
Em seu livro “Preconceito Linguístico”, Marcos Bagno aponta, inicialmente, vários mitos disseminados na sociedade sobre o uso da língua portuguesa, segundo os quais o brasileiro não sabe falar direito, “maltrata” o idioma. Define, logo após, um ciclo vicioso no qual estão o ensino tradicional, a gramática tradicional e os livros didáticos; esses elementos fazem com que o processo de letramento, isto é, de aprendizagem dos usos da língua, transforme-se em uma mera repetição de questões sobre a língua, de regras da gramática normativa, nomenclaturas e classificações desnecessários. Ao ciclo vicioso, ele acrescenta ainda um quarto parâmetro a ser analisado: os comandos paragramaticais, um tipo de “associação dos guardiões da língua”, que exigem dos alunos que sejam aprendidos os conteúdos clássicos na escola, ignorando teses atuais sobre a evolução da língua, como ciência que ela é. O autor ressalta, ainda, que um falante da língua materna conhece as regras de funcionamento do idioma já na infância, com cinco ou seis anos; o aprendizado da língua é um processo natural. Para Bagno, os piores propagadores dos comandos paragramaticais são os próprios gramáticos, os primeiros a apontar “erros” e discriminar os falantes da língua. São pessoas “cultas” que pretendem mostrar a língua como “difícil de ser dominada”, privilegiando apenas a eles mesmos. A fim de mudar a postura dos educadores da língua em relação ao preconceito lingüístico, propõe-se o estudo dos diversos usos da língua dentro dos gêneros textuais cotidianos, capacitando os falantes naturais da língua a comporem textos claros, mas criativos.
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Ali 19/01/2010

Embora Bagno seja considerado extremista por alguns, considero este livro uma das leituras obrigatórias que todo estudante de Letras deveria fazer. É claro que ele é mais interessante e será mais compreendido por aqueles da área, mas pode ser lido por todos, sem problemas. Conheço muitas pessoas "preconceituosas" que precisariam dar uma olhada nos mitos apresentados por Bagno.
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Ju 16/01/2010

Não vale a leitura
Li esse livro por determinação da faculdade. Sob pretexto de uma renovação e de uma revisão na língua portuguesa em vista de diferenças regionais, ele faz propaganda política.

Ele se baseia em premissas, no mínimo duvidosas, para sustentar suas teses.
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Moy 25/12/2009

O PRECONCEITO NA UTILIZAÇÃO DA LÍNGUA E SUAS RELAÇÕES SOCIAIS.
Marcos Araujo Bagno nasceu em Minas Gerais na cidade de Cataguases, formou-se em Letras e como Mestre em Lingüística pela Universidade Federal do Pernambuco, obteve sua pós graduação de Doutorado em Língua Portuguesa e em Filologia pela USP (Universidade de São Paulo), e exerce a função de professor no Departamento de Lingüística do Instituto de Letras da Universidade de Brasília. Como tradutor, lingüista e escritor investiga as relações da Língua Portuguesa e a aplicação da mesma nas instituições de ensino no que tange as questões socioculturais através de pesquisas, divulgações cientificas e mais de trinta livros publicados.
Tornou-se militante contra a discriminação social disseminada através dos mitos e preconceitos presentes na aplicação e utilização da língua portuguesa; ao ministrar algumas palestras no ano de 1998 a respeito desse tema escreveu o livro publicado pela Editora Loyola (Preconceito Lingüístico – O que é, como se faz), obra na qual nos auxilia a separar a língua da gramática normativa.



Através do livro Preconceito Lingüístico - O que é, como se faz, Marcos Bagno apresenta a realidade atual da Língua Portuguesa e como desconstruir os mitos e preconceitos em torno dela.



A organização e apresentação da Obra em sua 16ª edição esta articulada em quatro partes:



I - A mitologia do Preconceito Lingüístico.


II - O circulo vicioso do Preconceito Lingüístico.


III- A desconstrução do Preconceito Lingüístico.


IV- O preconceito contra a Lingüística e os lingüistas.


- Além das “Primeiras Palavras” do autor (introdução), uma Carta a revista Veja e as referencias da obra.







I - A mitologia do Preconceito Lingüístico.






Por uma razão cultural, o português falado no Brasil possui particularidades e variações, em que as instituições de ensino por não analisar a “Questão Social”, ou seja, as injustiças conseqüentes da exclusão social erram ao tentar impor a “norma culta” como algo de acessibilidade uniforme para todos. Um exemplo é o fato de que as diretrizes normativas que regulamentam as relações sociais do Estado Brasileiro não são compreendidas por grande parte da população que, cada vez mais, torna-se alienada dos seus direitos a começar pela linguagem em que tais direitos são descritos.



O que se confunde é a diversidade cultural presente entre Brasil e Portugal, originando uma variação em relação ao português brasileiro e português lusitano, e a grande diferença entre gramática normativa e língua. Alguns professores culpam os alunos por não compreenderem as regras gramaticais, mas a realidade não interpretada por esses profissionais é que o Brasil possui uma população muito maior que Portugal, trazendo assim uma maior variação da língua que “não se estagna, sem sofrer mudanças ao longo dos anos”.



Através da gramática tenta-se normatizar a língua embasando-se em protótipos divergentes da realidade. As normas portuguesas são desproporcionais no que tangem as experiências dos brasileiros com a língua e que muitas vezes recebem uma formação escolar tão oposta ao relacionamento que se tem no cotidiano com a língua, aumentando assim os índices de “analfabetismo funcional”.



A manifestação da língua fora dos “dogmas gramaticais” expostos pelo autor como um “triangulo = escola – gramática – dicionário”, é vista como atitude “heresiática”. Com esse viés é propagada e ridicularizada de maneira tendenciosa e preconceituosa através de representações da teledramaturgia, como por exemplo personagens nordestinos sempre inclusos nos núcleos cômicos das tramas.



Marcos Bagno debate a idéia de centralização da língua que visa caracterizar uma região como a “melhor ou pior”. Através de observações em relação à língua mostra que as variações lingüísticas do Maranhão vistas para alguns gramáticos como a mais próxima do português falado em Portugal, em relação ao restante do país são como as que ocorrem entre o português lusitano e português “tupiniquim”, que sofrem mudanças conforme as experiências e necessidades entre a população.



A partir de um preconceito obrigam-se os alunos a pronunciarem da mesma maneira em que escrevem, gerando orientações aos professores até mesmo através de materiais didático, a repreenderem a todo o custo quem utiliza as palavras diferentes da forma escrita; naturalmente tal variação lingüística dada pelas culturas não deve receber repressão do padrão ortográfico que tem seu valor na língua escrita. Já que o alfabeto e a ortografia são tentativas de representação da fala e não se consegue em nenhum idioma estabelecer com precisão gráfica e expressar no “papel” todos os sentimentos e emoções existentes em relação ao que se fala, a pronuncia conforme a escrita torna-se algo incoerente para se aplicar no cotidiano.



A gramática ao longo da história perdeu sua função inicial de estabelecer um “padrão” a partir das experiências da língua, e se tornou um meio de “controle” da fala, trazendo o dogma que para a utilização da língua é preciso ter como única referencia a gramática normativa, tornando-se para os gramáticos uma visão “fundamentalista radical” assim como para os adeptos das religiões monoteístas.



Marcos Bagno ao fazer uma analogia da língua e a gramática normativa em relação aos fenômenos da natureza expõe com clareza as diferenças entre as normas e as variações da língua através do exemplo do “Igapó”, um fenômeno presente na Amazônia em que se consiste uma porção de água represada na margem de um rio – o rio simboliza a língua que corre em um fluxo livre, uma vez que a gramática normativa não passa de uma velha poça de água inerte, que se renova apenas nas cheias.



O autor desmistifica que o domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social, expondo tal incoerência através da simples reflexão na qual os professores de língua portuguesa estariam então ocupando a “cúpula do poder” na sociedade, pois teoricamente são os quais “melhor” dominam a norma culta, do contrário, outros cidadãos como, por exemplo, um fazendeiro que possua alguns rebanhos de gado-de-corte, não obtendo mais que os primeiros anos dos ciclos do ensino fundamental e fazendo uso de um português “incorreto” perante a gramática, pode ter uma ascensão financeira, política e social maior e com mais facilidades que um professor de português, o que nos possibilita compreender que, não é a aplicação das regras da norma culta na fala do individuo (muitas vezes alienado dos seus direitos que não são garantidos), que fará com que esse cidadão “suba na vida”.





II- O circulo vicioso do Preconceito Lingüístico.





Marcos Bagno no segundo capitulo do livro critica a continuidade do preconceito lingüístico estabelecido na sociedade através de um mecanismo que ele chama de “circulo vicioso”, constituído pela gramática tradicional, os métodos tradicionais de ensino e os livros didáticos. A gramática tradicional se torna a fonte das praticas de ensino que por conseqüência fomenta a indústria dos livros didáticos que são editados por orientação da gramática tradicional. Tornando-se assim um circulo vicioso.



Marcos sita um pouco sobre a vida de um defensor intransigente da língua portuguesa “padrão”, o professor Napoleão Mendes de Almeida que faleceu aos oitenta e sete anos em 1.998 deixando um legado de intolerância e autoritarismo. Critica com bastante propriedade as orientações preconceituosas de Luiz Antônio Sacconi em seu livro (Não erre mais!), no qual segundo Bagno dispõe apenas de dados inúteis e sem critérios; pontua de maneira desmistificadora o texto “português ou caipires?” de Dad Squarise, que segundo ele reuni os preconceitos sociais, étnicos e lingüísticos em poucos parágrafos. Mostra através de reflexões que o preconceito é fruto da ignorância.






III- A desconstrução do Preconceito Lingüístico.






Marcos Araujo Bagno salienta na terceira parte do livro pontos, como “O reconhecimento da Crise no ensino da língua, A necessidade de mudança de atitude, O que é ensinar português, O que é erro, Paranóia ortográfica e como Sobreviver ao preconceito lingüístico”.



O autor mostra que a norma culta não esta bem definida gerando assim uma crise na aplicação do ensino da língua, e que existe uma grande necessidade de conscientização e mudança de atitude a respeito das imposições conservadoras que reprimem e menosprezam o nosso saber lingüístico individual, partindo dos professores que não podem aceitar tais imposições, até o questionamento “critico/analítico” individual dos cidadãos brasileiros.






IV- O preconceito contra a Lingüística e os lingüistas.





Bagno se refere ás criticas que Pasquale Cipro Neto (gramático de renome na mídia), fez aos lingüistas tratando-os como idiotas e ociosos (sem o que fazer). Ficam explícitos os questionamentos do autor em relação aos interesses das classes dominantes que, tentam calar a voz, abafar a função dos lingüistas e por conseqüência continuar alienando os cidadãos até mesmo com a língua.







Conclusão:







O autor relata a realidade da língua portuguesa falada no Brasil, herdada historicamente de Portugal e ainda tão presa as raízes coloniais, disseminando cada vez mais os mitos e preconceitos na utilização da mesma por razão dos abismos existentes entre os “detentores da norma culta” e os “sem língua”.



Tais mitos constituídos ao longo da história como imutáveis, e fundamentais para a segregação da exclusão social, são impostos por uma minoria elitizada que alimenta um “circulo vicioso” para resguardar e manter uma cúpula de conservadores, que através da mídia tendenciosa exploram a alienação dos leigos para propagar os dogmas fundamentais para a dominação daqueles que não sabem os seus direitos e deveres, por mal conhecerem as linguagens de tais diretrizes.



Esses conservadores são os quais de todos os meios e “poderes”, fazem as criticas e perseguições aos profissionais sérios e comprometidos com a ascensão da cidadania e promoção do reconhecimento efetivo do saber puro, livre e individual da língua.







Biografia disponível em: http://www.dicionariodetradutores.ufsc.br/pt/MarcosAraujoBagno.htm, 22/10/09.







Bagno, Marcos, Preconceito Lingüístico, 16°Edição, São Paulo. Editora Loyola, 1999.



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Vânio 06/12/2009

FICHAMENTO
1. Identificação Bibliográfica.
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. 50ª ed., São Paulo: Edições Loyola, 2008.

2. Objeto.
O preconceito lingüístico na sociedade brasileira.

3. Objetivos.
“O preconceito lingüístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão.” (p. 19).

4. Metodologia.

5. Fontes.

6. Principais Conceitos.
"O preconceito lingüístico se baseia na crença de que só existe [...] uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogadas nos dicionários. Qualquer manifestação lingüística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, pela ótica do preconceito lingüístico, 'errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente'” (p. 56).

7. Principais Conclusões.
"[..] também existe o preconceito contra a fala características de certas regiões. É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão [...] Mas nós sabemos muito bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão." (pp. 59, 60). “Vamos abandonar, portanto, a idéia (preconceituosa) de que quem escreve 'tudo errado' é um 'ignorante' da língua. O aprendizado da ortografia se faz pelo contato íntimo e freqüente com textos bem escritos, e não com regras mal elaboradas ou com exercícios pouco esclarecedores.” (pp. 162, 163).

8. Comentário Pessoal.
Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), Marcos Bagno também é tradutor, escritor e lingüista, autor de vários livros. Em “Preconceito lingüístico - o que é, como se faz”, Bagno procura desfazer a idéia preconceituosa de que somente quem fala de acordo com a Norma Padrão estabelecida é quem fala a língua corretamente, não levando em consideração as mudanças e variantes porque passa a língua, que é viva. O preconceito lingüístico, portanto, é fruto de uma visão de mundo estreita, inspirada em mitos e superstições que acabam por perpetuar os mecanismos de exclusão social. Ele é alimentado diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornal e revista, em livros e manuais que pretendem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”, e ainda também através dos instrumentos tradicionais de ensino da língua, ou seja: a gramática normativa e os livros didáticos.

9. Palavras-Chave.
Preconceito lingüístico, norma-padrão, Gramática Normativa, Lingüística.
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Marcelo Aceti 06/12/2009

Uma ideia a ser trabalhada - e corrigida
Uma leitura atenta, que busque confrontar o posicionamento de Bagno com outros teóricos aos quais ele se opõe, revela que, apesar de esta obra ter uma linguagem que muitos chamam de simples, é preciso ter conhecimento do contexto no qual se insere seu discurso para não ser induzido às conclusões do autor sem crítica, pois "Preconceito lingüístico: o que é, como se faz" é tendencioso e conduziria um leitor desatento à aceitação de seu discurso político sem contestações; é possível notar que essa dita luta pelo fim do preconceito lingüístico apresentada no livro acaba dando pistas - a partir das situações apresentadas - de que uma inversão pode ocorrer, passando-se a discriminar quem, em situações cotidianas, cuida para expressar-se de acordo com a norma, quem acha que a escrita não é apenas um código de representação e que sua história não pode ser simplesmente desconsiderada.
O fim do preconceito linguístico não é uma questão meramente linguística, ou sociolinguística; é, sim, uma questão linguística e social, mas é também política, econômica, de mercado etc. Este maravilhoso mundo de aceitação "proposta" por Marcos Bagno não se concretiza e alguém que queira vivenciá-la, sem medir suas possibilidades nem distinguir o que é apenas apelo, pode sofrer sanções que não são impostas por gramáticos ou linguístas, mas pela própria sociedade, que os elege como autoridades em termos de língua e discurso.
Um gramático não obriga o povo a aprender a norma apresentada por ele; o povo busca a gramática - ou algo ou alguém que a valha - para questionar "como é" a língua.
Por fim, nas entrelinhas, o que se apresenta é a discriminação dos que não aceitam esta proposta anarquista, que, ainda que entendida como correta por alguns, não pode ser aceita sem discusão e diálogo.
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Jéfte Amorim 19/10/2009

Rompendo paradigmas: repensando preconceitos sociais na defesa da identidade lingüística brasileira
(por Jéfte Sinistro)



“Preconceito lingüístico: o que é, como se faz”. Já o nome traz à tona uma reflexão sobre uma realidade vivida, muitas vezes inconscientemente, no cotidiano do povo brasileiro. Não à toa é a obra mais conhecida, já em sua 51ª edição, lançada pelas Edições Loyola, do professor do Instituto de Letras da UnB, Doutor pela USP, escritor conhecido e premiado nacionalmente, lingüista e tradutor, Marcos Bagno. Trata-se de uma obra voltada à defesa do estudo da lingüística nas práticas cotidianas e à revisão de paradigmas sociais voltados à língua, rompendo com a visão elitista desta e enfatizando métodos práticos que favorecem a democratização dos usos da linguagem.



Logo de início, ao apresentar sua obra, o autor fornece uma breve reflexão sobre tema, trabalhando, inclusive, o preconceito dirigido aos indivíduos ao se impor uma maneira “certa” de falar e as falhas na terminologia comumente utilizada, que deixa margem a interpretações ambíguas, como o uso do termo “norma culta”, que pode ser utilizado tanto para determinar a norma padrão idealizada quanto para definir a maneira como realmente fala a “classe culta”, urbana, socioeconomicamente favorecida.



Tendo introduzido o leitor ao assunto, são "servidos" oito mitos – oito máximas – comumente utilizados e largamente difundidos, em especial pela mídia e pelos defensores de uma gramática normativa morta e conservadora, em nosso convívio social, como o clássico “português é muito difícil”. Tais mitos dizem respeito à confusão entre língua e gramática normativa, ao conservadorismo por parte de alguns gramáticos, ao desuso da norma padrão e à discriminação geográfica, histórica e social, além da oralidade e a própria autodiscriminação.



É essa mitologia que dá base a todo o livro. Refutando, fundamentado em sólidos argumentos sociológicos e lingüísticos, afirmações – às vezes claramente preconceituosas e separatistas – de gramáticos conservadores de renome, que segundo ele alimentam “comandos paragramaticais”, atuantes no “círculo vicioso do preconceito lingüístico”, o autor deixa claras as lacunas deixadas pelos métodos da gramática tradicional.



O círculo vicioso do preconceito lingüístico se dá numa relação tríplice: a gramática tradicional inspira as práticas tradicionais de ensino que alimentam o mercado dos livros didáticos, estes que, por sua vez, baseiam sua estrutura na gramática tradicional, fechando assim o círculo vicioso. Tal fenômeno demonstra-se claramente através da crise no ensino da língua portuguesa no Brasil, uma vez que de tal modo ensina-se nas escolas uma norma padrão obsoleta como verdade absoluta, desprezando-se as demais variedades lingüísticas, resultando num padrão punitivo de ensino que acaba por restringir a livre expressão do aluno, além de intimidá-lo, desmotivando-o e despertando um sentimento de incapacidade.



Diante de tais situações, Bagno motiva o espírito pesquisador do professor sugerindo uma apresentação das variedades da língua ao aluno, instruindo-o à produção das mais diversas formas preocupando-se, a priori, com o desenvolvimento do conteúdo, demonstrando, no evoluir deste processo, a aplicabilidade de cada variedade, incluindo a norma padrão, e desconstruindo o conceito de “erro” e de relação de superioridade entre as variedades lingüísticas, introduzindo, em detrimento deste conceito, uma noção de aplicabilidade, de adaptação às situações.



No contexto “extraclasse”, Marcos Bagno traz duas interessantes questões para o debate. Primeiro, a questão da conscientização e do papel da mídia nesta tarefa, salientando o reforço contrário que, infelizmente, os veículos de comunicação têm dado ao reforçarem teses de gramáticos conservadores e ao ignorarem os lingüistas, que são os cientistas de domínio deste campo de estudo. E, segundo, o importante reforço da afirmação da identidade da língua portuguesa brasileira, salientando as particularidades da língua que falamos, embora seja questionável o desejo romântico de dissociar por completo nosso idioma do de Portugal.



De tal maneira, combatendo os preconceitos, em especial sociais, e a desvalorização do povo brasileiro como país independente implícitos na discriminação das variedades lingüísticas, o autor defende uma democratização e reforço da identidade plural da língua portuguesa brasileira e respeito pelos que a tem como língua mãe, de maneira clara, simples, objetiva e bem fundamentada, fazendo de sua obra uma recomendação não só aos que se debruçam sobre o estudo da língua e do ensino, mas a todos os brasileiros que apreciam a língua de seu país.





(BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. 51.ed. São Paulo: Edições Loyola, 2009.)
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Eduardo 04/10/2009

Preconceito linguístico
apesar de não ser o melhor linguista brasileiro, Bagno é o que melhor representa as teorias sociolinguísticas. É direto, seu estilo é simples, sem muitos aspectos teóricos difíceis.
Leitura recomendada a todos. Sem exceção. Todo brasileiro deveria ler, para entender melhor sua língua e vê-la de outra forma. Há tanto preconceito envolvendo a língua e esse livro tenta acabar com isso. Enfim, leiam.
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vsc80 31/08/2009

Profº Pasquale já era!!!
Depois que eu o li, parei de achar que Pasquale ERA A AUTORIDADE em língua portuguesa...
Tenho o livro autografado pelo próprio autor, depois de ter assistido uma palestra maravilhosa!!!
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Lu 29/07/2009

Diversidades linguísticas
Eu aprendi com este livro a nao julgar nenhuma pessoa pelo modo como ela fala...pois existem diversidades linguísticas...e não maneira errada ou certa de se falar!!! Muiiiiito bom.
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