Quarto de despejo

Quarto de despejo Carolina Maria de Jesus




Resenhas -


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Cinara... 20/10/2020

16 de junho...
"Hoje não temos nada para comer. Queria convidar os filhos para suicidar-nos. Desisti. Olhei meus filhos e fiquei com dó. Eles estão cheios de vida. Quem vive, precisa comer. Fiquei nervosa, pensando: será que Deus esqueceu-me? Será que ele ficou de mal comigo?"


Leitura necessária para todos!!!!
@fernandajfguimaraes 21/10/2020minha estante
Essa passagem também me impactou. Este livro é muito forte. Eu gostei bastante da experiência e sinto que é um livro que incomoda a ponto da gente se sentir compelido a agir de alguma forma, mas não sabemos como.


Mateus 21/10/2020minha estante
Meu Deus eu preciso muito ler esse


Cinara... 21/10/2020minha estante
Fernanda eu também me senti assim, a gente não sabe se sente grata por ter comida todos os dias ou se sente culpada pq tem a comida todos os dias ? aquela aflição no peito, definitivamente uma leitura que mexe muito com nosso interior ?


Cinara... 21/10/2020minha estante
Mateus lê sim!!!! Você verá o mundo de outra maneira depois de ler a Carolina !


Jessy 12/08/2021minha estante
Alguém em ajuda aonde entro no livro pra lê


Cinara... 12/08/2021minha estante
Jessy aqui não tem o livro, você tem que comprar em alguma livraria ?


Filipe 31/10/2021minha estante
Essa passagem corta na alma. Fiquei pensando nas milhares de pessoas, hoje, buscando ossos para tentar ter um pouco de proteína. Depois de 60 anos dessas palavras, passamos pela mesma labuta.


Dete@65 05/01/2024minha estante
Um livro impactante lendo este livro vc vê que poucas coisas mudaram de lá pra cá.




Fabio.Nunes 08/02/2024

"O povo brasileiro só é feliz quando está dormindo."
Quarto de despejo (diário de uma favelada) - Carolina Maria de Jesus
Editora: Ática, 2014.

"O povo brasileiro só é feliz quando está dormindo."

Favela do Canindé, margens do rio Tietê, cidade de São Paulo.
Nesse lugar vivia uma poetisa, mãe solo de três filhos, sem ensino fundamental completo, que vivia as agruras de uma vida miserável e de insegurança alimentar, num ambiente socialmente nocivo, extenuante, violento e caótico.
Maria Carolina de Jesus catava papel, metais, restos de comida (até do lixo) e buscava ossos no frigorífico, com único intuito de alimentar seus filhos e sobreviver.
Em que pese essa rotina exaustiva ainda encontrava tempo para escrever em alguns cadernos uma espécie de diário, por meio do qual expressava suas ideias, sua sensibilidade e sua revolta; denunciando a realidade dos miseráveis.
Publicado em 1960, este livro reúne os escritos da autora entre julho de 1955 a janeiro de 1960.
Um simples diário em aparência; mas para quem lê é um soco no estômago.
Uma pessoa que vivia uma vida de não-pertencimento. Não pertencia às classes sociais mais abastadas, tampouco sentia-se pertencer à favela. E é neste local de despertencimento que ela tece muitas de suas reflexões sobre a favela, a política, a justiça social, o racismo, a degradação gerada pela pobreza e sobre si mesma diante do mundo:

"Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo." (…) "Estou no quarto de despejo, e o que está no quarto de despejo ou queima-se ou joga-se no lixo."

"Vi os pobres sair chorando. E as lágrimas dos pobres comove os poetas. Não comove os poetas de salão. Mas os poetas do lixo, os idealistas das favelas, um expectador que assiste e observa as trajedias que os políticos representam em relação ao povo."

"Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
- Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o hábito de sorrir."
(...)
"E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual - a fome!"

"- Não, meu filho. A democracia está perdendo seus adeptos. No nosso paiz tudo está enfraquecendo. O dinheiro é fraco. A democracia é fraca e os políticos fraquissimos. E tudo que está fraco, morre um dia.
Os políticos sabem que eu sou poetisa. E que o poeta enfrenta a morte quando vê o seu povo oprimido."

"Um sapateiro perguntou-me se meu livro é comunista. Respondi que é realista. Ele disse-me que não é aconselhável escrever a realidade."

"Na minha opinião os atacadistas de São Paulo estão se divertindo com o povo igual os César quando torturava os cristãos. Só que o César da atualidade supera o César do passado. Os outros era perseguido pela fé. E nós, pela fome!
Naquela época, os que não queriam morrer deixavam de amar a Cristo.
Mas nós não podemos deixar de comer."

Este é um livro duro, que joga na nossa cara uma realidade que insiste em existir na atualidade. Da mesma forma, também nos impacta com a existência e a beleza dessa poetisa, que aprendemos a admirar tal qual uma flor de lótus que desabrocha no lodo de um pântano.
Sem dúvidas uma leitura extraordinária e fundamental.

"A noite está tepida. O céu já está salpicado de estrelas. Eu que sou exótica gostaria de recortar um pedaço do céu para fazer um vestido."

"Eu estou começando a perder o interesse pela existência. Começo a revoltar. E a minha revolta é justa."

"Eu estava tão nervosa! Acho que se eu estivesse num campo de batalha não ia sobrar ninguém com vida."
AndrAa58 08/02/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Fábio. Não consigo entender a dimensão do sofrimento dela. Parece ser um livro duro, pesado, difícil por nos fazer encarar essa realidade ainda tão presente, real, palpável! O que me vem à mente lendo sua resenha é desespero e impotência. É uma leitura necessária, vou ter que encarar, mas preciso do momento propício ou... A angústia pode vencer. É, amigo, sou covarde e muito pequena, não chego perto da Carolina.


Vanessa.Castilhos 08/02/2024minha estante
Nossa... me emocionei lendo sua resenha, Fabio ? Nos mostrou bem o peso do sofrimento e a força dessa mulher! Parabéns!!


Craotchky 08/02/2024minha estante
Acho que a Andrea é precisa quando sugere que só estando na posição dela para verdadeiramente sentir e entender o pesadelo de sobreviver nesse contexto. Foi certeira também ao expressar a sensação de impotência diante disso, sobretudo quando não vemos perspectivas a curto e nem a médio prazo para o fim dessa condição do país. Lamentável.


Elisabete 08/02/2024minha estante
Fortíssimo esse livro!


Regis 08/02/2024minha estante
Caramba! Estes poucos trechos que acrescentou em sua resenha me impactaram profundamente, Fábio. Me imagino chorando lendo esse livro.
Adorei sua resenha, Fábio, parabéns!


Fabio.Nunes 09/02/2024minha estante
Obrigado pelas palavras meus amigos. O livro realmente é difícil, pq joga a realidade goela abaixo. Pessoas sensíveis como vocês sofrerão com a leitura - podem ter certeza - mas isso só fará emergir em vocês a consciência de que não perderam a humanidade.


Fabio 10/02/2024minha estante
Que resenha meu amigo!????
Parabéns!!!


Fabio.Nunes 10/02/2024minha estante
Obrigado Fabão




Ju_allencar 13/11/2023

leitura triste porém necessária
O livro é bem cansativo, no sentido de sempre ocorrer as mesmas coisas, brigas na favela, fome, catar lixo, fazer anotações no diário, fazer as refeições de forma precária. É triste a realidade dessa gente. É mais triste ainda saber que muitas famílias passam por essa realidade. O livro é necessário e você passa a dar valor a vida que tem.
Pedro 13/11/2023minha estante
Um choque de realidade. Todos nós precisamos disso.


Ju_allencar 14/11/2023minha estante
Com certeza, triste a realidade que ela retrata


Daniel.Sousa 17/11/2023minha estante
A história de como esse livro chegou as vias de ser publicado é interessante. Audálio Dantas disse que estava na favela pra fazer uma matéria e ouviu uma discussão entre uma mulher e um homem, em certo momento a mulher disse "vou colocar você no meu livro!", ele se interessou sobre que livro era e foi atrás dela. Achei muito inusitado quando soube rs.


Ju_allencar 17/11/2023minha estante
Ao mesmo tempo você pensa, esse livro poderia nunca ter sido conhecido, se a Carolina não tivesse tido essa oportunidade. É muito bizarro como as coisas acontecem


calpurnia 14/02/2024minha estante
Esse doi mais que um tiro ??




Luana 08/07/2020

A realidade
O livro demonstra muito bem a realidade de muitas pessoas no Brasil. Por mais que seja uma leitura triste, pude me sentir bem próxima da história já que é uma realidade muito próxima da gente!
Juliana 08/07/2020minha estante
Tenho muita vontade de ler, é a nossa realidade


Margô 19/07/2020minha estante
E impossível não ler autoras como Carolina de Jesus e Conceição Evaristo, já que vivemos em um país de grande desigualdade social , e todas as grandes cidades são entrecortadas por favelas, e consequentemente, respinga na nossa convivência social, toda a falta de uma política que realmente venha atender aos cidadãos dentro de sua real necessidade. Quando de diz que "o livro demostra a realidade de muitas pessoas no Brasil", se relativiza uma situação que não pode ser de "muitas pessoas",


Margô 19/07/2020minha estante
Continuando, mas 50% da população que sobrevive nas regiões periféricas, criados sem afeto, sem comida, sem cidadania! Vamos ler o que "incomoda"... a comodidade não nos faz mais humanos!




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Edna 19/07/2020minha estante
Perfeita sua resenha ???


@fernandajfguimaraes 20/07/2020minha estante
Obrigada ?




maridodarebeca 02/06/2022

Sociologia para além dos métodos tradicionais
Este livro é uma demonstração muito fidedigna da realidade da periferia brasileira. Se lançassem uma versão com data oculta e sem os nomes dos políticos que denunciam sua época, qualquer periférico pensaria estar lendo um diário de 2022. Fiz a leitura em PDF, e estou muito feliz e orgulhoso de mim! Acredito ser o segundo livro que li até o fim este ano (o primeiro foi O Banquete, de Platão). Fico me perguntando se de alguma forma o recorte editorial pode ter maculado o texto de forma a desfigurá-lo em essência... Falando sobre o livro com minha namorada Rebeca (a quem o apelido aqui na rede social faz jus) e mostrando trechos, acabamos por ler alguns dias do diário juntos. Uma memória gostosa que ficou foi a de nós dois lendo na beira da praia, numa canga sob a sombra de uma palmeira, no último fim de semana que passou. Leitura obrigatória para entender o Brasil. Viva Carolina!
Rebeca.Galvao 04/06/2022minha estante
Eu te amo ?


maridodarebeca 07/06/2022minha estante
E eu te amo! ??




Karina599 27/07/2020

Necessário
Leitura que nos tira do nosso lugar de conforto. Essa não é uma história mágica e encantadora que nos levara para uma realidade onde podemos fugir das nossas realidades problemáticas.
.Esses, são relatos duros, frios e cruéis de uma realidade problemática já existente. É leitura para reflexão das nossas próprias vidas e da sociedade. É leitura política. E deve ser lida como tal.
É, antes de tudo, leitura de empatia, que desperta em nós a compaixão pelo próximo. Compaixão, mas não pena.
É leitura para despertar questionamentos. Por que é assim? Pode ser mudado? Como?
Leiam. Saiam da zona de conforto da ficção para a dureza da realidade. A literatura vai além da diversão, é um exercício de conhecer diversos mundos, realidades e experiências, ainda que sejam ruins.
Lucas 27/07/2020minha estante
Tô louco pra ler, espero conseguir no próximo mês.


Karina599 27/07/2020minha estante
Recomendo bastante. Diferente de tudo que eu já li.




Dudu    09/11/2023

Um quarto de despejo
Segunda vez que leio "Quarto de despejo". Li na primeira vez por conta própria, e na segunda por causa de uma pesquisa.

Gosto desse livro tanto pessoalmente quanto para a pesquisa que tive de fazer.

" Quarto de despejo " é um livro escrito pela Carolina de Jesus, moradora de uma favela e catadora. O livro é um diário que relata as vivências da autora durante os seus dias, seus sentimentos e dificuldades para criar sozinha os seus filhos.

Ao longo do diário ela fala sobre dificuldades que ela tinha, bem como a insegurança alimentar, a invisibilidade que os favelados sofriam, a violência na favela e além de tudo, a solidão na qual ela vivia.

O nome "Quarto de despejo" surgiu da própria escrita da autora na qual ela se refere à favela como Quarto de Despejo; um lugar onde viviam os indigentes, esquecidos pelo governo ou que só eram lembrados por ele em épocas de eleição; um local onde era realmente um 'quarto' para despejo.

Eu gosto muito desse livro, acho um livro muito importante para nós brasileiros e para entendermos até sobre a nossa própria história. (Não que ela seja somente de dor, mas a dor é uma coisa que não podemos ignorar),é um dos livros que todo mundo deveria ler.
emclara 20/11/2023minha estante
Esse livro deveria ser leitura obrigatória para todos os brasileiros!


Dudu    20/11/2023minha estante
Concordo!




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Rafaela 06/11/2022minha estante
Oh louca como vai ter desenvolvimento se é um diário???


rafaar0cha 06/11/2022minha estante
sla queria parecer chique akakkaja




Rafa 15/10/2020

Choque de realidade
O diário de Carolina Maria de Jesus traça as mazelas do favelado no Brasil. Na minha opinião, trata-se de um documento histórico concebido por um dos sobreviventes da nossa eterna crise socioeconômica.
inasantos 15/10/2020minha estante
Muita vontade de ler esse livro!!!


Rafa 15/10/2020minha estante
Vale a pena! Eu recomendo ?




Joao366 11/06/2020

Um livro negligenciado nas aulas de literatura brasileira
Quem já leu o Diário de Anne Frank e não conhece Carolina Maria de Jesus como eu não conhecia tem nesse livro seu paralelo brasileiro

A autora mulher, negra, pobre, favelada, mãe solteira narra em forma de diário sua vida, de sua família, de seus vizinhos e o retrato do país que se estabeleceu e torna temos como #vidasnegrasimportam #blacklivesmatter, violência doméstica, depressão, suicídio, e muitos outros tão atuais hoje como na época da história!

Leitura deveria estar sempre presente em aulas de literatura brasileira e é negligenciada infelizmente!
@fernandajfguimaraes 18/07/2020minha estante
Verdade pura


Joao366 17/10/2020minha estante
Obrigado




Sthefany Tupinamba 21/01/2021

Que livro!
Super recomendo a leitura! A realidade descrevida em relatos do dia a dia de uma catadora de papel. A publicação do diário de Carolina Maria de Jesus mantém até mesmo os erros gramaticais das escrituras originais, o que eu achei que contribuiu ainda mais para a compreensão da realidade da autora. Enfim, leiam esse livro, não vão se arrepender.
Andressa Menezes 21/01/2021minha estante
Com certeza lerei! ??????




Ailauany 05/07/2021

"Estou no quarto de despejo, e o que está no quarto de despejo ou queima-se ou joga-se no lixo"
bruno quintino 06/07/2021minha estante
Não ache estranho eu ter curtido a maioria das suas postagens é que são leituras muito boas ??




Lelê 01/07/2023

Horrível
Só dei essa 1 estrela porque é interessante saber como é o dia a dia na favela, mas a partir da página 60 o livro se torna muito repetitivo. Os erros gramaticais atrapalham muito a leitura e me fizeram até começar a escrever umas coisas erradas também, podiam ter arrumado isso.
RESUMO
O livro é basicamente brigas, casais fazendo aquilo, mulheres correndo nu4s na rua, fome, mais brigas, xingamentos e a Carolina reclamando da violência na favela e dando surra nos próprios filhos
xxbiba_14 02/07/2023minha estante
os erros são pq quando a Carolina escreveu ela não sabia internamente a escrever certo e deixaram, acho eu, por uma homenagem a Carolina




Renatita 05/04/2021

Parabéns para a Carolina por tudo!

Mas que triste ler palavras de 1955-60 e perceber que não mudou muita coisa... Aliás, considerando o atual cenário (abril/2021), é provável que a realidade se pareça muito mais com o que descreve Carolina Maria de Jesus.
Vivi 05/04/2021minha estante
Esse livro é tão bom ?




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