Lin 12/09/2022
É um ensaio, o autor não esgota o tema
Precisaria de mais uma leitura para compreender melhor esse livro. Não é daqueles que a leitura flui se a pessoa não tiver antes uma bagagem sobre os outros livros que o autor escreveu a respeito do assunto, até pq é um ensaio e o autor não esgota o tema de forma a explicar com detalhes as teorias as quais ele se contrapõe, o que acaba por tornar a leitura dificultosa, mas se fizer uma análise de capítulo a capítulo, é possível perceber o quão construtivo é este livro. Tem um foco existencialista e se baseia no mito de Sisifo para expor a teoria do absurdo, a escolha de ser o homem absurdo como um caminho para se alcançar a felicidade. Aborda não ser saudável ao ser humano se questionar sobre o porquê deste mundo, ou de seu papel, na expectativa de encontrar repostas racionais sobre a questão, pois somos seres racionais vivendo num mundo irracional. Sisifo foi punido pelos deuses a um trabalho "inútil e insignificante", empurrar uma grande pedra até o pico de uma montanha e, de lá, quando ela caía, retornava para repitir o mesmo trajeto de empurar a pedra novamente, num labor sem fim, até a eternidade. O autor diz que é preciso enxergar "Sisifo feliz". A teoria do absurdo pauta-se no controle racional do homem em se manter vinvendo. Mesmo que não exista uma vontade emocional, o racional deve falar mais alto a fim de que não se busque entender o porquê o mundo é mundo, ou o porquê o ser humano existe, ou o porquê as coisas são assim, e etc.. é preciso buscar motivos para se viver e aproveitar a oportunidade que foi dada de se viver experiências, paixões, descobertas... que a vida se resume ao que se foi vivido porque o fim de todos é certo e esse fim é a morte que leva todos os sonhos, metas, planos que às vezes não realizamos por medo de punições divinas, pressões morais, sociais e etc.. o homem absurdo é aquele que mesmo sabendo que nada faz sentido, ainda assim busca sentido, mesmo sabendo que o destino é a morte e a perda de tudo, ainda assim sonha, constrói, faz planos e é isso que dá sede à vida.. porque desistir não é o caminho, mas sim persistir. Nessa linha, o autor aborda o suicídio, considerando como a principal preocupação filosófica, pois o por que se vive é o questionamento mais importante para o ser humano.