A Cidade Sitiada

A Cidade Sitiada Clarice Lispector




Resenhas - A Cidade Sitiada


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Alan161 13/03/2023

Infelizmente esse livro não me agradou muito ?
Gente, eu não recomendo que leiam esse livro. Eu achei a história nada cativante, além disso, por vezes a autora exagera na descrição dos elementos e acaba tornando a leitura cansativa.
Júllia 13/03/2023minha estante
Não tirando o seu crédito, de achar ruim,mas dependendo da época que foi escrita o objetivo,a "linha" é essa mesma, muita descrição


Alan161 13/03/2023minha estante
Na verdade o que mais me chateou nem foi tanto a questão do exagero nas descrições, mas sim a própria história. Em nenhum momento eu consegui me sentir preso no livro, e o final, na minha opinião, foi muito ruim!




Craotchky 18/08/2022

Os mistérios da esfinge brasileira
Eis uma obra um tanto quanto singular em relação a outras que li de Clarice. Aqui a narrativa não explora a internalidade de sua protagonista, coisa que acontece em outros títulos, nos quais essa característica acaba sendo exatamente o elemento central. Lucrécia não é uma personagem questionadora, tampouco é perpassada por indagações existenciais. Ao contrário, parece vazia de matéria-prima. Ela apenas vê e se compõe com o que viu, mas sem processar o conteúdo visto. Ela meio que é apenas o lado de fora.

"[...] tudo o que Lucrécia Neves podia conhecer de si mesma estava fora dela: ela via."
"Só que se via como um bicho veria uma casa: nenhum pensamentos ultrapassando a casa."


Lucrécia é superficial; se constitui tão somente com conteúdos externos, não germina nada dentro de si; quer florescer a partir do lado de lá. Seu ímpeto é somente para construções palpáveis. Não quer e sequer cogita edificar-se por dentro. Ela (sobre) vive do avesso; ela sitia-se; ela sim parece ser a verdadeira cidade sitiada da história.

Não há aqui o tradicional e poético fluxo de consciência da autora, embora a hermetidade (neologismo meu?) esteja presente de outras formas. A leitura é desafiadora na medida que abstrai sobre ambientes externos e objetos, ao invés de sensações e sentimentos. Um livro difícil, que exige atenção e pode causar fadiga. Não se pode lê-lo com simples intuição. Assim como O lustre, estou convicto que A cidade sitiada não é uma boa porta de entrada para quem deseja conhecer a autora, uma vez que é possível se perder por aqui. Ainda que "[...] perder-se também é caminho."

Quanto à relação Lucrécia-Cidade, parece indiscutível que ela se fundamenta na própria Clarice que, enquanto gestava a obra, estava "sitiada" em Berna, na Suíça, acompanhando o marido, em uma estada que absolutamente não lhe foi agradável.

" 'Esta Suíça', escreveu à irmã, 'é um cemitério de sensações.' " - do posfácio.

Lucrécia se confunde com a cidade em uma relação de espelhamento, em um paralelismo evidente. A cidade de S. Geraldo é o duplo de Lucrécia, ou vice-versa. Estou ciente que isso soa esquisito. É que qualquer coisa de Clarice tem seu Mistério próprio. Quem frequenta Clarice sabe. Certamente não serei eu que vou decifrá-la. Que me devore, portanto.

O fato de que foi um dos livros da Clarice mais mal recebidos pela crítica, bem como por grande parte do público ("As vendas indicam que é o menos popular dos romances de Clarice." - do posfácio.) é compreensível. Nem Lucrécia, nem a cidade de S. Geraldo e em consequência, nem o livro me cativou. A história não conseguiu me machucar, infelizmente. Em outras palavras: não me conectei.

Ah!, os cavalos e as características equinas também me intrigam.
Nath 18/08/2022minha estante
"Ainda que [?]perder-se também é caminho" ?????????? Arrasou na resenha você! ? Ainda não li esse específico da Clarice, mas a relação simbólica da personagem com a cidade é um tema que no mínimo me apetece, vc sabe.


Craotchky 18/08/2022minha estante
Leia e perca-se,




Flávio 08/01/2022

São Geraldo
Em uma pequena cidade chamada São Geraldo, vive Lucrécia Neves. Sonhadora, observa as coisas de uma forma diferente, tentando compreendê-las de uma ótica jamais vista. Difícil de se prender a alguém, ela quer mais do que o mundo tem a lhe oferecer. Não tente entendê-la, só deixe ser quem ela quiser.
Staudt 08/01/2022minha estante
Não gostei do livro


Staudt 08/01/2022minha estante
?




(n)Ana 11/01/2015

Penso que não poderei avaliar este livro até que tenha lido algum outro da Clarice Lispector, porque nunca encontrei nada parecido e nem suspeitava que existisse. Lê-lo foi como descobrir uma nova cor primária, que agora meus olhos conseguem ver em tudo.
João Bruno 14/02/2020minha estante
Linda resenha ... sinto a mesma coisa pela escrita da Clarice




Amanda 25/07/2023

Complexo, mas tedioso
Não venho aqui falar sobre a qualidade do livro e seu valor como uma obra literária. De fato, é possível perceber que é um livro complexo e cheio de significados e uma história que, na verdade, é contada pelas entrelinhas. Contudo, não é um livro fácil de ler (pelo menos, para mim não foi). Se eu tivesse lido ele com calma e com "gosto" , talvez eu pudesse discorrer sobre seus valores como um produto artísitco; mas não foi isso que aconteceu. Só posso dizer que, pessoalmente, foi uma leitura tediosa e arrastada. Foi meu primeiro livro de Claruce Lispector, então não posso fazer comparações com outros da autora, mas espero que futuramente possa ler outro livro dela e realmente aproveitar a leitura (apesar de não ser muito acostumada a literatura nacional mais antiga).
João Pedro 21/12/2023minha estante
Oi, Amanda! Realmente esse parece ser um dos livros mais difíceis de Clarice Lispector. Que infelicidade você ter começado a ler a obra da autora por ele. Te indico ler ?A hora da estrela? como um próximo passo para ler Clarice. É um romance bem menos complexo de compreender do que ?A cidade sitiada?. Abraço!




Evy 05/09/2020

Encontrei nesse livro uma narrativa diferente dos demais livros que tinha lido dela até então. Percebi logo nas primeiras páginas que a leitura tinha mais foco na cidade, nos objetos e animais do que propriamente nos personagens em si. Aliás, arrisco a dizer que os objetos, a cidade e os animais ali descritos e citados foram mais personagens que as próprias pessoas. Não houve aquele mergulho dentro da alma, porque a alma ali retratada era a de Lucrécia Neves e Clarice foi magistral em vestir a personagem e nos contar uma história (em terceira pessoa, que é outra diferença que senti nesse livro) através do que ela via.

Lucrécia era uma moça simplória, sem muitas reflexões e questionamentos e que queria uma única coisa na vida: casar com um homem rico para escapar do subúrbio e viver uma vida confortável. Através do olhar de Lucrécia e de suas emoções, sem muita consciência, vamos conhecendo a cidade de São Geraldo, um subúrbio na década de 20 com cavalos e homens disputando as ruas para o trabalho numa luta entre campo e cidade que já vimos em outros livros de Clarice, mas que neste é essencial para a construção da personagem.

Há que se pensar também no contexto histórico e na palavra sitiada do título. Clarice dá alguns vislumbres da época em que se passa o livro, com militares pelas ruas e uma certa tensão e medo no ar. Lucrécia inclusive tem um pequeno romance com tenente Felipe, por gostar da farda, mas logo percebe que ele odeia a cidade de São Gerardo e logo também não gostaria dela, que é o espelho do lugar onde vive.

Além de Felipe, Lucrécia desenrola mais alguns relacionamentos na tentativa de encontrar o marido ideal, mas acaba se casando com Mateus Correa, comerciante rico que a leva para viver na cidade grande, apresentando-a aos bailes, teatros, museus que ela tanto queria. Ela se torna uma mulher rica, com empregadas e logo descobre que o dinheiro traz a falsa sensação de que se pode tudo, mas que não a faz feliz como imaginava, retornando para São Geraldo com o marido e voltando a sua rotina de ver, diariamente, o movimento da cidade, do trânsito que aumentara com os bondes, os bibelôs nas estantes, as preocupações domésticas do marido...

Fica muito claro ao longo da leitura que Lucrécia é aquilo que vê e nada mais. Não está disposta e, por escolha, a refletir sobre o que vê e portanto, quando fica viúva e tenta encontrar o amor verdadeiro, percebe o quanto é difícil pra ela. Não é possível ver o amor, portanto ela não sabia o que era.

"Sua forma de se exprimir, reduzia-se a a olhar bem".

Neste livro não temos fluxos de consciência, e muito raramente a personagem tinha alguns vislumbres de reflexão, como quando expressava, às vezes "como nossa vida é triste". E ainda assim nos faz refletir sobre muitas situações. É um livro diferente, e a própria Clarice, disse ao ao jornal Correio da Manhã que foi seu livro mais difícil de escrever.

Eu gostei bem mais que O Lustre, por exemplo, e recomendo a leitura!!!
Wilson172 15/03/2024minha estante
Confesso que senti vontade de abandonar A CIDADE SITIADA pela metade, porém mantive-me firme na leitura. Este é o sexto livro que li da grandiosa Clarice Lispector, sendo que há três meses lancei-me num desafio próprio de conhecer a sua grande obra. Se Clarice disse que este foi o livro que tivera mais dificuldade para escrever, digo que até aqui este foi o mais difícil dela que li. Justamente porque em A CIDADE SITIADA, Clarice não leva o leitor para o interior de nenhum personagem, como Macabéa de A HORA DE ESTRELA e G.H, por exemplos. Lucrécia Neves não provocou-me nenhum suspense, nenhuma curiosidade que despertasse a minha vontade de ler a próxima página, No entanto vejo que Clarice foi sábia em dividir o livro em pequenos capítulos, pois era em cada novo capítulo é que eu esperava que algo levaria-me a perscrutar o interior, a mente, a alma da personagem principal. Só depois de lido todo o livro é que pude entender que Lucrécia Neves não tinha ambições para sua própria vida, além de querer casar-se com um homem rico, depois de ter ficado viúva. Lucrécia era realmente aquilo e tão somente aquilo que ela via. Lucrécia identifica-se um pouco com Macabéa, com relação a não terem nenhuma ambição e nem impulso para uma vida de grandes emoções, porém Macabéa teve o seu despertar e viveu, mesmo que uns poucos minutos, uma grande e aventurosa experiência. Clarice Lispector = genial e misteriosa !




Su 28/01/2016

A Cidade Sitiada nos conta a estória de Lucrécia Neves. Ela é a narradora principal, mas também há trechos narrados por Perseu e Efigênia.
Lucrécia mora no subúrbio de São Geraldo e ao mesmo tempo o subúrbio é parte de Lucrécia.
Ela namora Felipe (um soldado) e também Perseu. Mora apenas com a sua mãe, pois seu pai morreu.
Seus dias são ocupados com os passeios ao Mercado de Peixe, os encontros com os namorados (sempre de chapéu e bolsa) ou com algum serviço de costura.
Esse livro é de uma simplicidade suprema, mas isso não tira o seu encanto. Lucrécia vem nos mostrar que as pessoas, as coisas, os acontecimentos, enfim tudo o que esta ao nosso redor, faz parte de quem somos.
Deixo aqui dois trechos para que vocês tirem suas próprias conclusões.
“Contar sua "história" era ainda mais difícil do que vivê-la. Mesmo porque "viver agora" era somente um carro andando no calor, alguma coisa avançando dia a dia como o que fica maduro, hoje era o navio em alto-mar.”

“Amando-o, retornando à necessidade daquele gesto que apontava as
coisas e, com o mesmo único movimento, criava o que nelas havia de
desconhecido — toda ela estava à beira desse gesto quando tocava o tronco
que a mão dele tocava — assim como olhara um objeto da casa para atingir
a cidade: humilde, tocando no que podia. Pela primeira vez ela o tentava
através de si mesma, e da supervalorização daquela sua pequena parte de
individualidade que até agora não se ultrapassara nem a levara ao amor por
si própria. Mas agora, em último esforço, tentava a solidão. A solidão com
um homem: em último esforço, ela o amava.”

site: http://detudoumpouquino.blogspot.com
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Heyss 23/09/2017

Incomparável
Já li todos os contos e quase todos os romances de Clarice Lispector, e estou convencido que não tem como eu não amar tudo que ela já escreveu. Clarice é única, incomparável, ler sua ficção é se transportar para um universo paralelo, sendo que esse universo é o próprio mundo cotidiano que conhecemos. Um olhar alienígena e ao mesmo tempo humano sobre a vida e o ser.
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keilasantos 14/02/2018

Primeiro livro que leio da Clarice Lispector
Sempre tive vontade de ler os livros de Clarice Lispector e procurando na biblioteca encontrei esse livro e resolvi começar por ele.
O livro fala de Lucrécia Neves, uma jovem da cidade de S. Geraldo que quer se casar e possui alguns pretendentes, são eles: Felipe, Perseu e Mateus. É então descrito as considerações que faz a personagem sobre a sua vida e sobre com deve se casar, se com quem lhe trata bem ou se com quem lhe daria uma vida confortável. No livro é feito uma metáfora entre a cidade em que vive, S. Geraldo, e a própria Lucrécia, em que conforme a cidade vai se modernizando Lucrécia vai se transformando e amadurecendo. É nesse processo de amadurecimento que ela casa e passa pelos questionamentos da vida conjugal.
Definitivamente esse romance me fez querer ler os outros livros de Clarice Lispector.
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livrodebolso 14/10/2019

Perdoem-me o deslumbramento causado pela falta de familiaridade com a literatura brasileira, é que acho incrível como todo livro escrito por mãos conterrâneas são um retrato daquilo que eu sou. O que é óbvio, mas bonito.
Clarice sempre me deu medo. No ensino médio ela era obrigatória. Também foi usando sua obra como referência o meu episódio preferido de Tudo que é Sólido pode Derreter (série da Cultura), e lembro-me de Tereza em companhia de figura intransponível, que era apenas uma personagem da autora. Pensava: a mulher deve ser de um nível que não é o meu.
Pois foi ela quem iniciou essa leitura: primeiro uma frase sua se encaixou perfeitamente em minha vida. Depois, foi limpando a estante que me dei conta de que Clarice já me compunha, ou compunha meu território. Em seguida, invadindo minha cabeça, foi ela quem me escolheu. E a escolha foi muito bem acertada: Lucrécia Neves. Que figura curiosa!
Uma jovem (e depois uma senhora) que pode ser também uma cidadezinha (que se torna uma cidade grande), as duas e também somente uma: crescem, em um pulsar lento que se encontra e se separa. Era a heroína e a cidade.
Lucrécia Neves vive em busca. Mas não é a busca que ela vive, o que seria mais agradável. Ela vive em busca, e não sabe de quê.
Sente um ímpeto (talvez pela transformação que sofre S. Geraldo no início do século XX, junto com todo o povo, que se moderniza), mas não sabe para onde. Acaba que se casa, e recupera o apetite, e engorda, e se torna viúva, e se enrola de novo, e depois enviúva outra vez, e depois parte de S. Geraldo antes que seja tarde demais.
Os acontecimentos de sua vida podem ser contados, não é disso que se trata o enredo. É sobre como Clarice conta o passar das horas e a crescente angústia e renascimento da manhã e da esperança. Como o retrato pintado de Lucrécia faz parar o tempo e aumentar sua tristeza. Como as coisas colocadas de tal maneira poética encontram significado para algo que não tem: o cotidiano.
Que no fim, é perceber a mudança e sentir falta de como era, o que confirma que valeu. E que a essência não precede, mas justifica a existência.
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gabimool 17/04/2024

O Posfácil salva o livro no final
A Cidade Sitiada tem uma leitura bem difícil com personagens incompreendíveis. Sinto que seja o livro mais cansativo de Clarice, mas gostei do modo que ela descreve as percepções sobre Lucrécia. Ao ler o posfácio e constatar que Clarice escreveu esse livro em meio a um momento intimista e difícil dela (perder-se também é um caminho) e que existem relações com o que Simone de Beauvoir falava sobre objetificação, senti que pude compreende-la melhor.
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Glauber 19/06/2020

Obra densa
Conta a história de uma mulher no subúrbio, que significa a sua vida pelas coisas exteriores.

E assim acompanhamos seu olhar pelos objetos, pela cidade, pela realidade, pelos sonhos.

A introspecção aqui é mais do estilo clariceano de ver o mundo do que do interior da personagem. Eis uma tensão interessante.

E há mesmo limite entre interior e exterior?

Esse é um livro que, mesmo lido, não se pode dizer "já li".
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