Valéria Cristina 31/01/2023
A escuridão era completa...
Elie Wiesel é um sobrevivente do Holocausto nazista. Neste livro impactante, conta-nos sua luta pela vida numa escrita sucinta, exata e estarrecedora. Ao ler o texto, tive a sensação de que as palavras foram usadas com precisão, parcimônia para que nada excedesse ou faltasse ao relato.
Escrita originalmente em idiichi, a narrativa se inicia em Sighet, na Transilvânia. Na época, 1944, as vozes da tragédia que se anunciava ecoavam pela cidade, mas ninguém acreditou no estava prestes a acontecer. Até que fosse tarde demais.
Primeiro veio a ocupação, depois os guetos, o translado para os campos de concentração (Auschwitz, Birkenau, Buna, Gleiwitz e Burchenwald), as seleções para a morte... A violência recrudescendo de momento a momento. A partir daí, contatamos o indescritível. A vida nesses campos de morte. O medo, a solidão, o abandono, a desesperança e perda da fé. As privações inimagináveis.
Percebemos a escalada da desumanização até o ponto em que os laços familiares, de sangue e de amor se rompem ante o instinto de sobrevivência.
Esta é uma obra essencial. O que foi perpetrado naqueles campos não pode ser esquecido.
Elias "Elie" Wiesel foi um escritor judeu, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, que recebeu o Nobel da Paz de 1986, pelo conjunto de sua obra de 57 livros, dedicada a resgatar a memória do Holocausto e a defender outros grupos vítimas de perseguições.