Resenhas - A Via Crucis Do Corpo

Beca1701 15/10/2023

Muito profundo deler como tudo que clarice escreve,mas aqui ela principalmente destrincha o ser humano em sua essência de forma poética e intimista como ela faz tão bem

Camilla.Alves 12/10/2023

A via crucis do corpo
Fazia tempo que não lia Clarice e passar por esses contos foi uma agradável surpresa.

Os contos que ela traz tem nuances que tocam o corpo e todo o sofrimento que ele enfrenta ao atravessa a vida, a via crucis.

Há um atravessamento nas questões com o corpo e, ainda mais, com o corpo da mulher, como lidar com os desejos que pulsam no corpo e que querem ganhar vida. Por outro lado, a via é contornada por uma ligação com o divino, um certo torpor religioso, que causa a culpa ou expurga à libertação.

As possibilidades se apresentam para um fazer diferente com estes desejos que entremeiam o corpo e com a dor que ecoa nestes processos.

A via crucis é vivida por todos.

cecília 08/10/2023

Clarice Lispector é simplesmente fantástica e acredito que não existam outras palavras para tecer à sua escrita além dos mais variados elogios. A abordagem nessa obra é diferente das outras dela, mas ainda assim, tão reflexiva, tão forte, tão empática, tão Clarice. Definitivamente, esse é um livro de contos que, ainda com propostas diferentes, se unem a um teor ponderador ao considerar a natureza humana, seus constragimentos e suas nuances.

Renata 08/10/2023

"A Via Crucis do Corpo" de Clarice Lispector é uma obra que mergulha na essência da existência humana, explorando a jornada interior de personagens em busca de sentido e conexão. Com uma prosa sensível e introspectiva, Lispector nos leva a refletir sobre a complexidade dos sentimentos e as nuances da alma, oferecendo uma leitura enriquecedora e profunda.

destefani0 29/09/2023

Gostei muuuito dos primeiros tres contos e acho que isso aconteceu pq saiu fora da clarice lispector que conhecemos.
eles foram sob encomendas mas ela conseguiu escrever perfeitamente, mesmo sendo algo que ela, de certo modo, nao escreveria.

_ghetusa_ 20/09/2023

?Epe sopoupu upumapa puputapa. Era o que descobrira.?
São contos bastante desconexos mas ainda assim interligados pela abordagem que ela traz do desejo sexual, da castidade, da vulgaridade, com toda aquela simplicidade quase absurda que clarice sempre nos traz.
É quase como um experimento, uma observação sobre os desejos mais íntimos de cada indivíduo, coisas tão particulares, e que no livro clarice escancara para todos os leitores. Meu conto favorito talvez tenha sido ?A língua do P?, mas sou suspeita pra falar já que não entendi cem porcento a proposta do mesmo, mas acredito que essa seja um pouco da graça.
Não é o primeiro e nem vai ser o último livro de clarice que leio, a grandiosidade dessa mulher é imensurável!

fazendo uma conexão sonora da obra indico o álbum: ?Legal? da Gal Costa de 1970, primeiramente por conta do conto e da música ?A língua do P?, mas também pelas demais músicas que dialogam bastante com os demais contos.

LAvia.Lino 14/09/2023

A via crucis do corpo
Esse é o primeiro livro de clarisse lasperctor que eu leio eu tive vários sentimento lendo esse livro, algum conto eu ficava chocada outros eu ria eu apenas refletia. Eu pensava que o livro seria todo melancólico depressivo mais foi bem diferente disso eu achei um erótico feminino e meio bizarro o que é BEM DIFERENTE do que eu imaginava que ela escrevia mais gostei por que amo escrita bizarra

caiobrumel 14/09/2023

Achei a maioria dos contos muito bons, eu não diria estranho, e sim interessante ver esse lado da Clarice, o erótico retratado ali ainda carrega muito da singularidade da escrita dela. Comecei a leitura de alguns rindo bastante e terminei tipo O QUE ACABOU DE ACONTECER AQUI???

livrosmortificados 08/09/2023

Eu sabia que a clarice tratava um pouco do lado erótico nesse livro mas me surpreendeu muito, é um livro que aborda o sexo da forma que ele deve ser tratada, algo cotidiano em nossas vidas, normal.

É um livro mágico e solitário.

O texto da Licia Manzo nesse livro é um otimo texto de apoio, Licia aponta algo muito bom que é, apesar dos contos abordarem o sexo, as historias parecem rondar a solidão. O que é muito verdade, seus perdonagens parecem ter que se isolar para ter contato com o intimo, como por exemplo o primeiro conto "Miss Algrave" e "Ruído de passos".

Clarice aborda bastante o feminino aqui, o "castigo de ser mulher", o que eu presenciei em todos os contos, a autora mostra que nós, mulheres também sentimos, o querer de preencher um vazio, uma prostituta ou uma freira, não importa.

"Tomava banho so uma vez por semana, no sabado. Para não ver seu corpo nu."

Em alguns contos esse desejo por prazer e a morte se relacionam, me lembrou bastante "Contos d'escarnio" da Hilda Hilst.

"A morte é de grande escuridao. Ou talvez não. Não sei como é, ainda não morri, e depois de morrer, nem saberei. Quem sabe se não tão escura. Quem sabe se é um deslumbramento. A morte quero dizer."

Lolis 07/09/2023

?
Clarice Lispector como sempre a frente do seu tempo, seus contos estão recheados de uma delicadeza na quebra do tabu que era/é a sexualidade, o desejo e o prazer para as mulheres em uma sociedade onde os homens sempre se colocaram em primeiro lugar.

lore 30/08/2023

Talvez o único livro de contos que valha a pena ser lido
Esse foi o livro que escolhi para ler pois queria escrever um conto, e precisava me inspirar, e com certeza não poderia ter escolhido qualquer coisa diferente de clarice. A escrita dela me pertence e me penetra. Bem, eu não sabia sobre o que era, e depois de ler os dois primeiros contos pensei, uau que peculiar, e meio erótico. No fim do livro fechei com sensação de muito proveito. Houveram contos que achei simplesmente geniais, toda a sua construção e preocupação com os detalhes. Houve uns com quem ri, outros que fiquei presa para saber o que ia acontecer, mas cada conto teve a medida certa, acabaram exatamente quando tinham que, e tomaram rumos interessantíssimos, e também inesperados em algum momento, o que te faz sair da zona de conforto porque te tira do comum e do automático. Eu amo essa coisa de realismo mágico que ela coloca em doses grandes em todos os seus livros, e amo isso de dar importância a coisas, pessoas, características, ou simplesmente cenários e objetos que a outros olhos pareceriam insignificantes. O fato de eu ter gostado MUITO deste, é muito pra mim porque não sou alguém que se dá bem com contos. Te amo clarice. Obrigada por tudo.

Larysa 21/08/2023

Singular
Nunca havia lido nada assim, não sabia do que exatamente se tratava o livro, pois me foi um presente.
Existe uma delicadeza com que ele trata o desejo sexual, não sendo algo vulgar, pois todos o possuem, apenas escondem por vergonha.
Há foco mais em causa e resultado, nos papéis sociais, do que no ato em si (nem mesmo presente detalhes). Discordo que seja uma leitura suja, procura justamente desmitificar o prazer como esdrúxulo.

Oliveira263 11/08/2023

A Via Crucis do Corpo
O que dizer sobre qualquer obra de Clarice Lispector? Nada além da perfeição, do toque na alma, do realismo misturado com análises figurativas, não tem como descrever, apenas como sentir.

steph 08/08/2023

Quando a Clarice disse que ?se há indecência nas histórias culpa não é minha? já da para ter uma ideia do que vem por aí, logo no primeiro conto ( miss algarve) fica claro que o conteúdo do qual ela iria abordar não era de cunho tradicional,mas sim algo que expressa bem os desejos da vivência humana.
em todos os contos fica ainda mais claro que a via crucis do corpo aborda temas muito sensível ao serem ditos normalmente, parece que através desse livro se torna possível expressar os desejos sóbrios da alma e questões importantes sem qualquer tipo de preconceito.

estou completamente rendida pelos livros da clarice, a cada livro me impressiono mais e mais com a genialidade dessa mulher ao escrever, esse livro de fato me surpreendeu muito e me prendeu desde as primeiras páginas.

obs: meu conto favorito foi o miss agrave

corafarias 01/08/2023

?Fiquei chocada com a realidade. Se há indecências nas histórias a culpa não é minha?.
A realidade em sua forma mais grotesca e, redundantemente, humana. Clarice aqui cria personagens únicos, imperfeitos e, em sua maior parte, solitários, fazendo a leitura ser quase como o ato de sair e prestar atenção nas pessoas ao seu redor. Um livro rápido e cativante (amei os contos ?Ele me bebeu?, ?Dia após dia? e ?Praça Mauá?) e que é, considerando a época em que foi escrito, realmente revolucionário. Minha introdução à obra de Clarice não poderia ter sido melhor ??