Victoria 06/09/2021
Quando um Deus é obrigado a enfrentar a verdade sobre si.
O título dessa resenha deveria ser o nome do personagem principal porque eu ainda não consigo pronunciar esse nome sem ter um ataque de risos. Sim, no auge dos meus 22 anos, eu li esse livro e rachei o bico.
Vamos lá, essa é uma resenha bem superficial, não vou analisar os aspectos sentimentais e toda a psicologia dos personagens porque isso eu faço interiormente e tenho muita preguiça de por no papel quando estou lendo.
Dito isso, vamos ao livro...
Apolo é Lester, um garoto, adolescente, normal, com espinhas e banha, aparentemente indigno da grandiosidade do deus Apolo. Mas eu confesso que amo cada segundo das descrições de Lester Papadopulos (estou rindo).
Apolo é castigado por seu pai, aparentemente, e tem uma missão a seguir: sofrer provações.
A primeira, fica muito claro para mim, é aturar a Meg. E digo aturar porque achei a personagem bem antipática. E isso é muito bom, porque quer dizer que ela realmente é descrita como uma adolescente de 12 anos de idade e não um adulto tentando se passar por uma. No entanto, ainda assim, é difícil de aturar a garota, por muito tempo ela foi um catalisador pela demora na continuidade ds leitura, principalmente porque os diálogos com ela são completamente rasos, enquanto a mente de Apolo trabalha a mil por hora.
E se Leo é meu personagem preferido, Apolo (ou Lester Papadopoulos) ocupa a segunda posição de pertinho. E por falar em Leo, finalmente temos notícias dele. Confesso que esse foi um dos motivos pelos quais eu decidi começar a ler As Provações de Apolo.
E esse livro é diferente, primeiro porque é um deus narrando, podemos ver o reflexo de todo o seu narcisismo (apesar de não ser o Narciso), egocentrismo e incrivelmente, a humanidade que o Apolo tem. É fácil se apegar a esse personagem, principalmente porque nem de longe ele é tão arrogante quanto os demais deuses e, apesar de achar que o humor é uma fachada para algo grandiosamente dramático que o personagem esconde, ele é muito carismático. E por isso dá vontade de continuar.
Além dele, temos alguns personagens que aparecem mais. Descobrimos que o Nico está namorando e feliz (eu amei) e uma deusa diferente ganha o destaque que até então não tinha. Estar no Acampamento Meio-Sangue sem nossos heróis tão conhecidos e amados é tão estranho, mas o Apolo consegue suprir boa parte da ausência daqueles personagens que já conhecemos.
O que mais me deixou entusiasmada com esse livro foi o fato de que o Apolo perdeu o misticismo do deus perfeito. Eu gosto que o RR tenha criado ele cheio de inseguranças, apesar de ter uma autoestima extremamente elevada, gosto que ele se questione sobre suas decisões. E gosto que ele demonstre genuinamente o quanto gosta de seus filhos, o quanto quer vê-los bem e o quanto está disposto a sacrificar para que isso aconteça.
Em O Oráculo Oculto, Apolo tem um grande espelho a sua frente e é obrigado a enfrentar quem verdadeiramente é, inclusive as partes que ele, no decorrer do livro, descobre que não gosta.
E acho que isso é o brilhantismo desse livro e por isso eu acredito que a leitura é fluída e válida.
Eu gostei bastante, mas por ser um livro introdutório não entrega tanto quanto deveria.
O plus, para mim, é a revelação das consequências do que Leo fez em Sangue do Olimpo. E eu continuo muito apegada ao personagem. Vamos aos próximos e espero que sejam tão bons quanto.