spoiler visualizarLuh 08/05/2022
O livro é bom, mas poderia ter sido muito melhor.
Na minha opinião, o livro não é ruim. Longe disso.
Traz um protagonista surdo, algo que nunca vi em outra outra, é sensível, bem escrito, intenso e possui uma trilha sonora própria, composta exclusivamente para ele. A CoHo tinha em mãos tudo para transformá-lo em uma obra perfeita.
Mas, a meu ver, o problema todo desse livro, e nunca vou perdoar a Collen por ter escolhido seguir esse caminho, é não deixar que ele se decidisse.
Claramente ele amava a Maggie, mas
estava construindo algo especial com a Sydney, algo diferente e mais real, menos idealizado, como ele mesmo confessa.
Então o triângulo amoroso teria sido aceito por mim se no final ele entendesse que o sentimento dele por Maggie mudou, que ele não é mais o mesmo, que ela não é mais o futuro que ele quer e que, na verdade, continua com ela por companheirismo, lealdade, amizade, comodidade, responsabilidade e cuidado apenas. Ele devia ter acabado o namoro, sem culpa ou remorso pela doença dela, e seguido em frente para viver o novo amor com Sydney, provando assim que ela não era a segunda opção. Infelizmente, não é o que acontece, e ele só vai atrás da Sydney depois que Maggie acaba o namoro. E pior, mesmo quando vai abrir o coração pra Sydney e se declarar, ele ainda afirma que ama a Maggie, que sempre vai amá-la e que se ela pedir, se afasta de Sydney, mesmo afirmando
que ela é tudo que ele quer e precisa, que seu coração a escolheu. Eu não entendo. Não aceito. Não concordo.
Eu acredito que uma pessoa pode ter mais de um amor verdadeiro na vida e esse fato não diminui a importância do antigo amor. São apenas diferentes, em momentos diferentes. Tipo em O conde enfeitiçado da Júlia Quinn, em que a Francesca amou o primeiro marido, mas depois amou Michael também. Não existe um amor maior que o outro, são apenas diferentes. Primeiro
um, depois o outro. Não ao mesmo tempo. Em Talvez um dia, durante quase toda a narrativa, Ridge pensa que ama as duas ao mesmo tempo e da mesma forma.
Em razão disso, CoHo estendeu um triângulo até o final do livro (80% e tudo estava uma confusão ainda), transformou o Ridge em um babaca egoísta (várias atitudes inaceitáveis, como aquela cena em que ele expulsa a Sydney de casa sem nenhum respeito) e deixou o futuro deles ser decidido por um terceiro (Maggie). Isso não existe.
Me incomodou demais e por isso não consegui dar 5 estrelas.