A Filha do Pântano

A Filha do Pântano Franny Billingsley




Resenhas - A FILHA DO PÂNTANO


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Amiga Leitora 22/05/2019

'A Filha do Pântano' é um livro de fantasia escrito por Franny Billingsley e publicado aqui no Brasil no ano de 2018 pela Editora Novo Conceito.

A jovem Briony Larkin possui um grande segredo que pode levar a sua morte precoce: é uma bruxa. Vivendo na cidade de Swampsea e cercada de todo o misticismo que permeia esse lugar, a população realiza de tempos em tempos julgamentos com o objetivo de identificar, julgar e punir toda e qualquer pessoa que esteja sob suspeita de bruxaria e é sob essa constante ameaça que a protagonista vive.

Briony é filha do pastor e possui uma irmã, Rose, que desde o início é revelado ter problemas de convívio e comunicação, por quem ela é inteiramente responsável. Outra presença constante no livro é a memória onipresente da madrasta, uma figura que permeia as decisões e reflexões da protagonista. Convencida da sua maldade e egoísmo por conta da sua bruxidade, Briony procurou se afastar de todo e qualquer convívio além do extremamente necessário, por vezes esse comportamento influencia na narrativa que é muitas vezes introspectiva e lenta. Esse fato me desagradou bastante, pois muitas vezes parece que estamos dando voltas sem sair do lugar enquanto a protagonista reflete sobre todo e qualquer acontecimento.

Sua vida muda quando Eldric chega à cidade, um jovem alegre e que parece disposto a bagunçar de vez sua rotina, e por quem Briony logo começa a sentir algo. Entretanto, seu segredo servirá como uma barreira para esse relacionamento, paralelo a isso existem os Antigos, como o Pantanoso, Musa Sombria, entre outros, esses seres místicos que habitam principalmente o pântano e por vezes são responsáveis por causar desastres na vida da protagonista, uma vez que sua ligação com o mundo sobrenatural é muito forte.

A mitologia criada pela autora é bastante interessante, contudo muito mal aproveitada. Ela traz elementos novos ou pouco conhecidos e remodela-os de acordo com a necessidade da história, no entanto todos esses seres sobrenaturais são pouco descritos, sejam suas habilidades ou origem, dessa forma suas aparições são convenientemente programadas para impulsionar os acontecimentos clichês da jornada da protagonista. Além disso, no final, com a mesma rapidez com que surgem também desaparecem, e muitas perguntas permanecem sem resposta.

Senti que os personagens secundários infelizmente foram mal aproveitados, surgindo de repente para dar um vislumbre dos habitantes de Swampsea, mas se resumindo a isso. Com destaque para Cecil Trumpington, que no final se revela muito mais importante, assim como Rose que surpreende com sua perspicácia. O pastor e pai das meninas por diversas vezes me irritou, sua omissão sendo a característica mais marcante, Briony sente uma grande raiva pelo pai que no decorrer do livro passou a ser sentida por mim também, no final ele contribui para a resolução do conflito, todavia devo alertar que em nada diminui as críticas ao seu caráter.

'A Filha do Pântano' é uma história que muitas vezes alterna entre passado e presente, isso é imprescindível, pois contribui e muito para entender o ódio de Briony por si mesma, ademais de nos mostrar o porquê dessa devoção com a madrasta e quem exatamente ela foi. Apesar de tudo o livro não é ruim, a maior crítica é para a trama mal aproveitada, tanto no quesito personagens como dos Antigos, acredito que a autora trabalhou pouco aquilo que daria ao livro um grande diferencial. A resolução do conflito foi rápida e pouco desenvolvida, porém surpreendente ao entregar poucas pistas durante a leitura, apesar da jornada da protagonista em si está recheada de clichês. Recomendo principalmente para os leitores que apreciem uma narrativa mais introspectiva e com poucos diálogos.

* RESENHADO POR BRENDA MAYRINK DO BLOG AMIGA DA LEITORA *

site: http://www.amigadaleitora.com/2019/04/resenha-filha-do-pantano-novoconceito.html
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Ana 13/05/2019

Quando comecei a ler A Filha do Pântano, até mesmo antes, esperava uma história de fantasia com um toque de mistério. A verdade é que a obra de Billingsley é um pouco de tudo, digamos que até filosófica. Apesar do começo um pouco confuso, a adaptação ao estilo de escrita da autora acontece rápida e naturalmente; logo nos apegamos à protagonista e aos fatos que acontecem ao seu redor. Fiquei surpreendentemente feliz com esse livro, porque eu não esperava gostar tando dele.

Briony é uma adolescente de 17 anos que carrega vários segredos e muita culpa. Logo nos primeiros capítulos, a personagem nos conta que é uma bruxa e que merece ser enforcada — é importante salientar que Briony vive no século XX —, o que a leva a nos contar, também, a sua história. Assim, durante todos os capítulos, a medida que fatos são expostos, conseguimos entender a cena inicial e porquê de concordar que deve morrer.

É um pouco complicado falar sobre o enredo de A Filha do Pântano, porque um mísero detalhe pode ser muito revelador — inclusive em relação à personalidade da protagonista e dos personagens secundários —, então vou focar na minha opinião. De início, achei a narrativa de Franny Billingsley um tanto engraçada, até um pouco difícil de entender no começo. É extremamente metafórica e poética, mas por incrível que pareça, funcionou muito bem. Acredito que a autora quis dar uma voz para a própria personagem, um tom bem melancólico, transbordando culpa, e deu muito certo.

Apesar de ter gostado muito do livro, achei alguns capítulos muito dispensáveis. Nesses breves momentos a leitura se tornava lenta, mas logo era surpreendida novamente. Gostei muito mesmo do rumo que a autora deu para história, incluindo o romance. Eu não sei exatamente dizer se o gênero é fantasia, romance, mistério... A atmosfera aqui é diferente de tudo que eu já li, os seres são diferentes de todos que encontrei até hoje — o próprio pântano é um protagonista muito peculiar.

Por fim, acreditem ou não, me surpreendi com o desfecho de A Filha do Pântano. Acho que é por isso que gostei tanto, eu simplesmente não consegui decifrar as pistas deixadas pela autora. Espero que vocês deem uma chance para esse livro, porque a magia aqui é muito mais que bruxas, Duendes e um pântano encantado: alguns personagens têm o poder de mostrar coisas inimagináveis para nós.
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Fabi | @ps.leitura 03/03/2019

{resenha feita no blog PS Amo Leitura}
“A filha do pântano”, escrito por Franny Billingsley, foi publicado em 2011 apenas em e-book. Em 2018, a editora Novo Conceito trouxe para formato físico, sendo um dos lançamentos do ano da mesma. Para quem gosta de fantasia, com certeza vai se encantar por Briony Larkin, uma bruxa.

O ENREDO
Briony Larkin esconde um segredo por muitos anos. Esses segredos comprometem a saúde mental de sua irmã gêmea, Rose, e os mesmos levaram a sua madrasta à morte.

Esses segredos e todos os mistérios que rodeiam a cidade de Swampsea impede que ela saia de lá. Mas não é só: Briony se sente culpada por todos os acontecimentos que a rodeiam.

O seu refugio é quando ela está no pântano, cercada da presença dos Antigos – que são os espíritos que assombram aquele lugar. Ninguém pode ver essa presença, apenas bruxas.

O problema de ser bruxa é que na sua aldeia isso é proibido; leva à morte! Por isso ela vive com medo e tentando ao máximo esconder o seu segredo, pois precisa cuidar de sua irmã e de si mesma.

Porém tudo muda e começa a dar errado quando Eldric chega na aldeia. Ele é tudo o que ela desejou ser e tudo que desejou sentir. A decisão mais importante de sua vida está em suas mãos. Depende apenas dela qual caminho irá seguir.


A PERSONAGEM
É perceptível durante a narrativa que Briony sente muito medo de revelar seus segredos. E não é para menos! Como viver com isso dentro de você e se sentindo culpada por tudo que já aconteceu e até mesmo pelo o que pode acontecer?

O envolvimento dela com Eldric é onde a estória começa realmente acontecer. Tudo que ela sempre quis viver e enfrentar, ela só consegue na presença dele. E isso vamos conhecer diversos momentos de sua vida e todas as aventuras seguintes.

Apesar de todo o sofrimento enfrentado pela personagem, a mesma não me conquistou. Esperava que fosse diferente. Mas preciso dizer: proteger sua família como ela protegeu, isso mostrou seu ato de coragem.


A NARRATIVA
A escrita de Franny Billingsley não me cativou tanto como eu esperava. Adoro fantasias, mas sempre tenho problemas com algumas que não conseguem prender o leitor logo de cara.

Apesar de apresentar uma narrativa em primeira pessoa, alguns acontecimentos me deixaram confusa e tive que retomar a leitura em algumas partes para entender o que estava, de fato, acontecendo.


FINALIZANDO...
Prender-se à magia ou liberta-se para o amor? Esse é o grande dilema que a Briony encontrará em sua jornada, pois se seus segredos forem revelados, todos que ela ama estarão em perigo. Mas até quando ela se privará do amor?

“A filha do pântano” mostra que, às vezes, precisamos esconder o segredo para proteger aqueles que amamos, a culpa que carregamos por algo na vida, os mistérios por trás do pântano e toda a fantasia por trás deste mesmo lugar.

site: https://www.psamoleitura.com/2019/02/resenha-filha-do-pantano.html
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Silvana 04/02/2019

Briony Larkin é uma jovem de dezessete anos que vive no pequeno vilarejo de Swampsea juntamente de sua irmã gêmea Rose e de seu Pai, que é o pastor local. Briony perdeu a mãe ao nascer e nunca teve o Pai presente na vida dela e da irmã, que fica inteiramente sobre a responsabilidade de Briony, já que a irmã tem alguns problemas e não pode ficar sem supervisão de algum adulto. Mas ela teve até recentemente a ajuda da Madrasta, que foi quem mostrou a verdade sobre o que ela é: Briony é uma bruxa e por isso ela é má. Briony até tenta se controlar, mas sempre que fica com raiva ou ciúmes, alguma coisa muito ruim acontece. A doença de sua irmã e a morte de sua Madrasta, além do incêndio na biblioteca, foram consequências desse descontrole.

E por causa disso a Madrasta proibiu Briony de entrar no pântano. Enquanto as outras garotas só pensam em formar uma família, Briony só queria passear pelo pântano, que é o lugar que ela se sente em casa e, de tanto ficar por lá, ela conhece cada pedaço do lugar como a palma da sua mão. O que Briony não tinha nem ideia até a Madrasta lhe contar, é que somente as bruxas enxergam Os Antigos e os espíritos que habitam o lugar. Como Briony sempre os viu e falou com eles, para ela aquilo era normal. E ninguém pode saber disso, já que em Swampsea, qualquer mínima suspeita faz com que as mulheres sejam "julgadas" e enforcadas por bruxaria. E se não pode mais entrar no pântano, Briony não quer mais ficar no vilarejo, mas não pode ir porque ela precisa cuidar de Rose.

Mas então um acontecimento vem para mudar a rotina de todos no vilarejo. Um homem, o Sr. Clayborne, vem para Swampsea com a missão de drenar as águas do pântano. E seis meses depois o filho dele, Eldric, que foi expulso da universidade vem para morar na casa paroquial. E logo após a sua chegada as coisas já começam a dar errado, já que o Pantanoso está furioso por causa da drenagem e logo se tem uma primeira vítima, o tutor de Eldric. E para tentar salvar a vida dele, Briony entra no pântano após três anos sem passar perto do lugar. Mas Briony não consegue, porque ela é má e não queria salvar a vida dele de verdade. E mais pessoas começam a morrer da tosse do pântano e até Rose parece estar com ela. É então que Briony precisa tomar uma decisão. Se a drenagem não parar as pessoas vão continuar morrendo, mas como dizer isso sem revelar seu segredo?

Eu terminei esse livro e precisei esperar para escrever a resenha porque fiquei sem saber o que tinha achado dele. Por um lado o livro é incrível, mas por outro é bem cansativo e confuso. Se tiver que citar algum livro que me deixou assim, foi A Menina Submersa. Mas como um todo acho que mereceu um muito bom, já que li a segunda metade do livro (200 páginas) em praticamente uma sentada porque não conseguia largar ele sem saber o que ia acontecer e o que realmente tinha acontecido no passado da protagonista. Como é Briony quem narra a história, ficamos presa a seus pensamentos e o que ela acha que é a verdade, mas e se suas lembranças não são totalmente verdadeiras?

Desde o principio o leitor começa a duvidar do que está acontecendo porque Briony diz e afirma uma coisa, mas suas atitudes mostram outra. Ela diz o tempo todo que não tem sentimentos e que é má, mas ela abre mão da própria vida para cuidar da irmã, mesmo que o que aconteceu tenha sido sua culpa, mas ela era uma criança quando tudo aconteceu, e se ela fosse realmente má, ela não ia se importar com nada. Então começamos a desconfiar de que alguma coisa está bem errada nessa história e juntos com Eldric, que também segue a mesma linha de pensamento, vamos juntando as peças e no final fui totalmente surpreendida com a verdade. Nem de longe eu desconfiei que era algo do tipo.

Falando em Eldric, surge um interesse amoroso entre ambos, mas o foco da história não é esse. A autora foca nos segredos, tanto de Briony, como de Rose, do Pai e de outros personagens da história. E isso não é ruim. Mas quando li bruxas e caça a elas na sinopse do livro, achei que a autora fosse falar mais sobre esse assunto, o que não aconteceu. E também fiquei querendo saber mais sobre Os Antigos e as criaturas que aparecem na história. A autora poderia ter desenvolvido um pouco mais essa vertente. Mas como disse, ela optou por outro caminho, o que não deixou a história ruim, mas que na minha opinião se ela tivesse escrito mais sobre isso, a história teria sido muito melhor.

Mas enfim, como já disse é uma história que envolve segredos e não posso falar muito mais para não soltar nenhum spoiler. Mas recomendo para quem gosta desse tipo de livro, onde uma linguagem poética se mistura com os devaneios da protagonista e onde o leitor só sabe se o que está lendo é realmente verdade no final do livro. Quanto a edição, mais uma vez a editora caprichou no livro. Além da capa muito bem feita e que tem muito a ver com a história, ainda temos uma diagramação de encher os olhos. Esse foi mais um dos livros que recebi recentemente da Novo Conceito e se você se interessou corra no site parceiro deles para adquirir seu exemplar com um preço super camarada.


site: http://blogprefacio.blogspot.com/2019/01/resenha-filha-do-pantano-franny.html
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Mikaela 29/01/2019

A magia como pano de fundo para uma história sobre amor próprio
Mais do que uma história sobre magia, A Filha do Pântano é um livro sobre amor próprio. Ao mesmo tempo em que esse detalhe desvia a história do clichê de "menina poderosa descobre que tem magia", pode causar estranheza para quem vai ler esperando uma mitologia vasta e muitas cenas mágicas.

Vamos entender um pouco da história
A narradora (pouco confiável, já que a memória dela não é muito clara) é Briony Larkin, uma jovem convencida de que é merecedora de uma execução. Aos poucos vamos conhecendo como é a vida dela e o que a levou ter uma opinião tão dura sobre si mesma. Ela tem uma irmã gêmea, Rose, que possui uma condição mental especial, o que a leva a necessitar de cuidados especiais.

As duas são filhas do pastor de Swampsea, uma cidade construída perto do pântano. A história se passa no início do século XX (já que vemos o surgimento dos primeiros carros) ao mesmo tempo em que lida com a aparição de bruxas que aterrorizam quem se aventurar pelo pântano.

Briony logo revela aos leitores que é uma bruxa e por isso deve ser executada. Mas à medida em que o charmoso Eldric volta de Londres para viver como pai na cidade, vemos que Briony é capaz de despertar a nossa simpatia e torcida para que ela consiga viver esse romance e lidar com as suas habilidades mágicas.

Então, o livro é bom?
Eu gostei, sim, de A Filha do Pântano. Já falei isso e torno a repetir, a narrativa foge do lugar-comum, o modo como a história é contada não é tão clássica como a maioria dos livros do gênero e o desenrolar dos fatos segue um rumo diferente do que eu imaginei.

Mais do que uma mocinha mal-humorada, Briony é alguém que massacra a si mesma constantemente. Aos poucos, vemos que a confiança de saber o que está dizendo é mais uma máscara da adolescente vulnerável que ela é. Eldric é um personagem mais carismático até do que eu esperava. Um mocinho que não é meloso e ainda assim nos faz torcer. Rose, cuja condição mental não a impede de contribuir ativamente para os acontecimentos, também é uma personagem interessante.

A minha nota só não é máxima porque realmente senti falta da magia ao longo do livro. Claro que existem cenas com as bruxas e com os outros seres do pântano, mas a mitologia criada era tão bacana que realmente merecia mais destaque. Até porque as vidas das irmãs está completamente entrelaçada à magia.

Mas vale a pena ler A Filha do Pântano?
Vale a pena se você não criar altas expectativas sobre uma história de garotas e magia. Existem ótimos livros do gênero, mas esse quer apenas contar a história de uma protagonista muito peculiar. A leitura é fluida, a diagramação está ótima e é muito fácil ler tudo de uma vez.

Quem já se cansou da mesmice das narrativas e protagonistas de livros assim vai ter uma lufada de ar fresco com as tiradas sombrias de Briony Larkin e das maldades reais dos seres mágicos que a rodeiam.


site: http://www.leituranossa.com.br/2019/01/resenha-filha-do-pantano-franny.html#.XFDFeFVKjIU
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Queria Estar Lendo 24/01/2019

Resenha: A Filha do Pântano
A Filha do Pântano é um dos mais recentes lançamentos da Editora Novo Conceito - que cedeu este exemplar para resenha. A história de Franny Billingsley fala sobre uma cidadezinha esquecida por Deus, cercada por um pântano que guarda mais do que os olhos podem ver - e sobre uma garota conectada à magia obscura do lugar.

A trama acompanha Briony, uma garota simples que mora nesse canto pantanoso da Inglaterra; é a virada do século XX, mas as coisas não são tão comuns quanto se pode esperar - há bruxas espreitando as árvores, criaturas centenárias correndo pelas sombras. E Briony descobriu que, como bruxa, está conectada a elas; pode comandá-las com sua maldade. Pode causar horrores às pessoas ao seu redor com um simples pensamento.

Ela guarda esse segredo como uma promessa feita à sua Madrasta, que morreu misteriosamente alguns anos atrás. Junto a isso, se mantém fiel à irmã gêmea de quem precisa cuidar. Quando um estranho chega à cidade, a rotina controlada e monótona de Briony sofre reviravoltas inesperadas, apresentando-a à questionamentos e ameaças e uma possibilidade de liberdade que ela não havia experimentado até então.

"É o que as histórias fazem. Ligam os pontos aleatórios da vida na forma de uma figura. É tudo ilusão, porém tente ligar os pontos da vida. Acabará com um rabisco lunático."

A Filha do Pântano foi uma surpresa mais do que agradável; foi um livro espetacular do início ao fim. Eu não sabia bem o que esperar, mas, por envolver bruxas, estava ansiosa pra conferir a história - a narrativa é diferente, poética. O modo como a autora desenvolve a história te dá aqueles ares de virada do século, com a chegada da tecnologia mas nem tanto assim - e as descrições do pântano e do que existe nele são de arrepiar.

Briony é difícil de explicar; ela é bem caótica dentro de uma postura resoluta. Tem seus pensamentos sombrios, a vontade de se entregar ao caos, a falta de empatia pelas pessoas ao seu redor - mas também tem sentimentos pela irmã gêmea, está entendendo o que significa sorrir e se emocionar ao se relacionar com um recém-chegado na cidade, e sabe que é a única que pode impedir uma tragédia de se espalhar do pântano para o seu povo. A questão que permeia seu desenvolvimento é justamente essa: ela não se importa, realmente, ou só precisa entender que se importa sim?

"Como vocês podem pensar que sou inocente? Não deixem meu rosto enganá-los; ele conta as piores mentiras."

Eu gostei muito de acompanhar sua jornada, de ler o pandemônio em sua mente através de palavras caóticas e poéticas. Gostei de como a autora não entregou as respostas tão facilmente, usando a confusão da protagonista para me manter intrigada. O seu passado é permeado por sombras e incerteza e isso permanece por boa parte da trama; quem ela é, quais são seus poderes, o que realmente aconteceu com a Madrasta, tudo isso faz parte do arco da personagem.

Ao lado de Briony, Eldric, o recém-chegado, é certamente uma das figuras mais importantes para a trama. Um rapaz estudado e eloquente, cheio de carisma e de energia, que encontra em Briony uma companhia peculiar como ele bem precisa. Uma amiga para entender quem ele é realmente, como vê o mundo - e acaba por fazer com que ela abra os olhos para o mundo também. Além do pântano e as criaturas que espreitam ele, em direção aos sonhos e infinitas possibilidades. Além dos seus medos em direção aos desejos.

Eles têm um relacionamento bonito que trabalha confiança e entrega e falo com tranquilidade que rolei no chão em algumas cenas porque eles tiveram seus MOMENTOS. É o começo de uma paixão, mas é incerta porque Briony não entende seus sentimentos e Eldric está confuso quanto a entender as emoções da própria Briony. Tem uma tensãozinha muito bem trabalhada que é de arrepiar.

"A Morte não tinha lábios, porém estava sorrindo."

Rose e o Pai de Briony são personagens enigmáticos que ajudam a desenvolver o mistério por trás do passado e da herança dela; Rose, diferente das pessoas ao seu redor, com sua mente distante e comentários obscuros, e o Pai, uma figura soturna e solitária. As reações de Briony a eles ajudam a tornar toda a história ainda mais instigante.

E, por fim, o pântano - que com certeza vale como personagem. Com uma ambientação sinistra e carregada em escuridão, ele também estende vislumbres de uma magia ancestral, com seus monstros e criaturas bem escondidos que vão se revelando com o desenrolar do livro. Dá pra sentir medo e fascinação ao mesmo tempo pelo cenário que a autora construiu tão bem.

A edição da Novo Conceito está muito bonita, com uma diagramação espaçosa e letras grandes e todo um cuidado na tradução e revisão. A capa não me ganhou tanto assim, mas o conteúdo do livro vale muito a pena.

"Há diversos tipos de silêncio. Há o silêncio da solidão, do qual gosto bastante. Há o silêncio de um pai. O silêncio de quando você não tem nada a dizer e ele não tem nada a dizer."

A Filha do Pântano oferece uma história de mistério e terror, de romance e amizade; é a jornada de uma garota assombrada pelo passado e pelo presente, pela herança que carrega e pelos enigmas ao redor dela.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/01/resenha-filha-do-pantano.html#more
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Geórgea 24/12/2018

A Filha do Pântano
Em meio a uma época de Caça as Bruxas, onde todos temem o que não é possível explicar, o pequeno vilarejo de Swampsea convive com seres sobrenaturais e bruxas. Entretanto, essa convivência nem sempre é amigável. As bruxas também são caçadas e julgadas por aqui e ninguém tem coragem de se aventurar pelo pântano onde vivem os Antigos, exceto a jovem Briony Larkin que sente-se totalmente à vontade nesse lugar.

“Como vocês podem pensar que sou inocente? Não deixem meu rosto enganá-los; ele conta as piores mentiras. Uma garota pode ter um rosto angelical e um coração horrendo.”

Ela é filha do pastor e é conhecida por ser uma moça séria para seus tenros 17 anos e por cuidar da irmã gêmea Rose, que possui certas dificuldades em interagir e se comunicar com as outras pessoas. O que eles não sabem é que desde muito cedo sua madrasta contou um segredo que ela carrega por todos esses anos: Briony é uma bruxa.

Convencida de que é uma pessoa má, ela procura manter-se afastada e sempre ocupada com suas incumbências. Mas, tudo isso está prestes a mudar desde a chegada do misterioso Eldric, um rapaz que desperta sentimentos que ela não acreditava ser capaz de sentir. Agora, a jovem precisa lidar com essa novidade, continuar zelando pela irmã e escondendo de todos sua real natureza.

Minha Opinião

Imagine se você carregasse todos os dias a certeza de que é uma pessoa má, responsável por diversos eventos que abalaram as estruturas da sua família? Pense em como seria se sentir deslocada o tempo inteiro, em como seria difícil esconder um segredo de todos que estão a sua volta e o pior, esse segredo pode ser responsável pela sua própria morte. Todas essas dúvidas giram em torno da cabeça de nossa protagonista que foi responsável por me deixar muito intrigada. Ela era tão veemente em afirmar que era malvada, cruel e que não sentia nada por ninguém, que por muitas vezes me perguntei se não estava lendo a história de uma vilã.

Briony é uma jovem que esconde muitos segredos dentro de si, alguns que nem ela mesma entende. Soturna e sempre se esquivando das outras pessoas, vemos nela uma jovem forte, mas que não aceita nenhum tipo de contato ou brincadeira. Durante toda a narrativa teremos vislumbres de sua infância e de eventos que a levaram até o presente momento e eles só serão revelados no finalzinho. Confesso que esperava tudo, menos isso. E o pior é que todas as pistas estavam na minha frente. Admito que essa revelação me confundiu um pouco e não achei ela tão original assim, mas foi uma explicação plausível.

“É nesse ponto que histórias decentes começam, não? Quando o belo forasteiro chega e tudo dá errado? Mas esta não é uma história decente e, insisto, eu deveria ser enforcada.”

Sabemos que as mulheres sempre sofreram durante os anos, mas as que foram caçadas e queimadas vivas em fogueiras por lunáticos são as que sentiram, literalmente na pele, todo esse sofrimento. Quando comecei essa história, fui convencida de que não se trataria de uma história de amor, bem como a própria Briony promete, pensei que trataríamos mais de bruxas e o que elas passaram, mas em certo momento a trama muda de rumo e temos mais do mesmo aqui. Também senti falta de um desenvolvimento melhor sobre o pântano e os seus Antigos, seres sobrenaturais que vivem por lá e que são vistos apenas pela jovem. Além disso, o título não fez muito sentido pra mim.

A figura do pai me intrigou bastante, sua distância das meninas, o quanto ele não toca no nome da madrasta e em como ele entrega os cuidados de Rose totalmente para a sua irmã. No entanto, ele é uma figura importante e que tem o respeito dos outros habitantes do vilarejo. Apesar disso, Briony guarda grande mágoa dele e conforme ela narra sua história entendemos os seus motivos, que nos levam no mesmo instante a questionar quais foram os motivos dele para agir assim. Cada um dos habitantes possui algo que esconde dos demais e que justifica, pelo menos para eles, suas atitudes.

“Deixei minha mente vagar. Fingi ser uma pessoa normal. Inalei o ar gorduroso e a cerveja amarga, exatamente como alguém normal. Prestei atenção às conversas atrás de mim exatamente como alguém normal.”

As descrições do vilarejo, dos costumes e das pessoas da época me agradaram. Conforme adentrei nesse mundo, imaginei todo o cenário do filme “A Bruxa” (2015), conforme as referências que foram sendo passadas para compor o ambiente, gostei muito desse ponto, pois me ajudou a formar um lugar cheio de misticismo e com uma atmosfera mágica. Também achei interessante a apresentação dos preconceitos e superstições que sempre permearam o imaginário do povo e em como a religião é usada para justificar eventos naturais que as pessoas relutavam em buscar explicações.

O que me incomodou na história foi não explorar alguns personagens que pareciam muito ricos e cheios de possibilidades, senti que alguns seres sobrenaturais não tiveram o devido mérito e explicação. A autora conseguiu criar seres fantásticos e que dariam mais histórias, mas optou por girar em torno de um segredo e de algumas reviravoltas, poderia ser mais. Além disso, algumas repetições propositais feitas pela protagonista me deixaram cansada da leitura. A capa também me deixou meio receosa e a sinopse da contracapa e da primeira orelha entregam muito. Não leiam elas! Senti que elas estragam um pouco da minha experiência. Tirando esses detalhes, esse é um livro com uma leitura que flui muito bem e que é totalmente capaz de prender o leitor.

site: http://resenhandosonhos.com/a-filha-do-pantano-franny-billingsley/
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