Resenhas - Por Que Gritamos Golpe?

pedrocipoli 04/07/2017

Manifesto da esquerda ressentida
Vamos lá: você compra um livro para entender essa história de golpe. Se você é de direita, quer checar se houve, de fato, algum desrespeito à Constituição. Se é de esquerda, quer formalizar o conhecimento do processo do golpe. Se não possui posição política, quer simplesmente entender o que aconteceu. Basta ler o livro, certo? Errado.

Não há qualquer explicação do motivo do impedimento ser um golpe. Nada de "é um golpe por causa de X, Y e Z". Nada. Apenas um bando de autores extravasando a sua frustração de Dilma ter sido expulsa da presidência.

Para quem não gosta de perder tempo, não vale a leitura. Para quem quer entender o que passa na cabeça da esquerda, que adora achar que é povo e que fala pelo povo, é quase um estudo antropológico.

Quase todas as incoerências da esquerda estão aqui. Tudo o que é mantra, lugar-comum, opinião estúpida e declarações histriônicas. Coisas como "o PSDB é um partido ultraneoliberal que quer vender o Brasil para os Estados Unidos imperialistas", ou "ricos e a classe média odeia pobre e planeja formas de que pobres sejam miseráveis apenas por um prazer sádico", ou mesmo que tudo o que a esquerda "progressista" não concorda é "homofóbica, nazista, fascista, misógina, lgbtfóbica (sério) criada por uma elite burguesa branca heternormativa cisgênero que quer derrubar a presidentA incompetentA",

Alguns pontos do livro:
- Esquerda não entende nada de economia. Acha que dívida pública aparece do nada, que dinheiro público é diferente de dinheiro de impostos. Acha que o Brasil tem poucos impostos, com a velha história de que "basta hipertaxar os ricos que tudo se resolve".
- As fontes são eles mesmos. O "golpe" aconteceu pois "são volumosas as evidências", nossas pesquisas mostram claramente". E é claro: "Marx previu tudo isso".
- Os autores dizem que falta debate, em seguida vomitando que tudo é culpa da "direita conservadora reacionária regressista neoliberal que não quer ver pobre em avião". Não querem debate, mas sim um programa da Fátima Bernardes onde um diz "eu acho que o PT é lindo" e o segundo diz "eu não acho que o PT é lindo. Ele é PERFEITO",
- Esses autores acreditam que o mercado é uma entidade física, materializada para "tirar o direito das minorias". Mais ainda: demonizam abertamente a meritocracia.
- Consideram Cuba e a extinta União Soviética como exemplos de progressismo (é sério).
- Afirmam que a Dilma caiu, entre outros motivos, pela "falta de regulamentação da mídia" (censura, para os mais íntimos).

Entre os autores, temos pessoas ilustres:
- Marilena Chauí: bebeu tanto da esquerda que está bêbada até hoje. Escreve mal e não consegue formular uma frase coerente que preste. Ganha uma fortuna dando aulas, porém (em universidades públicas, claro).
- Ciro Gomes: provavelmente quem conseguiria destruir o país em tempo recorde. Se orgulha das décadas no Estado, se considerando um verdadeiro estadista, mas não fez nada que ajudasse o Brasil. Apenas mamou (e ainda mama) muito com dinheiro público.
- Guilherme Boulos: o líder do MTST que ganha muito do governo convocando protestos contra o povo. Mas dorme em seu apartamento milionário enquanto os protestantes dormem no chão.

Como todo bom esquerdista, cada um deles tenta adaptar a realidade à sua visão de mundo. Criar uma narrativa onde Dilma "sofreu um golpe". Tentam dizer que não gostam do PT, mas não conseguem: "tudo o que é bom começou em 2003...", "o PT não é perfeito, mas tirou milhões da pobreza...".

É patético, verborrágico e desesperado. Em nenhum momento mencionam Janaína Paschoal (novamente: cadê o erro? O golpe aconteceu por qual motivo? Afinal, ela deveria ser mencionada em pelo menos UM dos artigos, não?). Em nenhum momento lembram que quem elegeu o Temer como vice presidente foi quem votou no PT. O presidente cai, quem assume é o vice. Ponto final.

E não fazem um mea culpa sobre o desperdício de papel que é este livro.

deboni 12/10/2016

uma leitura necessária
Desenha um quadro da realidade social, política e econômica brasileira atual. Um texto útil para se entender o que está acontecendo e como se posicionar. Uma visão isenta da história depende de uma distância temporal, mas não é difícil notar que ela não irá perdoar o golpe de 2016. Mas e dai? O mal já vai estar feito. Já passou algumas semanas e já perderam a vergonha de mascarar as intensões e uma série de medidas retrógradas em várias frentes já estão sendo anunciadas. Para mim, Dilma tem culpa da situação por não ter sabido negociar e administrar a corrupção e os avanços neoliberais, mas nenhuma razão para um impedimento. Por outro lado, Temer tem sido um ótimo cabo eleitoral para o PT com sua "popularidade" caindo tão rápido quanto sua incapacidade esconder suas verdadeiras intensões. Podemos esperar no curto prazo uma continuidade do ataque às diversidades e minorias, ataque aos direitos trabalhistas, mais manifestações violentas, aumento de impostos, perda de liberdade. Mais do que oportuna, uma leitura necessária.

site: http://www.eduardodeboni.com/blog/?p=1902

Hostyn 23/01/2021

Abriu meus olhos.... Mas nem tanto!
O livro é, como todos da série, um compilado de artigos de escritores (aparentemente ou declaradamente) simpatizantes da esquerda. Como aspecto normal da escrita, uns são mais imparciais que outros. Diante dessa flutuação de escrita, podemos ver os prós e contras dos governos petistas
e como o golpe institucional teve campo fértil nos corredores do poder.

O livro trava discussões importantes sobre a corrupção. Muito utilizada para defender o impeachment, esqueceu-se de avisar ( ou de levar em conta!) que os substitutos também se enquadram nessa modalidade criminosa de cooptação da máquina pública. Ainda, discute-se os programas sociais e educacionais dos governos PT, bem como o erro de estratégia de Dilma na sua condução do segundo mandato.

Uma excelente leitura para entender um dos lados do golpe.

Carol 09/09/2016

Livro escrito no "calor do momento", publicado cerca de um mês antes do impeachment. São diversos textos, escritos por diferentes autores e pontos de vista. Fala sobre o papel da mídia, a questão econômica, feminismo nego, contexto político, perda de direitos, entre outros.
Leitura que vale muito à pena, para irmos além dos memes de Facebook sobre o golpe.

Única crítica: poucas mulheres autoras de artigos.

Adriana Scarpin 15/09/2016

Delineado através de diversas perspectivas esse livro coloca tudo que já se suspeitava em fins do primeiro semestre com as temeridades do interino, este mesmo que após o fez e falou em alto bom som o que os ditos "alarmistas" já prefiguravam desde o lançamento da ponte para o futuro. Livro essencial para entender o momento e que passa longe da linha editorial manipuladora apresentada pelo PIG.

tray 28/11/2016

Golpe e ganância
( resenha por que gritamos golpe ?) ou podia se chamar a ganância da elite, o golpe foi consumado, amado e aplaudido pela elite brasileira , aquele grupo de pessoas brancas que sempre foram privilegiadas pelas políticas do governo legítimo , mas que tem ganância e querem mais e mais.

Todos os dias as notícias do governo ilegítimo embrulham o estômago, parece realmente que estamos vivendo aquele pesadelo, mas não estamos acordados e isso não é um pesadelo, mas sim um retrocesso com o apoio das grandes mídias.

Todo mundo deve ler este livro mesmo aqueles que por algum momento acreditaram que apoiando o golpe teria fim a corrupção, ler com caneta ou lápis na mão , ou melhor consuma este livro como se ele fosse a sua refeição diária

Há esperança nos artigos , há verdades sobre a esquerda , há certezas de novos caminhos, tem a confirmação que o caminho é mesmo pela esquerda .

Houve o golpe , mas o golpe não matou a nossa esperança!

J Bruno 15/01/2017

Por Que Gritamos Golpe?
"Por Que Gritamos Golpe?" é um livro necessário que todos, independente da posição política, deveriam ler. O consenso que permeia cada um dos artigos que o compõe é o de que houve uma ruptura na jovem democracia brasileira com a aprovação de um impeachment sem crime de responsabilidade, mas, apesar deste consenso, o foco é diferente em cada um dos artigos.

Com raras exceções, há na unidade da obra a predominância de análises sustentadas por dados concretos e pelo rigor científico que não anula as paixões inerentes ao calor do momento, mas resguarda os autores de reproduzem meras opiniões. E é isso que o torna um livro indispensável.

Sem idealizar ou santificar o governo deposto pelo golpe, em seu conjunto, a obra analisa o processo pelos mais diversos aspectos (econômico, jurídico, social, cultural...) e pelos olhares de cientistas, filósofos, economistas, políticos, estudantes e representantes de movimentos sociais.

"Por Que Gritamos Golpe?" remonta o cenário político que se tornou propício ao golpe, analisa os anos dos governos petistas, a atual conjuntura (que vai até maio de 2016, período em que foi editado) e lança olhares para os anos vindouros, que apontam no horizonte pedindo uma reinvenção das esquerdas e novas formas de resistência contra os efeitos da ruptura democrática/constitucional.

Victão Lopes 27/01/2017

Tom dos artigos não condiz com o currículo dos autores
Taí um livro que se pretende analítico e bem recheado de informação, mas que quase não posso usar como base para um argumento em uma discussão séria, dada a quantidade de abobrinhas ditas ao longo de suas páginas. Prefiro acreditar que os editores não avaliaram o conteúdo previamente e aceitaram artigos confiando somente no gabarito de cada um dos autores.

Em vários textos vemos uma insistência infantiloide naquela ladainha simplista do "o PT foi tirado do poder por causa da zelite que não suportam avanços sociais", muito embora eu concorde que isso se aplique a uma parcela significativa dos paneleiros. A esquerda brasileira tem uma dificuldade tremenda em fugir de ideias prontas, o que configura mais uma barreira em seu poder de diálogo com a sociedade que diz defender.

Como jornalista, dirijo um comentário específico ao texto "As quatro famílias que decidiram derrubar um governo democrático" (que, apesar da minha crítica a seguir, considero no geral bastante elucidativo): é fato que houve uma campanha não assumida pelo impeachment na grande imprensa e seria uma tremenda desonestidade intelectual não admiti-lo. Mas eu torço o nariz para qualquer análise sobre a imprensa hegemônica que aponte Mídia Ninja, Jornalistas """LIvres""" e páginas similares como alternativas viáveis. Desde quando panfletagem passou a ser aceita como forma de jornalismo? Ou só não pode quando é feito pela pavorosa Veja?

Jandira Feghali, uma das autoras mais relevantes no livro (e uma das poucas mulheres, como bem apontou outra resenhista aqui, a despeito do livro se pretender de esquerda) ganhou duas míseras páginas! Se desconsiderarmos os espaços vazios e a charge, vira praticamente uma só. Tamires Gomes Sampaio ganhou mais espaço, mas lamentavelmente utilizou parte dele para fazer propaganda para a UNE, entidade da qual é vice-presidente.

Uma das honrosas exceções à regra é o penúltimo artigo, triplamente assinado e intitulado "Uma sociedade polarizada?". Tem base em números, é verdadeiramente analítico, científico e objetivo. Parabenizo seus autores.

site: https://sinfoniadeideias.wordpress.com

Ramon 09/02/2017

Depende do que você espera
A depender da expectativa do leitor, o livro pode ser considerado ótimo ou bem regular. Os capítulos são muito heterogêneos quanto ao objetivo de cada autor e à densidade analítica. Por um lado, há textos que não passam de panfletos em tom convocatório; por outro, há artigos muito elucidativos e interessantes, como o de André Singer. Há muitos argumentos rebatidos e repetitivos entre um texto e outro, todos já exaustivamente expostos na internet e na imprensa. Além disso, o livro já envelheceu bastante, porque foi escrito antes do afastamento definitivo da Presidenta Dilma Rousseff. Como registro, como retrato das opiniões contrárias à derrubada de Dilma, o livro é um ótimo documento. Como fonte de análises da realidade, é apenas razoável no todo.

Caroline1442 26/03/2017

Artigos interessantes, mas poderiam se aprofundar mais em alguns pontos
O livro é uma coletânea de curtos artigos de diversos autores (do meio acidêmico, político e movimentos sociais).
Temos artigos muito interessante e esclarecedores como Previdência social: reformar ou destruir?, Uma sociedade polarizada?, Por que o golpe acontece?, Da tragédia à farsa: o golpe no Brasil de 2016 etc.
E outros bem superficiais como "Rumo à direita na política externa" (caso queira se informar sobre as mudanças na política externa, recomendo que leia algum livro/veja uma entrevista do Celso Amorim - Ministro das Relações Exteriores no Lula e Ministro da Defesa no governo Dilma).
Faltou detalhar a crise do ponto de vista jurídico e econômico, nenhum artigo se aprofunda nessa questão.De maneira geral é um livro bom, curto, fácil de ler e acessível (preço baixo),mas que no final das contas não responde bem a pergunta que traz na capa pois não se aprofunda em certas questões chaves.

ycaroafonso 01/05/2019

Livro de cabeceira do esquerdista depressivo
O livro documenta toda a falácia insistentemente repetida pela esquerda. Sem nada a acrescentar, coloca pessoas de renome com textos vazios.

Aquilo que ficava a esmo nas redes sociais, agora tem tudo em um só lugar.

Raoni Pereira 17/07/2019

O golpe foi bem planejado.
Leitura imprescindível para refletir os erros e acertos da gestão petista, a ascensão da direita conservadora, os conluios econômicos e políticos, entre outros.

Shirley.Freitas 22/06/2020

Leitura interessante
O livro é um complicado de artigos escritos por jornalistas e políticos que acreditam que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi na verdade um golpe. Cada um dos autores apresentam justificativas que fazem eles acreditarem na possibilidade de golpe. A leitura é um pouco cansativa, devido ao fato de haver muitos dados e por serem vários artigos em um mesmo livro, fazendo com que você leia a mesma informação várias vezes, mas de maneiras diferentes.

Natália Ranhel 09/08/2020

Leitura de vários intelectuais sobre o golpe. Gostaria muito de ver um "volume 2" desse livro sobre a eleição que veio em seguida e suas consequências.