Su 16/09/2018
Após ler O papai é pop, eu precisava ler o Papai é pop 2. Apesar de estar muito longe de ser o público-alvo do autor, amei a leitura e me senti completamente cativada pelo jeito de narrar do Piangers.
Na introdução, Eloisa Piangers, mãe do autor, nos conta como foi criar um filho sem a presença paterna. Ela nos mostra que, apesar de existir essa “lacuna”, recebeu muito apoio de suas amigas. Muitas delas queriam ajudar a cuidar das necessidades cotidianas daquele bebê. Porém, seus próprios pais não viam aquela pequena revolução como algo bom. Para eles, o melhor seria que ela tivesse abortado. Uma mãe solteira não era bem vista, naquela época.
Piangers aborda a questão das perguntas infantis de forma muito simples. As crianças não entendem porque não podem fazer diversas coisas sozinhas. Nós, também, já fomos crianças e fazíamos as mesmas perguntas, ou piores. Ainda assim, quando começamos a nos sentir envelhecendo, queremos, com todas as nossas forças, voltar para aquela época onde tudo era mais fácil.
Além disso, ele nos mostra que apenas dizer não, ou sim, para os filhos não é algo produtivo. Se dissermos apenas não, as crianças tendem a se tornarem inseguras na vida adulta. Porém, se falarmos apenas sim, elas tendem a não lidar bem com as dificuldades inerentes da vida. O melhor caminho, e, também, o mais trabalhoso para muitos pais, é saber dosar o não e o sim, manter o equilíbrio. No entanto, para isso, é preciso conhecer seu filho, saber quando ele precisa ouvir um não, ou um sim. E, isso demanda tempo.
Antes de mais nada, esse livro me ajudou a ver que é muito fácil julgar a forma como alguém está criando seus filhos, porém isso é algo muito injusto, pois vendo de fora tudo fica mais fácil. Além disso, e acho que o mais importante de tudo, passar tempo com crianças é algo muito prazeroso, quando elas não estão nos proporcionado boas risadas, estão nos ensinando formas novas de ver a vida. Amei as filhas do Piangers, principalmente a mais nova, muito carismática.
“Não há um dia, nos últimos três a nos, que minha filha não use a “bibi”. Esses d ias, no elevador, ela viu um menino usando bico. Tirou sua chupeta da boca e disse: “Tu não sabia que bico deixa os dentes tortos?”, pra, um segundo depois, colocar na boca o seu próprio. Outra vez, andando na rua de bico na boca, passou um menino e apontou pra minha filha: “Olha, pai. Um neném”. A menina tirou a chupeta da boca, disse pra eu guardar no bolso e foi tirar satisfação: “Quem é neném?! Quem tu chamou de neném?!”.”
“Não perca tempo. Tempo é a coisa mais importante. Não perca tempo fazendo coisas que você não gosta. Não se sinta mal de parar um livro no meio. Não se sinta mal de largar más companhias. Não leia notícias sobre violência urbana, porque elas vão te dar medo de sair de casa. Não leia notícias sobre política, porque elas vão te deixar desanimado. Leia os quadrinhos. Não seja malvado.”