Camila | @abismos.literarios 10/08/2022
"Pois tem razão o filósofo ao dizer que nada mais espesso do que a lâmina de uma faca separa a felicidade da melancolia."
(Resenha publicada no IG: @abismos.literarios)
Uma ficção em forma de biografia, Virgínia nos apresenta uma história repleta de fatos históricos acerca da vida de Orlando, que passou por uma situação um tanto inusitada: certo dia, ao acordar, percebe que agora é uma mulher. Com ênfase na discussão sobre ser a mesma pessoa, apenas num corpo diferente, Woolf vai trilhando caminhos de descobertas e reflexões.
Há também um toque de surrealismo, já que teremos aqui um enredo que se passa por mais de 300 anos, por diversos momentos históricos, em que a personagem vive ao longo de todos esses anos.
Orlando não foi um livro que funcionou para mim... comecei a leitura com certo interesse, mas conforme avancei fui me perdendo na história, assim como no foco do livro. Foi uma leitura arrastada, demorei muito para concluir a leitura, e terminei na força do ódio haha. Quiçá seja o meu próprio momento junto com as expectativas que eu estava para essa leitura... mas ao me deparar com uma escrita confusa e irregular, não consegui me manter conectada com os personagens e a história.
Compreendo a intenção do livro de possuir uma característica de fluxo da consciência, que realmente não é linear, mas juntando isso ao fato de ser extremamente descritivo em tudo – paisagens, pessoas, situações – e possuir capítulos enormes, com páginas de um parágrafo só sobre essas descrições, se tornou, para mim, maçante e desinteressante.
Contudo, ainda visualizo a importância de tal obra e sua característica atemporal, ao trazer as discussões de gênero, identidade sexual e papéis sociais ainda em 1928, sendo muito à frente de seu tempo com um impacto social gigantesco.
site: https://www.instagram.com/abismos.literarios/