Histórias de Leves Enganos e Parecenças

Histórias de Leves Enganos e Parecenças Conceição Evaristo




Resenhas - Histórias de leves enganos e parecenças


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Luana 12/10/2021

É um livro muito interessante, mas não fui tão tocada quanto em Olhos d'água e Ponciá. Acredito que para quem está começando a leitura de Conceição, talvez não seja o melhor livro.
Wesley.Barbosa 28/02/2022minha estante
É verdade...tem bons contos ali, mas a história da Sabela (se não me engano esse é nome da personagem ) é muito arrematada...gostei dos Olhos...O livro de contos. Ótima autora nacional.


Wesley.Barbosa 28/02/2022minha estante
*arrastada Eu quis dizer.




Krishnamurti 17/07/2016

Vozes engasgadas nas gargantas…
Acaba de ser publicado pela Editora Malê, a obra “Histórias de leves enganos e parecenças” de Conceição Evaristo. Trata-se da reunião de doze contos e uma novela da experiente autora que é também Mestra em Letras pela PUC-Rio, e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Para além das diversas obras publicadas, Conceição detém considerável fortuna crítica que dispensa maiores comentários.
O livro trás à guisa de prefácio, um primoroso e oportuno estudo sobre a obra da autora, assinado por Assunção de Maria Sousa e Silva no qual são elencados e esclarecidos determinados aspectos da ficção de Conceição, sobretudo quanto à evocação da história dos afro-brasileiros, centrada no sujeito subalterno da sociedade, “consciente de sua condição e realidade, sempre em busca de resistir às pressões do status quo quo que engendram as relações de poder demarcadas pela herança escravocrata”.
Os contos de “Histórias de leves enganos e parecenças” são primorosos em inventiva e conteúdo simbólico. Transitam em um estilo que vai do fantástico ao sagrado – como ocorre nos contos “Nossa Senhora das luminescências” e em “A moça do vestido amarelo” -, e trazem em seu conjunto um conhecimento carregado de saberes e fazeres cognitivos da tradição e oralidade da cultura de matriz africana, que são valiosos mecanismos de aprendizagem. O nível do simbólico de que a autora se vale tem o poder de impulsionar com vigor o imaginário fantástico da literatura como ferramenta de aprendizado no viés do pensamento de Paulo Freire: “aprender é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito”. E como estamos carentes de aprender para mudar. Muito. Sobretudo na questão do racismo à brasileira, essa sujeira sempre lançada para debaixo do tapete.
O nosso 'racismo cordial' hoje, como aponta o economista Marcelo Paixão, é de caráter eminentemente estrutural, baseia-se em padrões de hierarquia racial na qual fortes diferenças separam as condições socioeconômicas de brancos, negros e mestiços. Fatores objetivos e subjetivos se irmanam não apenas para prorrogar as diferenças nas condições de vida entre portadores de cor de pele distintas, mas também para tornar tais diversidades naturais. Fatores objetivos e imediatos: A sempre intocada distribuição de renda, os eternos impasses do nosso sistema educacional, os aparatos policiais em completo despreparo, e tendo nos jovens negros alvos preferenciais – é de se ler com muita atenção o conto “Os guris de Dolores Feliciana” -, a nossa população carcerária, a terceira maior do mundo, e composta majoritariamente de pretos e pardos que nunca surrupiaram bilhões e bilhões dos cofres públicos; os empregos subalternos e com salário de fome etc. e etc.
Falamos em fatores subjetivos? Em nosso país como mais uma vez aponta o pesquisador Marcelo Paixão, “o olhar é educado para informar à consciência coletiva de que a cor da pele confere aos diferentes tipos de brasileiros, locais igualmente assimétricos em nossa pirâmide social”. É a naturalização das diferenças. A propósito, ler o conto “Mansões e puxadinhos”, um candente exemplo do 'realismo mágico', violento e injusto de nossa sociedade, para ficarmos num expressão literária.
Ainda hoje, Conceição Evaristo ouve um leve estalar de dedos que a convida a escrever sobre essas e outras questões, um estalar de dedos que provém de tempos imemoriais. É então que as incontidas águas da memória jorram os dias de ontem sobre os dias de hoje. E eis que na pequena casa de paredes amarelas, em Maricá, a 65 quilômetros do Rio de Janeiro, ela se desloca ao segundo andar da residência, e no percurso até a biblioteca, vai rememorando histórias ancestrais que ouviu de sua mãe, dona Joana; recorda também as vozes de Carolina Maria de Jesus, de Maria Firmina dos Reis, de Lino Guedes, de Oswaldo de Camargo, de Frantz Fanon e de tantos e tantos outros…
É uma guerreira de 70 anos Carolina Evaristo, que empenhou sua literatura nesta árdua luta para que não seja esquecido o passado de sofrimento físico e moral, individual e coletivo. Empenha sua literatura hoje (porque infelizmente ainda se faz muito necessário), nas demandas do presente pois continuam a ecoar as “vozes mudas e caladas, engasgadas nas gargantas” de milhões e milhões de brasileiros.
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liciahora 16/04/2018

Resistência e fé
Terminei agorinha. Antes de tudo, isso me tocou: "Uma paixão profunda é a boia que me emerge".
Quanta delicadeza, poesia, verdade, sofrimento, carência, luta e fé, muita fé.
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Biblioteca Álvaro Guerra 18/02/2020

A amplidão que Conceição Evaristo dá conta é a do dia-a-dia que se faz com os pelos em riste, o arrasto das chinelas, a fome das estradas e a ciência dos quintais e baldios. Ela escreve o cozimento do cotidiano embebido e retesado por forças que não se pode ver mas que suam e ressoam de dentro, forças que se cultuva e que não se esgotam nas folhas do calendário que ruma apenas para um futuro.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788592736002
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ClaudiaMF 15/12/2020

A possibilidade da história-corpo-palavra
Em doze contos e uma novela, Conceição Evaristo eleva as vozes e as histórias de mulheres, meninas, mães. Eu gosto mesmo é do lirismo e da beleza em cada conto. Mas neste "História de leves enganos e parecenças" podemos testemunhar em "Sebela" a defesa da "escuta de outras falas". Em tempos de discussão sobre o apagamento de vozes negras, de contações e testemunhos populares, ouvir o "contar dos outros" é a prática das escrevivências. Não aceitamos mais o discurso único que se autointitula "universal". Os acontecimentos devem ser registrados levando em conta múltiplas falas, vozes plurais. Inspirador.
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Jana 12/01/2021

Livros de contos e uma novela, que prende a atenção do início ao fim. Amei!!
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Ana Paula 11/02/2021

Eu amo a Conceição Evaristo e amo livro de contos. CONTUDO, achei as histórias ou mto curtinhas e com mtas referências que não peguei ou mto longa (como a última, que se divide em 3 partes).
Ela tem uma escrita mto lírica e bastante envolta em metáforas com a água, que acho lindas, por sinal. Enfim, não foi meu favorito dela, mas sempre vale a leitura!
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Ingrid Bays 21/03/2021

Encantada pelas escrevivências de Conceição Evaristo. Destaque para o conto Sabela e a profundidade de um mesmo acontecimento por olhares diversos - a "diversidade de fios".

"Sei que a vida está para além do que pode ser visto, dito ou escrito"
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tomperadinha 07/05/2021

Arte.
Conceição é arte do início ao fim. Na capa, nas palavras, na vida. A cada leitura tenho mais certeza: ela é a maior escritora brasileira que temos.
Que sorte é estar nesse mundo ao mesmo tempo que Conceição, acompanhar seus lançamentos, suas palavras, sua poesia.
Que sorte é acompanhar a revolução viva e nada sutil que ela é, tanto no movimento das mulheres quanto no movimento negro. Revolução, representatividade, realidade em sua forma mais artística.
Esse livro é poesia contada através de contos. É dor em forma de poesia. É a verdade da nossa sociedade contada da forma mais poética que poderia existir e ninguém poderia contar tantas dores e amores e vidas de maneira melhor do que ela.
Obrigada Conceição, por tanto. É sempre uma honra te encontrar.
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Wilderlane Oliveira 05/06/2021

Um misto de elucidação de problemas sociais, com cultura e imaginário social. Belas histórias e exemplos de situações vividas pelos marginalizados e excluídos. A percepção das circunstâncias apresentam um outro significado quando a visão parte dos oprimidos e essas vozes são despretensiosamente silenciadas.
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Paloma 10/08/2021

"Outro dia me indagaram sobre a verdade das histórias que registro. Digo isto apenas: escrevo o que a vida me fala, o que capto de muitas vivências. Escrevivências."

Conceição Evaristo é poesia na sua forma mais celestial e sensível que existe... Ela é arte, cultura, sabedoria e beleza que transborda. É a beleza que transforma.

Deusa extraordinária! ?


Contos favoritos:

? Teias de aranha;
? O sagrado pão dos filhos;
? Os guris de Dolores Feliciana;
? Fios de Ouro;
? E a novela Sabela.
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Pandora 14/09/2021

Conceição Evaristo é de uma sensibilidade e poética incríveis! Embora não seja a primeira vez que a leio, ainda me surpreendo. Nem sempre entendo suas simbologias, confesso, mas Evaristo tem um escrever único. Aquele a que se referiu Martha Batalha, numa entrevista à Companhia das Letras: “Todo escritor começa imitando os outros e tem uma hora em que a gente consegue encontrar uma coisa que é só nossa. Isso é prática.”. De uma forma ou de outra, Conceição encontrou aquilo que é somente seu.

Aqui temos 12 contos curtíssimos e uma novela e o que é incrível - e me parece bem difícil - é o quanto a autora consegue nos passar num conto de uma, duas páginas.

Estes são meus preferidos:
Teias de aranha
O sagrado pão dos filhos
Os guris de Dolores Feliciana
Mansões e puxadinhos

CONTOS NESTE LIVRO:
1. Rosa Maria Rosa
2. Inguitinha
3. Teias de aranha
4. A moça de vestido amarelo
5. A menina e a gravata
6. Grota funda
7. Nossa Senhora das Luminescências
8. O sagrado pão dos filhos
9. Os pés do dançarino
10. Os guris de Dolores Feliciana
11. Fios de ouro
12. Mansões e puxadinhos
13. Sabela (novela)
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Gisele 19/11/2021

Mais uma vez a escrita única de Conceição me envolvendo e me fazendo devorar seu conteúdo em pouco tempo
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Josi 23/01/2022

Um livro de eacrevivências, como bem nos ensina Conceição. Contos potentes, de vozes mulheres, que nos levam ao contato com nossa ancestralidade.
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Cei 07/02/2022

Conceição com certeza é um fenômeno, um feliz acontecimento para a nossa literatura.

Ao ler um livro seu, eu não espero menos do que algo incrível e original, e por conta disso não seria diferente com "Histórias de leves enganos e parecenças", é um livro com 12 contos e 1 novela, que usa e abusa da sua "escrevivência".

De escrita poética, original e sensível, com protagonistas femininas, repleto de espiritualidade, cultura negra e afeto.
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