Carla 20/03/2023Não me conecteiA escrita do autor é muito boa, ele tem ótimas sacadas, irônicas e espirituosas.
E a história tbm é interessante: na vida real, o escritor foi dado como morto e, ao descobrir isso, passa a investigar a sua morte.
No meio dessa investigação, temos Cuenca retomando aspectos soltos da sua vida nas atuais ruas do Rio de Janeiro.
E aqui ele traça as críticas sociais sobre o "desmonte" dos espaços tradicionais da cidade, a gentrificação, a especulação imobiliária, etc.
Embora pareça interessante, o autor entra num processo de autopiedade e de morte em vida ao perder o interesse por tudo e criticar todas as coisas ao redor sem, no entanto, querer contribuir com alguma mudança.
É uma reflexão sobre a morte que não me trouxe empatia, talvez por que os valores do protagonista/autor real pareçam narcisistas e egocentrados demais.