Bru | @umoceanodehistorias 16/11/2016As Letras do Amor é um livro nacional que pode ser definido como amorzinho e clichê. Nessa obra conhecemos a história de Bianca, uma jovem de 19 anos que acabou de largar o curso de graduação que estava fazendo e vive com seus pais que brigam o tempo todo e estão na iminência do divórcio. Miguel, seu namorado, lhe apresenta uma proposta incrível: viver alguns meses em Roma para ajudá-lo com a abertura de uma loja da empresa de seu pai.
Para fugir do que sua vida é no momento, Bianca decide partir com Miguel para Roma e testar como seria viver uma vida de casado. Eles irão mora junto do amigo de Miguel, Enzo, um rapaz muito inteligente – um nerd –, lindo e recatado.
Bianca está fazendo o possível para se encaixar, começou um curso de italiano, busca um emprego, mas Miguel está cada vez mais distante e Enzo mais próximo e isso não tem ajudado, pois diversas dúvidas surgem em sua mente. Seria possível ela não estar mais apaixonada por seu namorado, mas por seu melhor amigo? Como ela deverá lidar com isso?
“- Acho que tudo depende da sorte de encontrar alguém que combina com você. Há bilhões de pessoas no mundo, mas parece que podemos nos dar bem com apenas algumas poucas, e elas nem sempre cruzam o nosso caminho. – Ele me olha de relance, então continua encarando a rua. – E, às vezes, quando achamos essas pessoas, elas não estão disponíveis para nós.”
O livro é clichê e totalmente previsível. Você já sabe, antes da metade do livro, qual será a escolha de Bianca, então, o resto da leitura fica um pouco cansativa, mesmo com alguns acontecimentos aqui e ali.
O que me fez não gostar tanto assim da história não foi sua previsibilidade ou o triângulo amoroso, mas, sim, umas escolhas que os protagonistas tomaram que são inaceitáveis para mim. Além disso, Miguel foi um personagem odioso. Não consegui simpatizar com ele. Quem leva a namorada para um lugar, alega gostar dela e a deixa solta para o melhor amigo cuidar? Ele entregou a Bianca nas mãos do Enzo e não deveria ter do que reclamar!
“Miguel sempre foi um garoto atraente para as meninas, me lembro bem, e até nas fotos que vi de quando ele era mais novo, ele parecia de algum modo encantador para um adolescente. Sou ciumenta e acabo ficando um pouco decepcionada por ele não demonstrar o mesmo. Não que eu queira um cara superciumento pegando no meu pé, ah, não, mas o sentimento de ciúme demonstra que a pessoa se importa e gosta, não? Às vezes acho que Miguel no fundo gosta quando outras caras me acham bonita. Como se isso fosse uma espécie de autoafirmação para ele, sei lá.
Apesar disso, a leitura é leve e envolvente. Você começa a ler e quando percebe já terminou e está abraçando o livro, pois a ambientação é incrível. A Paula escreve com muita propriedade sobre os lugares e você se sente visitando Roma e vivendo junto dos personagens, que foram todos muito bem construídos, por sinal.
Recomendo essa leitura para quem gosta de uma história clichê e leve para ler entre livros densos ou num final de semana chuvoso.
“Porque a gente pode até ficar atraída pelo físico, mas, quando se descobre que o que há por dentro daquela pessoa é o que você quer, a sensação é completamente diferente.”
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