Confissões de uma máscara

Confissões de uma máscara Yukio Mishima
Yukio Mishima




Resenhas - Confissões de uma Máscara


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Isis.Borges 15/01/2021

Mascarar para ser aceito
Memórias autobiográficas sobre a infância, adolescência e juventude no Japão do entreguerras. As confissões são principalmente referentes ao fato dele ser gay. Ele expõem suas lembranças mais intimas, de descobertas, experiências e aflições. A máscara do título é sobre como ele tinha de encenar e fingir ser o que não era, mascarando seus desejos para ser considerado "normal". Seguia o Bushido (código de ética dos samurais) e sonhava com uma morte honrosa. Por revelar tantas intimidades num país e período bastante conservadores, ele optou por usar o pseudônimo de Yukio Mishima, mas seu verdadeiro nome é Kimitake Hiraoka. Ele morreu executando o ritual samurai - haraquiri em 1970.

trecho:
" “Representar” tornara-se parte constitutiva de meu ser. Ou
melhor, já não era uma encenação. A consciência de que me
fazia passar por uma pessoa normal corroera até mesmo a
normalidade que porventura ainda possuísse, fazendo-me repetir
a mim mesmo, sem cessar, que até esta não passava de
simulacro."
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Felipe 09/01/2021

O personagem, do qual não sabemos o nome, remete às lembranças que tem de sua infância, adolescência e vai até meados de seus 25 anos, contando sobre suas experiências pessoais, e como se descobriu homossexual. Fato esse, que desencadeia o constante uso de "máscaras" para tentar se proteger dos julgamentos da sociedade da época (estamos no Japão entre os anos 1930-50). Sobretudo é um livro permeado de sofrimento, já que o personagem é muito confuso sobre o seu verdadeiro eu, e quando o descobre, tenta mentir para si mesmo, de modo a "facilitar" sua inserção nas convenções sociais.

São interessantes as referências que Mishima faz à cultura tradicional japonesa, como nos casos do teatro, e de quadros, onde ele ressalta que os casais têm um perfil de beleza muito parecidos entre si. Também são marcantes as descrições de destruição do Japão durante a Segunda Guerra, e a constante presença da morte no imaginário da população, descrições de paisagens, como as tradicionais cerejeiras (eu amo muito). Ademais, ele nos mostra sobre a já presente ocidentalização do país, que passou a ter intervenções estrangeiras constantes no período.

Gostei bastante do livro, senti vontade de poder ajudar o personagem principal (que era o próprio Mishima). Talvez o livro tenha servido como uma forma de terapia também, já que são confissões, e às vezes funciona "desabafar" por escrito.
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Andre.28 17/12/2020

Yukio Mishima: uma narrativa proustiana provocadora
Existe um tipo de magia minuciosa na literatura japonesa, que une descrições simples e simbólicas, mas que construída na medida certa, encantam, fascinam. Quando você compreende a trajetória que une tradição milenar e problemas modernos, articulados de forma simples, numa analise que beira a psicologia da vida diária, você se surpreende com o poder dessa literatura. O autor japonês Yukio Mishima carregou consigo estas características tão marcantes de um relato quase “proustiano”, preocupado com o simbolismo das palavras, e que aborda dilemas humanos.

Publicado em 1949, “Confissões de Uma Máscara” aborda a tumultuada vida de um jovem japonês através suas experiências mais pessoais mais íntimas. Esse protagonista, que não é nomeado ao longo da história, cresce cercado de incompreensão sobre si e sobre a sua sexualidade, num período em que o Japão se militarizava para a guerra (Segunda Guerra Mundial). Quando o narrador descobre suas inclinações homossexuais, passa a se esconder por detrás de máscara com que encobre sua verdadeira natureza. Incompreendido e com uma natureza “não convencional” em meio a uma sociedade tradicional e arraigada em costumes e condutas delimitadas, o narrador passará pelo grande desafio de afirmar a sua identidade.

Narrado em primeira pessoa, este livro aborda temas “polêmicos”, pelo menos para aquela época. Mishima sabe provocar em sua escrita, que estabelece um padrão próprio de descrição. As descrições tem a minúcia necessária para despertar a curiosidade, e a preocupação com cada palavra é perceptível. Em determinado momento da narrativa temos uma compreensão da máscara da vida real, onde cumprindo determinado papel social, fingimos ser o que não somos. Esse é o tipo de livro que provoca reflexões profundas que vão além dos temas abordados pelo narrador. Mishima também estabelece as características principais de sua literatura, o fascínio pelo belo, pela contradição, pelo sensual, pela provocação. Yukio Mishima passeia pela vida, expondo as feridas do mundo moderno através de uma literatura simbólica.
Gabi 17/12/2020minha estante
Excelente resenha. Deu vontade de ler.


Andre.28 18/12/2020minha estante
Muito obrigado Gabi! ?


Juliana 31/03/2021minha estante
cirúrgico


Luiz.Barbieri 17/09/2021minha estante
Legal. Comecei esse agora e tá sendo meu primeiro do país. Pelo comentário tu parece conhecer alguma coisa de literatura japonesa. Tem mais alguma recomendação de livros de lá para quem gostar desse romance (além dos outros do Mishima e do Murakami)?


Juliana 17/09/2021minha estante
moço, le jun?ichiro tanizaki




Gaby 16/12/2020

Confissões de uma Máscara
Meu 1º contato com a literatura japonesa, sem contar os mangás (que sou completamente apaixonada) e devo dizer q me surpreendi a escrita e incrível, com toques poéticos, e tem traços autobiográficos com a vida do próprio autor, recomendo fortemente o livro, e uma boa entrada pra quem quer começar a ler literatura japonesa além de ser um livro curto e que tem um bom ritmo de leitura.
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Nat 27/11/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
Confissões de uma Máscara é um livro japonês que parece ser autobiográfico. O protagonista narra sua via desde criança e vários momentos em que percebe que é um garoto diferente dos outros, tanto por gostar outros meninos como por ter fetiches com sangue e espadas. No entanto, ele nunca se permite assumir esses desejos, vivendo sempre com uma máscara em relação à sociedade. Na vida real, o autor se suicidou em um ritual samurai, cortando a própria barriga – pois defendia a volta dos costumes passados.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Hera 28/10/2020

Descoberta íntima
É uma narrativa sobre a interior descoberta e entendimento da sexualidade. É sensível e de uma sinceridade que em certos momentos chega a ser perturbadora.

Narrado em primeira pessoa, o contexto é o Japão entre a pré e pós Segunda Guerra. Acompanha um jovem da infância ao início da vida adulta. É breve e íntimo, e demonstra como compreender a própria sexualidade pode ser mais complexo do que se imagina. Recomendo.
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Cassio.Santos 08/10/2020

Confessional e inteligência para consigo mesmo.
Meu primeiro contato com esse autor cult(uado). Gostei muito.
Ele é sincero com o que sente, confuso e atormentado pela "mascara" e isso não o faz menos belo ou cem por cento verdadeiro.
Daqueles livros pra expiarmos os nossos personagens que encenamos durante a vida.
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mat 08/10/2020

Confissões de um cínico
Confissões de uma Máscara
Autor: Yukio Mishima ??

Nota: ???? (4/5)

Essa foi minha primeira incursão pela literatura japonesa, eu gostei do livro e achei ele muito bem escrito, mas também entendo as pessoas que não gostaram, afinal, por ser um recorte da vida do autor, o livro não tem clímax. Confissões de uma máscara vai ser narrado por um homem, falando de sua infância no período entre guerras e início de sua juventude, essa durante a Segunda Guerra Mundial, vale ressaltar que tanto o personagem como o autor foram homens gays de famílias conservadoras (a obra é em grande parte autobiográfica, mesmo sendo um romance). Também abordará o conflito sexual pelas fantasias sadomasoquistas, masturbação e desejos de violência, bem como o fato de não conseguir se relacionar com mulheres permearão todo o livro. Já o título é em referência ao teatro grego que usa máscaras e serve como metáfora ao personagem que usa da atuação e do cinismo para se encaixar no padrão que esperam dele. É um livro muito interessante que mostra aspectos da cultura japonesa, mas atento para o fato de ter um ritmo um pouco lento e um protagonista que é difícil de gostar.

Curiosidades: o Mishima foi seguidor ferrenho do código Samurai, tanto que sua morte se deu pelo método do seppuko, após a fracassada tentativa de um golpe de estado, além disso foi um escritor de extrema direita e anti-ocidentalização do Japão,  e sua obra é admirada e tem seguidores mesmo após 50 anos de sua morte.
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Helena 04/10/2020

A humanidade aberta
Entrou para a lista de livros favoritos da vida! Impressionante como esse livro é sensível, mostra a natureza humana como eu nunca vi. Apesar de ser em primeira pessoa, todos os pensamentos, diálogos e atitudes do personagem, perpassam a mente de todos nós. Enfim, incrível, leiam!
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Syrah 29/09/2020

Esse é um dos livros mais confusão que comecei a ler, não sei se o motivo é porque não estou acostumada com esse gênero de livro ou por ele ser um pouco complexo.
Como já é um livro famoso comecei lendo já sabendo do que se travava mas? devo dizer que fiquei um pouco impressionada com o modo sútil agressivo com que ele aborda os fatos da vida dele.
Em poucas palavras ele consegue passar a "sensação da desgraça" enquanto vai pensando nos fatos que ocorreram e? é como se admitisse pra ele mesmo? Uma reflexão, sobre onde "tudo começou", e depois vem contando de seus outros casos.
Há sempre algum tipo de violência ou tragédia nas memórias dele, seja do seu modo de contar ou do que de fato ocorreu, ele tem essa paixão por coisas trágicas e pela morte.
O título realmente faz jus ao que se passa, são confissões de uma pessoa que se escondeu a vida inteira fingindo ser o que não era, tanto por ele mesmo quando pelos familiares, que tinham essa relação superprotetora.
Devo admitir que no decorrer da 3 parte a leitura ficou mais fácil, porém continua igualmente angustiante a maneira como ele se afunda nas mentiras e ilusões que ele mesmo provoca.
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Igor 23/09/2020

Confissões de uma máscara foi um desses achados únicos que parecem ser possíveis unicamente em tardes tediosas. Nesse meu primeiro contato com o autor, quero deixar registrado o meu fascínio pela escrita belíssima e impetuosa de Mishima que contraste com a angustiante trajetória narrada no livro, que está cheio de devaneios homoeróticos explícitos e por muitas vezes sórdidos e auto-reprobatorios. Curioso perceber como a história de Mishima se mescla e se confunde com a de Koo-chan, ambos passaram a vida por trás de inúmeras dissimulações sociais na busca de se sentirem compatíveis com a ?normalidade? japonesa do entre guerras.
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Henrique Fendrich 21/05/2020

O livro é interessante na medida em que, com grandes traços autobiográficos, acompanha o desenvolvimento do personagem desde a infância, quando também há as primeiras manifestações da sua homossexualidade. O que poderia ser interessante em uma trama fictícia, ou melhor engendrada do ponto de vista literário, pareceu-me bastante maçante no formato de confissões escritas em estilo rebuscado permeado de descrições poéticas. Quando cheguei à parte em que ele apresentava fantasias canibalescas, achei melhor parar e ler alguma coisa que eu realmente gostasse. Não é meramente uma objeção moral, pois eu ainda leria se houvesse algo no estilo ou na forma que me cativasse, mas não há.
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Bruno 19/05/2020

Esse é um daqueles casos em que o título se encaixa perfeitamente a história contada. O narrador confessa ao leitor absolutamente tudo, sem pudores! São confissões de uma vida triste de alguém que sentia culpa por ser quem era até mesmo quando estava sozinho.
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Toni 24/04/2018

De que tenho lembrança, este é o livro que eu desejei ler por mais tempo: 18 anos se passaram desde a primeira vez que ouvi falar nele e escrevi seu título num caderninho de leituras que levava a todo lugar (precursor do Skoob) até encontrá-lo por acaso mês passado no Sebinho, louvadaseja.
.
Neste livro de memórias, Mishima (um dos grandes nomes da literatura japonesa, conhecido por ter tirado a própria vida num ritual de Seppuku no mesmo dia em que terminou o último volume de uma tetralogia), conta a história da descoberta de sua homossexualidade tendo como pano de fundo o Japão pré-durante-pós Segunda Guerra Mundial. Em meio a inúmeras dissimulações na vida social e às inclinações eróticas que se manifestam com imagens de violência, sangue e destruição, Mishima constrói um relato composto por camadas e mais camadas de autocensura, reprovação, incompreensão e um profundo sentimento de incompatibilidade existencial. Como acontece com outras narrativas do autor, a escrita destas Confissões é fulminante: impiedosa e inconsequente, mas sempre bela.
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GRIFO: "Foi a partir dessa época que comecei a compreender vagamente o mecanismo segundo o qual o que parecia ser uma representação aos olhos das pessoas, era para mim expressão da necessidade de retornar a minha própria essência, ao passo que o que parecia a todos o meu jeito natural de ser era, na realidade, uma encenação." P. 27-28
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Gladston Mamede 25/12/2017

Um excelente livro, mas uma leitura difícil, trágica, doída. Há muito sofrimento e angústia. Uma visão bem particular, quase depressiva, da realidade. Aprendi muito mas, por sorte, identifiquei-me muito pouco.
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