Silvana 22/07/2018
Inglaterra, 1.833.
Sophie Talbot é a mais nova das cinco irmãs Talbot, também conhecidas como "Cinderelas Borralheiras" por conta delas até recentemente não pertencerem a aristocracia, e também por "Irmãs Perigosas" já que as irmãs não escondem de ninguém que querem fisgar um marido nobre a qualquer custo, nem que para isso precisem usar de todo o charme feminino, roupas decotadas que valorizem seus corpos e até fazerem os homens caírem em algum tipo de armadilha sendo obrigados a se casar, como foi o caso da irmã Talbot mais velha, Seraphina, que conseguiu se casar com o Duque de Haven. A sociedade tolera a família Talbot, afinal eles são podres de ricos e foi assim que o pai de Sophie conseguiu seu título de conde, mas eles não aceitam as irmãs, que vivem protagonizando um escândalo atrás do outro.
Mas até o momento Sophie, que detesta esse mundo de falsidade e fofocas em que vive a sociedade londrina e prefere ficar quietinha em seu canto, não havia sido o alvo de nenhum escândalo. Mas então quando o escândalo acontece, é em grande estilo. Em um baile Sophie acaba encontrando seu cunhado com uma amante e quando vê que ele ainda acha que tem razão e ofende sua irmã que está grávida, Sophie resolve defender a honra da irmã e joga o duque dentro de um lago e chama ele de canalha. Mas quem passa por destemperada é Sophie já que todos na festa veem o que aconteceu e não querem saber o motivo, só que ela empurrou um duque no lago e claro, a errada é ela. Sophie fica muito irritada e resolve ir embora sem avisar ninguém e é assim que seu caminho acaba cruzando com o de Reider, Marquês de Eversley e futuro Duque de Lyne.
O marquês também está fugindo da festa, mas por outro motivo. Ele é conhecido pelo apelido de Canalha Real e faz jus ao apelido. E quando Sophie pede sua ajuda para ir embora Rei nega, já que conhece a reputação das irmãs e tem certeza de que Sophie quer pegá-lo em uma armadilha casamenteira. Mas Sophie dá um jeitinho, se veste de criado e acaba na carruagem de Rei. O problema é que Rei está indo para Cumbria visitar seu pai que está morrendo e quando Sophie percebe, está muito longe de casa. É então que Sophie muda de ideia e decide voltar para a casa onde sua família vivia antes de seu pai virar um conde, para o lugar onde ela era feliz, que por coincidência é no mesmo caminho do marquês. Mas Rei ainda acha que Sophie está atrás de um casamento e Sophie jura que não se casaria com um grosseirão como ele nem que Rei fosse o último homem da Terra.
“Felicidade! É esse o cheiro dos livros! Felicidade. Por isso que eu sempre quis ter uma livraria. Existe vida melhor do que vender felicidade?”
Definitivamente a Sarah é minha autora favorita de romances de época. Suas histórias são ótimas, seus personagens marcantes e principalmente, ela escreve livros com histórias únicas, mas que todas elas estão entrelaçadas e mesmo sendo de séries diferentes, elas se passam no mesmo cenário e seus personagens passeiam entre uma história e outra. Sophie mesmo já tinha aparecido no quarto livro da série O Clube dos Canalhas. Então por isso se você é como eu e gosta de ler séries na ordem, leia primeiro a série Os Números do Amor, depois O Clube dos Canalhas que se passa dez anos depois da série anterior e só então leia Escândalos e Canalhas que se passa um ano depois. E como disse na resenha de Nunca julgue uma dama por sua aparência, se você não ler na ordem vai pegar um tremendo de um spoiler do maior mistério da série O Clube dos Canalhas.
Desde que conheci a escrita da Sarah lá no livro Nove regras a ignoras antes de se apaixonar, eu me apaixonei pela autora. Geralmente os romance de época são muito parecidos e os clichês são sempre o mesmo. O que diferencia um livro do outro, é a forma como a autora conta a história e a Sarah tem se destacado entre tantas autoras por suas histórias serem leves, divertidas, daquelas que a gente tem um sorriso o tempo todo no rosto, e pelas suas protagonistas que são irreverentes e que geralmente não aceitam as regras da sociedade e sempre dão um jeito de seguir seu próprio caminho, independente de serem aceitas ou não. E também com os protagonistas masculinos que num primeiro momento são apresentados como canalhas, mas que quando conhecemos suas histórias não são nada daquilo que eles mostram para a sociedade.
Sophie odeia tudo o que a sociedade representa, ela não se conforma de ter virado uma Lady depois que seu pai "comprou" o título de conde. E também não aceita a forma como as pessoas fazem chacota de sua família. Por isso seu desejo é fugir de tudo aquilo e quando ela própria se torna um escândalo, ela tem certeza de que chegou a hora de deixar tudo para trás. Já Rei recebe uma carta falando que seu pai está morrendo e por desentendimentos do passado, ele odeia o pai com todas as suas forças e jurou que a linhagem morreria com ele, por isso ele não vai se apaixonar e nem ter filhos nunca. Mas as coisas não acontecem como o esperado para nenhum dos dois. E os dois juntos protagonizam um jogo de gato e rato, onde os diálogos inteligentes são o ponto do alto do livro e mesmo a gente torcendo para eles se acertarem, ao mesmo tempo a gente quer que eles continuem discutindo hehe.
E não são só os protagonistas que tem seu destaque. Os personagens secundários roubam a cena em vários momentos. As irmãs Talbot são muito divertidas e já vi que no terceiro livro da série uma delas será a protagonista, por isso fiquei bem feliz pois teremos mais dessa família que me conquistou. Também quem chamou bastante atenção foi o Duque de Warnick, que já vi é o protagonista do próximo livro. E não posso deixar de citar o John, uma criança que Sophie conhece no meio da viagem. Quanto a edição, a capa está maravilhosa e só um detalhe que não sou fã, são as aspas no lugar dos travessões, mas que pela história ser ótima, nem notei até o meio do livro. Enfim, depois de tudo que falei é claro que recomendo a leitura. Se você é fã de romances de época, você vai amar e se você nunca leu e quer se aventurar, a Sarah é uma ótima autora para se apaixonar pelo gênero.
site: https://blogprefacio.blogspot.com/2018/07/resenha-cilada-para-um-marques-sarah.html