aliciagiovana 13/01/2024
"Cujo nunca quis matar ninguém. Ele foi levado a isso [...]"
De todos os livros do King que eu li, esse foi o mais angustiante (ainda não li pet sematary).
O são-bernardo de 90kg, Cujo, é de se apaixonar no começo. Um cachorro amoroso e com comportamento normal como qualquer outro, que infelizmente teve o azar de adquirir raiva graças à negligência de seus donos que nunca o vacinaram. A família Camber nem imaginava a catástrofe que isso geraria.
Em paralelo a situação do Cujo, que aos poucos vai sendo consumido pela doença, acontecem várias coisas que não conseguiram despertar meu interesse, descritas em muitas e muitas páginas, deixando Cujo de lado por bastante tempo. Essa é uma coisa negativa do livro... mas talvez a culpa seja minha, pela expectativa que criei, jurei que o Cujo seria o assunto principal do livro quando na verdade ele aparece só de vez em quando.
Vi muita gente dizendo que não tem como gostar dos personagens desse livro e eu concordo totalmente. Ainda não tinha lido uma obra do King em que não me apaixonasse ou não me identificasse com pelo menos um personagem humano. O único ser pelo qual é possível se conectar é o Cujo, muito graças às vezes em que King nos mostra a perspectiva dele. Ele jamais quis machucar ninguém, nunca foi por maldade, e saber isso me partiu o coração porque as consequências foram terríveis.
Esse livro é muito pesado e brutal no quesito violência, Stephen King não dispensa detalhes e descrições de tudo, principalmente dos ataques, daquele jeito que só ele sabe fazer. Além disso, ele está super desbocado (kkkk) e tem umas piadinhas de vez em quando. Nessa história dá pra entender o que realmente é terror psicológico: Cujo apenas tinha uma doença, mas algumas pessoas viam algo de sobrenatural nele, coisas criadas pela mente das pessoas.
O final do livro é muito tenso e triste, estou sentida até agora por tudo que li.