A trégua

A trégua Mario Benedetti




Resenhas - A Trégua


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Rafa 17/10/2021

Um livro pra odiar o person. principal - e amar a reflexão
Antes de qualquer coisa: quem ler o livro sem sentir algum incômodo, leu errado.

Alguma coisa vai te fazer odiar o Martin Santomé: ou o fato dele ser machista, ou nas mulheres que ele usava, ou a vida de escritório parado que ele levava, ou na homofobia contra o próprio filho, ou no fato de ele ter passado a vida inteira do mesmo jeito, sentindo pena de si mesmo, sem nenhuma força para mudança.

Alguma dessas coisas vai te fazer odiar o Santomé. Ou todas.

De qualquer forma, é um livro pro leitor dar várias 'tréguas' e sair das linhas para refletir. Seja por verossimilhança, ou raiva. Mas são várias, várias reflexões que saem das linhas.

O livro se passa em meados dos anos 50 e a vivência de Jaime me fez pensar em que SORTE eu tenho de ser um grande [*****] hoje em dia, e não naquela época. Ode à todes que vieram antes de mim, passaram pelo o que Jaime passou, e hoje me permitiram levar uma vida comum. Que nunca esqueçamos da importância dos movimentos sociais e de minorias!

Outra reflexão relevante é o fato da distância entre o autor, Mario Benedetti, e o personagem, Martin Santomé:

- Mario era esquerdista, foi exilado por seu posicionamento, fazia parte de movimentos sociais.

- Martin acha que o marxismo é perda de tempo, que "o feminismo não me interessa", e chama os outros de maricas.

Essa distância me soa como uma crítica ao uruguaio hetero, branco, cis e de classe média que, já naquela época, assombrava a sociedade por sua própria inanição e nenhuma força de mudança.

Fast forward pra Brasil, 2021: Santomé é o extrato do bolsominion.

Costumo dizer que um livro bom é um livro que causa sensações - quaisquer que sejam. E esse, me fez espumar de raiva diversas vezes.

Odiei, 5 estrelas!
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Victor Vale 16/10/2021

Difícil pensar sobre o livro de forma anacrônica. A história é cria de seu tempo onde o protagonista e covarde, arrogante, preconceituoso, tem medo de ser amoroso e, principalmente, de se expor ao ridículo. E é isso que torna o livro crível, nessas limitações Santomé ruma com pouco afinco a sua felicidade, lutando a cada momento para se entregar a essa felicidade. Acostumado em estar apagado, a viver no automático ele acaba sendo absorvido e absorto torna-se feliz.
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Maria 14/10/2021

Bom livro
A história fala de um homem de meia idade que perto de se aposentar, redescobre uma razão para viver através de uma paixão por sua colega de escritório e a partir disso vive um romance com ela.
É uma leitura gostosa, mesmo com algumas palavras de difícil significado e o modo de escrever em diário, dá a impressão de um livro de contos, porque pra mim é como se todo dia encarasse uma história diferente, conectada com as história central. Além disso, têm muitas reflexões sobre a vida e de como é preciso aproveitar cada momento.
A única coisa que me incomodou é o fato do protagonista, me parecer egoísta e até com pouca empatia em alguns momentos, porque ele toma grandes decisões basicamente sozinho no relacionamento, sem discutir com ela.
Tirando esse pequeno ranço é um bom livro.
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Gustavo 13/10/2021

Um homem hetero escreveu uma fanfic e olha no que deu
Não consegui me relacionar em nada com os sentimentos de um homem de 50 se apaixonando por uma mulher de 25. Juntando isso com nada acontecer na história, esse livro fez eu morrer de tédio
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Jubaeta 12/10/2021

Valeu à pena insistir
Um narrador morno, raso, desencantado e sem graça traz à tona toda a profundidade de um encontro com o amor e consigo mesmo.
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@quixotandocomadani 12/10/2021

Mario Benedetti era um escritor e poeta uruguaio, falecido em 2009. Tá explicado a poesia em prosa desse livro! Gosto de livros escritos em forma de diário, cria um clima intimista conhecer o dia-a-dia e os pensamentos de um personagem.
Estava querendo um livro assim, daqueles que dá um quentinho no coração.

Quando penso na palavra “trégua” penso em algo que está acontecendo num ritmo frenético e então uma pausa, um descanso. Mas nesse livro é o contrário... É a nossa vida que acontece num marasmo, e “A trégua” são os momentos que nos tiram desse ‘mais do mesmo’. Podem ser os momentos mais simples, do cotidiano, e também os instantes de êxtase, que o coração bate forte, as mãos suam... dão um respiro para a vida. Basta estar consciente deles, atentos quando eles acontecem... Pq a vida está nesses instantes.

Acompanhar a transformação de Santomé nesse período de trégua é de uma sensibilidade e poesia que só... como estar numa montanha-russa: cheia de altos e baixos...



site: https://www.instagram.com/quixotandocomadani/
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Felipe Philipp 12/10/2021

Benedetti é um baita escritor, e isso é indiscutível pelo simples fato de você gostar do protagonista e ao mesmo tempo odiá-lo em alguns momentos. O protagonista sendo uma pessoa sem grandes sonhos, já perto da aposentadoria, filhos voando longe do ninho, porém tudo mudará quando se apaixona por moça bem humorada. Aquela clássica paixão que muda toda nossa vida, muda nossos planos futuros, dá aquela alegria que faltava na nossa vida, e que no caso do protagonista estava faltando mesmo. Mas como tudo da vida, nada é eterno...
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Lucy 12/10/2021

Gostei da escrita do livro, um diário onde é possível acompanhar os acontecimentos, sentimentos e pensamentos do personagem.
Também fiquei bastante triste com o desfecho.
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Nicolas 12/10/2021

"Talvez o segredo resida em que meu cérebro tem algumas necessidades próprias do coração, e meu coração, algumas singularidades próprias do cérebro."
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Julia 11/10/2021

É tudo sobre se permitir ir mais fundo
Um homem amargurado que encontra uma trégua ao meio toda essa escuridão. O amor que vem aos poucos e conquista o coração de alguém, simplesmente pelo fato de se não fechar as portas e se permitir. Tão leve e sensível até o momento que te dilacera e você entende a dor e o amor que existem ali e sua importância. É sobre só entender o que se tinha quando se perde
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Zelinha.Rossi 10/10/2021

O livro conta a história de Martín Santomé, um homem prestes a fazer 50 anos e a se aposentar, que ora quer viver o ócio e ora tem medo dele, viúvo há mais de 20 anos e bastante solitário (devido aos pouquíssimos amigos e à difícil relação com seus três filhos) que, como ele mesmo diz, vivencia uma trégua em seu destino escuro ao conhecer o amor em Laura Avellaneda. Deixando de lado sua postura em alguns momentos machista e homofóbica (o que me incomodou bastante durante estes pontos da leitura, mas que infelizmente reflete o homem classe média da década de 60), o livro é excelente. Através da escrita em forma de diário, Martin faz muitas reflexões pertinentes e bonitas (ou descreve as de Laura) sobre a vida, o amor, a amizade, o trabalho (meu livro ficou cheio de marcações) e, em muitos momentos, dei boas risadas com sua visão irônica dos fatos. Também foi maravilhoso acompanhar a cidade de Montevidéu com seus cafés, prédios e praças, o que só aumentou minha vontade de conhecer o Uruguai. Uma obra sensacional de um autor que eu já havia gostado muito pela leitura de ?Primavera num espelho partido?.

?Ela diz que, em geral, as pessoas acabam se sentindo desgraçadas só por terem acreditado que a felicidade era uma permanente sensação de bem-estar, de êxtase gozoso, de festival perpétuo. Não, diz ela, a felicidade é bastante menos (ou talvez bastante mais, só que, de todo modo, é outra coisa), e o fato é que, na verdade, muitos desses supostos desgraçados são felizes, mas não se dão conta, não o admitem, porque acreditam estar muito longe do bem-estar máximo.?

?Como é ruim nos dizerem a verdade, sobretudo quando se trata de uma dessas verdades que evitamos dizer a nós mesmos até nos solilóquios matinais, quando acabamos de acordar e murmuramos bobagens amargas, profundamente antipáticas, carregadas de autorrancor, as quais é preciso dissipar antes de despertarmos por completo e de colocarmos a máscara que, no resto do dia, será vista pelos outros e verá os outros!?

?De repente, tive consciência de que aquele momento, aquela fatia de cotidianidade, era o grau máximo de bem-estar, era a Ventura.?

?Essa opressão no peito significa viver.?

?Sei que, quando vemos as coisas de fora, quando não nos sentimos envolvidos nelas, é muito fácil proclamar o que é mau e o que é bom. Mas, quando estamos metidos no problema até o pescoço (e eu estive assim muitas vezes), as coisas mudam, a intensidade é outra, aparecem profundas convicções, inevitáveis sacrifícios e renúncias que podem parecer inexplicáveis para quem apenas observa.?

??nada me fascinaria tanto como a Gente, como ver passar a Gente e esquadrinhar seus rostos, reconhecer aqui e ali expressões de felicidade e de amargura, ver como se precipitam todos rumo aos seus destinos, em insaciada turbulência, em esplêndida azáfama, e dar-me conta de como avançam, inconscientes de sua brevidade, de sua insignificância, de sua vida sem reservas, sem jamais se sentirem encurralados, sem admitir que estão encurralados.?
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