A trégua

A trégua Mario Benedetti




Resenhas - A Trégua


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Nathalie.Murcia 24/05/2020

Belo retrato da solidão e do amor
Um livro que iniciou morno mas que engatou, logo nas primeiras páginas, e a partir daí foi difícil parar de ler.

Escrito em forma de diário, Martín Santomé, um viúvo de 50 anos, pai de três filhos adultos, em vias de se aposentar, leva a vida de forma previsível e sem grandes emoções, acostumado com o tédio e a solidão de seus dias, ocupado parte das horas no escritório de contabilidade e a outra na sua residência.

Esse cenário se altera quando ele se apaixona pela colega de trabalho, bem mais nova, e sua vida ganha um novo matiz. Digressões belíssimas são tecidas ao longo livro, a respeito da efemeridade de bons momentos, amor, felicidade, solidão, morte, relacionamentos, filhos, entre outros.

A escrita de Benedetti é magistral, alternando momentos de delicadeza e ternura com outros de extrema acidez e zombetagem.

"E padecem a mais horrível variante da solidão: a solidão daquele que nem sequer tem a si mesmo."

"Ela me dava a mão e eu não precisava de mais nada. Bastava isso para que eu me sentisse bem acolhido. Mais do que beijá-la, mais do que nos deitamos juntos, mais do que qualquer outra coisa, ela me dava a mão, e isso era amor."

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Sara @desanuvie 16/05/2020

Pensei e labutei pra fazer uma resenha que pudesse expressar como me senti lendo esse livro. Em como as nuances, os altos e baixos, como todas as alterações de sentimentos se contrapuseram a linearidade desse texto. É de certa forma irônico como a vida de um homem desgostoso e desgastado, onde todas as emoções acontecem dentro de seu trabalho mecânico e sem graça pôde me trazer tantos sentimentos opostos numa sequência absurda.
Recuso-me a falar sobre Avellaneda e sua opacidade inundada de infantilidade. Mas quero mencionar meu extremo incômodo com os dizeres machistas e homofóbicos.
Foram dias tentando escrever algo sobre essa obra e ainda assim sinto que não consegui falar tudo e talvez nunca conseguirei.
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Lilian 16/05/2020

Triste e bonito
Livro sobre a beleza e a tristeza da vida, com um protagonista muito verdadeiro, já que está escrevendo em seu diário. Chega a ser engraçado de tão cru! O enredo é triste, mas é uma história comum e bonita
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Fabiana 14/05/2020

Livro tocante para mim por ter uma linguagem simples e uma história que me comoveu pela empatia com a Laura.
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Ju Salmont 03/05/2020

Um livro em forma de diário que aborda questões cotidianas como o relacionamento com uma jovem que tem a idade de sua filha, a aposentadoria iminente, a orientação sexual de um filho e, principalmente, a relação com outros indivíduos
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edu basílio 03/03/2020

trégua ad aeternum

um dos livros mais marcantes que eu li nos últimos tempos. martín santomé é funcionário de um enfadonho escritório de contabilidade. na aurora dos 50 anos e prestes a se aposentar, ele é, à primeira vista, o próprio clichê do homem de meia idade insípido e opaco (e meio preconceituoso!), de rotina sem maiores relevos. "a trégua" é o diário de santomé durante o ano que antecede sua aposentadoria.

já nas páginas iniciais fica claro que, a despeito das aparências, santomé é uma figura interessantíssima, muito mordaz, em cujo interior borbulha um ferino senso crítico, mas sobreposto a um fundo melancólico. pai de 3 filhos e viúvo desde os 28 anos, ele escreve que "(...) todo o mecanismo dos meus sentimentos ficou retido há vinte anos, quando isabel morreu. primeiro foi a dor, depois indiferença, mais tarde liberdade, ultimamente tédio. longo, deserto, invariável tédio (...)". mas ele teve o mérito de conseguir tocar o barco, pois "(...) seguir adiante com meus filhos era uma obrigação, o único escape para que a sociedade não me encarasse e me dedicasse o olhar inexorável que se reserva aos pais desalmados. não havia outra solução, e eu segui adiante. mas tudo foi sempre por demais obrigatório para que pudesse me sentir feliz (...)".

é nesse cenário sentimental árido que aparece laura avellaneda, funcionária nova do escritório, na casa dos 20 anos, e faz soar o sino no coração de santomé. a chegada de avellaneda traz-lhe uma trégua dessa vida cinzenta, fazendo-o redescobrir, não sem estranheza, o amor. acompanhamos então as observações terrivelmente sinceras de santomé sobre seu próprio envelhecimento, sua dúvida oscilante entre se aposentar de vez ou abrir mão do "Ócio Infinito" por mais um tempo, além de sua relação agridoce com os filhos. e ainda são impagáveis as reflexões que ele faz sobre aspectos diversos da vida...

...sobre sua relação com os colegas de trabalho, o distanciamento é evidente:
"(...) nos escritórios não existem amigos; existem sujeitos que a gente vê todos os dias, que se enfurecem juntos ou separados, fazem piadas e se divertem com elas, que trocam suas queixas e transmitem seus rancores, que reclamam da diretoria em geral e adulam os diretores em particular. isso se chama convivência, mas só por miragem a convivência pode chegar a parecer-se com amizade (...)".

...suas elucubrações religiosas são, no mínimo, provocantes:
"(...) francamente não sei se creio em deus. às vezes, imagino que, no caso de existir deus, esta dúvida não o desgostaria. na verdade, os elementos que ele (ou Ele?) mesmo nos deu (raciocínio, sensibilidade, intuição) não são em absoluto suficientes para nos garantir nem sua existência nem sua não-existência (...)"

...e muitas de suas colocações são absolutamente atemporais (e transfronteiriças, diga-se de passagem):
"(...) porque, na realidade, o suborno sempre existiu, a acomodação também, os corruptos também. o que está pior então? depois de muito espremer, cheguei à convicção de que o que está pior é a resignação. (...) mas a resignação não é toda a verdade. no princípio foi a resignação; depois, o abandono do escrúpulo; mais tarde, a conivência. Foi um ex-resignado que pronunciou a célebre frase: 'se os de cima roubam, eu também quero'(...)"

mario benedetti conseguiu magistralmente mostrar nas entrelinhas o íntimo de um homem "comum" tão acostumado com a ausência da felicidade, que não sabe direito o que fazer com ela quando ela enfim parece se impor. é fácil se reconhecer um pouco no protagonista, meio ranzinza, meio carente, meio desastrado, mas de coração fundamentalmente bom (enfim, humano!).

acho que essa ressonância é que torna esse pequeno livro tão memorável.
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Eduarda Duarte 21/02/2020

Lirismo Medíocre
É peculiar a forma como nos apercebemos da mediocridade da forma humana. E mais peculiar ainda, quando um sujeito, Mario Benedetti, consegue tomar essa mediocridade e transformá-la em algo tão lírico como a narrativa de 'A Trégua'.
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Joao.Marcelo 14/10/2019

Gosto dos livros que nos remetem à reflexão!
A busca pela felicidade, o amor e o destino são grandes questões que inevitavelmente agitam o pensamento de todos nós.
Por muitos anos busquei a trégua que esta obra trata e então desisti. Não me rendi e tão pouco fui vencido. Percebi que para mim não existia a possibilidade de trégua.
Sabe a letra daquele samba de Toquinho e Vinicius? "Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada não"

"O que aconteceu na sexta-feira foi uma coisa única, mas torrencial. Tudo passou tão rápido, tão natural, foi tão feliz, que não pude tomar nem uma só anotação mental. Quando se está no foco da vida é impossível refletir. E eu quero refletir, medir o mais aproximadamente possível essa coisa estranha que me está acontecendo, reconhecer meus próprios sinais, compensar minha falta de juventude com meu excesso de consciência."
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marcosm 13/07/2019

A trégua
Há algum tempo queria ler algo do Benedetti. Esse livro me apareceu meio que por acaso, alguém desapegando no Facebook. Ganhou-me já nas primeiras frases. Benedetti tem aquela capacidade; escreve abraçando o leitor. Sem mais...
Claire Scorzi 14/07/2019minha estante
Uia! Então vou dar uma chance...


marcosm 14/07/2019minha estante
Espero que goste!




Isys.Pryscilla 09/07/2019

A trégua
Um nó na garganta ao terminar a leitura com muita coisa para refletir.
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Bruno.Dellatorre 17/06/2019

Benedetti, por que???
Como vi em "Primavera num espelho partido", Benedetti possui uma escrita um pouco mais lírica que o usual, o que me encanta de início, mas me irrita com o passar da leitura. Mas aqui, ele construiu um romance. Mostrou o que sabia fazer, mostrou que sabia me dar saudades, me dar nostalgia, me comover - por mais que para isso não necessariamente o livro faça você chorar - e outras coisas.
Quando li a última linha, fiquei triste, com uma música na cabeça.

"E o meu coração embora,
Finja fazer mil viagens,
Fica batendo,
Parado,
Naquela estação..."

Só porque é doída mesmo e combina com o final do livro... Por que tão sofrido, Benedetti? Por que?
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Oswaldo 26/04/2019

Um grande autor uruguaio.
- A trégua. De Mário Benedetti. 2012. Coleção Folha Literatura Ibero-Americana. 188p.
Um grande autor uruguaio. O livro, mesmo se tratando de uma história, digamos, quase de amor, é opressivo. Apesar disso, queremos continuar a leitura, saber como irá se desenrolar a trama. Vale a pena.
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Samanta 22/01/2019

Mas não era a felicidade, era só uma trégua.
Primeiro livro que inicio e termino em 2019. E de um autor que nunca tinha lido antes. Que grata surpresa foi esse livro para mim. Mario Benedetti tenha uma forma de escrever que muito me encantou. No livro é contada a história de Martín Santomé, um homem de meia idade, viúvo, três filhos, que em forma de diário nos brinda com relatos de sua vida. Prestes a se aposentar Martin Santomé, onde então poderá curtir seu tão aguardado ócio, conhece Laura Avellaneda que lhe oferece a chance de amar e ser feliz novamente, uma trégua em sua vida de solidão, tédio e vida onde o tempo passa irremediavelmente, mas o destino lhe reserva muitas surpresas nessa nova fase de sua vida.
O livro não tem grandes acontecimentos e aventuras, mas fala da vida como ela é, com seu cotidiano e simplicidade, do passar do tempo, do envelhecimento. Me emocionei muito e meu coração ficou apertado ao terminar esse livro, principalmente com a surpresa tão inesperada no final. É um livro triste, mas lindo ao mesmo tempo com sua forma simples e poética em que nos é contada.

" É evidente que Deus me concedeu um destino escuro. Nem sequer cruel. Simplesmente escuro. É evidente que me concedeu uma trégua. No inicio, resisti a acreditar que isso pudesse ser a felicidade. Resisti com todas as minhas forças, depois me dei por vencido e acreditei, mas não era a felicidade, era só uma trégua. Agora, estou outra vez metido no meu destino. E ele é mais escuro do que antes, muito mais."
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Cris @cristinadaitx 20/01/2019

Escrito como se fosse um diário, esse homem, que está com quase cinquenta anos e prestes a se aposentar faz uma reflexão de sua vida e de seu trabalho. Ele que muito o descanso, mas também não sabe o que fazer com ele. Isto porquê sente-se extremamente só. Após ficar viúvo, criou seus três filhos sozinho, e sempre trabalhou muito. Já pode dizer que háuma relação boa com seus filhos. Estes, já adultos, têm cada um sua personalidade. Estevão é o mais velho, e o filho com o qual tem menos afinidade. Blanca, a filha do meio, é a mais carinhosa e companheira. E Jaime, o mais novo, é o que ele pensa amar mais, mas então ele se revela homossexual, sai de casa e nem dá a chance ao pai de terem uma conversa. Nesse turbilhão de acontecimentos, ele apaixona-se por Avellenada, uma colega de trabalho de vinte e quatro anos. A partir daí ele redescobre o sentido da vida. Ele anseia pela aposentadoria para dedicar-se totalmente a esse amor. Mas Deus novamente lhe prega uma peça, e ele se vê novamente sozinho, aposentado e sem perspectiva nenhuma de futuro. O personagem vai ao longo do livro nos revelando suas angústias diante da vida, angústias essas que são comuns a todos nós, reflexões sobre a família, as relações entre pais e filhos, sobre o amor e sobre a morte, momento que nos desestabiliza mas que é inevitável a todos.
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