Mary 31/12/2021
Jonathan Smith e seu anjo dourado
Eu adorei! Não esperava que fosse gostar tanto e isso foi uma ótima surpresa, não é o meu preferido, mas superou minhas expectativas. Foi minha última leitura de 2021, consegui concluir no último dia do ano kkkkkk
O livro é sobre o Alleyne Bedwyn, que como é possível ver no livro anterior, estava em uma missão de entregar uma carta de Sr.Charles ao Duque de Wellington no meio da batalha de Waterloo e morreu. Entretanto nesse quinto livro, vemos que a missão foi comprometida quando ele é atingido por uma bala na coxa, acaba caindo de seu cavalo, bate a cabeça e perde não só a consciência, mas também a memória. Ele então acaba sendo dado como morto.
Em paralelo vemos a jovem Rachel York que morava com sua antiga ama Bridget, e que agora trabalha como prostituta de um bordel, juntamente com outras 3 mulheres de mesma profissão, Geraldine, Phyllis e Flossie. Passou a morar com elas após ser despedida de seu emprego como dama de companhia e foi abrigada por não ter onde morar devido sua condição de órfã.
Elas foram enganadas por um patife, se passando de clérigo. Fizeram doações, entregaram todo dinheiro que juntaram para um futuro tranquilo e Rachel ainda se noivara dele, para descobrirem que ele as roubara e só tinha interesse em Rachel por saber que tinha uma herança de jóias valiosas para ela.
Procurando um meio de conseguir dinheiro essas mulheres saem para floresta a fim roubar dos que morreram na guerra, e foi nesse momento que Rachel encontrou Alleyne inconsciente, mas vivo. Dessa forma, as mulheres voltam para casa sem ter tido coragem de roubar nada e com 2 homens feridos, alleyne e o sargento William Strickland que perdeu um olho na batalha e foi dispensado do exército, mas teve disposição em ajudar Rachel a salvar Alleyne.
E a partir daí a história tem um desenrolar bem cativante, não é uma leitura pesada, a escrita é ótima e o livro não é nada cansativo, é mais um daqueles que não dá vontade de soltar até ler tudo.
Agora vamos às minhas considerações pessoais que, caso alguém tenha lido essa resenha até aqui, recomendo continuar apenas se finalizou a leitura.
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Gostei bastante do rumo que a autora deu ao Alleyne, ele não tinha me chamado atenção nos livros anteriores, e curti ver a reconstrução dele como pessoa, assumir uma identidade nova, tornando-se uma pessoa melhor em seus próprios conceitos.
Achei a Rachel muito fofa, ela é um pouco diferente das mulheres da família, por ser mais delicada e sensível, mas se mostrou uma grande aventureira que não perde uma diversão.
Foi perceptível ver como um personagem mudou a vida do outro, como juntos construíram um relacionamento muito bonito. Alleyne ajudando ao máximo ela a conseguir as jóias para fazê-la feliz, ele percebendo que o tio e ela precisavam se unir como família e até querendo levar toda culpa por ela. E Rachel também, cuidando dele, nomeando ele de Sir.Jonathan Smith na tentativa de deixá-lo confortável, ajudando-o a lidar com uma pequena crise de pânico quando descobriu seu nome e continuou sem memória e várias outras cenas que eles demonstram cuidado um com outro.
o que mais me incomodou mesmo foi ver a possibilidade dele ser um homem casado devoto à esposa e com filhos (mesmo eu sabendo que não era o caso), eles lidam com essa hipótese mas isso não os impede em nada, o que seria péssimo se ele tivesse uma esposa que amasse.
Os personagens secundários deram um show, eu ri muito com as "damas", amigas de Rachel, as idéias loucas, a falta de vergonha ao falar o que pensavam, a relação de cumplicidade entre elas, elas batendo no falso clérigo, a atuação delas em Chesbury Park, a sinceridade em querer ajudar o barão. Enfim, elas foram perfeitas.
Teve uma lição também sobre a importância do perdão e do diálogo, quando o barão se desculpa por não ter contado à Rachel que as jóias haviam sido roubadas e Rachel se desculpa pelo casamento falso que eles simularam apenas para conseguirem as jóias ela queria, para vender e assim ressarcir suas amigas e se livrar da culpa que sentia por elas não terem nada. É um momento muito bonito entre eles e juntos acabam caindo na gargalhada quando descobrem tudo. Porém no fundo essa lição é pequena, quando vemos que ambos pensavam errado um do outro, Rachel pensava que seu tio fosse frio e sem sentimentos, tendo afastado ela e sua mãe dele. Quando na verdade, todo contato que ele tentou ter, a tentativa de colocá-la na escola, de chamá-la para passar as férias com ele e os presentes que enviou não chegara a elas, o próprio pai de Rachel a privou do cuidado do tio. E ela chega a seguinte conclusão:
"Estranho como a verdade era simples. E como acabava num átimo com dezesseis anos de mal-entendidos. O tio não a negligenciara ? nem à mãe dela.
Eles haviam sofrido com longos anos de separação e infelicidade porque, muito tempo antes, dois homens teimosos brigaram por uma mulher: um, irmão e tutor;
o outro, apaixonado por ela."
E o tio provavelmente pensava que ela não queria saber dele, ou que o odiava como o pai dela.
Eles então se curam dessa ferida do passado assumem que se amam e são a única família que têm.
Senti falta dos outros Bedwyns, gostaria de ter visto um pouco mais deles com a Rachel, só vemos eles nas cenas finais quando se reencontram numa cena que me fez chorar e depois rir, pois todos entraram em choque, choraram e abraçaram Alleyne enquanto Freyja o socava kkkkkk
Foi ótimo; Não queria parar de ler até acabar, e consegui finalizar em 2021; fiquei agoniada junto com Alleyne, doida pra ver ele se lembrar da família e de sua identidade; Me irritei um pouquinho com a sensibilidade de Rachel, ela interpretava algumas falas errado e se magoava ao invés de expor e ouvir; achei cômico os momentos com as amigas de Rachel, foi bem legal ver elas se encontrando e sendo felizes, Geraldine tornando-se governanta e casando com o Strickland, Flossie sendo cortejada pelo Sr.Drummond e até casando com esse capataz, Phyllis dominado a cozinha e Bridget se entregando ao amor por cuidar de jardins, tudo isso em Chesbury. Uma leitura de aquecer o coração!
OBS: Sabia que o cavalheiro que aparece no fim do quarto livro era o Alleyne. Outra observação é que usei a mulher da capa do livro pra ser a imagem da Rachel na minha cabeça kkkkkk
Esse é o fim de mais uma resenha dessa saga e já estou começando a me sentir órfã, não quero me despedir dessa família aristocrática, com péssimos narizes, que zelam pelo amor e se devotam completamente a seus parceiros amados e que adoram aprontar uns com os outros. Só falta agora ver o romance do Wulf e chorar com o fim kkkk