Quando Eu Parti

Quando Eu Parti Gayle Forman




Resenhas - Quando Eu Parti


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Kelly 24/03/2017



Olá
pessoal!
Já faz tempo que não temos Resenha Dupla por aqui, mas a Record nos proporcionou uma ótima oportunidade já que a Nina e eu recebemos a mesma cortesia, e como é muito bom ler juntinho, aqui vamos nós.
É tão legal poder compartilhar sua leitura, ir discutindo o enredo conforme avança na história, que não queremos mais parar, por isso eu e a Nina, do Quem lê, sabe Porquê, resolvemos fazer de novo, e hoje apresentamos Quando eu Parti, o novo romance da Diva Gayle Forman.


E esquema é o mesmo: o meu texto está grafado em Azul e o da Nina em Rosa.

Maribeth é a tipica mãe e dona de casa... Casada há alguns anos, com um trabalho que ocupa metade do deu tempo, e um casal de gêmeos que ocupa o resto do tempo. Sempre atarefada e correndo contra o tempo para ter tudo em dia, Maribeth acaba passando despercebida por um ataque cardíaco, parece loucura, mas de inicio ela jurou ser apenas uma indigestão, mas quando deu por si, já estava internada e com duas pontes de safena no coração.

Após ser operada, ela volta para casa, mas aparentemente, ela já não é mais a mesma, não enxerga mais sua casa e sua família com os mesmos olhos, e a folga do marido, a opressão da mãe e mau criação dos filhos faz com Maribeth tome uma atitude inesperada, ela faz as malas e parte, levando apenas alguns pertences e dinheiro, ela deixa tudo para trás, filhos, marido e emprego, e busca uma forma de se encontrar e se recuperar.

Maribeth é o melhor exemplo da mulher atarefada e estressada do século XXI. Aquela que toma para si toda a responsabilidade com a família, casa e trabalho e acaba passando a maior parte do seu tempo no piloto automático, executando suas tarefas sem reflexão e sem ao menos perceber o quanto está cansada. Ela trabalha como revisora em revista da moda, tendo sua melhor amiga Elizabeth como chefe, e o que deveria ser apenas um trabalho de meio período acaba sugando mais de um terço de seu dia, e pior, está minando sua amizade. Jason, com quem está casada há mais de dez anos, tem um emprego confortável, faz o que ama e ganha muito pouco por isso, portanto a responsabilidade com as contas acaba recaindo sobre ela, e isso associado à apatia e preguiça do marido também está minando seu casamento. Os filhos gêmeos de quatro anos, Oscar e Liv, só vieram depois da terceira tentativa de Fertilização In Vitro, quando eles pensavam que já não poderiam mais ter filhos, mas o fato das crianças serem hiperativas, cheias de atividades a realizar e super dependentes da mãe também está minando o sonho de Maribeth com a maternidade.

Assim, sem tempo nem para olhar para o espelho, não é de se estranhar que ela não tenha percebido o infarto, e o fim do que seria apenas mais um dia de trabalho foi na ala hospitalar, com Maribeth com o peito aberta e duas pontes de safena. Mas o pior é quando ela chega em casa e percebe que o tratamento recebido pela família é o mesmo, eles não parecem preocupado com sua saúde ou dispostos a ajudar em sua recuperação, principalmente Jason, que tinha lhe prometido uma bolha de descanso e agora nunca está em casa para ajudar com as crianças. Deprimida e muito magoada, Maribeth retira metade do dinheiro da poupança e foge em busca do cuidado e conforto que não consegue encontrar em casa.



Comentários

Já faz um tempinho que recebi essa cortesia da Record, mas como estávamos programando ler juntas e eu estava com muita coisa atrasada, ossos do oficio kkkkk, acabamos aguardando a hora certa para ler, e eis que ela chegou. No decorrer desse tempo, acabei me deparando com algumas resenhas não tão positivas e acabei criando um certo receio.
Essa foi minha primeira experiência com a escrita da Gayle e confesso que de certa forma gostei, mas nem de longe foi um dos preferidos do ano.

Com certeza Gayle Forman tem livros melhores. Seus YAs são livros tocantes e inesquecíveis e, se compararmos Quando Eu Parti com as obras anteriores que já li dela, com certeza esse livro deixa muito a desejar. Mas como primeira imersão da autora na literatura mais adulta, tenho que admitir que ela se saiu muito bem. Gostei muito de Maribeth e da maneira como a história se desenrolou, gostei de ver nela a representação da mulher que carrega o mundo nas costas e que nunca recebe os louros por isso, que não é valorizada ou respeitada. Acredito que precisamos olhar com mais carinho para essas mulheres, que são milhões por aí, cansadas, se sentindo velhas e solitárias e em busca de conforto.


Enredo

O enredo é complexo, mas natural e real impossível, se imaginar com um marido folgado, filhos mau educados e uma mãe incompreensível já é o suficiente para sentir um pequeno desespero, mas ler tudo isso, é muito pior. Mas apesar dos pesares, o final não me convenceu, e isso foi o que mais me incomodou na leitura, depois de tudo, eu esperava um pouco mais de Maribeth.

Se não tivesse escrito na sinopse, eu nunca imaginaria que Maribeth iria fugir da família, por isso, posso dizer que o enredo me surpreendeu. No seu caminho, ela encontrou novos amigos e aprendeu a se valorizar e a não esperar tanto dos que ama. E mais, aprendeu que ela também precisava ser mais paciente e cuidadosa com sua família, que as tarefas que ela executava era por obrigação e não por amor. Gostei muito do enredo e da maneira como as situações foram conduzidas, mas também esperava um pouco mais do final, uma explicação melhor para o desfecho. Eu já imaginava que o livro terminaria do jeito que terminou e fiquei feliz com as escolhas feitas por Maribeth, ma faltou um epílogo ou mais uma capítulo para que tudo ficasse bem claro.


Narrativa e Personagens

Os personagens criados por Gayle, são nada menos (acho que estou com vicio nessa frase) que reais e imperfeitos. O marido folgado que acha que tudo se resolve num passe de mágica, uma mãe folgada que não ajuda em nada e filhos, que por terem demorado tanto a vir, foram mimados e se tornaram insuportáveis.

Apesar de Maribeth tomar a atitude louca de ir embora e largar tudo para trás, de certa forma, ela ainda carrega tudo com ela, problemas e mais problemas, e ela acaba achando uma forma de se recuperar, um lugar novo, amigos novos e até uma paquera. Eu não posso dizer com certeza que faria o mesmo que ela, mas conforme a leitura acontece é desesperador e impossível não se sentir no lugar dela, não querer acolhê-la, a situação dela é bem pesada e a família um bando de folgados e dependentes.

Mas acima de tudo isso, fico me perguntando se a culpa não é dela, não foi ela que deixou tudo chegar a esse nível? Não impôs limites aos filhos e marido e ainda por cima deixou que tudo chegasse a esse nível.


Gayle Forman tem uma narrativa maravilhosa e isso não mudou nesta sua incursão na literatura mais adulta. Até mesmo nos momentos mais parados do livro, eu não conseguia parar de ler de tão envolvida que estava com a história. A narrativa é em terceira pessoa, do ponto de vista de Maribeth, e por isso conseguimos ver as nuances da história de todos os personagens.

Maribeth é uma personagem muito real, que poderia ser qualquer uma de nós, e isso me agradou muito. Mas o melhor foi que, com o tempo, ela parou de ter pena de si mesma e começou a entender que ela também tinha sua parcela de culpa no que aconteceu. Os personagens secundários

Concluindo

O livro é bem bacana, a história bem real. A narrativa da autora é perfeita e por mais que não tenha curtido o final, me mantive presa na leitura até a última página, quando realmente fiquei brava com Maribeth.
A leitura é valida e recomendada, mas alerto, não esperem muito do final.

Eu amei! Concordo com a Kelly quanto ao final, realmente precisava ser mais elaborado e ter no mínimo um epílogo, para que pudéssemos saber como ficou a vida de Maribeth depois de tudo. Mas mesmo assim, eu concordei com as escolhas dela e o desfecho que Gayle deu aos personagens, só queria saber mais detalhes. E só por esse detalhe que o livro não foi cinco estrelas!


Quotes Favoritos



"Agora ela estava em queda livre. E aquilo não a matou. Na verdade, ela começava a se perguntar se podia fazer o contrário. Toda aquela fixação com a queda... Talvez devesse prestar mais atenção no livre."

"Maribeth se odiou por ter dito aquilo. Fazia com que parecesse mesquinha e invejosa da vida de Elizabeth, de seu dinheiro, do emprego. Quando na realidade, se tinha inveja de alguém, era de seu antigo eu, aquele que podia assegurar que Elizabeth era sua melhor amiga. Aquele que ainda tinha ambições e foco, e não passava o tempo todo atormentado. Aquele que possuía um coração que funcionava direito". (p.42)

Nota


site: http://paraisodasideas.blogspot.com.br/
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Sarah 27/12/2017

Quando eu parti
Um livro com um tema muito importante porém pouco falado e que pode incomodar muita gente. Gayle Forman, como sempre, criou um livro incrível que prende do início ao fim, uma ótima estréia na literatura adulta. Só tive uma questão: não sei se o problema sou eu ou se mais alguém sentiu isso mas, pra mim, foi muito difícil conseguir imaginar Maribeth, o marido e as pessoas que regulavam sua idade como pessoas de 40 e poucos anos, só conseguia vê-los com, no máximo, 30 e alguma coisa.
O livro trata de uma forma muito boa a questão da mulher com suas múltiplas jornadas, como elas precisam cuidar da casa, dos filhos, dar conta do trabalho e, de quebra, ainda cuidar do marido. Forman também mostrou bem como essa sobrecarga da mulher está ligada à sociedade e a forma, não só como a mulher é criada, mas também como os homens são criados. A partir do momento que Maribeth sai de casa que seu marido tem ideia da dimensão das coisas que sua mulher fazia totalmente sozinha, não por ele ser um marido relapso, embora ele fosse um pouco, mas porque a sociedade faz com que aquilo não pareça função dele.
Apesar de ser um livro que representa extremos, como o fato dela ter sofrido um ataque cardíaco e ter de fato saído de casa, algo que muitas mulheres só fantasiam, é um livro muito real, que se propõe a falar de algo tão complicado, tão enraizado, tão naturalizado que muitas pessoas nem enxergam como um problema. A autora mostra como Maribeth nem se via mais como uma pessoa, como ela teve que se redescobrir a partir do momento em que se viu sozinha e isso é muito comum, a mulher não conseguir mais se enxergar sem ser apoiada nas suas funções ligadas a família, e isso é algo relacionado quase que estritamente a mulheres, homens raramente se sentem assim.
Um livro que deveria ser lido por muita gente, especialmente homens, para que sintam apenas um pouco do que muitas mulheres sentem diariamente.
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Vanessa Vieira 13/02/2018

Quando Eu Parti - Gayle Forman
O livro Quando Eu Parti, da autora Gayle Forman, nos traz um romance maduro e bem delineado sobre uma mulher que se vê sufocada com a sua vida atual e decide se reinventar. Diferente das demais tramas da autora - que seguem a linha young adult -, Quando Eu Parti nos traz uma história adulta e permeada por dramas, com uma leve pitada de chick-lit.

Depois de passar por um ataque cardíaco motivado por "n" fatores, Maribeth Klein começa a analisar sua cota de problemas, que vão desde a omissão do marido, o seu relacionamento com a ex-amiga e posterior chefe Elizabeth e a convivência com os seus filhos gêmeos hiperativos. Após passar por uma angioplastia delicada, ela não imaginava que o seu caso fosse mais complexo do que imaginava, principalmente depois de descobrir uma perfuração em uma das artérias e uma lesão grave em uma outra. Após a implantação de duas pontes de safena, a mulher de 44 anos de idade chega a conclusão de que não irá se recuperar caso permaneça com a sua família e levando a mesma vida de sempre e decide arrumar as malas e partir.

Longe das exigências impostas por marido, filhos e pela carreira profissional, Maribeth conquista novas amizades e até mesmo forças para confrontar o seu passado, bem como segredos de outrora. Ela descobre que para realmente ser feliz, ela precisa vencer todos os seus medos e fugir da rotina, saindo da zona de conforto e desafiando o convencional.

Quando Eu Parti se mostrou uma grata surpresa e um livro extremamente interessante. Além de acompanharmos a incursão de Gayle Forman em um outro gênero literário - por sinal, de forma bem promissora e articulada -, visualizamos a jornada de uma mulher com um pouco mais de quarenta de anos se redescobrindo na vida, após se despojar de marido, filhos e de uma carreira profissional desgastante. E, por mais que essa guinada na vida da protagonista se mostre um ato meio que egoísta, acompanhamos o quanto a rotina está lhe afetando drasticamente, ao ponto de quase fazer o seu coração parar de bater enquanto o marido não tenta por um segundo que seja aliviar a sua carga e as demasiadas preocupações. Narrado em terceira pessoa de modo bem intimista e amplo, o enredo nos apresenta a frustração de uma mãe que trabalha fora e que sem contar com o apoio da família, se sente cada vez mais exausta e não apreciada.

Maribeth é uma personagem que não foge do convencional e que sintetiza muito bem a vida de uma mulher do século XXI, que tenta conciliar carreira profissional com a rotina de mãe, esposa e dona de casa. Entretanto, em meio ao dia-a-dia, ela sente a sua essência se desvanecer, principalmente quando toma ciência dos seus problemas com o coração. Ela tenta se recuperar no seio do lar, mas percebe que isso é impossível e que, de certa forma, os problemas familiares irão agravar ainda mais a sua situação. E é justamente nesse patamar que Maribeth toma uma atitude corajosa e decide se reinventar, priorizando a si mesma, ao menos uma vez na vida. A sua decisão de abandonar a família e se permitir um período de hiato se mostrará reveladora, além de fazer com que a personagem ressuscite antigos sonhos, repense sua vida como nunca antes e até mesmo encontre forças para vasculhar seu passado e encarar de frente velhos segredos. Como disse no começo da resenha, a atitude da protagonista pode soar mesquinha e egoísta para alguns, mas o fato é que a rotina estava matando pouco a pouco a personagem e ela precisava lutar contra isso antes que fosse tarde demais. Isso não significa que ela não amasse sua família ou que fosse uma mãe relapsa, muito pelo contrário: ela percebeu que estava se destruindo e que poderia até mesmo ferir aqueles que amava e tomou uma medida altruísta e deveras libertadora.

Os demais personagens da trama não foram tão bem delineados, ao ponto de não termos um perfil apurado sobre cada um deles, entretanto, é visível que Jason, o marido de Maribeth, deixa a desejar em muitos aspectos. Não que ele seja um marido ruim ou um verdadeiro cafajeste, mas ele não procura olhar para o lado da esposa em nenhum momento, além de não perceber o quanto ela precisa de ajuda e cooperação. Elizabeth foi retratada na história como uma mulher independente e vigorosa e outros detalhes sobre ela se mostraram uma verdadeira incógnita no enredo.

Em síntese, Quando Eu Parti se mostrou um livro maduro, intenso e com um leve toque de humor. Além de ser a primeira experiência de Gayle Forman na ficção adulta, o enredo nos trouxe um retrato apurado sobre a realidade da mulher moderna, com uma abordagem interessante e altamente reflexiva. A capa é simples e nos traz uma sequência de traços coloridos - talvez, querendo ilustrar as frequências cardíacas de Maribeth - e a diagramação está bem satisfatória, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo ☺

site: http://www.newsnessa.com/2018/02/resenha-quando-eu-parti-gayle-forman.html
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Biblioteca Álvaro Guerra 08/05/2018

Quando uma mãe e profissional bem sucedida tem um ataque cardíaco, descobre que sobreviver a cirurgia não será sua tarefa mais difícil.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788501107657
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Camila Faria 20/07/2018

Maribeth é a típica mulher-moderna-ultra-atarefada: profissional competente, dona de casa, mãe de gêmeos superativos… Os seus dias são tão atarefados e corridos que ela nem percebe o ataque cardíaco. Duas pontes de safena depois, exausta e com pouquíssima ajuda da família, ela decide arrumar as malas e partir. Longe de tudo (e com a conveniente ajuda de novos amigos), ela começa a enfrentar o seu próprio passado e descobrir quem realmente é. Esse é o primeiro livro adulto da Gayle Forman, mas que possui, de certa forma, muitos elementos do universo do YA. Em especial (e a minha grande crítica ao gênero) a habilidade de resolver magicamente todos os conflitos do livro, dando uma espécie de final feliz genérico para todos os personagens. A minha impressão é que faltam muitas (MUITAS!) camadas de complexidade, especialmente por se tratar de um tema tão controverso e tão pesado.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-22/
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Bi Faria 16/09/2018

Capa linda! E foi uma leitura rápida e surpreendente.
Maribeth Klein é uma mulher de 44 anos, casada e com gêmeos de quatro anos, que acabou de ter um ataque cardíaco.
E ela percebe que todos ao seu redor não entendem a gravidade disso. Ou ela só quer ser cuidada, ao invés de cuidar. Tudo a cansa, o simples fato de colocar as crianças para dormir a tira da órbita, de tanta dor. Mas tudo faz parte da recuperação e cicatrização da cirurgia.
Só que Maribeth precisa de um tempo só para ela, para sua cabeça e seu coração. Então ela faz o que nunca imaginou fazer, ela recomeça... Sem filhos, sem família. Uma nova cidade, um novo médico, novos vizinhos e uma perspectiva diferente.
E o tempo passa, a curiosidade em saber como a família está aperta. Ela resolve enviar um e-mail, e não há nenhum contato deles... A raiva transborda.
Até seu marido resolver responder, e um emaranhado de sentimentos veem a tona. Ela já está forte, consegue fazer todas as atividades rotineiras, mas será que está preparada para voltar? Será que ela quer voltar? Há tanta coisa não dita e acontecimentos mal resolvidos. "Às vezes, abandonar alguém é a maior prova de amor que se pode dar." @gayleforman @editorarecord
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 03/10/2018

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
Maribeth Klein fugiu de casa, em Nova York, poucos dias depois de passar por uma cirurgia no coração. Ela tinha quarenta e quatro anos e deixou para trás o marido Jason, seus dois filhos gêmeos de quatro anos e sua mãe adotiva que estava passando uns dias com o casal, supostamente para ajudar Maribeth no seu período de recuperação.

Quando passou mal, Maribeth pensou que a dor poderia ter sido causada por algo que comeu e não fez bem ou ser fruto do estresse, do excesso de trabalho na revista onde sua antiga amiga Elizabeth era sua chefe. Mas era um infarto, e ela teve que passar por uma complicada operação e precisaria de repouso depois. Mas como repousar se a louça se acumulava na pia, a correspondência precisava ser separada e os gêmeos necessitavam de tantas coisas? Maribeth ia se esforçando mais do que podia, o que lhe causava dores. Jason ficava muito tempo no trabalho e a mãe não era de grande ajuda, para piorar, Maribeth ficou sabendo que foi substituída no trabalho e Elizabeth sequer lhe contou isso pessoalmente.

Então, Maribeth pegou algum dinheiro e foi embora, deixando apenas um bilhete de despedida. Ela foi para uma cidadezinha próxima, alugou uma casa de um senhor que aceitou receber o aluguel em dinheiro, e foi procurar um médico que aceitasse atendê-la recebendo diretamente, sem passar pelo plano de saúde, para não deixar rastros que pudessem localizá-la. Será que a família de Maribeth iria procurá-la? Ela conseguiria se recuperar longe deles? Quanto tempo ficaria afastada?

Comprei "Quando eu parti" há poucas semanas, e como a embalagem chegou com uma marquinha de mofo, resolvei tirá-lo do plástico para limpar e não correr o risco de se espalhar para outros livros. Acabei lendo a primeira página, a segunda, e quando vi, já tinha lido vários capítulos. Foi meu primeiro contato com a escrita super fluida da autora.

A obra nos faz refletir sobre como as mulheres podem ficar sobrecarregadas, tendo que cuidar dos filhos, da casa e ainda trabalhar fora, sem que a figura masculina da relação faça a sua parte das responsabilidades (recomendo que pesquisem por "quadrinho carga mental" no Google). Pode parecer cruel da parte de Maribeth se afastar dos dois filhos pequenos, mas ela não os deixou sozinhos no mundo, e sim com o pai e a avó; se fosse ao contrário, ninguém condenaria um pai por deixar os filhos com a mãe e a avó (um homem cis não pode gerar um bebê dentro de si ou amamentá-lo, mas depois dessa etapa, não há diferença entre o que o pai e a mãe podem fazer pelos filhos). Se fosse Jason no lugar dela, quem o condenaria por procurar um lugar mais tranquilo para se recuperar? Se bem que provavelmente ele não precisaria sair de casa, pois não se ocuparia de tantas obrigações como Maribeth. E se Maribeth tivesse ficado em casa, sua recuperação certamente seria prejudicada e ela poderia morrer, aí Jason e as crianças ficariam sem ela para sempre, então não tem como condenar a Maribeth por fazer o que era necessário para cuidar de si. A citação abaixo resume bem a situação de muitas mulheres, que dão tanto de si mas não tem garantia de receber apoio quando necessitarem:

"Egoísta! Ela estava sendo egoísta? Tudo que fazia na vida era cuidar de todo mundo. Pela primeira vez precisava que cuidassem dela, e era isso que recebia?" (página 54)

Além da reflexão sobre o papel feminino, temos outros pontos interessantes, como a preocupação de Maribeth sobre suas origens. Seu problema no coração poderia ser genético, inclusive sendo herdado pelos seus filhos, e ela resolve finalmente procurar sua mãe biológica, ocasião em que conhece Janice, que ajuda pessoas a se reencontrarem. Maribeth enfrenta muitas dificuldades alimentares também, ao passar a analisar o que realmente está consumindo em cada alimento. Temos reflexões sobre a amizade, sobre os caminhos diferentes que Maribeth e Elizabeth seguiram, como se distanciaram com a rotina. Maribeth conhece seus novos vizinhos, Sunny (de descendência indiana) e Todd (gay), amigos que moram juntos, e temos essa nova amizade de pessoas com idades diferentes. Stephen Grant é seu novo médico, e há algo estranho no fato de seu consultório parecer sempre tão vazio e ele cobrar tão pouco. O fato é que Sunny, Tod, Janice e Grant formarão a base de que Maribeth necessitava para se reencontrar, e eu nunca vou esquecer as risadas que dei com esse grupo tentando preparar o jantar de Ação de Graças!

Sobre o final, confesso que queria mais alguns capítulos para saber como as coisas ficariam daquele ponto em diante, mas pelo menos alguns personagens conseguiram reconhecer seus erros e estavam tentando melhorar. Não superou minha altas expectativas, mas foi uma leitura que me envolveu (me fez ficar tensa, rir, torcer pelos personagens; a descrição do infarto da personagem mexeu comigo, tantos sinais que o nosso corpo dá e nem percebemos...) e que traz temas reais com os quais certamente os leitores vão se identificar (problemas de saúde, busca pelas origens, sobrecarga de trabalho, amizades, relacionamentos, o que é realmente importante para viver...). Então, fica a minha recomendação de leitura e a sugestão para os futuros leitores fazerem o exercício de se imaginar na pele da protagonista.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com/2018/09/resenha-livro-quando-eu-parti-gayle.html
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Comenta Livros 02/01/2019

Me surpreendi com esse livro
Uma ótima estória que te leva do ódio ao amor. Quer saber mais? Acessa o blog e veja o comentário completo.

site: http://comentalivros.com/quando-eu-parti-gayle-forman/
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ELB 20/03/2017

Every Little Book
Olá leitores! Hoje trago para vocês o livro recentemente publicado pela editora Record de uma autora que eu já considerava queridinha, a Gayle Forman. Ela era minha velha conhecida através da duologia ‘Se eu ficar’, que confesso ter amado! Ela também escreveu a série ‘Apenas um dia”. Mas este livro é completamente diferente dessas séries, que tinham conteúdo mais voltado para teen e new adult. Nesse, os personagens são adultos, a temática é bem mais madura e complicada dramaticamente, e até mesmo a escrita mudou, sendo narração em terceira pessoa. Difícil escrever sobre este livro pois apesar de ter gostado dele, não posso dizer que conquistou um lugar especial na minha estante.
“Que tipo de mãe seria ela? A resposta lhe veio, imediata e óbvia. A mãe que tinha se levantado e saído de casa um mês atrás”.
Maribeth é uma quarentona (e poucos) que acaba de sofrer um infarto. Além disso, teve uma complicação cardíaca durante a cirurgia que a deixou em coma por alguns dias. Ao acordar e voltar para casa, para seu marido, seus filhos gêmeos de quatro anos e sua mãe adotiva, Maribeth se vê em uma sinuca de bico. Todos estavam agindo tão normais, quase como se não tivessem dado importância ao seu enorme acontecimento, até mesmo exigindo que ela se comportasse como a ‘velha Maribeth’ e voltasse a tomar conta de tudo e de todos novamente. É então que tudo se tornou demais para ela. Maribeth arrumou suas coisas e foi embora de casa (e isso não é um spoiler, está na sinopse, rs), decidindo que ela precisava de um momento só dela para se recompor. E é onde EU comecei a ter problemas com a personagem.
“Na produção-para-a-TV de Maribeth, ela era a vilã”.
Ok, ok. Todo mundo passa por crises, por estresse. Eu não tenho filhos, mas sei que trabalhar fora e ainda cuidar de gêmeos e um marido sem atitude realmente não deve ser fácil, ainda mais pós infarto, onde todos queriam retomar exatamente de onde ela tinha parado, como se nada tivesse acontecido. Ela realmente deve ter ficado p*** e com vontade de sumir. Mas entre ter vontade de sumir e REALMENTE sumir, deixando seus filhos e marido para trás é algo bem diferente, né? Depois junta todos os outros problemas na cabeça dela, questão de amizade, saúde, insatisfação no trabalho, insatisfação no casamento, relação difícil com os pais, enfim. Apesar de tudo isso, Maribeth não conseguiu me convencer que eram motivos suficientemente válidos para abandonar tudo, sem olhar pra trás, principalmente seus filhos de quatro anos, ainda mais deixando apenas um bilhete.
“Estava brincando de esconde-esconde... consigo mesma. Ninguém estava procurando por ela”.
O livro se chama ‘Quando eu parti’ porque a impressão que temos quando estamos lendo é que ela claramente só começa a viver de verdade depois que vai embora. É onde a maior parte do livro se passa e onde as coisas ficam um pouco mais interessantes (e também mais dramáticas). Eu gostei muuuiito mais do livro da metade para o final. A forma como a autora encontrou para nos contar a história da Maribeth e sua família disfuncional. Podia ter se alongado mais no final porque ficaram muuuitas coisas a serem ditas, mas ok.

Fica aqui então a dica para quem gosta de livros cheios de reflexões e drama, ‘Quando eu parti’ é um livro para você!

“Tudo a respeito dela parecia incipiente. Como uma cicatriz que ainda está se curando. Ou talvez como uma história que ainda está sendo escrita”.

site: http://www.everylittlebook.com.br/2017/03/resenha-quando-eu-parti-gayle-forman.html
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Jhully 17/03/2017

O pavor!
Como é possível amar e ao mesmo tempo odiar maribeth ? Eu entendo ela, os motivos que a fez fugi, os medos e insegurança. Porém não da pra entender como ela conseguir fugir dos seus filhos, no começo fiquei com tanta raiva que até parei de ler, depois fui entendendo ela, como era se senti confusa sempre sendo o apoio e nunca ter um, ai que entra Jeison, como eu odiei ele, depois tornei a ama-lo ele é como a GT esconde as coisas por achar que é a melhor forma de não ferir as pessoas, piorando o relacionamento.
Esse livro mostra como sempre fugimos das coisas quando devemos enfrenta-lo de frente, a autora ta se tornando uma das minhas favoritas pela a forma simples e facil de escrever.
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Marcos 14/03/2019

Maribeth Klein é uma mulher muito ocupada. É casada, mas parece que não. Seu marido é mais omisso que tudo e ela tem que se virar sozinha para sustentar seus dois filhos gêmeos. No trabalho, sua chefe a incomoda muito. Sua vida é atribulada demais e, sem mais nem menos, ela sofre um ataque cardíaco inesperado. Quando é socorrida, percebe que sua lesão é mais grave ainda e ela terá que passar por uma séria cirurgia. Após estar melhor, ela decide jogar tudo pro alto e ir buscar a opinião de um cardiologista em outra cidade. Mas, ao fazer isso ela começa a enfrentar fantasmas de seu passado e ressignificar sua vida e seu futuro.

O plot de uma mulher que sofre um abalo e redescobre o valor à vida definitivamente não é novo, já sendo altamente usado em livros e filmes. No caso desse livro, Gayle não traz nenhum adicional ao que já foi escrito e apenas reproduz essa ideia.

Acompanho a obra da Gayle Forman desde o seu primeiro livro publicado no Brasil. Já li todos os dela publicados aqui e um que ainda não foi publicado. Tenho uma relação que não chega a ser de amor e ódio, mas sim de altos e baixos com ela. Alguns livros eu amo e outros acho fraquíssimo. Foi o caso desse volume.

Esse é tomado como o primeiro livro adulto de Gayle Forman, cuja obra, até então, estava voltada para o público jovem adulto e infantojuvenil. No entanto, senti a necessidade da evolução d eplots e dos conflitos internos da protagonista nesse sentido. Todo o livro poderia facilmente ser mais um dos YA de sua lista, contando com a única diferença que neste os personagens tem idade maior. Para um livro ser adulto não basta apenas que seus protagonistas assim o sejam, é necessário mais que isso.

No mais, acredito que esse é um livro para quem gosta da autora, mas não espere grandes novidades ou um bom enredo da trama.
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Chamadesay 01/04/2019

Quando eu parti - história decepcionante
Maribeth Klein, a protagonista do livro, é mãe de gêmeos, editora de revista e ainda cuida da casa e do marido. Com a rotina estressante e sem pausa para descansar, ela sofre um infarto e a cirurgia - que tinha tudo para ser simples - não sai como esperado.

Após passar por uma cirurgia de coração aberto e duas de ponte de safena, Maribeth sente-se confusa, perdida e preocupada. Em um ato de desespero, ela abandona a sua família e vai atrás de refúgio e respostas sobre o seu passado. - 🗣 [OPINIÃO DA SAY] 🗣 -
Estou decepcionada. Gayle tem ótimos livros, com temas importantes e uma escrita leve. Mas, em “Quando eu parti”, foi só decepção.

Maribeth, no início, nos lembra muito mulheres que conhecemos no nosso dia a dia. Com uma rotina quase tripla, ela se vê sufocada pela sua vida e vai atrás de paz - o que todos nós já desejamos fazer.

Já em Pittsburgh, ela faz novas amizades, se envolve com um novo homem e chega perto de obter todas as respostas desejadas sobre o seu passado. O problema é que no meio da confusão da protagonista, a leitura se torna massante. Não há renovação, não há crises de descoberta. Há apenas arrependimento, amargura e mágoa, nos deixando muitas vezes revoltada com a protagonista.

“Quando eu parti” tinha tudo para ser intenso, mas não é, tornando a história decepcionante.

site: https://www.instagram.com/p/Bs-svdegoQJ/
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Aline Marques 18/02/2017

Na dúvida, vá atrás! [IG @ousejalivros]
A vida não é um conto de fadas, caso você ainda não tenha notado. Expectativas serão frustradas, sonhos esquecidos e, mesmo assim, você deverá seguir em frente.

Quando descobrimos o nosso limite? Ou melhor, quando nos tornamos incapazes de ultrapassá-lo?

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Maribeth é a base, colunas e telhado de sua família, responsável pelo bem estar de seus filhos e marido e manutenção do lar. Também é editora de uma revista de sucesso, filha, amiga, vizinha... A pressão a exaure, mas ela ignora, dia após dia, até que o seu coração para e suas perspectivas mudam.

Mudanças que implicam em escolhas, riscos, e no gerenciamento de emoções novas e, por vezes, assustadoras. Em momentos delicados assim, pesar as necessidades de terceiros pode ser opressivo. (Insira aqui o discurso "num avião em queda, coloque a máscara primeiro em você", certo?)

Forman nos presenteia com uma ficção real sobre a imprevisibilidade das certezas da vida, de forma inventiva, tocante e (por quê não) divertida.
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A vida é a vida. Você é você. Juntos terão que buscar respostas, mesmo que ainda não saibam quais as perguntas valerão a pena serem respondidas.
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Ani 04/02/2017

Gayle Forman ficou famosa com o lançamento da Se Eu Ficar e aos poucos foi conquistando seu espaço no universo literário. Meu primeiro contato com a escrita dela foi com Eu Estive Aqui e gostei bastante. Imaginem minha felicidade quando recebi do Grupo Editorial Record a mais nova obra da autora?
Maribeth Klein é uma jornalista que está sempre atarefada. Mãe de gêmeos imperativos, ela precisa conciliar o emprego como redatora com a casa e com isso, acaba cuidado de si mesma. Isso faz com que ela não sinta os primeiros sintomas de um infarto.




Durante o procedimento médico, aconteceu um erro onde foram necessárias duas pontes de safena, fazendo com que a tão agitada Maribeth fique de repouso em casa.
Tudo parecia tranquilo, mas quando M. chegou em casa percebeu que seus familiares não compreenderam a gravidade de seu tratamento, deixando diversas atividades para que ela tomasse a frente.
Depois de sua filha Liv ter um acesso de birra dado um tapa no local da cirurgia, a jornalista decidiu dar um basta. Deixou uma carta para seu marido e foi em busca da tão sonhada paz.

“Na produção para TV de Maribeth, ela era a vilã.”

A obra é narrado em terceira pessoa e eu tenho um carinho muito grande pela escrita da Gayle, acho que é muito bonita a simplicidade que ela traz no enredo e me encanta as pesquisas que são feitas para construção de cada personagem. Isso é o mínimo que espero de um autor e ver que ela o faz com tanta maestria me ganha.




“Quando Eu Parti” é um livro sobre busca, autoconhecimento e medos. Quando M. resolve deixar tudo para trás, na realidade, ela não estava querendo abandonar as pessoas que mais amava. Ela estava apenas com medo de não ser quem ela sempre foi. O infarto mexeu com as estruturas dela e percebendo que ela não estava tendo o apoio que queria, ela foi em busca do seu passado. Queria conhecer sua mãe biológica e saber que o problema cardíaco era hereditário. Queria saber se a mãe a amava quando entregou para adoção. Queria que o marido sentisse falta dela. Queria se sentir amada. Queria não ter preocupações durante a noite e conseguir fazer apenas uma única atividade por vez e não 15 seguidas. E quando ela consegue ela percebe que sente falta da família, mas não sente falta da antiga Maribeth.




Durante o enredo escrito em capítulos curtos, vários personagens são apresentados e todos eles bem construídos e assim como nossa protagonista, possuem características palpáveis.
Mais uma vez eu me encantei pela obra da autora e parabenizo a Record pelo lançamento. Capa e diagramação linda fazendo com que a leitura flua melhor que nunca (li em dois dias). Se você já pensou em largar tudo uma vez nada, aconselho a leitura.

“Cicatrizes são só tatuagens com histórias melhores.”

site: http://www.entrechocolatesemusicas.com/2017/01/quando-eu-parti-gayle-forman.html
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