Amanda 22/12/2014John Ronald Reul Tolkien! Eu nunca tinha imaginado o que o R.R. queria dizer, e agora posso falar, felizmente, que sei.
Eu amo biografias, e essa do Tolkien surrupiou o primeiro lugar que antes pertencia a de J.D. Salinger. É apenas a sexta que eu li (sétima, se O diário de Anne Frank contar como biografia), e o motivo de gostar tanto deste gênero é o fato de podermos aprender com o erro alheio, além de saber um pouco mais sobre a vida daqueles que tanto admiramos.
Eu fiz uma ‘promessa’ para mim mesma, que leria todos os livros do Tolkien em inglês. Isso porque estou tentando cada vez mais ler os livros em sua língua original (quando acho para comprar aqui no Brasil), e porque tamanha criação merece ser lida na íntegra com todos seus nomes originais. Além do fato de que há boatos de que a tradução de seus livros, no Brasil, não é muito boa.
Até o presente momento apenas li O hobbit e O senhor dos Anéis: A sociedade do Anel. Preciso nem dizer que após ler este livro fiquei muito mais animada para ler os outros, apesar de já ter visto os filmes.
Mas, voltando para o livro em si, Michael White está de parabéns. Com uma escrita cativante e simples, ele conseguiu abordar todos os pontos interessantes e impactantes da vida de Tolkien (o que não achei possível já que o livro em si tem 230 páginas – o restante sendo fotos e apêndice).
Uma das coisas que mais me surpreendeu foi o fato de Tolkien ser um Católico devoto, beirando ao fanatismo e conversadorismo (e o fato dele ter nascido na África do Sul). Isso porque eu já tinha ouvido falar que Ronald (como era conhecido) criticava As Crônicas de Nárnia, de seu amigo C.S. Lewis, pelo seu tom religioso. A amizade dos dois autores era algo que eu tinha interesse de conhecer também. E o que mais me espantou foi o MOTIVO dos dois terem se distanciado – para saber o porquê, leiam o livro. Apesar disso, mesmo anos sem terem muito contato, isso não impediu Lewis de escrever um lindo prefácio para a primeira edição de O Senhor dos Anéis (enquanto Tolkien praticamente odiava tudo o que o amigo escrevia).
Órfãos do pai pouco depois de nascer, e da mãe alguns anos depois, Tolkien e seu irmão, Hilary, tiveram uma infância difícil sob os cuidados do amoroso Padre Francis (amigo da família). Difíceis pois seus pais não haviam deixado nada substancial para eles. Com seus esforços, Ronald conseguiu uma bolsa de estudos no Colégio King Edward e, de lá, ingressou na faculdade de Exeter, em Oxford, onde estudou Cultura Antiga e Mitologia, e depois Língua e Literatura Inglesa.
Tolkien conheceu aquela que viria ser sua mulher por mais de 50 anos quando ainda era muito novo, aos 15. A história de Edith e Ronald é algo muito bonito e não vou dar spoiler disso (hahaha).
Dá para ver a necessidade de Tolkien de companhia masculina devido a quantidade de grupos em que ele participou ativamente. Em seu tempo no Colégio King Edward, ele e três amigos fundaram o T.C, B.C; nos tempos da faculdade havia outro grupo (que eu não lembro o nome), mas que durou pouco tempo por causa da Primeira Guerra Mundial, e, o de sua época como professor e o mais famoso, os Inklings – que entre seus participantes também estava C.S. Lewis.
O livro não é grande, então não irei entrar em muitos detalhes sobre a vida do senhor da fantasia. Uma das coisas interessante em sua vida, foi como ele conseguiu administrar suas aulas da faculdade, dar aulas particulares, corrigir provas da School Certificate para ganhar mais dinheiro, cuidar da família e ainda criar este incrível mundo.
Tolkien lia O Hobbit para seus amigos do Inklings, e foi assim que conseguiu seu primeiro contrato com uma editora. O livro fez bastante sucesso para algo que até então era inédito na literatura. Sua editora logo requisitou uma continuação. Demorou mais dez anos para que ele criasse O senhor dos Anéis, e mais cinco anos para ser definitivamente publicado. Demorou menos que isso para virar um fenômeno mundial.
Admito que eu teria muita vontade de conhecer Tolkien, através das palavras de Michael White dá para perceber o homem brilhante e distinto que foi. Assim como dá claramente para ver como ele era obcecado pela perfeição e, logo, a Terra-Média. E, nossa, que homem teimoso! Se o conhecesse, provavelmente, daria uns tapas nele.
Não preciso nem dizer que essa edição da Darkside é mais do que perfeita. O trabalho é ótimo, a capa é linda e, ainda por cima, é maravilhosamente com capa dura. E uma capa que nunca vi antes, quando você passa a mão ela é ‘macia’ e, ao mesmo tempo, é dura! Na época em que comprei estava bem caro (era 69,90 ou 79,90), mas agora tem por 30,00 no Submarino.
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