O fim do homem soviético

O fim do homem soviético Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - O Fim do Homem Soviético


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Will 16/05/2022

Mais uma obra avassaladora de Svetlana...
O fim do homem soviético mantém o alto padrão da escrita de Svetlana, na sua capacidade de dar voz ao povo e suas histórias: suas alegrias e dramas, seus amores e perdas. O livro mostra vários lados da queda do regime soviético, não se prende a nenhuma opinião e cobre as várias fases de transição. Gorbatchov, Ieltsin... são personagens de fundo frequentes nos relatos, com uma liberdade de opinião conhecida dos livros da autora.
Na ampla gama de assuntos, como nos seus demais livros, o amor e a dor da morte tomam boa parte das páginas. Os efeitos individuais das decisões políticas se evidenciam, uma pequena amostra do alcance do poder e o efeito aterrador de uma revolução ou mudança brusca.
O fim do homem soviético é uma obra essencial aos interessados na história da época e também aos apaixonados pela força e emoção que pode revelar o conhecer da história do povo comum. Um livro muito emocionante, que sensibiliza e choca em vários momentos. Temos a história e alma humanas desnudadas, sem grandeza e heroísmo. A essência do povo russo em sua real síntese.
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Roberta 25/03/2022

Uma leitura sofrida, mas necessária
Este é um livro excelente sob o ponto de vista da compreensão das facetas e personalidades dos soviéticos, principalmente num tempo como esse de guerra. Mas ao mesmo tempo foi uma das leituras mais difíceis que já fiz na vida. Em primeiro lugar, fiquei um pouco confusa sobre como o livro é escrito. É como se fosse um livro de memórias de várias pessoas que a autora entrevista sobre a história desde o fim da URSS até a era Putin, mas dando mais ênfase na década de 90 e em como os eventos afetaram suas vidas. Em segundo lugar, o tanto de sofrimento que este livro carrega é impressionante. Como o ser humano pode ser mau e cometer atrocidades assim? Diferente das barbaridades praticadas pelos poderes ditatoriais que já governaram o mundo, tanto pelos de direita como de esquerda, as atrocidades narradas aqui, muitas vezes eram praticadas por pessoas comuns. Pais, mães, filhos de alguém... meu Deus, como foi difícil passar por essas páginas! Mas não me arrependo. Só acho que poderia ser um livro menor, pela densidade que ele carrega.
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Marina 16/02/2022

A autora se esforça em dar voz para a maior quantidade e diversidade de pessoas possível e o resultado são relatos às vezes completamente opostos sobre o que significou o fim da União Soviética para quem antes vivia nela. Gosto muito dessa abordagem, pois mostra que não há uma verdade absoluta, que as pessoas foram afetadas de forma diferente e que a história é muito mais complexa do que tentam nos mostrar com uma narrativa única. É um livro pesado, com relatos tristes de miséria, violência e sonhos destruídos, mas importante para entender um momento tão marcante da história recente.
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Juliana 08/02/2022

Um soco no estômago a cada página
O fim do homem soviético foi o meu primeiro contato com a escrita de Svetlana Aleksiévitch e já a partir dessa leitura pude compreender o porquê dessa jornalista e escritora ter ganhado o prêmio Nobel de literatura em 2015.
Svetlana anuncia logo no início da obra que abordará a história do fim da URSS a partir "de baixo". Este enfoque é o que faz a obra ser tão incrível. Como historiadora e pesquisadora desta temática, já li diversos trabalhos acadêmicos que demonstram através de fontes oficiais /estatais o processo que leva ao declínio dessa potência formada em 1917 e, definitivamente, entrar em contato com relatos tão pessoais e cheios de emoções trouxe humanidade e individualidade para algo que na minha cabeça estava consolidado somente como um grande processo sem rosto.
Para ler essa obra é preciso estar com a mente fortalecida, pois cada página oferece ao leitor um soco do estômago diferente. Dos relatos de guerra e de prisões em gulags até os conflitos étnicos ocorridos após a entrada definitiva do capitalismo na Rússia em 1991, as falas das pessoas entrevistadas são marcadas por sofrimentos de diversos tipos.
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GIPA_RJ 05/02/2022

Vale muito a leitura !
Nas quase 600 páginas deste livro , uma descrição definitiva do que foi a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas , com ênfase no impacto que causou em sua gigantesca população.
Como expectador ocidental na época , num mundo pré-internet e pouquíssimo globalizado e interconectado , não tinha ideia do drama humano que ocorreu. A questão só era analisada do ponto de vista do encerramento da guerra fria , e pouco se ouvia falar nos jornais e noticiários sobre os novos países surgidos e de sua transição para a economia de mercado. O presidente russo Vladímir Putin recentemente se referiu ao fim do Império Soviético como "a maior catástrofe geopolítica do século XX " , e não houve exagero nisso. O mesmo chegou a trabalhar como motorista de táxi para sobreviver ao fim da KGB.
Os relatos são riquíssimos na elucidação da alma Soviética , com descrições cruas e marcantes : algumas bem radicais , outras bem comoventes , descrevendo de forma contundente o ponto de virada naquelas vidas atropeladas.
Eu destaco uma que descreve as atrocidades cometidas contra imigrantes do Tadjiquistão , que para nós brasileiros parece chocante : um trabalhador tadjique ao ir reivindicar
seus salários atrasados , foi espancado até a morte. Onde já se viu isso?
O grande barato da leitura para mim , foi ter suscitado reflexões e autoavaliações . Traduzindo para uma linguagem clichê atual , ilumina nossa eterna luta entre a "zona de conforto"(representada pelo lado soviético) e o "reinventar-se ( o lado capitalista)....
Os dois lados coexistem em nós mas em qual grau? Com quais depoimento nos identificamos mais ? Com os idealistas , sonhadores , socialistas , ou com os pragmáticos , "pé-no-chão" , neoliberais? Leia e descubra .
Uma dica : livros eram a paixão nacional na União Soviética .
Parabéns , Svetlana Alexeievitch ! Merecias mil nobels!
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Jorgelzsilva 16/01/2022

Ideologias de lado a lado e um povo no meio
Relatos crus sobre o comunismo e seus heróis/vilões e sobre o capitalismo e seus heróis/vilões. O livro não busca explicar ou trazer nenhum valor, mas fica implícito que, no fim, seja qual for o regime, a maioria sempre perdeu.
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Diego Rodrigues 11/12/2021

"Não há tarefa mais incessante para o homem do que, tendo se tornado livre, encontrar depressa alguém diante de quem possa curvar-se." - Dostoiévski
Jornalista e escritora, Svetlana Aleksiévitch nasceu na Ucrânia, em 1948. Publicou livros que não só ajudam a contar a história da Rússia como também dão vozes e rostos a grandes eventos históricos, como a Segunda Guerra Mundial ("A Guerra Não Tem Rosto de Mulher") e o desastre de Chernobyl ("Vozes de Tchernóbil"). Em 2015, foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura "pelos seus escritos polifônicos, um monumento ao sofrimento e à coragem em nosso tempo". Publicado originalmente em 2013, "O Fim do Homem Soviético" reúne material de entrevistas realizadas pela autora entre os anos de 1991 e 2012. Esses relatos compõem um complexo quadro político, social e psicológico da Rússia pós-soviética. Geralmente, quando se trata da Alemanha de Hilter, da Itália de Mussolini ou da URSS de Stálin, fala-se muito de seu início, meio e fim, mas nem tanto sobre o pós. E é justamente esse período que Svetlana explora em seu livro.

Aqui nós vamos acompanhar de perto a incapacidade de adaptação que o chamado homo sovieticus (produto do regime comunista) mostrou, e ainda mostra, diante da queda do Império soviético e da abertura política e econômica empreendida pelo governo de Gorbatchóv. Os impactos da mudança do sistema comunista para o capitalista foram muito além do campo econômico. De repente, aquele povo extremamente bélico e patriótico, vencedor de uma guerra e que estava acostumado a lutar e a viver (ou até mesmo morrer) por um grande ideal, se viu órfão de seu deus: o Estado soviético. A nação que até então era uma só se viu dividida entre russos, armênios, azerbaijanos, ucranianos, georgianos, tadjiques e tchetchenos. De um lado, os jovens otimistas que viam no horizonte a possibilidade de viver em um mundo mais democrático. De outro, aqueles que viam com horror a queda de uma ideologia pela qual entregaram suas vidas e não suportavam a ideia de ver sua fortaleza ruindo. Para esses, estrangeiros em seu próprio país, nem mesmo os horrores do governo stalinista, como a fome e os campos de trabalho forçado, foram suficientes para manchar seu passado glorioso. Incapazes de seguir adiante, essas pessoas estão presas ao passado.

Como já é habitual nos livros da Svetlana, os relatos aqui são duros e comoventes. Vamos conhecer a história de uma mulher que se casou com um partisan, assassino de seu próprio marido. Outra que largou a família para se casar com um condenado à prisão perpétua. A netinha que teve que dividir o apartamento com o cadáver da avó, pois a família não tinha dinheiro para o enterro. O filho de um comandante da aeronáutica que cresceu ouvindo músicas marciais e lendo livros do governo soviético para alimentar o sonho pai, que era vê-lo ir pra guerra um dia. Uma ex-funcionária do Partido Comunista que coleciona carteirinhas abandonadas por ex-filiados. Uma mãe que perdeu a casa e teve que ir morar na rua com a filha. Outra que nem essa oportunidade teve, pois perdeu a filha em um atentado.

O que torna a leitura ainda mais impactante é que, apesar de se tratar de um episódio da história russa, ela se encaixa muito bem em outros contextos (inclusive, é possível traçar alguns paralelos com o Brasil atual). Afinal, o que está em debate aqui é o ser humano e sua incapacidade de exercer sua liberdade ou, melhor dizendo, sua necessidade de se curvar diante de algo. "O Fim do Homem Soviético" é, sem dúvida, um dos livros de não-ficção mais marcantes que já li. Que traz ensinamentos, faz pensar e nos permite entender um pouco melhor como uma ideologia é capaz de entranhar-se na mente e no espírito humanos.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Juliene.Dechichi 01/12/2021

Ainda muito interessante
É muito interessante ver a diferença das visões e vivências durante o stalinismo, e mais ainda da transição para o capitalismo e como essas pessoas ficaram perdidas e saudosas ao mesmo tempo. Outro ponto interessante foi o ponto de vista das pessoas que nasceram na transição e já inseridas no ideal capitalista. A mudança de ideais..
É um livro que traz realidade para os contextos históricos do stalismo até os tempos atuais.. há relatos de pessoas de diversas esferas da população russa e que viveram e se lembram de formas diferentes daquele período. Alguns foram para os campos Gulag, pessoas da inteligentsia, pessoas que trabalhavam para o partido e cidadaos comuns.
Apesar de algumas partes do livro ficarem confusas na ordem temporal ou de contexto, ainda é um livro muito bom. Vale a pena..
gabriel 02/12/2021minha estante
Estou pra começar um livro sobre o stalinismo logo logo, esse daí parece bem interessante. Marquei para leitura. Obrigado pela resenha!


Juliene.Dechichi 02/12/2021minha estante
Obrigado pelo feedback. Esse livro vai complementar muito sua visão sobre o stalismo. Relatos de pessoas que viveram o stalismo e suas consequências. Eu deixei pra ler esse depois de dois sobre stalin e revolução russa, pra ter mais noção do contexto histórico.




Zé - #lerateondepuder 29/11/2021

Um relato de total alienação de um povo, por décadas.
Escrito por Svetlana Alexijevich, uma escritora e jornalista bielorrussa, é uma história polifônica que consegue captar o sofrimento, a coragem e a alienação à que milhões de pessoas foram submetidas durante décadas, de um regime que restringia bem, mas vivia sempre prometendo a liberdade a seu povo, a ponto de que quando veio a queda, via Perestroika, muitas pessoas não gostaram e não sabiam como iriam viver em um ambiente capitalista de liberdades. São testemunhos de pessoas comuns com pontos de vistas bem pessoais, diferentes daquilo que se escreve normalmente nos livros de história e fazem da obra Prêmio Nobel da Literatura do ano de 2015.

site: https://linktr.ee/prof.josepascoal
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Rosana 31/10/2021

Do Socialismo ao Capitalismo
Primeiro livro que leio da autora, e essa versão usada (como se fossem entrevistas) não me chama muito a atenção. Mas, não deixa de ser muito curioso todos os relatos trazidos nestas 600 páginas.
Mostra a transformação do Socialismo Sangrento ao Capitalismo Selvagem. São relatos de idosos saudosistas à época do Socialismo, ao jovem que desejava ter mais opção de compras, mas que acaba sendo engolido por um Capitalismo que não mediu esforços para destruir os sonhos desses jovens, onde pouquíssimos alcançaram a oportunidade do enriquecimento e se sentirem confortáveis.
Além de contar as guerras civis travadas; das fugas territoriais; das famílias dilaceradas pelas guerras, fome, falta de moradia, falta de amor. Amor ao próximo, amor à vida; isso sim foi o que mais é mencionado, seja de forma direta ou indireta.
Vale muito a pena, muito conhecimento trazem desses relatos, que em sua maioria mostram muita tristeza.
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Rebecca.Lucena 03/10/2021

Uma explosão de emoções
Com certeza a Svetlana é uma das minhas autoras favoritas. Gosto muito da maneira que ela constrói um mosaico de narrativas para contar suas histórias. Seja sobre as mulheres na guerra, o acidente nuclear em Chernobyl ou neste caso, a reconstrução do que foi a URSS.

É impressionante como a autora consegue driblar o bipartidarismo, daqueles que gostam e que não gostam do comunismo. Mas ela trabalha numa zona cinzenta de lembranças, sentimentos, cheiros, histórias que antes nunca foram ouvidas por serem consideradas "comuns", de gente comum.

Confesso que demorei para ler este livro de quase 600 páginas, pois a emoção do que é descrito é muito forte. Mas valeu o esforço e com certeza é um dos meus livros favoritos da vida.

Esse livro vai te fazer refletir ao dizer qualquer afirmação positiva ou negativa sobre a URSS. Afinal, estamos falando de um fato político que afetou a vida de milhões de pessoas e países.
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@quixotandocomadani 22/09/2021

Gostei demais desse livro principalmente por um motivo: ENTENDER A DIVERSIDADE DA PERCEPÇÃO HUMANA FRENTE AO MESMO ACONTECIMENTO. Fatos são fatos, aconteceram, as pessoas vivenciaram e ainda assim, cada um tem entendimentos diferentes. E sim, dá para entender os dois lados.

Esse livro tem relatos impactantes sobre a crueldade e egoísmo do homem, mas também sobre amor e amizade. Reflexões como: a forma que somos educados molda totalmente nossa forma de pensar e viver e a necessidade do homem russo de ter um ideal para viver, é bom por um lado, mas por outro, se esse ideal for excessivo se torna prejudicial. Essa fé de acreditar cegamente em algo. Que tudo o que é extremo é ruim e o quão difícil é encontrarmos o equilíbrio.

Super valeu, tenho certeza que vou entender melhor a literatura russa (e um tiquinho a mais do ser humano) depois desse livro.

Pergunta que fica: "Que sentido faz mudar o Governo, se nós próprios não mudarmos?"

site: https://www.instagram.com/quixotandocomadani/
Diego Rodrigues 22/09/2021minha estante
Mal posso esperar pra ler!




Bruno.Santos 13/09/2021

Pesado
Tem várias passagens neste livro que, sinceramente, são difíceis de engolir, volta e meia eu me via deixando o livro de lado, dando um tempo para digerir e ainda assim voltava a ler com a mesma voracidade, talvez até mais. Uma leitura muitíssimo boa...
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Rosangela Max 27/08/2021

Não é o meu livro preferido da autora.
Dos 05 livros que li dela, sem dúvida esse é o que possui a escrita mais confusa. Pelo menos na primeira metade do livro.
Talvez esta confusão seja para combinar com os relatos da vida pós-guerra do povo soviético, onde os próprios sentimentos e vivencia do povo estavam um caos.
Próximo ao fim da primeira metade, a leitura começa a se assemelhar com a estrutura dos demais livros. Mesmo assim, no geral, ficou aquém das minhas expectativas.
Principalmente por ser o livro que encerra essa temática de guerra abordada pela autora desde o primeiro livro. E, portanto, merecia um melhor fechamento.
RafaelM 27/08/2021minha estante
Adorei seu ponto de vista sobre a "confusão para combinar".. Li três livros delas e esse e o "Meninos de Zinco" ainda estão na lista..


Rosangela Max 28/08/2021minha estante
Vale a pena ler todos. ??


Soraya 30/12/2022minha estante
É o último livro dela q estou lendo e concordo com vc. Achei o início bom, depois fica confuso e só lá pelos 55-60% do livro q começa a ter a estrutura dos outros livros. Ai sim a leitura voltou a fluir.
De todos, Os meninos de Zinco seria o último no meu ranking .


Ludgargano 14/01/2023minha estante
Quero ler um livro da autora esse ano. Nunca li nada dela. Qual vcs recomendariam?


RafaelM 17/01/2023minha estante
O mais "forte" em minha opinião é A Guerra Nã Tem Rosto de Mulher.. Todos os que li são bons, mas esse achei mais fera




Solitto 03/07/2021

sobre mudanças e como ninguém sai ileso a elas
Em 'O fim do homem soviético' Svetlana Aleksiévitch faz da sua escrita a ferramenta para tentar compreender o povo russo, e a si mesma. No decorrer da leitura as distinções e singularidades dos entrevistados ficam claras, e ao mesmo tempo se juntam num todo, tecendo características da sociedade russa.
Svetlana alia jornalismo e literatura de forma excepcional, graças à base que sustenta toda sua obra: a História - 5 de setembro de 2019
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