Ouça a Canção do Vento / Pinball, 1973

Ouça a Canção do Vento / Pinball, 1973 Haruki Murakami




Resenhas - Ouça a canção do vento & Pinball 1973


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Babi 21/08/2017

Não são as melhoras histórias para conhecer Murakami
As primeiras novelas de Haruki Murakami, Ouça a canção do vento e Pinball, 1973, não são as melhoras obras para ter o primeiro contato com a narrativa do autor japonês. Ao menos foi essa impressão que me foi passada ao terminar essas leituras. As duas novelas foram lançadas aqui no Brasil pela editora Alfaguara nessa edição MARAVILHOSA e no início do livro também encontramos uma nota do autor. Nesta nota, Murakami nos conta um pouco sobre a sua trajetória de vida, como começou a escrever e desenvolver seu estilo narrativo.

O livro todo já vale só pela nota e com certeza será um livro especial para muitos fãs de Haruki Murakami. No entanto, confesso que fiquei um pouco frustrada (e um pouco decepcionada) com a leitura de Ouça a canção do vento e Pinball, 1973 por causa de dois erros que cometi. 1) Escolhi esse livro como o meu primeiro contato com a narrativa de Murakami. 2) Comecei a ler sem ter a mínima ideia sobre as histórias das duas novelas.

Conclusão, até mais ou menos o meio do livro eu não consegui ver um propósito na narrativa e, quando finalmente entendi que se tratava de histórias que funcionavam como memórias dos personagens principais (e por isso não eram histórias com início-meio-fim), já estava desmotivada com a leitura. Mas o importante é que deu para notar o potencial do Murakami como escritor e tenho certeza que seus romances, como a famosa trilogia 1Q84 (considerada a sua obra-prima), vão conseguir superar todas as minhas expectativas.

PRIMEIRAS NOVELAS DE HARUKI MURAKAMI: AS HISTÓRIAS

OUÇA A CANÇÃO DO VENTO

Esta novela é narrada em primeira pessoa e conta a história do protagonista e seu melhor amigo, chamado Rato. O protagonista é um jovem estudante universitário que vai narrando algumas de suas memórias mais marcantes e também faz uma análise de sua vida amorosa. Ouça a canção do vento retrata a transição da juventude para o mundo adulto, além de abordar alguns temas delicados, como suicídio.

PINBALL, 1973

Continuação de Ouça a canção do vento, essa segunda novela traz os mesmos personagens só que mais velhos. O jovem estudante universitário agora é um tradutor, que já não vive mais na mesma cidade, não tem mais o contato com o seu melhor amigo, Rato, nem frequenta o famoso J’s Bar. O protagonista em um determinado momento passa a ficar obcecado por máquinas de Pinball e começa uma busca para encontrar a máquina em que tinha batido o record quando mais novo. Por sua vez, o Rato torna-se um homem cheio de incertezas e com muito medo de apostar tudo nos seus desejos, seus dias acabam se resumindo em conversas e desabafos com J, o dono do bar da primeira novela.

PRIMEIRAS NOVELAS DE HARUKI MURAKAMI: O QUE TÊM EM COMUM

As duas novelas apresentam personagens que poderiam se encaixar em uma geração perdida, são pessoas que não pensam muito no futuro e parecem não se importar com o caminho que estão seguindo. Vivem numa espécie de inércia e torpor, com os quais acabam aceitando o destino que os outros lhes impõe. Por exemplo, em Pinball, 1973 o protagonista começa a viver com duas gêmeas sem saber como elas foram parar na sua casa.

“Sozinho pela primeira vez em muito tempo, eu não sabia mais lidar comigo mesmo” (p. 191)
Esse clima nas histórias das primeiras novelas de Haruki Murkami me lembrou um pouco o clima que normalmente está presente nas histórias de Charles Bukowski, mas sem as ironias e sarcasmos que marcam a escrita do autor norte-americano. Outra característica marcante, não só entre os protagonistas como entre os coadjuvantes também, é que parecem pessoas que vivem envoltas de uma solidão. As duas histórias possuem um clima de melancolia e impotência, como se os personagens não pudessem alterar os seus destinos.

Além disso, as duas novelas são marcadas por pitadas de realismo fantástico, sendo Pinball, 1973 o mais recheado por esses momentos nonsense.

site: http://ummetroemeiodelivros.com
Marlo R. R. López 28/12/2017minha estante
Se minha dica não estiver muito atrasada, sugiro que você comece a leitura de Murakami com o livro 'Norwegian Wood', o primeiro grande bestseller do autor. É uma história bem mais pé no chão e que cativa qualquer um. Depois vá para o ótimo e recente 'O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação'. Em seguida, se amarre nos clássicos, como 'Kafka à beira-mar' ou 'Crônica do Pássaro de Corda'. É um ótimo percurso para começar Murakami. Fica a minha sugestão!


Babi 17/04/2018minha estante
Obrigada pela dica! Vou "começar" por esse sim :)




clara.vega 25/04/2023

Novelas de mesa de cozinha
O livro traz uma narrativa do cotidiano de diferentes personagens, como rato, de uma maneira muito bem escrita, com um toque melancólico que torna a trama mais interessante. ao ver os personagens perdidos no ramo de suas vidas, seja por uma mulher ou por uma máquina de pinball, tudo é muito bem abordado em uma escrita coesa. esse livro me fez ter interesse na maneira de escrita desse autor, que estou começando a conhecer e recomendo para iniciar o caminho pelas obras de Narukami.
bru reich 25/04/2023minha estante
me deu vontade de ler!!




LaAs183 02/06/2022

Ótimo começo
Murakami com certeza é minha melhor descoberta do ano. Saber que essa foi sua primeira publicação, e a maneira como aconteceu, atingiu o meu emocional. Com certeza ele produziu coisas muito mais grandiosas no decorrer da sua carreira, mesmo assim eu amo esse começo.
Ana Paula Hoffmann 28/06/2022minha estante
Com a sua resenha me interessei..




Diego 01/02/2018

As duas novelas constituem os primeiros 2/3 da chamada "Trilogia do Rato", que se completa com Caçando Carneiros. São as primeiras publicações de Murakami, e até certo ponto renegadas por ele, por considerá-las não tão boas assim. Por muto tempo o autor rejeitou que elas fossem publicadas fora do Japão.

As duas histórias são contadas como memórias do personagem principal, que relembra dois momentos distintos de sua vida. A primeira novela, Ouça a canção do vento, se passa durante três semanas de Agosto de 1969. Nela, o protagonista anônimo, de férias acadêmicas em sua pequena cidade natal, rememora o período passado com seu amigo Rato no J's Bar, as três mulheres com que tinha se relacionado antes e a misteriosa moça que conheceu nessas três semanas. Já a segunda história, Pinball, 1973, mostra o protagonista 4 anos depois, vivendo em Tóquio, trabalhando como tradutor e dividindo sua casa com duas irmãs gêmeas. Esse cotidiano é quebrado quando o protagonista se lembra da máquina de Pinball Spaceship, objeto de obsessão dele por algum tempo. E, por sentir que a máquina continuava a chamá-lo, resolve encontrar novamente o jogo. Paralela a isso, a novela acompanha também o Rato. Ele, que continua em sua pequena cidade, está cheio de incertezas sobre sua vida, e não sabe qual e como tomar algum rumo.

As novelas apresentam temas recorrentes e que serão melhores trabalhados em futuros livros. Aspectos da vida humana como crescimento e solidão, misto de realidade e fantasia, além da presença de gatos aparecem também em Norwegian Wood e Kafka à beira-mar.

Esse livro é especialmente interessante para quem já conhece e aprecia a obra do autor. Para novatos no mundo de Murakami, existem melhores opções para se iniciar.
Nath @biscoito.esperto 23/04/2018minha estante
Achei sua resenha excelente, não sabia que o Murakami renegava essas obras. Já li três livros do Murakami e queria ler Caçando Carneiros em seguida, será que posso começar o livro sem ler essas duas novelas antes?




SLMM 09/08/2019

No Princípio...
Duas obras inicias de Murakami, as duas fracas, mas Pinball é melhor. Dá pra ver o estilo do autor já nestas obras, um esboço do que viria. Eu já li vários livros dele e queria conhecer estes dois primeiros livros. Para quem não conhece ainda o autor sugiro não começar por aqui.
Flavio.Santos 18/11/2019minha estante
Esses dois livros em um só, "Ouça a Canção do Vento" e "Pinball 1973", fazem parte da "Trilogia do Rato", que culmina em "Caçando Carneiros".




Jéssica Fernandes 17/03/2022

A primeira novela é ótima, li muito rápido. Super bem conduzida e com enredo envolvente, cheio de detalhes! Agora a segunda? Achei um pouco chata -pra não dizer um porre- enrolei bastante pra terminar.

Eu AMO ler Murakami mas esse não vai entrar pra lista de favoritos.
Lucia.Aoto 06/02/2023minha estante
Tô sentindo a mesma coisa, a primeira história eu li mega rápido, assim como qualquer outro livro do Murakami que já. Mas o Pinball 1973.... Nossa tá sendo bem chatinha (só na parte das gêmeas que eu acho engraçado) kkkkk




Andre.28 27/01/2022

Romance na mesa da cozinha: a estréia de Haruki Murakami
As narrativas do escritor japonês Haruki Murakami são recheadas de uma linguagem simples, com atmosfera de mistério, realismo fantástico e simbolismo melancólico diante de uma realidade de solidão e dilemas. Em “Ouça a Canção do Vento & Pinball, 1973” Murakami, a primeira narrativa escrita por ele, não foge dessas características. O livro é separado em duas partes, sendo o primeiro (Ouça a Canção do Vento) um conto mais curto, e o segundo (Pinball, 1973) uma espécie de continuação do primeiro. Escritas em 1978 e 1979 respectivamente, essas duas histórias foram reunidas em um livro e publicadas em 1980, dando início a careira literária de Murakami.

“Ouça a Canção do Vento” é típico romance de curta duração, que se assemelha a uma novela. A história em si aborda a vida de um narrador sem nome ao longo de poucos dias de suas férias de verão da faculdade no começo dos anos 1970. Narrado em primeira pessoa com capítulos curtos, esse narrador passa grande parte do seu tempo com seu melhor amigo, o Rato, e com J., barman e dono do J’s Bar, onde os três passam as noites bebendo e conversando. “Pinball, 1973” apresenta uma versão mais longa e surrealista que tanto vai marcar as narrativas do Murakami. Um ponto em comum entre as duas histórias (além dos personagens) é o romance sobre a solidão dos três personagens, especialmente nos relacionamentos com mulheres.

Murakami escreveu esse romance na mesa da cozinha, à mão, ainda quando estava trabalhando no seu bar. Após surpreendentemente ganhar um concurso de um suplemento revista literária, decide vender seu negócio e passar a viver exclusivamente de sua escrita. O livro é considerado o primeiro da “Trilogia do Rato” (que incluem outros dois livros: Caçando Carneiros e Dance, Dance, Dance) e aborda a vida do narrador sem nome, sempre narrado em primeira pessoa, e sempre com a aparição do personagem "Rato". O livro exala melancolia e simbolismo, com doses generosas de realismo fantástico e surrealismo. Murakami nesse livro nos traz uma história fragmentada, bem crua, mas sem deixar de extrair as angústias e dilemas da solidão humana dando o seu toque de sensibilidade para o exercício das pequenas coisas.
Katia Rodrigues 25/02/2023minha estante
Parabéns pela resenha!
Tô precisando fazer as pazes com Murakami. Amei Caçando Carneiros e Do que eu falo quando falo de corrida, porém abandonei Homens sem mulheres e peguei ranço do autor, mas pretendo dar uma segunda chance ao nosso relacionamento ?




Mari 24/03/2024

25 anos
Acho que nunca li um livro tão preciso sobre ter 25 anos, e acho que nunca vou ler algo igual. Esse foi meu primeiro romance longo do murakami, e escolhi pata ler sabendo que era o primeiro livro que ele tinha escrito, e da para perceber. Da para perceber que ele ainda não sabe ser escritor direito. Estou animada para ler os próximos.
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@APassional 18/02/2017

* Resenha por: Rosem Ferr * Arquivo Passional
Em Murakami a simplicidade é o cerne da genialidade, e tendo em vista as complexidades do mundo contemporâneo, sua proposta de nos conduzir sem qualquer pretensão a refletir sobre o cotidiano das coisas, o tempo, as perdas, o sentimento, maturidade, fé, sincronicidade é no mínimo ousada e perturbadora. (...) As referências são inúmeras: musicais, literárias, filosóficas e metafísicas. A narrativa é mágica, as descrições metafóricas, densas, inquietantes, surreais, nos conduzem a um mundo paralelo. Enfim para quem ousa aventurar-se na toca do coelho, Murakami é o guia de uma experiência extraordinária.

Confira a resenha completa no blog Arquivo Passional.

site: http://www.arquivopassional.com/2017/02/resenha-ouca-cancao-do-vento-pinball.html
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Marvin.Cross 16/03/2017

Apesar das três estrelas, não me tirou a vontade e o interesse por continuar conhecendo outras obras do Murakami.
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Kari 26/03/2017

Um Haruki já sendo Murakami.
As duas primeiras novelas do escritor japonês já trazem características que encontraremos em outras obras (Dance dance dance e caçando carneiro, por exemplo): o personagem Rato, amigo protagonista, referências a outras artes como músicas e filmes e também um protagonista que demonstra apenas viver sem se importar muito com o futuro ou com os problemas do cotidiano. A primeira novela (ouça a canção do vento) fala das relações amorosas de um estudante. E em pinball, 1973 o ponto principal é a busca a uma máquina de pinball que há está fora catálogo e que nem se sabe ao certo se ainda existe. Entretanto, o mais legal literatura de Murakami é que o ponto principal de seus livros acabam sendo meros detalhes tamanha a riqueza da trama e de estórias que o autor traz para o leitor. Um livro lindo, por dentro e por fora. @leyendo_a_los_que_leen
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Franco 02/04/2017

Mais do mesmo, mas é um 'mesmo' bom pacas
Para quem já conhece o autor e gosta do seu estilão, não tem erro: leia estes dois pequenos romances e seja feliz.

Dá para dizer, na verdade, que é uma só história apartada em duas, ou então que são duas histórias, mas que tendem a se fundir numa só. Compartilhando personagens, lugares, e até mesmo alguns argumentos, ambos os romances exploram um tema único: a
melancolia da forçada maturidade (e forçada porque, como bem notam os protagonistas, a coisa toda te empurra de tal modo que não há jeito de não amadurecer pelo menos um pouco).

Murakami desenvolve essa mensagem com seu estilo já bem sabido (narrador em primeira pessoa, que é quase sempre esse sujeito de poucas palavras e de uma atitude genuinamente blasé diante da vida). Mas sue estilo ainda está no início, daí ser mais módico nas idas e vindas temporais, no erotismo e também naqueles quase inexplicáveis trechos místico-mágicos (coisas bem abundantes nos livros posteriores). Mas o que sempre me pareceu a cereja do bolo de Murakami aqui está presente: os personagens secundários que aparecem e se vão rapidamente, mas sempre deixando um gostinho de quero mais.

Apaixonado confesso pelo autor e sua obra, sou suspeito. Mas repito aqui meu fascínio pela escrita limpa, tranquila e simples. O tipo de escrita que dá vontade ler de novo e de novo.

E méritos também para a editora, que fez um belíssimo trabalho de design com o livro, uma mistura de cores convidativa, dúbia e de transição, assim como as histórias ali contidas.
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André 26/09/2017

É um caminho que começa do nada e leva a lugar algum, mas é um caminho gostoso de ser percorrido. Duas novelas descompromissadas e de leitura rápida com um texto introdutório ímpar. Esse livro é aquela brisa do fim da tarde que bate quando ficamos na janela olhando o sol se pôr.
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Nath @biscoito.esperto 07/07/2018

“É uma longa história, mas, resumindo, tenho vinte e um anos. Ainda é pouco, mas não tão pouco quanto antes”.

Esse livro contém as duas primeiras novelas publicadas na carreira de escritor do Haruki Murakami. Seu primeiro livro é “Ouça a canção do vento”, e “Pinball, 1973” é sua continuação. Para ser mais concisa, usarei o nome que o pessoal usa lá fora para falar dessas duas novelas: “Wind/Pinball”. Como as novelas são curtas (cerca de 100 páginas cada uma) não irei me aprofundar demais.

Wind é o primeiro livro da Trilogia do Rato. O livro segue a história de um narrador sem nome que está relembrando sua época da faculdade. Ele estudava biologia e se tornou amigo de um rapaz cujo apelido era Rato. Juntos, Rato e o narrador secam o estoque de bebidas do bar local e pensam sobre a vida, o universo e tudo mais.

O livro lida com a percepção do narrador de que o tempo está passando e as coisas mudam. A frase que coloquei acima exprime bem a natureza narrativa do livro – mas, mais que isso, é uma frase que conversa comigo. Também tenho 21 anos e penso que, mesmo tendo a vida toda pela frente, parece que muita coisa já aconteceu. Murakami explora essa ideia muito bem ao falar sobre a ideia da mutação da vida.

Pinball é uma continuação bastante estranha para Wind. Nosso narrador sem nome outra vez lembra do passado – agora ele se foca numa época logo depois que ele terminou a faculdade e sua obsessão com uma máquina de pinball que desapareceu misteriosamente do bar local. Enquanto o narrador tenta encontrar essa máquina de pinball, seu amigo Rato vive uma crise existencial. Rato nasceu numa família rica e abomina o dinheiro dos pais, mas se encontra num momento desesperador de sua vida em que não sabe para qual direção ir.

Enquanto Wind é uma história coming of age melancólica, Pinball apresenta os primeiros elementos de realismo mágico que se tornaria a marca registrada do Murakami. O livro é uma espécie de caça ao tesouro, com nosso narrador procurando desesperadamente pela máquina de pinball. Ao mesmo tempo, somos introduzidos a uma mulher mais velha, alvo da paixão de Rato, e duas irmãs gêmeas muito estranhas que acabam vivendo com o narrador por um tempo.

Essas novelas não são as melhores obras do Murakami, e o próprio autor sabia disso. Depois que ganhou notoriedade internacional, Murakami permitiu que todos os seus livros fossem traduzidos do japonês para outros idiomas, mas tentou impedir que publicassem Wind/Pinball fora do Japão. Segundo o próprio Murakami, esses livros eram bastante experimentais e não faziam justiça às suas habilidades narrativas.

Eu concordo com Murakami até certo ponto. Wind/Pinball não são livros ruins, mas são narrativas simples e sem profundidade. Terminei de ler os livros com um sentimento de que eles não me marcaram, que não foram importantes. Era quase como ler um livro do Bukowski, mas sem o risco do narrador estuprar ninguém.

Ao mesmo tempo, ler Wind/Pinball é importante para quem quer ler os dois outros livros da trilogia (de quatro livros), Caçando Carneiros e Dance Dance Dance. Você não precisa necessariamente ler Wind/Pinball, pois os outros dois livros funcionam bem por si só, mas eu recomendaria, sim, que você os lesse.

Caçando carneiros continua a história do narrador anos depois, quando ele se separa da mulher e decide reencontrar Rato. É interessante ler esse livro depois de já saber quem é o Rato e qual era a relação que eles tinham quando eram jovens. Para ler Dance Dance Dance você precisa obrigatoriamente ter lido pelo menos Caçando Carneiros, ou a jornada do narrador não fará sentido.

Finalizando a resenha, Wind/Pinball não é a melhor história do mundo, mas são duas novelas divertidas e de leitura rápida (sério, apenas 100 páginas cada uma!) e introduções para outros livros muito mais interessantes do Murakami.


site: www.nathlambert.blogspot.com
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Fabius 18/08/2018

Uma primeira incursão pela obra de Murakami, já vale a pena.
São duas novelas, as primeiras experiências literárias do autor. Na primeira, percebemos a imaturidade artística, mas já se nota o potencial do grande escritor que viria a ser. O texto é estruturado em episódios, pequenos relatos corriqueiros do dia a dia de dois jovens amigos, em um curto período temporal. Na segunda novela, é visível a tentativa de uma maior qualidade literária. Duas histórias são contadas em paralelo, a do narrador e a do Rato (personagens da primeira novela). A narrativa é salpicada de bonitas imagens, há belas descrições, tanto de paisagens quanto do mundo interior dos personagens, que lhes dá profundidade, e encontramos um primeiro flerte com o realismo fantástico, que caracteriza a obra de Murakami.

Trata-se de uma bela obra, perfeita para uma primeira incursão na obra do autor, e que não se pare por aí.
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