Bruna Moraes 04/01/2022
Fogo contra fogo
Além dos acontecimentos conturbados do homecoming e da festa de Halloween, o evento mais esperado era a festa de Ano-Novo organizada pela Rennie, no ateliê de arte da sua mãe, e como de praxe também não terminou bem, o que era parte do plano de vingança para destruir o coração de vez de Reeve, terminou com Lillian se apaixonado por ele e vice-versa, mas para a surpresa de todos este “amor proibido” trouxe graves consequências e bastante traumáticas.
Na noite da festa, Lillian e Reeve decidiram não se esconder mais, o que acabou de vez com a amizade e a vida de Reenie e com o coração de Alex, o qual nutria um sentimento por ela de longos anos, também deixou Mary bastante irritada, por jamais ter imaginado que sua amiga se apaixonaria pelo rapaz que tornou sua vida um inferno. E agora finalmente entendia o que estava acontecendo com ela, porque as pessoas não a notavam, porque sua tia Bette agia tão estranho e ainda porque tinha tanta força e poder, estava morta e por alguma razão sua alma tinha ficado na Ilha Jar sem conseguir partir, talvez precisasse fazer Reeve pagar por tudo o que fez e era exatamente isso que iria fazer, mesmo que isso significasse afetar suas amigas ou qualquer outra pessoa que ficasse no seu caminho.
O terceiro livro da trilogia vem com uma narrativa bastante pesada e vingativa, com alguns elementos míticos e além de tortura psicológica, perde um pouco da essência adolescente juvenil dos outros dois livros, agora a preocupação dos personagens é com a faculdade e sair o mais rápido possível da Ilha. Porém parece que todos estão de certa forma perdidos e presos na ilha, esperando a primeira oportunidade de fugir do lugar, no entanto tudo sai sempre do controle.
Dessa vez Kat e Lillian têm que lidar com o descontrole de Mary, além da verdade que a envolve, precisam proteger a si mesmas e Reeve, que corre perigo, pois ela acredita que se ele morrer poderá seguir livremente, mas tudo é muito incerto até para ela, e toda a narrativa se desenvolve em cima disso até o final do livro.
A leitura é envolvente do início ao fim, com capítulos curtos e uma linguagem fácil, tudo flui muito bem, no entanto, na minha opinião não ficou muito claro do motivo que fez o Reeve praticar o bullying, se de fato ele era ou é uma pessoa ruim ou por outro motivo, apesar de se mostrar arrependido, a história toda ficou vaga e esperava que fosse ser explicado ao longo da história. Não temos um final feliz como nos contos de fadas para os personagens, o que foi ótimo, tornou tudo mais real e natural, as autoras construíram uma narrativa que abordou assuntos atuais como o bullying, suicídio e tortura psicológica sem romantiza-los, mas de certa forma explica-los.