regifreitas 24/02/2022
O CLUBE DE LEITURA DE JANE AUSTEN (The Jane Austen Book Club, 2004), de Karen Joy Fowler; tradução Angela Pessôa.
É uma verdade universalmente conhecida que o livro deve sempre ser melhor do que a obra audiovisual para a qual ele foi adaptado. Será? Não foi o que aconteceu com esta obra de Karen Joy Fowler.
Eu tinha uma vaga lembrança do filme homônimo de 2007, mas recordava que tinha gostado bastante na época. Revendo-o agora, depois de fazer a leitura do romance que lhe deu origem, isso acabou se confirmando: realmente trata-se de um bom filme. Já a obra literária original não me agradou tanto.
Resumidamente: cinco mulheres e um homem se reúnem mensalmente para ler e debater os romances de Jane Austen. A cada um é designado um livro, e essa mesma pessoa torna-se a responsável por recepcionar o encontro em sua casa no mês escolhido para a leitura. Assim, os temas discutidos nos livros acabariam se refletindo de alguma forma na vida desses leitores - pelo menos era minha expectativa inicial.
Contudo, as obras de Austen acabam tendo uma importância secundária na narrativa, elas são apenas pretexto para a autora discutir a vida pessoal de cada personagem separadamente. Talvez por conta dessa quebra de expectativa, a leitura tenha me decepcionado um pouco, entretanto, também nem sempre essas histórias pessoais eram interessantes de acompanhar.
Embora o mesmo ocorra no filme, neste pelo menos os conflitos pessoais e as dinâmicas entre os personagens parecem acontecer de forma mais natural. Para isso, algumas alterações pontuais foram feitas em relação ao texto base, e essas escolhas acabaram se demonstrando até mais eficientes do que na obra escrita.
Se no livro muitas vezes eu ficava contabilizando as páginas para encerrar determinado capítulo, o filme foi bem agradável de acompanhar. Prova que a afirmação no início desse texto pode nem sempre ser verdadeira.