Kaly - Lendo com a Kaly 17/08/2021
Se você achou que era sobre princesas, reinos e fantasia... você também foi tapeado!!!
Minha gente, eu não me considero uma baita crítica literária não, pois - convenhamos - tudo que queremos às vezes é ler um livro pra distrair e suspirar com alguma história, sem nos preocupar tanto com detalhes "técnicos", se me permitem usar esse termo. Mas eu já li livros suficientes e já me considero apta pra analisar de forma mais abrangente o livro que tô lendo no momento. E, em Princesa de papel, eu só consegui foi passa raiva. Pois o livro é ruim em todos os aspectos. Mas, pra isso não ficar um negócio sem pé nem cabeça, comecemos por partes.
O enredo: Se eu tivesse lido esse livro quando eu era mais jovem, talvez eu até tivesse sido mais tolerante. E, se alguém mais jovem do que eu, fizer a leitura e perceber as coisas que eu percebi, parabéns. Você está no caminho certo. Pois esse livro traz tudo que não deve conter em uma história de romance. E até poderia trazer, se fosse abordada de forma correta e não romantizando tudo!!!
Ella Harper precisou se virar na vida quando sua mãe acabou falecendo. Sozinha no mundo, ela trabalha como stripper num clube e concilia com os estudos. Até que aparece na sua escola um homem se dizendo grande amigo do pai que ela nunca conheceu. Ele, revelando-se seu tutor, propõe um acordo com Ella (o que é bem irônico, tendo em vista que ele praticamente sequestra a menina). O fato é que ele propõe o seguinte: ela vai morar na mansão dele com seus cinco filhos (homens) e receberá dinheiro, estabilidade, conforto... enfim, uma vida perfeita. Então essa menina é jogada num mundo bem diferente do seu, com adolescentes lindos e perfeitos e que usam uniforme tipo os da novela Rebelde ou séries como Gossip Girl. Os cinco filhos que moram na mansão junto com Ella a odeiam e não fazem questão nenhuma de esconder isso, sendo Reed o que mais a detesta. E advinha por quem ela vai se apaixonar?
O livro é cheio de momentos tão absurdos, que eu me perguntei como é que uma mulher escreve uma coisa dessa. Mais uma vez, se fosse abordado de forma correta, parabéns titia Erin!!! Mas romantizar assédio, machismo, bullying e estupro não dá, né? Os filhos Royal só tem tamanho, por que a mentalidade é de uma criança birrenta que faz o que quer e os pais não colocam moral. Aliás, o papai Royal não tem nenhum direito de reclamar dos filhotes, por que a laranja não cai longe da laranjeira não, viu? Ah, mas os meninos são assim por terem perdido a mãe e blá, blá, blá... Grande coisa, Ella perdeu muito mais e não é uma idiota completa, criançona. Pior é que nem tem como defender muito essa personagem. Ella tá tão desesperada pra provar para as pessoas que ela é isso, não é aquilo... que se coloca em situações humilhantes e aceita determinadas humilhações só pra se mostrar bad ass e superior. Um passado doloroso não deve te fazer um imbecil, mas - sim - te fortalecer e acordar pra vida.
A coisa que mais me chocou foi essa menina ter sido colocada numa situação de extremo perigo, induzida por dois desses moleques e ela ainda os tratou como se fossem seus salvadores?!! Ah, vai se lascar!
Bom, como se trata de uma série (oh, meu deus) e o desfecho é aberto, o que nos faz ficar incitados a continuar a ler, principalmente essa pessoa que escreve. Pois não basta eu ler um livro ruim, eu sou curiosa e minha falta de amor próprio é suficiente pra eu me torturar com a continuação.
Agora, falando em termos mais técnicos (posso usar esse termo de novo?): o livro é mal desenvolvido, mal escrito e personagens mal construídos.
Enfim, eu não indico esse livro pra absolutamente ninguém.
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