Vasto mundo

Vasto mundo Maria Valéria Rezende




Resenhas - Vasto Mundo


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Yasmin V. 18/01/2024

Um primor!
Amo livros que me proporcionam aquela sensação boa de ouvir "causos" da vida de alguém. Daqueles que prendem nossa atenção, e que passaríamos o dia ouvindo acompanhados de um cafezinho e um bolo. Este livro é assim. Eu ficaria lendo por dias e dias as histórias de Farinhada.

"Vasto Mundo" marcou a estreia literária de Maria Valéria Rezende em 2001, aos 60 anos. O romance narra as vidas dos habitantes da fictícia Farinhada, uma pequena cidade no sertão da Paraíba. Embora as narrativas sejam independentes, todas estão conectadas por um fio condutor: o chão da cidade. Esse chão arenoso e quente é o palco onde todas as histórias se desenrolam, uma testemunha fiel de tudo que acontece e de todos que por ali passam.

Apesar dos capítulos breves e independentes, as personagens não passam superficialmente diante de nossos olhos; ao contrário, são profundas e conseguem nos tocar em poucas páginas, despertando em nós empatia, raiva, tristeza e diversos outros sentimentos, graças à escrita primorosa de Maria Valéria.

É tocante, bonito, comovente. Não queria que o livro terminasse, mas pelo menos ainda tenho um vasto mundo de Maria Valéria Rezende para conhecer e espero que acompanhada de um cafezinho e um bolo também. :)
Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Como são incríveis livros dessas histórias que se interligam! Confesso que não conhecia a autora (?), mas sua resenha desperta bastante a vontade de conhecer!


Yasmin V. 18/01/2024minha estante
São mesmo, Flávia!! ? Eu a conheci recentemente e mal posso esperar pra ler mais livros dela!


Cleber 18/01/2024minha estante
Linda resenha, Yasmin! Não conhecia essa autora, fiquei curioso para ler tbm, obrigado pela dica.


Vania.Cristina 18/01/2024minha estante
Que interessante!!, vou colocar no meu radar. Obrigada, Yasmin!


CPF1964 18/01/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Yasmin. De extrema sensibilidade. ??


Yasmin V. 18/01/2024minha estante
Cleber e Vania, fico feliz que ficaram interessados na história! ?


Yasmin V. 18/01/2024minha estante
Cassius, obrigada!! ?


Débora 19/01/2024minha estante
Que delicadeza de resenha, Yasmin!??


Yasmin V. 19/01/2024minha estante
Obrigada, Débora!! ??




Alê | @alexandrejjr 13/04/2020

O vasto mundo de Maria Valéria Rezende

Contar histórias. Tarefa primária de quem faz ficção. Há quem faça porcamente esse trabalho e há quem faça ele com devoção. E existe quem o faça com certa magia. O último caso se aplica a Maria Valéria Rezende e seu "Vasto mundo".

Em 21 narrativas (contos?), Maria Valéria Rezende transporta os leitores para o universo da fictícia cidade de Farinhada, espécie de Macondo à brasileira localizada em nosso Nordeste. Mas não se engane: a força, aqui, diferente de Gabo, não está no realismo mágico e sim na realidade em si. São textos cuidadosamente lapidados como "Não se vende jumento velho", "Olhares" e "O tempo em que dona Eulália foi feliz", para citar apenas alguns, que a autora mostra uma sensibilidade única para aliar elementos culturais do trato brasileiro, como nossa oralidade, à crua realidade que nos cerca, tudo de maneira muito poética.

"Vasto mundo" é um livro gostoso de ler, é um livro gostoso de indicar, mas é mais do que tudo isso: é um livro gostoso de imaginar.
Na 16/07/2022minha estante
até marquei pra ler depois dessa resenha!


Eliza 16/07/2022minha estante
Sua resenha me deu vontade de ter o livro aqui e começar a ler já! Ele vai pra lista de desejos com uma vontade imensa de mergulhar nestas histórias.


Alê | @alexandrejjr 16/07/2022minha estante
Nataly e Eliza: tenho certeza que vocês vão gostar muito! E obrigado pela confiança e pelos comentários.


Jan 17/07/2022minha estante
Quero!???


Jéssica Maria 21/07/2022minha estante
Que resenha incrível! Me deu muita vontade de ler


Alê | @alexandrejjr 21/07/2022minha estante
Vale a pena, Jan!

Agradeço o comentário carinhoso, Jéssica. É um livro muito gostoso de ler!


Nâna 31/07/2022minha estante
Aaaa esse é meu livro favorito, que bom que gostou ?


Daniel1841 03/02/2023minha estante
Alê, que livro viu! Terminei com vontade de já revisitá-lo!




Lincoln 26/04/2020

Neste livro quem narra é a voz do chão
O livro, dividido em três partes: voz do chão I, II e III, conta a história de Farinhada, município fictício do Nordeste brasileiro. Cada pequeno conto traz uma figura local como protagonista. Algumas personagens são recorrentes, como o padre Franz e o coronel Assis Tenório. Alguns contos são mais cativantes que outros. Entretanto, todos eles têm final óbvio, que incomoda por parecer que as histórias precisavam ser encerradas às pressas. Outro ponto negativo é o tom panfletário recorrente na narrativa. Não vejo problema algum em o autor se posicionar politicamente em sua obra, mas, quando o faz de forma tão explícita, dissolve a qualidade literária do texto. É importante ressaltar que este foi o primeiro livro de ficção publicado pela autora. Esses aspectos podem ter sido amadurecidos nas obras posteriores. Apesar dos pontos negativos, ainda é uma leitura válida. A voz do chão é linda. Os personagens, brasileiríssimos. Recomendo!
zoni 30/04/2020minha estante
Lincoln, outro dia você elogiou o jeito que me comunico com os leitores em minhas resenhas, mas cara, eu estou encantando com a forma assertiva como você escreve uma resenha. Estou de olho em tudo que você escreve agora, parabéns.


Lincoln 02/05/2020minha estante
Ei, Zoni! Cara, que felicidade ler isso! Eu comecei a resenhar esse ano, por causa do desafio do Skoob. Então, estava um bocado inseguro. Fico lisonjeado, principalmente porque sei que escreve ótimas resenhas. Obrigado!


Alê | @alexandrejjr 11/05/2020minha estante
Cara, é muito pessoal essa questão do conto, mas acho que o interessante justamente não são os finais dos contos e sim o que acontece até lá. Outra: não te sentiu "familiarizado" com a maior parte dos contos, por isso essa sensação de obviedade? Eu tive isso, por exemplo, mas não me incomodou.


Lincoln 16/05/2020minha estante
Fala, Alê! Eu penso um pouquinho diferente... O conto, por ser uma narrativa breve, deve ser arrebatador. Como disse Cortázar, ?O romance vence sempre por pontos, enquanto o conto deve vencer por nocaute?. Já a sensação de obviedade, acredito que tenha sido por causa do lugar comum dos finais, que distoam da criatividade da narrativa.




Michele 07/02/2023

Vida longa à Maria Valéria Rezende
"Eu queria fazer um romance em que o protagonista não fosse o indivíduo, mas o coletivo", disse a autora numa entrevista. O pouco que conheço de sua história já deixa nítido que o coletivo sempre foi o seu propósito, e em Vasto Mundo toda essa ideia se reafirma: Farinhada não é um vilarejo situado num ponto específico do Brasil, mas sim todos os lugares. Tanto que vários causos ativam a nossa memória afetiva, pra quem vive no interior, qualquer que seja, a descrição dos cenários, das personagens, das situações, reconhecemos muito de tudo isso porque todos nós crescemos nesse mesmo chão.

Maria Valéria representa muito o Brasil que somos!
July 08/02/2023minha estante
Esse livro é maravilhoso ???


Alê | @alexandrejjr 03/03/2023minha estante
Faço minhas as palavras da July! Esse livro é maravilhoso! Uma delícia de ler.




Geo 13/12/2023

Literatura regionalista ?
Oi, pessoas! Tudo bem? ?

Então, o que falar dessa obra? Uma delícia de leitura. É adentrar no cotidiano do interior, ou seja, em no núcleo familiar.

Maria Valéria Rezende retrata muito bem as suas andanças por meio desta obra. Pra quem não sabe, ela era/é educadora popular e sempre viveu no mei do mundo. Dessa forma conheceu muita gente, muita história.

Apesar de parecer um livros de contos, é um romance. Eu sinto como fosse várias fofocas kkkkk. Ela narrando várias histórias, de diversas pessoas de Farinhada. Nós conhecemos muito sobre a Paraíba (para que for de fora) como moro no nordeste, e sou paraibana, é como falar da minha casa.

Uma literatura regionalista, mas como muita reflexão e piadas internas inteligentes. A autora fala sobre, feminismo, comunismo, ?intelectuais?, revolta, religiosidade e vários outros assuntos. Uma riqueza!

Então, vale a leitura? Sim! Com certeza! E se tiverem a oportunidade de conhecê-la, vão! Ela é carisma em pessoa. Paraibana, brasileira, e muito gente boa. Livro gostoso! Bom demais! ??
Geo 13/12/2023minha estante
*em nosso núcleo




condadodeyork 21/10/2016

Literatura Latina E E brasileira
Maria Valéria Rezende traz o mundo do realismo fantástico em alguns capítulos, ao mesmo tempo, no mostra o quanto Farinhada pode ser cruel.
VASTO MUNDO é um contraponto a aquilo que achamos que é Horizonte... deixamos de nos observar.
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Ivandro Menezes 15/12/2016

Memória da infância em um cidade pequena no interior nordestino
Este é meu primeiro contato com a obra de Maria Valéria Rezende. Leitura leve e linguagem clara, simples e direta.

O livro trata da vida do povo de Farinhada - pequeno povoado no interior do Nordeste - onde são narradas as histórias das pessoas do lugar.

Impossível passar imune a tais personagens, ao cheiro do lugar, aos devaneios, amores, trapaças e relações de poder e conflito, em especial, quando se cresceu num lugar assim.

O livro trouxe essa experiência afetiva, divertida e de reconhecimento e autorreconhecimento das pessoas, do lugar e de mim mesmo.
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Aldo Jr. 01/02/2017

Brilhante!
Uma linguagem sensacional, uma escrita macia, uma prosa envolvente. O livro te transporta pra vila de Farinhada e te coloca em contato com personagens intensos em histórias fantásticas. A prosa de Maria Valéria Rezende é vigorosa! Um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Emocionante e de uma beleza indescritível!
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Valnikson 02/02/2017

1001 Livros Brasileiros Para Ler Antes de Morrer: Vasto Mundo
A escrita de Maria Valéria Rezende está tomando cada vez mais espaço cativo na estante de muitos leitores. Mesmo com um debute tardio, a autora paulista radicada na Paraíba já pode ser considerada um dos principais nomes da prosa nacional contemporânea. A experiência como educadora viajante contribuiu com sua enorme habilidade em conceber histórias, ainda que estas tenham ficado engavetadas por tanto tempo. Foi com o incentivo de amigos intelectuais e a chancela de alguns concursos que ela finalmente resolveu publicar as preciosas narrativas: transitando entre o conto e o romance, 'Vasto Mundo' com certeza marcou uma formidável estreia literária. (Leia mais no link)

site: https://1001livrosbrasileirosparalerantesdemorrer.wordpress.com/2017/02/01/83-vasto-mundo/
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Thiago Barbosa Santos 03/01/2018

Uma imensidão de romance
Ultimamente, tenho lido muito a obra de Maria Valéria Rezende. Identifiquei-me bastante com o texto da escritora paulista radicada na Paraíba. Tanto que foi dela o meu segundo livro lido em 2018.

Vasto Mundo é um livro de escrita leve, envolvente e traz gostosas histórias, muitas delas puxando para o realismo fantástico sobre um povoado fictício do Nordeste brasileiro, de nome Farinhada.

Cada capítulo é a história de um morador do lugarejo, e as histórias se cruzam em determinados pontos, uma estrutura bastante interessante. É como se cada capítulo fosse um conto sobre Farinhada e sua gente. Nas histórias temos muitos elementos cômicos, trágicos, absurdos e que trazem críticas também sobre a hipocrisia geralmente encontrada em cidadezinhas como Farinhada. É uma leitura extremamente agradável.
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Gabi 06/03/2024

De Maria Valéria Rezende, havia lido apenas "O voo da guará vermelha", a pegada é semelhante neste "Vasto Mundo" feito a partir de seus habitantes. Cada conto, apesar de poder ser lido separadamente, forma um quebra-cabeça no qual a imagem é Farinhada, uma cidadezinha que de tão pequena nem se encontra no mapa. Apesar de ter gostado bastante, sinto que talvez não tenha me conectado tanto com as histórias.
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Fabiana.Amorim 21/03/2019

É para ler numa rede...
Maria Valéria é uma escrevinhadora de mão cheia. Comecei a ler meio ressacada do último livro lido, mas o povo pitoresco de Farinhada foi conquistando o meu coração.
O padre beberrão, as moçoilas casadoiras, os figurões da cidade, os figurinhas.... São contos independentes mas que se interligam posto que se passam no mesmo fim de mundo. .
Alguns personagens vão e voltam na malemolência da vida que se passa numa cidadezinha do interior. São tipos prosaicos que se tornam engraçados em sua vidinha simples e pacata. .
O povo de Farinhada é que sabe viver. A gente só precisa do simples para ser feliz. Um prato quente de comida na hora que a fome aperta, uma cachacinha à mão e um amor pra chamar de seu.

A freira tem mesmo uma prosa gostosa de se ler, e quando me deparo com algo do tipo "os peitinhos da Gorete" é tão surpreendente vindo de uma religiosa que até parece que minha alma comete um sacrilégio só por ler. Que delícia de pecado.
Gostoso como um café com bolo ao pé de uma janela.
Deus abençoe a freirinha da mão santa!
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Morgana Gomes 04/02/2020

Sobre o vasto mundo
Terminei de ler Vasto Mundo e só lembrava do clássico Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Uma leitura que fluida e familiar, afinal, ela acontece na minha terra, minha Paraíba!

De tantos, eis um trecho marcante da obra quando relata a guerra de Maria Raimunda:

"Quando chegou à esquina da praça, onde fica o xadrez, já tinha para mais de trinta mulheres atrás dela, querendo saber o que é que Maria Raimunda inventara de fazer. Pois ela plantou-se bem em frente à cadeia e puxou um bendito, com a voz mais forte que tinha, lá do fundo da garganta, nada daquele canto maneirinho que padre Franz queria ensinar. A cantoria cresceu na mesma hora, mais trinta vozes, mais cinquenta, mais duzentas, ecoou nos terreiros, na fila do chafariz e do posto de saúde, nos tanques de lavar roupa e nas cozinhas, subiu para a casa-grande da fazenda e acabou com a sesta de Assis Tenório, meteu-se pela estrada de Itapagi, rebateu na torre da matriz e enfiou-se no gabinete do prefeito, seguiu para Guarabira, atravessou a casa do bispo, que nem estava lá, já estava na estação de rádio dizendo que não era certo ninguém oprimir os pobres, que Deus estava ouvindo aquela cantoria, enquanto a cantoria mesma seguiu para Mari e Sapé, dobrou no Café do Vento e estrondou em João Pessoa, bem na praça principal, acordou os deputados que cochilavam no plenário, cobriu as sentenças dos juízes no fórum, feriu o ouvido do governador, espalhou-se por toda parte crescendo sempre com as vozes de todas as mulheres que já sentiram uma injustiça nessa vida, não se calou quando a noite chegou nem quando o dia clareou e por aí continuou por mais de uma semana."
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