Mari Doroteu 22/08/2022
Comecei achando que seria uma história sobre a investigação da morte da Lydia. Mas, nossa, me enganei profundamente. A investigação não é o foco principal do livro.
O tema central é mostrar os problemas familiares e aspectos psicológicos dos personagens.
A autora mostrou como as frustrações da vida e desistência de sonhos podem fazer com que as pessoas vivam infelizes e procurem projetar seus anseios e desejos nos outros, quase como uma forma de viver por meio de outros e como isso pode ser tóxico.
Além disso, a história toca também na questão do casamento interracial, entre uma americana branca e um chinês e mostra como havia discriminações da sociedade com relação a isso, e a dor que o parceiro e os filhos sentiam por se sentirem ?diferentes?, não pertencentes à sociedade, excluídos, e como isso os afetava.
É muito louco vermos como algumas pessoas fazem de tudo para serem iguais às outras, para sentirem que se encaixam e pertencem, terem a mesma aparência, os mesmos interesses, enquanto outras são justamente o contrário, fazem de tudo para não serem iguais às outras, anseiam pelo diferente em suas vidas e em si mesmas. E como geralmente é a pessoa que não pertence que quer pertencer, e a pessoa que já se encaixa é a que não quer se encaixar.
Enfim, é uma história bem forte e profunda que me deixou muito reflexiva, e eu definitivamente não estava esperando essa explosão de pensamentos. Achei que seria só mais um livro típico de investigação e no final acabou se provando algo muito maior. Me surpreendeu demais.