O Primeiro e o Último Verão

O Primeiro e o Último Verão Letícia Wierzchowski




Resenhas - O Primeiro e o Último Verão


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Gramatura Alta 26/04/2017

Uma história para ser boa, não precisa, necessariamente, de grandes reviravoltas, revelações, ações, personagens heroicos ou vilões insanos. Às vezes, as melhores histórias, são simples, mas bem escritas, muito bem escritas, tanto que conseguem transmitir mais emoções do que a melhor das aventuras.

Esse é o caso de O PRIMEIRO E O ÚLTIMO VERÃO. As lembranças de Clara, a personagem principal e narradora, sobre um de seus verões, aos 14 anos, na praia de Pinhal, no Rio Grande do Sul, é de uma simplicidade, de uma sensibilidade, que consegue fazer o coração bater mais rápido e as lágrimas rolares dos olhos, sem o leitor perceber. Cada um dos curtos 20 capítulos do livro, trouxe um misto de emoções que há muito tempo não encontrava numa leitura.

A história se concentra, principalmente, mas não só, nesse verão dos 14 anos, que acabou por ser o último da família de Clara na praia de Pinhal. A narrativa passa pelas recordações de uma época onde não existia a Internet, o Whatsapp, e-mail, quando as trocas de mensagens eram feitas por cartas, onde as conversas por telefone eram no meio da sala, ao ouvido de todos. Clara narra como eram os relacionamentos com os amigos, com os parentes, os passeios pela areia, os jogos em turma, as brincadeiras, as paqueras, o primeiro beijo, o primeiro namoro, a primeira traição.

Mas Clara também narra o passado, como a casa da praia foi construída por seus avós, a importância que ela exercia como centro do encontro com os amigos de verão, e narra os problemas familiares, como a descoberta de que seu pai tinha uma relação extraconjugal e em como sua mãe encarava essa situação. E por fim, lá para o final do livro, ela narra como é ter contato com a morte.

A narrativa de Clara pode ser comparada a uma história de suspense, onde o clímax vai aumentando no decorrer da trama. No caso dela, não é o clímax, mas, sim, o crescimento de sua maturidade, aquela passagem da fase inocente da infância para uma adolescência mais pés no chão, de consciência mais ampla para o que acontece ao redor. É assim com as amizades, com seu primeiro relacionamento amoroso e, principalmente, com a quebra do sonho de que seus pais são perfeitos, não erram. Sua constatação de que eles são um homem e uma mulher, que possuem defeitos, fraquezas e sonhos, como quaisquer outras pessoas, é tão natural, tão crível, que é impossível não acontecer uma identificação imediata pelo leitor com a personagem.

E essa é uma das características mais marcantes da obra. A veracidade e a honestidade da narrativa de Clara. É algo tão singelo, com palavras cuidadosamente escolhidas, frases extremamente bem construídas, e situações tão corriqueiras e semelhantes a todas que nós vivemos em algum momento de nossa infância, que nos emocionamos com o que acontece no livro ao mesmo tempo que nos emocionamos com nossas próprias lembranças de nosso passado.

Essa ligação é tão forte, tão natural, que o leitor, quando percebe, está totalmente preso na história de Clara. Mais que isso, passa a considerá-la como sua amiga, como alguém que realmente pode ter conhecido, ou que, no fundo, reflete aquilo que o leitor é ou vivenciou.

O PRIMEIRO E O ÚLTIMO VERÃO é uma obra que faz um passeio por aqueles breves momentos felizes que alguns de nós conseguiram viver em algum momento da vida. Ela também mostra que esses mesmos momentos são poucos e limitados, que eles terminam, por bem ou por mal, e que, por isso mesmo, devemos aproveitá-los ao máximo, mesmo, na maioria das vezes, não tendo consciência de que eles estão acontecendo. Normalmente, só ganhamos essa consciência muitos anos depois. Por isso, ficam marcados em nossas lembranças e servem para moldar nosso caráter e nossas escolhas futuras.

Tudo isso é narrado por Clara, através de constatações que ela mesma faz sobre tudo o que aconteceu naqueles e em outros verões anteriores. E ela termina, mostrando o óbvio: é impossível voltar neles para consertar as escolhas erradas; que as consequências de algumas ações, levam anos para aparecerem; que o amadurecimento é doloroso, impiedoso, mas necessário; que o amor não é eterno, como muitos pensam; que as pessoas são finitas, por isso, devemos ter a sabedoria de escolher quem realmente são nossos amigos, e aproveitar sua convivência da melhor forma possível, enquanto temos tempo; e que, mesmo quando uma pessoa nos deixa, por escolha própria ou porque chegou sua hora, dependendo da marca que ela fez em nossos corações, ela ficará para sempre com a gente, para bem ou para mal.

Aproveite a leitura de O PRIMEIRO E O ÚLTIMO VERÃO para avaliar suas próprias lembranças e, quem sabe, compreender aqueles sentimentos presos há tempos dentro de seu peito.

site: http://www.gettub.com.br/2017/04/o-primeiro-e-o-ultimo-verao.html
Babih | @babihpb 26/05/2017minha estante
Maravilhosa resenha, emocionada estou


Tamara 02/08/2017minha estante
Parabéns, uma resenha incrível!




Roberto Faria 05/03/2020

O livro é legal e é uma leitura bem fluida, mas infelizmente não gostei tanto quanto achei que ia curtir. Mas recomendo, a leitura é agradável e bem tranquila.
manuela 17/11/2022minha estante
como faço para ler? nn estou conseguindo




Thunder Wave 22/04/2017

Resenha: O Primeiro e o Último Verão- Letícia Wierzchowski
Todos nós tivemos algum momento marcante na vida, principalmente na adolescência. Seja um primeiro amor, primeiro coração partido, problemas familiares ou até mesmo uma situação mais grave, sempre há aquela lembrança que nos persegue pelo resto da vida.

O Primeiro e Último Verão narra, de uma maneira simples e direta, uma dessas experiências marcantes da protagonista Clara, que aos seus 14 anos passou por vários momentos marcantes em suas férias de verão.

Letícia Wierzchowski, escritora responsável por A Casa das Sete Mulheres, nos transporta para a Praia de Pinhal, na década de 90, onde sua família costumava ir todo verão. Ela e outras famílias possuíam chalés por lá, por isso havia uma turma que se encontrava anualmente e se tornaram bons amigos. Em poucas páginas, Letícia narra as férias que marcaram a vida da personagem, onde ela conheceu o amor, a decepção e viveu momentos que nunca mais foram esquecidos.

Através de uma escrita poética, a obra passa um sentimento nostálgico, tanto da época em que é ambientada- sem celulares, facebook, internet… Apenas os passeios na rua com os amigos- quanto os acontecimentos que nos lembram os bons momentos de nossa infância. Letícia foi certeira em suas palavras, focando na transição de uma criança para a maturidade de uma forma curta e objetiva, em 150 páginas a autora entrega uma história completa e livre de enrolações.
Veja mais no link.

site: https://www.thunderwave.com.br/resenha-o-primeiro-e-o-ultimo-verao-leticia-wierzchowski/
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Vai Lendo 24/04/2017

Um livro singelo e tocante sobre as lembranças da adolescência
O passado, às vezes, dói. Mas ele também ensina e nos oferece lembranças doces e muito especiais. Ninguém está preparado para lidar com as questões mais complexas da vida e do próprio ser humano. Principalmente, quando se está começando. A adolescência, por sua vez, parece ampliar todas as nossas emoções, os nossos sentimentos, inseguranças, medos e receios. No entanto, é nessa fase também que nos descobrimos, que passamos a entender melhor o sentido e o verdadeiro significado das coisas, por mais que não consigamos entendê-las plenamente. E é justamente através de memórias que Letícia Wierzchowski nos transporta para uma história emocionante em 'O Primeiro e o Último Verão', publicado pela Globo Livros.

No livro, conhecemos a história de Clara, através das lembranças da época em que tinha 14 anos, no último verão que passou na praia de Pinhal. Foi ali, ela conta, que viveu os melhores dias, as melhores férias e conheceu seus melhores amigos. Mas foi naquele verão dos seus 14 anos também que ela conheceu o amor e a morte, as decepções, frustrações, alegrias e as dores da transição da infância para a juventude.

'O Primeiro e o Último Verão' realmente traz um ar nostálgico e credito muito essa sensação à narrativa poética, quase lúdica, da autora. Tanto que é quase como se tivéssemos voltado à adolescência. Senti, por várias vezes ao longo da leitura, aquele tom mais ingênuo, terno, uma inocência de crianças passando pelo difícil processo do amadurecimento numa época, talvez, um pouco menos restritiva e mais leve. E isso, para mim, fez muita diferença e permitiu que eu conseguisse me conectar melhor com aqueles personagens, mesmo não sendo da sua faixa etária.

Acompanhar a trajetória de Clara através das suas lembranças foi uma experiência bastante delicada e, por vezes, emocionante. Letícia, de fato, demonstrou uma sensibilidade arrebatadora, desde a primeira página e nos fez reviver aquela época saudosa e intensa. O mais interessante, na minha opinião, foi a descrição de uma infância/adolescência bem diferente da que estamos acostumados, hoje em dia. Uma época em que as crianças e os jovens podiam até se dar ao luxo de ser despretensiosos, em alguns momentos. Uma fase em que apenas estar com os amigos bastava. Gostei muito da maneira como a autora desenvolveu cada personagem e apresentou as personalidades e características de cada um. Impossível não se identificar com, pelo menos, um deles. Importante lembrar que esses personagens, em sua maioria, são jovens que ainda estão descobrindo a vida, e a escritora soube equilibrar as atitudes e reações deles, de forma que tudo ficou bastante natural e verossímil. Tanto que, quando acabei o livro, me perguntei se ele não seria um relato da própria autora.

E, mesmo com toda a sutileza e com um cuidado bastante perceptível em suas palavras, Letícia foi extremamente certeira e objetiva ao abordar temas tão delicados e dolorosos. Desde as relações familiares, até as amorosas, as descobertas e o luto. Foi tudo muito tocante, de verdade. O único ponto, porém, que me incomodou foi a impressão de que tudo poderia ser um pouco mais aprofundado. Algumas coisas, a meu ver, se encaminharam para uma conclusão um tanto quanto rápida, deixando certas pontas superficiais. Mas, tirando isso, 'O Primeiro e o Último Verão' é um livro singelo, delicado e tocante.

site: http://www.vailendo.com.br/2017/04/12/o-primeiro-e-o-ultimo-verao-de-leticia-wierzchowski-resenha/
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Fernanda 05/05/2017

O primeiro e o último verão
Resenha no blog:

http://www.segredosemlivros.com/2017/05/resenha-o-primeiro-e-ultimo-verao.html

site: http://www.segredosemlivros.com/2017/05/resenha-o-primeiro-e-ultimo-verao.html
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Carol 05/05/2017

Esperei mais
Uma coisa é necessário admitir... A autora tem um verdadeiro dom de se inserir como a protagonista de uma história, seja ela com oitenta anos, ou com oito. E isso sem perder a essência de quem é esse personagem, ou de fugir do que sua faixa etária exige dele.

Nesse livro conhecemos a história de Clara, que vai com a família passar as férias de verão em Pinhal, um rito anual popular entre eles, e outras tantas famílias da região. O lugar ferve nessa época do ano, e é uma época que muitos de vocês mais velhos, como eu, vão se identificar bastante. Nada de celular, computador ou televisão. A coisa aqui é ir para rua, brincar até cansar, se sujar de sorvete e paquerar na pracinha da cidade. Olha que infância gostosa!

Então no livro vemos esse verão, que mudou a vida não só de Clara, como do grupo de amigos que se reencontram todo ano. É o verão mais aguardado da protagonista, que combinou de passá-lo com sua paixonite, Deco. Até isso é nostálgico, porque antigamente era bem comum marcar de ficar com alguém. Patético, mas comum.

Mesmo envolta nesse clima de romance, Clara também começa a vivenciar algo que até então não era importante na sua vida de criança/pré-adolescente... o casamento dos pais que está ruindo numa velocidade e força impressionantes.

Basicamente é isso o que tem no livro, e um certo acontecimento que acaba com o verão deles já no fim da história. Mas sinceramente? Achei que foi pouco.

A autora vende uma puta situação logo nas primeiras páginas, e o leitor fica achando que aconteceu algo tipo UOU. O problema é que o UOU para mim não é o mesmo UOU para uma adolescente dos anos 70. E tentei visualizar por esse ângulo, compreendendo a grandiosidade do que a autora tinha feito para aquele grupo de meninos. Contudo não foi um choque, nem ao menos me deixou levemente abalada. Talvez eu seja exigente, ou talvez não tenha conseguido enxergar a história na perspectiva que a autora entregou de maneira satisfatória.

O fato é que terminei de ler o livro pensando "é isso? Só isso?". E fiquei triste por ter esperado mais, porque sei que ela cumpriu com o que propôs, e para o público que propôs.

A história tem uma linha jovem, com uma protagonista jovem, e acontecimentos que vão deixar os jovens pensando "Estou vivendo isso", e fazer você, mais velho, pensar "Já vivi isso". São coisas comuns na idade de Clara, e combinam com todo o contexto da história. É legal lembrar como as funcionava a vida sem tanta tecnologia, e perceber que certos problemas persistem até hoje. Nisso não tenho do que reclamar, a autora soube fazer. E convenhamos, ela tem uma escrita lindíssima.

Meu problema foi só com a questão da expectativa. Esperei demais, obtive algo insuficiente para justificar minha leitura de mais de cem páginas quando ando tão seletiva no que ler por falta de tempo. É... acho que essa foi toda a minha irritação.

Esse livro eu indico para os mais jovens, ou para os de idade que gostem de um pouco - ou muito - de nostalgia.


site: http://terradecarol.blogspot.com.br/2017/05/resenha-de-o-primeiro-e-o-ultimo-verao.html
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Laís 14/06/2017

O primeiro e o último verão, obra da brasileira Leticia Wierzchowski, vem com o intuito de nos fazer refletir e viajar pelas relações familiares, nossos valores e no tempo, tão passageiro. O livro conta a história de Clara, uma garotinha de quatorze anos e sua família que, quase como um ritual, passa as férias de verão todos os anos na mesma casa em Pinhal.

Lá, como uma tradição, as famílias se encontram, os amigos brincam e é como se nunca tivessem ficado distantes: as brincadeiras, a praia, o centro, tudo é natural. Todo mundo encontra a sua turma, inclusive os pais que, devido às crianças, acabaram ficando próximos.

O livro conta, em apenas 147 páginas, uma história com começo, meio e fim. Digo isso porque, embora com muitas pontas que a autora poderia ter abordado para dar continuidade à história, o livro não foge da proposta original: falar a respeito da vivência de Clara em Pinhal naquele verão. Como, naquela casa, ela conheceu tanto o sentimento lindo e caloroso que é o amor, como também conheceu a escuridão e o frio que vem da morte.

Com uma turma bem divertida, acho que é impossível ler essa história e não sentir saudades da inocência da infância, da felicidade de estar de férias, sem compromisso algum. Impossível não sentir uma pequena empatia pelos personagens e lembrar as viagens de férias, das tradições familiares. Esse livro foi, em grande parte, uma onda de nostalgia pra mim.

Um ponto que destaco como interessante foi o relacionamento de Clara e sua mãe. Nesses trechos, nossa protagonista mostra uma maturidade e empatia tão grande – adorei a sensibilidade dela.

É uma história curta, mas cheia de significados. Senti que fui transportada para esse ambiente e tive a experiência dos personagens. Com exceção de uma situação que achei levemente forçada, a leitura foi deliciosa, dessas que a gente faz deitada numa rede tomando um cafezinho.

A edição é pocket, mas é uma gracinha! Eu sou fã desse formato dos livros da Globo, geralmente a diagramação é ótima.

site: https://www.instagram.com/_maniadelivro/
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Tamara 02/08/2017

*Resenha postada na íntegra e originalmente em: https://rillismo.blogspot.com.br/2017/08/resenha-o-primeiro-e-o-ultimo-verao-por.html


É fato conhecido que Letícia Wierzchowski é uma das autoras de quem sou fã convicta, e quando descobri que ela lançaria um livro mais voltado para o gênero infanto-juvenil, decidi imediatamente que gostaria de lê-lo, mesmo que eu não goste tanto desse gênero. Então, assim que pude adquiri-lo, logo comecei a leitura e claro, fui cativada já nas primeiras páginas. Aliás, ele nem tem tantas páginas, e realizei a leitura muito rapidamente, embora em alguns momentos, até mesmo enrolava para ir a diante, só para não acabar tão depressa.
É um livro bastante belo. Na verdade, ele não tem nada de extraordinário, não traz um acontecimento tão impactante ou uma reviravolta imensa, e sim nos apresenta coisas do cotidiano, do verão de uma garota de quatorze anos que está descobrindo sobre a vida, e é aí que reside a beleza do livro. A cada página lida, pude me identificar com aquela menina, descobrindo a si, aos outros e o mundo ao seu redor, e pude também me identificar com suas narrativas, pois também sou do sul e cada coisa que ela contava, dos dias de verão, das ações dos pais, do modo de comportamento, eu sentia que encontrava ali também pedaços da minha infância e adolescência e encontrava um pouco de mim naquela leitura.
O que mais me chamou atenção, é que a autora não nos situa exatamente no tempo. Pelos elementos presentes na obra, percebemos que provavelmente estamos na década de 1980, e isso é comprovado pelas bandas, músicas e brincadeiras que os adolescentes realizavam, mas não especifica, fazendo com que isso dê espaço para nossa imaginação alçar voos e se colocar no ano em que mais achar adequado. Também, encontramos muitas referências a bandas como Legião urbana, Blitz, u2, dentre outros, e pessoas famosas da época, como Renato Russo, Stevie Wonder e vários outros que estiveram presentes na vida dessa geração, além de mencionar carros, brincadeiras, comidas, lugares e costumes típicos dessa época.
O ponto que foi mais positivo para mim foi a escrita. Feita em primeira pessoa e trazendo a visão de Clara, com seus pensamentos de menina, e uma narrativa ao mesmo tempo leve e poética, ela leva-nos a mergulhar na história e sentir os cheiros e ouvir os sons que são descritos. Isso também me fez ter várias reflexões sobre o quanto é difícil passar por algumas fases, sobre como não entendemos alguns fatos até muito mais tarde e muito tempo depois que eles ocorreram, e o quanto evoluímos ao longo dos tempos, e como é dolorosa e necessária essa evolução na vida de cada um. Também,, admirei profundamente o modo como a autora construiu cada personagem, dispensando a perfeição, e fazendo-os muito humanos, muito cheios de erros, acertos, arrependimentos e de dores. Ainda, um acontecimento final, envolvendo um dos amigos de Clara me tocou bastante, e me levou até a derramar lágrimas, sendo ele mais uma prova do quanto o destino é cruel e sorrateiro, e essa percepção sobre destino é algo muito recorrente já nos livros da autora.
O ponto que não foi tão negativo para mim, mas que me fez lamentar, foi o número de páginas. Sendo um enredo que se passa em 152 páginas, que parecem até menos, de tão rápido que devoramos o livro, penso que este poderia ser ainda mais estendido, pois eu amaria lê-lo por muito tempo, mas também sei que ele terminou na hora certa e onde deveria terminar para deixar esse sentimento tão bom de aprendizado que deixa no leitor. Também, essa banalidade que encontramos na obra, sem muitas reviravoltas que animem o leitor, pode ser incômodo para aqueles que embarquem na leitura a procura de mais ação.
Clara é uma personagem fascinante. Com sua evolução, sua transição da fase de adolescente para a adulta, sentimos muitas coisas juntamente com ela, e encontramos uma inocência já não mais presente na maioria das crianças e adolescentes atuais, que já são de uma outra geração e já obtém muitos conhecimentos pelos aparelhos eletrônicos aos quais tem acesso desde muito cedo. Aqui, encontramos uma personagem que ainda acredita em felizes para sempre, que valoriza mais que tudo uma amizade e que ainda envia cartas, escritas com todo o carinho. Além de Clara, muitos outros personagens me marcaram, como Madalena, a mãe da garota, que é uma mulher sofrida em seu casamento, que suporta muitas traições e que é de uma geração que aprendeu a aguentar as coisas calada, e aprendeu a levar tudo sempre em frente. E também Bia, uma menininha gorducha, engraçada e que ao final da obra, deixou sua marca indelével em mim e que me marcou profundamente devido a seu destino.
O livro é dividido em dezenove capítulos bem curtos, e mais um epílogo, e conforme já relatado, a narração é toda feita em primeira pessoa, pela personagem clara. Realizei a leitura em ebook e encontrei uma revisão perfeita.
Recomendo essa obra para leitores que gostam de livros com um enorme tom de nostalgia. Livros que nos ensinam, nos marcam e se tornam obras bastante especiais, apresentando-nos uma época que já não existe mais e fatos tão críveis que poderiam ter acontecido com qualquer um de nós.




site: https://rillismo.blogspot.com.br/2017/08/resenha-o-primeiro-e-o-ultimo-verao-por.html
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Fernando - @ExploradorLiterário 06/08/2017

Hoje trago a você o livro da escritora de Sal e Casa da sete mulheres, Leticia Wierzchowski lançado pela Globo Alt “O primeiro e Último verão” essa trama nos traz através dos personagens um mergulho ao passado, tanto em nossas lembranças quanto as contadas pela autora.

Narrativa em primeira pessoa, contado de uma maneira simples e direta, e com riqueza de detalhes, Leticia traz um romance com os conflitos da adolescência e sentimentos que marcam toda uma vida como o primeiro amor, o primeiro beijo, os juramentos para sempre ou até mesmo problemas com amigos ou familiar.

Protagonizado por Clara, uma menina de 14 anos que vivera forte emoções em seus verão no litoral gaúcho, especificamente em Pinhal onde a sua família e outras famílias desciam a serra para passar as férias de verão na praia. Desde de os avós de Clara que tinha um Chalé na cidade sempre desciam de Porto Alegre para passar o verão na cidade do litoral.

“O verão era um tempo sem horários, um tempo de liberdade e de amigos — e acho que nunca mais tive amigos iguais àqueles.”

A escritora consegue mostrar como a família de Clara e seus amigos gostavam daquele lugar, e como foi divertido passar vários verões em contato com os amigos que fizeram lá e todas emoções vividas naquele lugar, passado de geração por geração.

Com esse sentimento de nostalgia das lembranças de Clara, a autora nos remete essa viagem aos anos 90 e nos faz vivenciar não só as lembranças da personagem, mas as nossas próprias lembranças em um mundo sem redes sociais, sem celular, onde a comunicação e o contato com as pessoas pareciam ser mais sincero.

“Não tinha nada desses avisos eletrônicos do tipo o fulano recebeu a sua mensagem, ou aquele visto duplo que surge no WhatsApp sempre que a coisa foi lida do lado de lá. Era só frio na barriga mesmo. Frio na barriga e a espera silenciosa.
A carta que eu tinha recebido era uma carta de amor.”


Ao começar o livro acreditei um livro infanto juvenil, porém ao prosseguir a leitura Letícia conseguiu através dessa obra mexer com os sentimentos e revivemos os áureos anos 90. E a linguagem simples mostrando aquele eventos corriqueiros me fez se apaixonar por essa obra, o amor de verão e toda nostalgia envolvida me prendeu na leitura, considerando o primeiro e o último verão um dos livros que mais gostei de ler.


site: http://srexploradorliterario.blogspot.com.br/2017/08/resenha-o-primeiro-e-o-ultimo-verao.html
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Jess 13/02/2018

"Ele mudou minha vida, transformou minha família e marcou para sempre meus amigos. Aquele verão transformou os outros verões da minha vida. E nunca mais as coisas foram como antes."

Todo verão a família de Clara passa as férias em Pinhal. A temporada não é longa, mas em dois meses muita coisa pode acontecer.

Os vizinhos são famílias conhecidas. Enquanto os pais se tornam amigos, os filhos formam um grupo de crianças e vão crescendo juntos a cada temporada. Com o passar dos anos, já existe uma cumplicidade e amizade estabelecida. As casas ali possuem lembranças, laços.

O livro tem uma narrativa super simples e envolvente, em alguns momentos até interativa. Clara conta como eram esses verões, como as amizades começaram, como se tornaram algo a mais, e como tiveram uma surpresa nada agradável.

É uma história bem curtinha, o livro tem menos de 200 páginas. Em diversos momentos eu não me senti lendo um livro, mas como se estivesse ouvindo uma história de alguém que viveu verões mágicos e estava relembrando.

Clara conta uma história que parece ser simples, mas traz tantos assuntos: o primeiro beijo, o primeiro amor, o primeiro coração partido, as amizades verdadeiras, os problemas familiares, o mundo diferente entre adultos e adolescentes, a dor da perda.

Pra mim, "O primeiro e o ultimo verão" é a prova de que um livro pode ser curto e completo.

"Viva um dia de cada vez. As coisas podem mudar de uma hora para outra."

"Ia passar, ah, se ia. Mas eu ainda não sabia disso. Não sabia que a vida estava recém-começando para a maioria de nós."
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cacai 29/05/2018

♪ E agora o Pinhal não tem mais a gente lá ♫
Durante a leitura de “O primeiro e o último verão”, de Letícia Wierzchowski, é impossível não se pegar cantarolando o sucesso de Cidadão Quem homônimo à praia em que se passa a história. “Eu volto pra lembrar que a gente cresceu na beira do mar”, canta Duca Leindecker, como que traduzindo a essência do livro.

É natural e até esperado que muitos leitores possam chorar com os relatos de um dos veraneios de Clara na praia do Pinhal, no litoral do Rio Grande do Sul. Se muitos emocionam-se pelos acontecimentos tristes (não entro em detalhes para evitar spoilers), no meu caso foram lágrimas de pura nostalgia. Sequer conheço o balneário, mas, assim como muitos gaúchos, também tenho um caso de amor com alguma praiazinha cuja pouca infraestrutura é inversamente proporcional à quantidade de memórias evocadas – no meu caso, Arroio do Sal.

Em 2013, em entrevista ao jornal Zero Hora, Duca contou que compôs a música em homenagem ao irmão mais velho e o nome faz menção ao local em que ele conheceu a esposa, ponto de veraneio da família. “Cada um tem o seu Pinhal. Cada pessoa que ouve, associa a canção com o seu próprio sentimento, sua própria emoção”, definiu. Como não encontrar conexões entre a música e o livro?

Não sei se moradores de outros estados também nutriram durante a infância aquela gostosa sensação de esperar até o verão para viajar de carro com a família só para encontrar o mar gelado e com cor de achocolatado pouco convidativo a mergulhos. Mas quem está na casa dos 30 anos se enquadra nesta categoria, certamente sentiu um calorzinho gostoso no peito já nas primeiras páginas. E mesmo que as minhas lembranças girem em torno de temas muito diferentes - não tive nenhum amor de verão, por exemplo – os elementos que compõem o cenário estão todos ali: a tranquilidade, os deslocamentos de bicicletas, as centrais telefônicas onde os veranistas faziam fila para falar com a família na cidade e as idas ao centrinho para tomar sorvete ou jogar fliperama (no meu caso havia o jogo bingo também).

E para não dizer que não falei da trama, é uma história de adolescente evocada na vida adulta – o que dá um ar diferente dos demais dramas juvenis quando narrados no tempo presente e voltados para este público. Para muitos pode parecer uma história bobinha, sem grandes reviravoltas de tirar o fôlego, mas é justamente o tipo de enredo que nos últimos tempos passei a amar. Para os que gostam de debruçar-se sobre a construção dos personagens e seu lado psicológico, há também um prato cheio para analisar relações de amizade e relacionamentos amorosos, o peso do não dito e a maneira com que cada um lida com suas dores. O melhor de tudo é que dá para ler em um dia só!

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Miranda82 26/02/2019

Regular
Ponto forte: referências (gostei muito das referências a um passado nem tão distante assim mas que parece estar a anos luz do presente! Santana Quantum, Legião Urbana, Blitz, U2, carta manuscrita, cabine telefônica, Sessão da Tarde, jogos de tabuleiro, fliperama... que saudades!)
Ponto fraco: tragédia (sei que faz parte do contexto, e até do estilo da autora, mas fiquei com pena das personagens por terem sido expostas tão cedo às agruras da vida.)
Personagens: Clara (narradora, protagonista); Deco (namorado de Clara); Paula e Vica (irmãs); Mada e Flávio (pais); Deia, Beatriz, Ricardo, Maninho, Carioca, Nessa (amigos).
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Malu 17/04/2020

O verão de Pinhal
"O primeiro e o último verão" é uma leitura fluida, narrada por uma menina de 14 anos. Apesar de parecer simples, ou até mesmo "bobo", esse livro não é nada disso. Clarinha, apesar da sua idade, pegou na minha mão e me guiou pela sua história de primeiros amores, primeiras decepções e primeiros entendimentos. Acho que é isso que me fez ler esse livro do começo ao fim, a história das "primeiras coisas". Existe tanta mística e encanto na narrativa dos pensamentos de uma menina de 14 anos que nos faz voltar no tempo, até as nossas próprias "primeiras coisas" e no quanto todos nós fomos, e somos, ao mesmo tempo, crianças e adultos.
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Dani.Giardin 13/07/2020

Não gostei
Achei a narrativa simplória e adolescente. Não indico a leitura.
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nanda 15/08/2020

No geral eu gostei bastante do livro a leitura dele é super rápida, diversos momentos ele me fez refletir, por mais que tenha uma história triste, eu achei muito interessante.
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