Marlene C. 24/01/2018[Resenha] Victoria e o Patife - Meg CabotVictoria é uma jovem de 16 anos que está em um navio indo para Inglaterra, depois de morar muitos anos com seus tios na Índia, pois perdeu seus pais ainda muito jovem em um surto de malária.
Desde muito jovem, aparentava ser uma menina a frente do seu tempo, tudo era administrado por ela com mãos de ferro e isso no começo era bom, mas com o passar dos anos, seus tios perceberam que ela estava se tornando cada vez pior ao ponto de querer casá-los com mulheres que nem conheciam, estão eles a despacham para a Inglaterra, para ir morar com outros tios, os Gardiners, até que encontre um marido.
Ainda no navio, ela conhece o conde de Malfrey, homem de boa aparência o modos impecáveis, por quem ela nutria uma paixão, ele sempre tentava encontrá-la a sós, para fazer o tão esperado pedido de casamento, mas eles sempre eram rudemente interrompidos pelo Capitão Jacob Carstairs, como forma de desafio ela decide então aceitar o pedido, mas ela só não esperava a confusão que viria pela frente.
Quando ela enfim chega ao seu destino, encontra seus tios e se depara com um novo cenário, tudo é diferente da Índia principalmente a família superpopulosa com quem ira viver, 2 tios e 9 crianças fora os empregados e animais de estimação.
Para a infelicidade de Victoria, ela logo descobre que o insuportável Capitão Jacob é amigo da família, e que terá que conviver constantemente com sua presença, e com o infeliz apelido que ele lhe deu de Senhorita Abelha.
Uma das personagens secundarias que teve bastante destaque foi Rebeca, ela nutria um certo interesse no Capitão Jacob, o que Victoria não poderia aceitar, e logo começa a mexer uns pauzinhos na vida amorosa da prima, de modo que a faça esquecer o Jacob de uma vez por todas.
Victoria estava prestes a declarar que o colarinho de Jacob Carstairs era tão baixo quanto seu conceito sobre ele, quando lhe ocorreu que não seria bom alimentar Rebecca. A jovem tinha planos para ela. Pois, assim que a vira de olho em Jacob Carstairs no cais, havia decidido que ele era o último homem na face da Terra com quem ela permitiria que a prima se envolvesse.
E foi a partir daqui que comecei a nutrir uma certa antipatia pela personagem, ela se mostra uma pessoa fútil, impulsiva, e muito mimada além de ser bastante controladora e acima de tudo manipuladora, e isso no começo não foi algo bom ao meu ver.
Em alguns momentos, foi até bom essa sua personalidade, principalmente para colocar ordem na casa dos seus tios, que era um caos total, mas em relação a vida amorosa de outras pessoas, não posso dizer a mesma coisa.
Quanto os seu desentendimento com o capitão foi até compreensível, ele realmente era insuportável de um jeito fofo, ele se mostrou bastante preocupado com ela, ao ponto de fazer qualquer coisa para abri-lhe os olhos, além de não perder uma oportunidade de fazer seu ponto válido seja com um insulto ou não.
Ela esperava que Jacob a bajulasse como os outros pretendentes, mandasse flores e escrevesse poemas apaixonados, mas não foi bem isso que ela encontrou, ele apenas não declarava sua beleza como era esperado que fizesse e isso trazia o pior dela sobre ele, mas mal sabia ela que esse era o jeito dele de dizer, que ela era dona do seu coração.
O amadurecimento dos personagens aqui é bem perceptível, principalmente a Victoria, ela não mudou 100% mas deixou de ser aquela pessoa antipática o que me surpreendeu bastante e sua mudança em relação ao Capitão foi uma das melhores partes do livro, claro, eles ainda tinham suas desavenças, mas aprenderam a deixar o orgulho de lado e seguir o coração.
O livro é narrado em terceira pessoa, o que nos da uma visão mais ampla de tudo o que acontece nesse meio tempo. Os diálogos são bem construídos e é fácil identificar o humor que a Meg trás nos seus livros, a escrita é uma mistura de romance de época com contemporâneo, há umas palavras bem elaboradas aqui, mas nada que dificulte o entendimento ou a leitura.
No geral, Victoria e o Patife foi um livro muito bom, me divertir muito lendo e apesar dele não ter sido o melhor livro que li da autora, ele é com certeza para um dos meus favoritos do gênero.