Amanda Campelo | @booksdaamanda
21/04/2018Resenha para o blog Anne & CiaParece que esse foi o meu primeiro romance de época lido. É, eu nunca li romance de época antes e tenho certeza que esse livro é bem diferente das histórias de Julia Quinn e Lisa Kleypas (são as que ouço serem mais indicadas).
Victoria ou Lady Victoria Arbuthnot é uma adolescente de 16 anos que saiu da Índia com 40 mil libras de herança e foi morar na casa dos seus tios na Inglaterra. Durante a viagem da Índia à Inglaterra, a bordo do navio Harmonia, Vicky conhece o atraente e sedutor Lorde Malfrey ou Hugo Rothschild. Logo, o Lorde se interessa pela Lady e em pouco tempo, durante a viagem, a propõe em casamento. Meio absurdo, mas naquela época o casamento acontecia bem mais cedo, e Victoria aceitou, mesmo tendo que se separar do Lorde por um curto período, pois ele desembarcaria em Portugal para tratar alguns assuntos e Vicy continuaria sua viagem para as terras inglesas.
"...A visão do lorde louro e alto quase sempre a deixava com as bochechar coradas - sem falar da curiosa palpitação que sentia no pulso. Ele era muito bonito. Que mulher não ficaria ruborizada ao ser notada por um homem tão charmoso?"
Ainda no navio, conhecemos o Capitão Carstairs, um oficial da marinha, que adora provocar Victoria, chamando-a de Srta. Abelhuda.
"Mas que chatice! Como era cansativo esse Jacob Carstairs! Desde que embarcara no Harmonia seis semanas atrás no Cabo da Boa Esperança, sempre aparecia nos momentos mais inoportunos, por exemplo a toda hora que ela e o conde encontravam um raro instante a sós."
Então, Lady Victoria chega a Inglaterra, já com a notícia que dará aos seus tios que irá se casar. Na verdade, de início ela não quer contar a eles, pois não quer escutar muito "blá-blá-blá" de que não deveria se casar ainda, e é aí que Jacob conta aos tios de Victoria e ela escuta sim toda a ladainha.
Mesmo assim, Victoria é determinada e está disposta a seguir com o casório, aguardando o seu amado Lorde Malfrey retornar.
Além de todo o enredo do casamento, Vicky trabalha em ajudar a melhorar a família com que ela está morando, ensinando os criados a fazerem melhores comidas e como se portar, ensinando o tio a conversar mais, ajudando sua prima Rebecca a também encontrar o seu amor e casar-se. Todo o foco é na vida de Victoria e em saber quem é o verdadeiro patife nessa história.
"Afinal, tanto o amor quanto o ódio são emoções muito fortes, então naturalmente incitam reações também intensas."
O começo dessa história estava bem arrastado e eu achei que não fosse conseguir terminar, talvez a narração em terceira pessoa e os poucos diálogos tenham impactado na fluidez da história. Victoria se mostra uma garota muito chata, ela acha que sempre está certa e quer que as pessoas façam as coisas do jeito dela. Mas ao mesmo que ela é chata, ela tem uma personalidade muito forte, poderia dizer que ela traz um lado Girl Power, Vicky tem a sensibilidade de querer ajudar todas as pessoas e lutar contra muitos costumes da época.
Bom, depois de a história se encaminhar, com muitas cenas previsíveis, vai ficando melhor e mais interessante de se ler, justamente devido as atitudes positivas que eu citei anteriormente da Srta. Abelhuda. No final eu gostei bastante do livro, acho que quem já é acostumado a ler romances de época vai gostar, e acredito que não seja um bom livro para iniciantes desse estilo, mas não sou a melhor pessoa para falar sobre romances de época, como mencionei no início esse foi o meu primeiro. Ainda assim, acho uma leitura muito válida, principalmente (repetindo, porque essas cenas foram muito boas) devido a autora querer mostrar essa mensagem de ajudar e quebrar preceitos sobre as mulheres.
Dessa vez vou deixar uma nota: 3,5/5 (bom).
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https://anneandcia.blogspot.com.br/2017/12/victoria-e-o-patife-de-meg-cabot.html