Guanabara Real: A Alcova da Morte

Guanabara Real: A Alcova da Morte Nikelen Witter
A. Z. Cordenonsi
Enéias Tavares




Resenhas - Guanabara Real: A Alcova da Morte


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Dhiego Morais 22/05/2022

Adorei!
#liemderryindica | A Alcova da Morte | Guanabara Real #1 | @aveceditora | @azcordenonsi, @nikelenwitter e @eneias_tavares | Steampunk | 240p

E se o multiverso brasileiro abrisse sua linha temporal para uma versão Steampunk do século XIX? É mais ou menos isso que acontece em "A Alcova da Morte", primeiro livro de uma provável duologia pensada e elaborada cuidadosamente pelas mentes curiosas de três grandes escritores: Nikelen Witter, A. Z. Cordenonsi e Enéias Tavares!

A Guanabara Real é uma agência de detetives que se atém a investigar casos alheios, indesejados e mal quistos pela polícia republicana. Formada por três altivas personalidades (sim, uma de cada autor), temos: Maria Teresa Floresta, uma madame que não teme arregaçar as mangas para o que der e vier. Inteligente e perspicaz, Maria Teresa tem grande influência na aristocracia carioca, com boa relação entre os mais desfavorecidos e as crianças marginalizadas. Há, inclusive, certos ares detetivescos de Agatha Christie em sua construção, bem pensada por Witter.

Firmino Boaventura é um jovem preto cientista, um engenheiro positivista que enxerga na ciência a solução para vários casos. O retorno a uma sociedade demasiadamente preconceituosa faz com que Firmino precise se auto afirmar e se provar continuamente. Por portar uma mão mecânica, Firmino traz ainda mais do Steampunk a um Rio em expansão industrial.

Remi Rudá, por outro lado, de ascendência indígena, traz um resgate do nacional brasileiro, do misticismo, da natureza e da cultura essencial à proposta de um cenário e elenco plural. Remi é o oposto de Firmino, e suas relações com o oculto proporcionam momentos incríveis de suspense, ação e reflexão.

Quando um corpo é encontrado nas profundezas do Corcovado, a Alcova da Morte, como é chamada, passa a atrair a atenção da sociedade brasiliana e da agência Guanabara para as ações do Barão do Desterro, proprietário. A inauguração da estátua no Corcovado vira um caos que se estende até o último dos 21 capítulos.


Narrado sob a voz dos 3 protagonistas (um preto, uma mulher e um índio), o leitor acampanhará está nova realidade de um Rio de Janeiro Steampunk em que sangue e fumaça alimentam as engrenagens.

A narrativa em 3 povs agrega muito à narrativa, contribuindo para um desenvolvimento pleno das personagens e do cenário.

Em resumo: já quero ler a continuação!
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Crônicas Fantásticas 14/09/2020

Guanabara Real – A Alcova da Morte
Resenha por Ana Oliveira

Título: Guanabara Real – A Alcova da Morte | Autor: Enéias Tavares, Nikelen Witter, A. Z. Cordenonsi| Editora: AVEC | Gênero: literatura brasileira, policial, suspense, steampunk | Páginas: 208 | Ano de publicação: 2017 | Nota: 4,0/5,0

Rio de Janeiro, ano de 1892. Há apenas 3 anos o Brasil é uma república. O honorável presidente da época é o Floriano Peixoto, e a lei diz que é crime negar emprego a um indivíduo por sua raça ou por seu gênero. Um cenário histórico onde nosso enredo cheio de suspense e máquinas maravilhosas se desenvolve.

Os personagens principais são os integrantes da agência de detetives Guanabara Real, que foi fundada por uma mulher, Maria Tereza Floresta, e emprega um místico de origens indígenas, Remy Rudá, e o engenheiro negro, Firmino Boaventura. Enquanto lia o texto, essas características me saltaram aos olhos porque numa história tipicamente brasileira esses são elementos que não podem faltar, além de marcar com força nosso cenário onde ser negro, índio ou mulher era algo visto com maus olhos.

Nossa querida agência não tem uma “boa fama”, pois vive um caso de amor e ódio com a polícia. Os agentes alegam que a polícia não faz seu trabalho direito, e a polícia diz que eles são intrometidos e que só fazem atrapalhar o bom serviço da força policial. Seja como for, e apesar de tudo, vez ou outra eles trabalham em conjunto buscando o bem maior, que é prender os malfeitores e proteger os cidadãos.

No livro, a cidade do Rio de Janeiro, capital da república, vive um momento de empoderamento. O respeitoso Barão dos Desterro promete trazer desenvolvimento e glória para a jovem república. Assim, ele compra as terras do Corcovado, acaba com todos os crimes que ali aconteciam e começa a construir um marco para enfeitar a cidade. Uma estátua gigantesca em cima do Morro do Corcovado. Por um instante achei que ele estava falando do Cristo Redentor.

Com a obra entregue e inaugurada haveriam visitas àquela estátua no futuro, uma festa se segue para comemorar o feito e a grande visão do Barão, quando um crime é descoberto. Por “coincidência” Maria Teresa está lá e pode ver, junto com o delegado, a cena do crime. Ela observa que é um cenário intrigante e sugere ao delegado que ele a deixe contatar seus associados para que juntos possam jogar alguma luz ali. Contra a vontade, o delegado permite.

Desse modo, entram em cena Firmino e Remy. O primeiro um engenheiro centrado e pé no chão, que sabe que nem tudo é flores e que na vida devemos lutar com unhas e dentes e, quem sabe, alguns passes de capoeira para estar vivo. Já Remy é nosso ocultista. Apreciador das coisas boas da vida, com a qual tem um relacionado de eterno flerte. Os dois junto com Maria Tereza formam um trio interessante e perspicaz, onde um complementa as habilidades do outro.

O livro é cheio de cenas interessantes e inspiradoras. Faz a gente se colocar ali, em pleno Rio de Janeiro republicano, onde as discriminações do Brasil colônia ainda se fazem bem presentes. É um tempo onde você tem elementos passados misturados deliciosamente com elementos tecnológicos que nos faz devanear.

Para você que curte a cultura steampunk é um prato cheio de referências. Se você é jogador de RPG, como eu, vai sentir vontade de chamar aquele teu amigo mestre que curte um cenário um pouco mais sombrio, com entidades celestes duvidosas e cheias de magia tentacular, para uma sessão onde você vai pedir, por favor, para que ele lhe dê uma mão ou perna mecânicos. A gente o deixa escolher.

Uma leitura leve e totalmente recomendada!

Leia mais resenhas em cronicasfantasticas.com.br

site: https://cronicasfantasticas.com.br/2018/11/19/guanabara-real-a-alcova-da-morte/
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Camila(Aetria) 16/03/2022

Conversamos sobre esse primeiro livro no podcast do Multiverso X!
https://www.multiversox.com.br/2022/02/clubedomultiverso25.html
Teve um pouco de tudo, das nossas experiências e desse trio da Guanabara Real. :)
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Andre350 02/07/2021

....
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Gabizoca 14/03/2021

Leitura recomendada
Ambientada no Rio de Janeiro de 1892, a história se desenvolve em uma realidade cheia de mistérios e fantasias que estão presentes na parte oculta de nossa sociedade.

Livro cheio de representatividade e com um suspense emocionante. Com personagens bem característicos e envolventes.
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Paulo 23/04/2021

Imagine você em sua casa se esforçando para dar coerência ao seu universo que você tanto quer escrever. Horas de pesquisa para fazer uma série de anotações fazerem sentido. Personagens que precisam se relacionar em uma narrativa coerente. Esse é o ofício do escritor, algo que leva horas para ser realizado e é uma tarefa árdua e cansativa. E recompensadora ao final. Imagine agora que você chamou dois colegas para escrever junto com você. Agora são três mentes pensando. E seis mãos escrevendo. Parece fácil, né? Mas e se um dos colegas não concordar com o rumo da história que você está escrevendo? E se o outro quer que o personagem esteja no local X, mas você tinha pensado que ele estaria no local Y nesse mesmo momento? Complicou, hein. Essa foi a tarefa pensada por Eneias Tavares, Nikelen Witter e A.Z. Cordenonsi. Antes de falar qualquer coisa sobre narrativa ou personagens, tenho que dar os meus aplausos de pé pela proposta que poderia dar muito errado e deu muito certo.

A Agência Guanabara Real é responsável pela investigação de casos insólitos aos quais a polícia não deseja se envolver. Pode ser um grande figurão envolvido em um esquema de corrupção ou um sequestro com alto risco de resgate. Maria Teresa, Firmino e Remi são especialistas em suas respectivas áreas de atuação e são os melhores no que fazem. Maria Teresa é uma sobrevivente das ruas selvagens do Rio de Janeiro. Conhecendo todas as manhas para ser bem sucedida nesse universo de sangue e vapor, ela é uma mulher que conhece a essência das pessoas. Remi é um homem envolvido com o oculto, com o estranho e misterioso. Um homem que vive dos prazeres da vida, experimentando a luxúria e a alegria de uma vida desregrada. Já Firmino é um talentoso engenheiro que teve sua mão substituída por uma prótese. Sofre com o preconceito de uma sociedade que vê em sua cor um índice valor para alguém. Nossos personagens irão se envolver com um estranho assassinato dentro de uma alcova durante a festa de inauguração de um imenso objeto colocado no alto do Corcovado pelo Barão do Desterro. Um presente em homenagem ao desenvolvimento da cidade em prol dos seus cidadãos. Esse assassinato levará a agência a uma teia de intrigas e conspirações e os colocarão frente a frente com uma antiga ameaça.

Os autores nos colocam diante de um Rio de Janeiro no século XIX. Mas não o nosso Rio de Janeiro, e sim uma variante steampunk sua. E a construção de mundo é ótima. Eles usam recortes de jornais e extensas descrições para nos colocar no clima do mundo apresentado. Isso serve para dar tridimensionalidade a tudo. Perspectiva. A cidade toda se torna viva. Eventos sofrem ligeiras alterações para se adequar à história. Personagens conhecidos assumem novos papéis. Gostei bastante da abordagem dos autores. A trama em si é bem construída e nos prende por toda a narrativa. No fundo é uma história de mistério com alguns elementos conspiratórios no meio. Os mistérios vão sendo mantidos até o fim. Não pense que a trama é previsível. Nem um pouco. Os autores vão te surpreender com algumas reviravoltas lá perto do final da trama. E o final... ah, o final. Que autores maldosos! Deixando um gancho daqueles.

A escrita a seis mãos é bem diferente. Curiosamente eu não olhei as ilustrações no final que mostram que autor criou qual personagem e fez qual capítulo. Apesar de ter a mão dos três por toda a história alguns capítulos são mais característicos da escrita de cada um. Mas, não é importante sabermos isso. O que vale é saber que mesmo sendo escrito por três autores, a história se mantém coesa e coerente o tempo todo. O leitor não fica perdido. A narrativa é bem explicada e as mudanças de núcleo servem para mostrar o background de cada personagem, além de suas motivações e dilemas. Mesmo sendo um volume de apresentação para algo maior que eu imagino que eles estejam criando, o livro não deixa de ter seus méritos ao nos dar boas horas de diversão.

Inclusive há tempo para o autor trabalhar o problema que era a questão negra na recém-nascida República. Velhos hábitos são difíceis de serem extintos e Firmino sofre demais com o olhar azedo das pessoas. Aí voltamos àquela pergunta: mudamos tanto assim de cento e vinte anos para cá? Enfim, a maneira como ele precisa lidar com problemas que seriam impensáveis ao homem branco só demonstra o preconceito latente em uma sociedade desigual de origem. Algumas cenas são fortes como a de quando ele chegou para investigar a alcova ou posteriormente quando ele está na delegacia. Suspeitas são levantadas contra ele sem sequer haver qualquer indício de que ele tenha participado em algum mal feito. O pré julgamento é óbvio. E estamos falando de uma sociedade apresentada pelos autores que gostava de se gabar de ser progressista. No entanto, determinados ranços persistem.

Já Remi é aquele personagem que caminha entre os dois gêneros. Ama viver bem; ama os prazeres da vida e os aprecia ao máximo. Sua conexão com o estranho o coloca com uma perspectiva única sobre a sociedade. Consegue enxergar além do que os olhos comuns fazem e isso se reflete até mesmo em sua maneira livre de encarar as pessoas. Sua história de origem precisa ser mais aprofundada porque tenho certeza que daria espaço para várias narrativas interessantes. A amizade que ele tem com Catarina que mescla cumplicidade e amor é muito bonita. Percebemos nas linhas escritas no livro o quanto os dois personagens complementavam um ao outro. Eram cúmplices em uma vida complicada. Algumas coisas do plot principal acabam sendo abordadas nos capítulos de Remi e o fato de os autores terem deixado apenas pistas para serem retornadas em outro volume prejudicou em parte o que se propunha. Mesmo assim gostei demais do personagem.

Guanabara Real é uma narrativa deliciosa que nos leva a um Rio de Janeiro tão parecido e tão diferente do que estamos acostumados. O universo steampunk caiu como uma luva para esse cenário criado a seis mãos. A escrita é bastante ousada e fico feliz que o experimento tenha dado tão certo. Os personagens tem várias histórias ainda a serem contadas e o gancho no final da história nos deixa loucos para ir atrás de uma continuação. Que ela venha logo e nos possa dar mais um gostinho dos personagens da Agência de Investigação Guanabara Real.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Delirium Nerd 09/06/2017

Guanabara Real – A Alcova da Morte: Uma ode à humanidade das minorias
É sempre animador ler livros nacionais que exploram temas distintos do DNA nacional de crônica-romance e adentram em territórios dominados pela literatura estrangeira, como mistério. Esse é exatamente o caso de Guanabara Real: A Alcova da Morte, resultado extraordinário da colaboração de três já conhecidos autores nacionais, que adentrou em um território (quase) estranho à literatura brasileira de tal forma que devemos tomar nota.

Confira a sinopse de Guanabara Real – A Alcova da Morte:

“Brasil, 1892. Durante a noite de inauguração da estátua do Corcovado, um horrendo crime toma de assalto a alta sociedade carioca. Para resolver o mistério, a investigadora particular Maria Tereza Floresta, o engenheiro positivista Firmino Boaventura e o dândi místico Remy Rudá terão de se embrenhar numa perigosa trama de poder e corrupção. O que parece mais um caso, aos poucos se revela um plano que põe em risco o futuro de todo país e para impedi-lo, a agência de detetives Guanabara Real terá de usar toda a sua perícia para solucionar os enigmas tecnológicos e os mistérios arcanos da sangrenta Alcova da Morte! ”

Com a sinopse sentimos um pequeno gosto do que se trata o livro, mas isso não se aproxima nem um pouco da sensação que sentimos ao lê-lo. Logo ao sermos apresentadas aos personagens principais, vemos como suas características são ao mesmo tempo completamente opostas e totalmente necessárias ao caso que se desenrola na trama, estando cada um responsável por uma determinada parcela da solução da mesma. O que chama a atenção sobre isso é, claro, como cada parte da agência de detetives cobre uma parcela de minorias mundiais, estando elas, nesse caso, reunidas na cidade do Rio de Janeiro, pós Império.

Remy Rudá, o místico da agência, representa não apenas a população indígena, tão perseguida e continuamente assassinada no Brasil, mas também a comunidade LGBTQ+, que além do próprio Remy, é mostrada no livro através da transexual Madame Leocádia, de uma forma respeitosa e que abre espaço para a aceitação das vontades involuntárias que atingem a alguns de nós, sendo um dos poucos livros em que a sexualidade de personagens não é uma questão central de suas histórias e em que os pertencentes dessa comunidade não são mostrados como perseguidos, apesar da realidade.

É em Remy que recebemos o elemento mágico do livro, através de mistérios astrais e extracorpóreos que se misturam ao suspense da história, adicionando ainda mais enigmas e tensão a trama. É interessante, porém, pensar que o elemento mágico da trama está justamente no personagem indígena, estando este fato flertando com estereótipos raciais indígenas de mágica ancestral tão explorados midiaticamente.

Firmino Boaventura, o engenheiro, traz ainda mais cor à história ao representar a população negra. É notável a oposição – e o equilíbrio – que se refletem na imagem de Firmino. Seus conhecimentos tecnológicos e mecânicos são igualmente essenciais aos trabalhos da Guanabara Real, sendo que sua própria figura como engenheiro desafia os estereótipos atribuídos à raça, que os pertencentes da mesma enfrentam até hoje.

Assim como em Remy, porém, o fato de Firmino ser lutador de capoeira e ser negro levanta a bandeira do estereótipo que precisamos nos atentar a todo o momento. É claro que não estamos pedindo para excluir as características de místicos de indígenas e de capoeiristas de negros em todos os casos e em todas as circunstâncias, mas a insistência em caracterizá-los como tal em histórias que tem como cenário o século XIX não passa despercebida, e mais, impede um aprofundamento no enredo e uma diversidade de personalidade dessas personagens, exatamente o que fazem os estereótipos.

Maria Tereza Floresta, a líder do trio que compõe a agência de detetives, representa as mulheres. Talvez a melhor parte do livro seja o fato de que o ponto focal da história, a Guanabara Real, junto com o trio principal de personagens, seja liderado por uma mulher, que não recai nem na recorrência de personagens femininas fracas nem na de personagens femininas fortes. Ao contrário, MT consegue retratar a mulher mundana comum, aquela que tem que conviver – e lidar com – figuras masculinas também comuns, leia-se (majoritariamente): machistas e sexistas, ao longo de seu dia a dia.

“(…) Os olhos estavam secos e havia mais raiva ali que revolta. Estavam acostumados a morrer. ”

Um elemento que parece intrínseco à história é a contundente crítica social feita ao longo dos capítulos.

Questões de raça, classe, sexo e gênero se misturam e são apresentadas a todo momento e com diversas intensidades, de forma que até o leitor mais desatento e menos politizado consegue perceber o tom crítico ou ,no mínimo, questionador dos argumentos ditos e pensados pelos personagens da trama, ou até pelo próprio narrador. A propósito, a narrativa do livro é feita em terceira pessoa, e de forma onisciente. Esta característica, porém, não interfere de nenhuma forma na construção do mistério que envolve a trama, sendo este resguardado até as últimas páginas da história.

Além do evidente elemento de mistério presente no livro e do fator sobrenatural, a história traz elementos de steampunk evidentes. Tanto o objeto do mistério central quanto a mão do associado Boaventura, além de diversos outros entre estes, figuram nas páginas do livro, contribuindo não apenas para aumentar o apelo de mistura igualitária presente na narrativa, mas de forma a fazer com que a mesma se desenvolva com uma fluidez que parece ser impossível se não houvesse esse elemento presente.

“Mas, com isso em perspectiva, a lista de peças que ele estava atrás incluía um regulador monofásico, algo que pode ser utilizado em um vibrador a quartzo.”

Ao lermos as páginas de Guanabara Real – A Alcova da Morte não sabemos ao certo verificar se se trata de uma narrativa de Agatha Christie, de Dan Brown, de Arthur C. Clarke ou mesmo de Stephen King, sem contar aqueles que inspiraram os próprios autores, como Júlio Verne e H.P. Lovecraft. O que sabemos por certo, entretanto, é que a história apresentada por Nikelen Witter, Enéias Tavares e A.Z. Cordenonsi consegue combinar os elementos individualizantes dos autores supracitados com as suas próprias características já conhecidas por seus trabalhos anteriores.

Guanabara Real: A Alcova da Morte é uma obra fascinante, das poucas das que realmente conseguem apresentar um mistério – e personagens – capaz de prender o leitor. A melhor parte, além de todos os motivos já falados acima, é que ela foi feita por promissores autores nacionais, de forma que os elementos típicos não apenas da cidade do Rio de Janeiro, mas do próprio Brasil, por piores que sejam, são verossímeis e corretamente apresentados de uma maneira que só nativos conseguiriam fazê-lo. O risco que os três autores tomaram ao resolverem unir suas mentes nesse trabalho, com certeza valeu a pena e agora, após lermos o livro em poucas horas, só podemos ansiar pelas próximas aventuras dos associados da agência de detetives Guanabara Real.

site: http://deliriumnerd.com/2017/04/18/guanabara-real-a-alcova-da-morte/
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Isadora 24/02/2023

Essa foi uma das leituras nacionais que mais me surpreendeu. Muito divertida e bem escrita. Gostei muito da premissa que mescla uma trama de mistério/investigação com um cenário steampunk. A escrita é bem fluida e dá espaço para trazer questões sociais e também um pouco de humor e desconcentração nos momentos certos. Gostei ainda mais do fato da líder do grupo ser uma mulher inteligente, determinada e forte. Foi a cereja do bolo, na minha opinião, e tornou-se minha personagem favorita do livro logo nos primeiros capítulos. Por falar em personagens, todos são bem construídos e há muita coisa a ser explorada em novas histórias. (Espero que existam mais histórias porque o universo e a trama são divertidas demais para serem desperdiçadas!)
Agora, o que não gostei não chegou a atrapalhar minha experiência, mas me fez repensar se eu daria mais uma estrelinha na minha avaliação: descrições com palavras muito "mirabolantes" e "excêntricas". Quem sou para questionar o uso de palavras do vocabulários dos autores acadêmicos (!), mas algumas me causaram uma estranheza por não adicionarem informações interessantes à cena. Essas passaram longe, na minha opinião, de alcançar a impressão polidez da época (que imagino que era o esperado).
Mas, no geral, diverti-me muito com esse livro e recomendaria muito para todos os públicos!
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Carolina 01/01/2019

Me surpreendeu
Eu quis ler esse livro porque vi a ju cirqueira do canal nuvem literaria falando sobre ele. Comecei a ler e nao estava dando nada por ele. Achando meio estranho e sem nexo no inicio. Com o desenrolar da historia eu comecei a ficar vidrada no livro. Esses tres autores conseguiram se entender bem para escrever a historia. E me apaixonei imensamente pela diversidade das caracteristicas e tambem etnia e estilo de vida dos personagens principais. Os detalhes descritos dos crimes, tudo muito bem feito. Me deu ate um medin e tive pesadelo a noite haha. Conforme foi chegando no fim, eu imaginava ja um final, porem foi TOTALMENTE inesperado e diferente do normal. Acho que valeu a pena a leitura.
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Gárgula 03/02/2021

A Alcova da Morte, um caso da Agência de Detetives Guanabara Real
Como eu não tinha lido Guanabara Real antes?
Ao terminar de ler A Alcova da Morte – um caso da Agência de Detetives Guanabara Real, um livro criado a seis mãos por A. Z. Cordenonsi, Enéias Tavares e Nikelen Witter, eu estava completamente estupefato!

Os eventos contados neste volume fazem parte do enredo do mundo steampunk, onde também se passa a série A todo vapor, que está na Netflix. Publicação da AVEC Editora, este é um livro que vocês precisam ler o quanto antes, pois é muito bom.

Uma investigação intrigante
A Agência de Detetives Guanabara Real, sediada no Rio de Janeiro, e comandada por Maria Teresa, nos apresenta ainda seus fiéis colaboradores Remy e Firmino. Um trio muito peculiar não apenas em opiniões, bem como pelos métodos de trabalho além de seus conhecimentos.

Uma série de assassinatos desencadeia uma extensa investigação que mexe com toda a sociedade fluminense, principalmente a alta casta. Com efeito os investigadores são levados aos seus limites e como resultado temos um enredo rico em detalhes que por isso prende muito o leitor.

A temática steampunk dá um sabor a mais em toda a trama que foi escrita pelos três autores. Cada escritor se responsabilizou por um personagem.Essa dinâmica ficou, sem dúvida, excelente. A história é contada sem sequer sentirmos diferenças, pois elas ficam camufladas pelas individualidades de cada personagem.

Conclusões finais
Não faça como eu e leia logo este livro, até porque, o segundo está vindo por aí. Uma história divertida, dinâmica e cheia de surpresas, principalmente pelo final, que certamente vai te tirar o chão!

Que tenhamos mais deste universo que precisa se expandir muito ainda! Parabéns aos idealizadores e à própria AVEC Editora.

Boa leitura!

Resenha publicada no blog Canto do Gárgula.

site: https://cantodogargula.com.br/2020/09/29/a-alcova-da-morte-um-caso-da-agencia-de-detetives-guanabara-real/
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Bina 14/04/2021

Só por ser um steampunk ambientado no Brasil já me chamou atenção. O ritmo é bom e a história te prende, e bate aquela ansiedade pra entende tudo o que acontecendo e o que afinal esta sendo tramado. O livro leva a um final digamos bem interessante.
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Taverneiro 02/05/2017

Excelente aventura com um toque de mistério em um Rio de Janeiro Steampunk
Um livro escritor por três pessoas! Tem como isso dar certo?? Veremos…

A Alcova da Morte é um livro escrito por três autores muito talentosos: Enéias Tavares (Brasiliana Steampunk), Nikelen Witter (Territórios Invisíveis), e A. Z. Cordenonsi, (Le Chevalier). Todos experientes no gênero steampunk, se reuniram para criar esse livro de mistério e aventura no Rio de Janeiro! Vamos ao livro…

A história começa com uma festa da inauguração de uma grande estátua no Morro do Corcovado, mas durante a celebração acontece um assassinato. Ao descobrirem uma cara oculta no interior do morro a primeira pessoa que vai investigar é alvejada por diversos dardos venenosos. É assim que a Agência de Detetive Guanabara Real entra em cena. Uma das suas agentes estava realizando investigações na festa quando esbarra com essa curiosa morte, e então ativa os seus agentes para começar essa investigação.

E é aí que entra um dos pontos que mais chamam atenção e que também ditam muito dos outros aspectos desse livro: os investigadores da agência.

Eu normalmente falo dos personagens depois da trama do livro, mas nesse caso esse é um aspecto tão importante que tem que ser tratado primeiro. O livro foi escrito por três autores e cada um deles ficou responsável por um dos personagens.

A Nikelen Witter ficou responsável pela Maria Tereza Floresta, a idealizadora da Agência de Detetive. Ela tem um passado de injustiça e agora tenta compensar isso de alguma forma desvendando crimes. As partes dela lembram muitas histórias policias, como Agatha Christie.

O A. Z. Cordenonsi ficou responsável pelo Firmino Boaventura, um engenheiro que tem paixão por resolver enigmas e pela ciência, mas se vê sem a possibilidade de conseguir exercer sua profissão legalmente pelo preconceito com sua cor. Ele tem um braço mecânico e suas partes são puxadas mais para o estilo dos grandes heróis científicos de antigamente, como em Volta ao Mundo em 80 Dias.

E, finalmente, Enéias Tavares trabalha com Remi Ruda, um indígena versado na arte do ocultismo. Nos trechos dele eu vi muita influência de Lovecraft e das aventuras sobrenaturais de Robert E. Howard. Confesso que pelas minhas experiências anteriores, foi o personagem que eu mais gostei. ^^

Um medo que eu tinha quando vi que o livro era escrito por três pessoas era que a história não parecesse uma só. Eu não queria ler três livros diferentes juntos, e felizmente isso não aconteceu. Mesmo trabalhando com personagens diferentes, o tom da narrativa é um só, o que é impressionante. Os pontos de vista diferentes te permitem ver esse mundo de outras maneiras, mas mesmo assim você sente harmonia em todo o texto.

Com uma escrita rápida e uma trama divertida, esse livro é extremamente gostoso de se ler. Ele me lembra as antigas aventuras pulps, com boas viradas no roteiro, um mistério que vai conduzindo tudo e, além disso, as mudanças de personagens dão uma renovada no ar e mais frescor para continuar lendo.

Para não dizer que é um livro perfeito, em alguns momentos a investigação me pareceu um tanto atravancada, com um dos agentes indo por um caminho, se esforçando e descobrindo uma informação. Até aí ok, mas no próximo capítulo outro agente vai investigar por outros meios e descobre quase a mesma coisa! Eu achei isso meio frustrante, mas é bom que não acontece com muita frequência. E por um gosto pessoal eu não consegui me adaptar ao final do livro, mas é só gosto pessoal mesmo.

De maneira geral, o livro apresenta o melhor de três narrativas, todas muito divertidas e envolventes. A coesão do livro impressiona e transformam o que normalmente se revela uma ideia muito ruim, que é escrever com vários autores, em um excelente livro! Espero ver mais aventuras dos detetives dessa agência no futuro e esse universo steampunk continuar crescendo.

site: https://tavernablog.com/2017/05/01/alcova-da-morte-de-eneias-tavares-nikelen-witter-e-a-z-cordenonsi-resenha/
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Vivaz0 07/04/2024

Steampunk brasileiro
Confesso que me encantou do início ao fim. Há bastante tempo venho querendo experimentar uma leitura steampunk, de autores brasileiros então... Amor à primeira vista!
Gostei do desenvolvimento dos personagens e da trama em si. Não senti que ocorriam muitos rodeios, pelo contrário, senti a sensação de progresso durante toda leitura. Bônus também para o gênero em si que nos permite imaginar como seria se a tecnologia tivesse tomado um rumo diferente.
Recomendo fortemente essa leitura, estou ansiosa para ler o próximo livro!!
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bruno.rauber 25/02/2018

Que livrão da porra, senhoras e senhores! Minha primeira experiência lendo um romance escrito por mais de duas mãos (sim, shame on me por ainda não lido O Talismã e A Casa Negra do Stephen King e do Peter Straub), e não poderia ter sido mais satisfatória. Eu já conhecia o texto dos 3 excelentes autores, e admito que tive um átimo de medo por saber quão diferentes eles são. Mas todas minhas dúvidas foram devidamente demolidas ao final da leitura dos 3 primeiros capítulos, sendo um de cada, estrutura que dá o tom do livro inteiro.
O cuidado com que a história foi montada, a sinergia que os textos tem, mesmo sendo muito distintos (na própria descrição da orelha do livro fala sobre a preparação de cada um para escrevê-lo, a Nikelen tendo lido Agatha Christie, o Cordenonsi tendo lido Julio Verne e o Eneias, Lovecraft), a qualidade ALTÍSSIMA da edição, tudo isso torna esse primeiro romance da Guanabara Real não apenas uma leitura deliciosa, mas uma experiência inesquecível. Só consigo dar os parabéns à AVEC Editora pelo lindo trabalho, e agradecer a Nikelen Witter, Andre Zanki Cordenonsi e Enéias Tavares por esse presente steampunk que foi A Alcova Da Morte.
Ah, e PELOAMORDEDEUS! O lancem logo a continuação, aquele cliffhanger do final foi uma puta falta de sacanagem!
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