Tamirez | @resenhandosonhos 30/07/2018Um Estudo em Rosa - Steven Moffat & Mark GatissApesar de eu não ter lido os livros originais de Arthur Conan Doyle – o que ainda quero muito fazer – sou uma fã incondicional de Sherlock Holmes. Ele sempre foi uma figura literária que despertou o meu interesse por toda a aura estranha que lhe cerca. A forma como ele é objetivo e focado são coisas que, apesar do eu jeito nada sentimental, marcam muito o personagem pra mim.
Eu assisti ao filme de 2009 com o Robert Downey Jr. e apesar de gostar muito do ator e apreciado o filme, quando a série Sherlock estreou pela BBC, não havia outra interpretação que batesse Benedict Cumberbatch. Ele não era um ator que chamasse minha atenção até então, mas a série realmente fez com que ele entrasse para o meu hall de queridinhos.
Com episódios de 1h30 e temporadas de apenas 3 episódios, cada um deles parecia um filme muito bem produzido. Os casos eram instigantes, os personagens cativantes e o espectador ficava ávido por seguir em frente. Junto com cada episódio começou a sair então os mangás e, mesmo que os direitos tenham sido comprados há um tempo, somente em 2017 tivemos finalmente a primeira edição no Brasil.
O traço do mangá está muito bonito e conta de forma rápida e dinâmica o que já vimos no episódio. E não há necessidade alguma de ter visto a série, pois a história se completa sem o background da tela, podendo alcançar um público maior ainda. Os personagens mantém as feições dos atores da série, o que é bacana já que o vínculo realmente existe.
Apesar de colorido nas primeiras páginas ele mantém a essência preto e branco no interior e consegue retratar muito bem os trejeitos, piadas e sacadas de Holmes, bem como todo o anseio e dúvida por parte de Watson. Tendo me despedido da série somente esse ano, foi incrível poder voltar ao primeiro episódio novamente e relembrar passo a passo. Eu não me lembrava de todos os detalhes e pude apreciar na leitura como se não tivesse jamais visto aquele caso se solucionar, mesmo com as familiaridades dos personagens.
Esse é um fato interessante que eu gosto de comentar. Quando as séries tem episódios onde retratam em cada um um caso, meu foco acaba sempre sobre o background da vida pessoal de cada personagem, não me fixando muito nos detalhes sobre o caso, a não ser que as coisas se misturem. E é isso que acontece com Sherlock. Apesar de eu já conhecer a trama do episódio, como faz muito tempo que assisti, muitas coisas foram como novas pra mim.
Acho que não é preciso dizer o quanto a personalidade de Sherlock é única. Em qualquer contato que se tem com ele é possível ver isso. E, ao fundo, que mesmo que superficialmente ele se importa. A relação que se cria a partir desse volume entre ele e Watson é uma bela amizade que vai romper todas as fronteiras de distanciamento do personagem e nos permitir conhecer um novo lado dele.
Acho que o mangá é uma ótima opção caso você nunca tenha tido contato com o personagem, seja fã de mangás ou um fã do personagem. Sei que para os colecionadores e aficionados pela obra de Arthur Conan Doyle, Um Estudo em Rosa é um prato cheio a ser degustado em cada quadro da história. Eu sei que já estou ansiosa pelos próximos volumes.
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