Resenhas - O Sorriso do Lagarto

Hel 26/07/2014

Com tantas resenhas cheias de elogios, provavelmente vão me apedrejar.

Desde a minissérie da Globo, que não pude ver (a não ser o final de dar arrepios), eu desejava ler este livro. Aventura e pesquisa genética num romance brasileiro? Claro que eu queria ler!

Mas a decepção começou no abrir das primeiras páginas. A ausência quase total de parágrafos exige muita paciência dos olhos(o mesmo problema de Sargento Getúlio). A história tinha tudo para ser ótima, se o autor focasse mais na ação, e não ficasse tanto tempo descrevendo as taradices e problemas nojentos do senhor João Marcos e os sofrimentos da perua Ana Clara.

Tentei, sabendo que o senhor Ribeiro foi um excelente escritor, que tinha um excelente material à mão, mas não deu mesmo... podem me chamar de superficial, do que quiserem. Mas se for pra aguentar palavrão e escatologias, prefiro Stephen King, que esse você não tem que se obrigar a continuar lendo.

daniela.salvatoarthuzo.5 18/02/2015

Otimo livro
Uma historia muito diferente do que normalmente esperamos de um escritor brasileiro. Vale muito a pena, facil leitura. O autor nos prende com seu enredo e desenrolar dos acontecimentos. Realmente, se pegarmos a personalidade das personagens, vemos que sao muito realistas e contem um pouco de cada ser humano. Quem nunca conheceu uma Ana Clara, uma Bebeu e um Angelo Marcos...

Padre José Ruy 16/02/2016

Com ressalvas
Os personagens são bem elaborados e a linhagem é envolvente, mas os relatos eróticos sobram por todos os lados e desviam o foco. Falta um pouco de elevação moral, que enobrece o espírito.

Ãnimo Total 29/07/2020

O Sorriso do lagarto.
Um romance intrigante..
Um dos meus preferidos de João Ubaldo

Tecocesar 01/06/2017

Uma boa ficção nacional
Um político corrupto. Uma dondoca mal amada. Uma pessoa qualificada sem exercer sua profissão. Um padre amável. Um pai de santo místico. Um médico sem escrúpulos, mas inteligentíssimo. Alguns viciados de boa condição financeira. Uma ilha na Bahia. E por fim, sexo.
Quando um político descobre uma doença e decide passar um tempo em sua casa de veraneio numa pequena ilha da Bahia com sua mulher, mal sabe as consequências que estão por vir.
É legal a relação entre os protagonistas e como a trama evolui. A descrição da personalidade de cada personagem faz compreender as ações que tomam, e o rumo que o livro toma.
É uma estória bem contada e com um final bem brasileiro, daqueles que a vida real insiste em nos mostrar como regra.

Renata 19/11/2017

Leitura Esfomeada
É uma coisa linda de ver como João Ubaldo ironiza a hipocrisia nos livros dele. O cara parece que conhece todas as hipocrisias do mundo.
Alerta de Spoiler:
Mas como é que ele conseguiu colocar em câncer no cu no meio de um livro? Meu Deus kkkkk, mas o homem só podia ser homossexual encubado mesmo, esse negócio de dar problema logo no cu devia vir da culpa que ele sentia por ter essa atração tão tórrida pelo Boaventura.

ELIZ 24/04/2019

Surpreendente.
Um plot twist da literatura, se posso assim chamar. As coisas inacreditáveis que o homem faz por poder fama, ganância, orgulho.
Escravizar almas, pessoas. Quantas maneiras existem de se fazer isso?
De um marido de orgulho ferido, que não ama mais a mulher mas a impede de ser livre.
De cientistas que se acham donos do conhecimento, que criam cobaias e portanto são suas propriedades, pois tais criaturas não tem alma. " Animal não tem direito nenhum, só quem tem direito é gente."

AleixoItalo 06/02/2020

Dois fatores evidentes e muito distintos se contrapõe nesse livro, deixando um misto de satisfação com um pouco de apatia, como uma boa refeição saborosa porém indigesta.
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É de praxe citar os defeitos primeiro e as qualidades depois, não farei assim: a grande qualidade do livro é sem sombra de dúvidas a narrativa de João Ubaldo Ribeiro digna dos melhores escritores da literatura brasileira, personagens cativantes (detestáveis ou não) e cenários realistas e fluidos não perde em nada para os grandes escritores do mundo.
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A maneira como J. U. Ribeiro da vida a suas locações, com detalhes tanto físicos como da vida cotidiana de seus habitantes é magistral, assim como a criação de seus personagens "desgraçadamente" humanos, forjados por meio de fluxos de consciência que bastante me lembrou John Steinbeck ( um de meus autores favoritos).
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O que fica abaixo do poder da narrativa é a trama do livro. Numa ilha onde sinistras pesquisas genéticas parecem ocorrer, boa parte do livro se desgasta num romance típico...
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... e com um desfecho péssimo... ( não darei spoilers), onde a obra simplesmente abre mão de se concluir em alguns momentos e as conclusões que toma em outros é no mínimo irritante ...
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Enfim, um livro ... sei lá, tosco? Mas um baita escritor que pretendo ler mais em breve!

EvaíOliveira 16/02/2020

Achei as 100 primeiras páginas chatas.

Leila.Cavalcante 03/05/2020

Esse livro me surpreendeu muito, porque fui pra ele sem ter lido nem sequer um resumo, confiando apenas no nome de João Ubaldo Ribeiro e ele não me decepcionou de maneira nenhuma. O livro é maravilhoso, é uma delícia ler literatura brasileira, ainda por cima um autor nordestino com tanta qualidade. Ambientado na ilha de Itaparica, cenário preferido de João Ubaldo Ribeiro, O sorriso do lagarto conta a história de João Pedroso, um biólogo que renunciou à sua carreira (as razoes a gente vai conhecendo ao longo do livro) pra viver como um simples peixeiro; João se sente um tanto inútil, fracassado e beberrão durante a maior parte do tempo; até que ele conhece Ana Clara, uma madame casada, eles começam a ter um caso. Paralelo a isso, João também descobre a existência de umas criaturas estranhas, frutos de experiências envolvendo engenharia genética realizadas no hospital da ilha, com o aval do médico Lúcio Nemésio, conhecido de João. Indignado com a situação, João sente que tem o dever moral de tentar impedir a continuidade da experiência, mas ele também vai ter que lidar com o fato de que Ângelo Marcos, o marido de Ana Clara, descobrir o caso deles.
A narrativa é muita envolvente, a prosa sempre estilosa de João Ubaldo, os personagens são ótimos, os diálogos interessantes, e um quê de ironia que permeia toda a história.

Ana Seerig 27/05/2020

Racionalidade literária
Racional. Esse é o primeiro adjetivo que me vem em mente a respeito de "O sorriso do lagarto". A leitura foi motivada pela vontade/necessidade de conhecer mais de João Ubaldo Ribeiro. Há tempos um livro não me sugava tanto: 362 em seis dias.

É um livro que fala de ciência e experimentos, mas também fala de amor - muito mais como uma atração física do que de modo romântico. Cada personagem tem uma história, uma vontade secreta, uma decepção consigo mesmo. Ou seja, João Ubaldo é espetacular em construir personalidades. Ninguém é guiado por um grande sonho, mas todos reconhecem as atrações que cada situação lhes impõe.

As conversas entre Padre Monteirinho e peixeiro João Pedroso me lembraram da relação entre Padre Lara e Rodrigo Cambará n'O Continente, de Erico Verissimo, apesar de João e Rodrigo serem bastante opostos. Ana Clara está numa situação cômoda, mas sabe que não é feliz e busca ao menos se divertir de alguma forma, deixando-se influenciar por Bebel, que defende o sexo casual como uma ótima opção de distração. Ângelo Marcos é um político de ego sensível, enquanto Lúcio Nemésio é um médico experiente que acredita coordenar o hospital da forma mais benéfica para a população.

Personagens bem diferentes, em ambientes distintos, que em algum ponto se ligam de forma que o final seja racional, mas imprevisível a princípio. Uma boa leitura, com boas conversas, que nos dá mil coisas a pensar. O livro é do fim da década de 80, mas suas discussões valem ainda hoje. Um grande livro da literatura brasileira, sem dúvida alguma.

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