O sorriso do lagarto

O sorriso do lagarto João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - O Sorriso do Lagarto


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Layla.Ribeiro 08/06/2015

Livro Maravilhoso.
A história se passa na ilha de Itaparica, conta a história de um triângulo amoroso vivido por Ângelo Marcos, Ana Clara e João Pedroso. Um político influente, sua esposa uma socialite e um ex-biólogo que agora era um peixeiro na Ilha, enquanto isso ocorre casos misteriosos na qual o João Pedroso tentará descobrir do que se trata. O livro é muito envolvente carregado de suspenses, cenas de sexo picantes e momentos engraçados, além de que João Ubaldo ele tem uma escrita muito fácil para ler, usa de linguagem popular no seu livro e por ele ter uma realidade muito próxima da nossa mesmo ele sendo de 1989, no meu caso a mais, por eu ser baiana e muitas coisas no livro inclusive o ambiente em que se passa, ser muito parecido com o meu. Há debates maravilhosos entre a ciência e a religião e é muito interessante o livro, porque você pode sentir o quanto a humanidade é capaz de fazer para conseguir o que quer e principalmente manter no poder. Muito bom, recomendo ele, principalmente pessoas que gostam de Jorge Amado, irá amar o estilo dele.
Anderson.Sipriano 28/05/2018minha estante
Boa resenha


Layla.Ribeiro 01/06/2018minha estante
Valeu :)


Alê | @alexandrejjr 24/01/2021minha estante
Lendo teu texto em 2021 e ele continua cativante. Parabéns!




Alê | @alexandrejjr 28/02/2021

O mal maiúsculo

A literatura é um refúgio. E gosto de acreditar que posso me perder nela, principalmente quando a obra é de um escritor que está entre os meus favoritos. Lançado em 1989, no auge da produção ubaldiana, “O sorriso do lagarto” aparece logo após “Viva o povo brasileiro”, clássico absoluto da nossa literatura - se não for o livro mais importante que temos.

Ubaldo escreve como ninguém. Dotado de um estilo elegante que dá vida à expressão “erudito popular”, o escritor mostra neste livro que contar histórias é mesmo uma arte. Partindo de seu microcosmo preferido, a ilha de Itaparica, na Bahia, conhecemos aos poucos cada uma das personagens. É indescritível a habilidade com a qual Ubaldo consegue fazer diálogos, pois são tão reais que esquecemos que as frases foram tiradas da cabeça de alguém. E os tipos são tão brasileiros que é impossível não se identificar logo nas primeiras páginas.

Um peixeiro biólogo (ou um biólogo peixeiro?), um político corrupto com um passado escondido, uma socialite com aspirações de escritora erótica, um pai de santo, um padre e um médico com atividades pouco transparentes compõem o grupo principal da narrativa. Retratos de uma burguesia burra, racista e imoral, regada a muito sexo (ou seria sacanagem?), drogas e violência. E nisso tudo um Brasil que enxerga a si mesmo no espelho, do Mal que nos rodeia, esse com o “m” maiúsculo. Isso é João Ubaldo Ribeiro. Isso é “O sorriso do lagarto”.

Como se não bastasse, ainda nos deparamos com discussões sobre fé, paixão, e bioética, com ênfase nos experimentos genéticos. É interessante imaginar que Dolly, a ovelhinha que foi o primeiro mamífero clonado do mundo, só viria a acontecer em 1996, portanto, Ubaldo traz suas preocupações acerca do tema sete anos antes do homem brincar de Deus.

“O sorriso do lagarto” é tão estupendo que virou “minissérie” da Rede Globo dois anos depois do seu lançamento, em 1991. E mesmo tendo em seu elenco atores como Raul Cortez, Tony Ramos e Maitê Proença vivendo os papéis principais, não é preciso dizer que o livro é muito superior. Quem quiser tirar a prova, pode ir conferir no YouTube os 52 - sim, você não leu errado - episódios da tentativa de adaptação. Mas isso é outra história.

Neste quarto livro lido de Ubaldo percebi que, além da incomparável ironia presente em suas histórias, gosto demais dos flertes que ele faz com o fantástico e a lucidez com a qual trata das crenças, lembrando, de certa forma, o português José Saramago. João Ubaldo fazia muito mais do que literatura, por isso não se trata de uma simples leitura. Mas isso vocês só vão descobrir lendo, certo?
Carolina.Gomes 01/03/2021minha estante
Nossa!! Preciso reler. Não lembro de mais nada.


Alê | @alexandrejjr 01/03/2021minha estante
Vale uma releitura, Carolina. O romance é bem novelesco mesmo, algo que eu até não ressaltei nos meus comentários, mas é muito bem feito.




fz5k14 10/08/2009

Excelente divertimento e cultura.
EvandroSampaio 28/02/2021minha estante
O livro é muito bom, mas gostaria de ressaltar a premunição de Ubaldo sobre a proteina Prion que causava mutações geníticas nos esperimentos. Anos depois processos identicos em frigoríficos ingleses, propiciou a doença "vaca louca", transmitindo para o ser humano, resultados identicos às experiencias de Itaparica.




Kil 10/05/2010

'Na ilha com Ubaldo
Os bichos que provocam o mistério que faz com que João morra é um dos muitos atrativos pra esse livro. João Ubaldo nunca decepciona. A socialite vai pra ilha com o marido que tem um câncer no cu e começa um caso com o biólogo culto. As cenas sexuais são ardentes e criticam a hipocrisa. O marido tem uma atração homossexual pelo pistoleiro que contrata para acabar com João.
O Pai de Santo tanbém é uma figura forte, como sua prolixidade. O padre reconhece a presença do demônio nessa neblina que volta a envolver a cidade, enfim, um belo Ubaldo!
Nalí 15/08/2011minha estante
Ah, que bom que você contou que um cara MORRE. Poxa vida, hein? Que custava colocar como spoiler?




marfigueira 13/04/2011

Um dos melhores livros que já li.
Essa é a minha opnião. Independente das opniões de quem não conseguiu assimilar. Meus pesames se você leu e não entendeu nada.
O que posso afirmar, é que é um dos melhores livros que já li, e sem dúvida um dos que leria novamente.
Teve uma minisérie da Globo de mesmo nome, e que até onde eu descobri, tinha na abertura a belíssima "Mercy Street" de Peter Gabriel.
Não assisti, mas gostaria de ter assistido.
giosg 10/03/2020minha estante
Realmente um livro extraordinário.




ÃLINHO 09/03/2012

FABULOSO
Achei ótimo este livro. João Ubaldo é na minha opinião, um dos melhores escritores brasileiros. Vou ler mais suas obras, pois ele é do padrão de Jorge Amado.
Marina 18/09/2020minha estante
Concordo muito! Padrão Jorge Amado demais! Também tenho vontade de ler outros desse autor, já li também "Sargento Getúlio" e "Viva o povo brasileiro", gostei muitíssimo deste último. São livros ótimos, mas acho incrível que o estilo do João Ubaldo é tão diverso, que nem parecem ser livros escritos pelo mesmo autor.




spoiler visualizar
Emiusom 29/03/2022minha estante
Vish. Faz tempo que li esse. Vou tentar reler em breve




Thiago Ernesto 14/07/2016

Nem toda maldade será castigada
Dizem que o Diabo é uma espécie de híbrido de homem com animal. Logo no início de Grande Sertão: Veredas, Riobaldo avisa; os tiros que se ouviram não eram de homem. Um bicho, meio bezerro, meio cão que era o próprio demo marcaria para sempre a vida do jagunço. O lagarto de duas caudas que João Pedroso encontra pelo caminho, este mesmo que parece que lhe sorri, aliás, lhe sorri, muito se assemelha a esse bezerro macabro da obra roseana. Animal não-natural com feitio de gente, com modos soturnos. Assim é o lagarto que sorri a João.

No entanto, há uma diferença fundamental entre os animais atípicos, enquanto o do épico sertanejo de Rosa se envolve em uma aura metafísica e religiosa, o lagarto baiano de João Ubaldo está impregnado da loucura do próprio homem dada pela ciência. O jogo entre natureza e civilização, ciência e religião, masculino e feminino, bem e mal ocorre durante toda a obra, jogando o leitor de um lado para o outro, como uma bolinha de pingue-pongue. Tudo isso através de uma narrativa primorosa construída em onisciência seletiva. Ora somos da mesma matéria de qualquer outro ser e partilhamos a mesma dor das baleias que perdem seus filhotes para os pescadores, ora somos seres superiores capazes de projetar outros seres em laboratório.

Romance de forte teor de ficção científica, construída de forma absolutamente verossímil, Ubaldo aproveita seu livro para tecer ainda a trama de um triângulo amoroso. A mulher, cansada da opressão do marido, querendo se rebelar, para isso criando uma persona que lhe serve de válvula de escape; o marido, homossexual reprimido, que sente a necessidade de afirmar sempre sua masculinidade e preservar a honra; e o amante, peixeiro e biólogo, que sede aos seus instintos mais primários e mais civilizados: o desejo e o amor.

Neste romance, em que o lagarto cinicamente sorri, poderia o bem triunfar? A história contada do homem que começou a matar pardais e terminou, como diria Rosa, tresloucado, matando a todos, sinaliza que não. O Diabo, se é que existe, é homem humano e habita dentro de cada um. "Deus é indiferente" e cabe a cada um fazer ou não algo contra o mal. O bem nunca deixou de ser uma opção. O mal triunfa mesmo quando age o bem. A possibilidade da derrota justifica a inércia? Pode o mal perdurar para sempre? Deus esteja.
Alê | @alexandrejjr 14/02/2021minha estante
Baita resenha, Thiago!




Marina 17/09/2020

A burguesia fede
Que livro forte! Eu já tinha lido "Sargento Getúlio" e "Viva o povo brasileiro" de João Ubaldo, mas nenhum deles me preparou para o que eu encontrei em "O sorriso do lagarto", o autor não poupa na ironia pra denunciar a hipocrisia da classe média brasileira em atos de racismo e homofobia, as cenas e a forma como ele aborda esses preconceitos são intragáveis, a gente termina a leitura dessas cenas se sentindo muito mal, com muita raiva e perplexidade, até que ponto o ser humano pode chegar? - Nos perguntamos. E tudo isso leva ao absurdo da medicina e da ciência que, nessa perspectiva, são abordados como formas de dominar a natureza, os animais e colocar o ser humano como centro, como dominador. O que, obviamente, não faz parte do que o autor acredita, pois fica evidente a ironia intrinseca nisso tudo. Toda a esperança de "Viva o povo brasileiro" se esvai, o que sobra são pequenos atos de resistência que se transformam em pó. O autor se reinventa de tal forma que se eu não soubesse que ele era o autor, nem teria relacionado com as outras obras dele que já li e mencionei, achei isso incrível. Um grande autor brasileiro, certamente.
PAULINHO VELOSO 28/11/2020minha estante
Perfeito! O título de tua resenha resume bem o cerne do livro. Quase um spoiller ( rs ).




Júris 13/04/2010

Com personagens cheios de vícios e fraquezas. Muitas tramas, desvios de caráter e sexo. Me deu uma necessidade gritante de desmascarar a prepotencia humana tão ilustrada nesse livro... talvez por eu ser bióloga e ter um pouco de João Pedroso, o antiherói alcoolatra.
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Caio_O 15/02/2011

Cru demais (sexo, drogas e axé music).
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Consuelo 29/04/2024

Quem pode? Quem manda?
Dentre as várias e interessantes pautas discorridas ao longo do ?novelão?, o apanhado geral que me ocorreu, não sem tristeza, é que a oposição ao Mal é uma luta empreendida pelos que acreditam na vida, mas, sem equiparação de forças com aqueles que detém o poder, o sacrifício individual pode ser o único resultado inutilmente alcançado.
Editando para acrescentar que apesar da minha resenha amarga, a história é fácil e gostosa de ler, e tem muito humor e erotismo.
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Wilton 22/02/2013

Romance com certo realismo fantástico e aclimatado na Ilha de Itaparica, terra natal do autor. Com um estilo simples e lúdico encanta o leitor do início até o fim sem nunca deixar a "bola cair".
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daniela.salvatoarthuzo.5 18/02/2015

Otimo livro
Uma historia muito diferente do que normalmente esperamos de um escritor brasileiro. Vale muito a pena, facil leitura. O autor nos prende com seu enredo e desenrolar dos acontecimentos. Realmente, se pegarmos a personalidade das personagens, vemos que sao muito realistas e contem um pouco de cada ser humano. Quem nunca conheceu uma Ana Clara, uma Bebeu e um Angelo Marcos...
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